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CAPÍTULO G IN EC O LO G IA E O B ST ET R ÍC IA 20 Preparatório para Residência Médica RMED M AS TO LO GI A RMEDCURSOS.COM.BR 394 MASTOLOGIA GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 395 MASTOLOGIA 1 MAMOGRAFIA A mamografia é considerada o melhor método de exame por imagem da mama, sendo capaz de identificar cânceres de crescimento lento ao menos 2 anos antes que o tumor alcance um tamanho detectável pela palpação. EXAME POR IMAGEM DA MAMA 1.1 Indicações de mamografia • Rastreamento periódico em mulheres com alto risco de câncer de mama; • Avaliação de um tumor questionável ou mal definido ou de outra alteração sus- peita na mama detectada ao exame físi- co; c Estabelecimento de uma mamografia de referência e reavaliação anual das pa- cientes; • Pesquisa de câncer de mama oculto em paciente com doença metastática nos linfonodos axilar ou em outro local cuja origem primária seja desconhecida; • Investigação de câncer não suspeitado antes de cirurgias estéticas ou biopsia de um tumor; • Monitoramento de pacientes com cân- cer de mama tratadas com cirurgia con- servadora da mama e radioterapia. 1.2 Rastreamento Um resumo das diretrizes recomenda que o rastreamento mamográfico seja iniciado aos 40 anos de idade em mulheres com risco moderado de câncer de mama. A justifica- tiva é a diminuição de 24% da mortalidade nas populações submetidas ao rastreamento. Nas mulheres de alto rsco, pode-se considerar o início antecipado do rastreamento (5 a 10 anos mais cedo que a idade do aparecimento do caso índice na família e intervalos menores entre os exames, bem como o uso de outras modalidades de exames de ima- gem. RMEDCURSOS.COM.BR 396 MASTOLOGIA 1.3 Anormalidades mamográficas Inclui tumor – sólido ou cístico -, microcalcificações, densidades assimétrica, distorção da arquitetura e aparecimento de uma nova área de densidade antes não observada. Além disso, outras oito categorias morfológicas devem ser investigadas: • Distribuição das calcificações; • Número de calcificações; • Descrição das calcificações; • Margem do tumor; • Formato do tumor; • Densidade do tumor; • Achados associados; • Casos especiais. Macrocalcificações, geralmente grosseiras, indicam distúrbios degenerativos benignos da mama. Já microcalcificaçoes pleomórficas e agrupadas são mais associadas ao cân- cer de mama. De modo geral, um tumor maligno tem bordas irregulares ou mal definidas e pode cau- sar distorção da arquitetura, que pode ser sutil e difícil de detectar quando a mama é densa. Outros achados sugestivos de câncer de mama são densidade assimétrica, es- pessamento ou retração da pele e retração da papila. 1.4 Laudos mamográficos O American College o Radiology recomendou o uso do Breast Imagin Reporting and Data System (BI-RADS) para padronização da descrição de lesões mamográficas. Neste sistema há sete categorias de achados mamográficos ilustradas na FIGURA 2. 0. Inconclusivo, requer outras imagens 1. Negativo 2. Achado benigno 3. Provavelmente benigno, é recomendado acompanhamento com intervalo curto 4. Achado suspeito, deve-se considerar a biopsia 5. Altamente sugestivo de neopçlasia maligna, é necessário tomar medida apropriada 6. Malignidade comprovada (categoria usada com frequência para acompanhamento de uma lesão submetida e tratamento neoadjuvante) 2 ULTRASSONOGRAFIA Em geral, a ultrassonografia da mama é usada para avaliar um achado clínico ou com- plementar um achado mamográfico. É uma técnica sensível, que vem sendo usada com GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 397 MASTOLOGIA frequência, sobretudo em mulheres jovens com tecido mamária denso. É a modalidade preferida para distinguir entre tumores sólidos e císticos. Não é recomendada para ras- treamento de rotina. Características clínicas do eczema areolar e da doença de Paget Eczema areolar Geralmente bilateral Intermitente, com ráida evolução Úmido Bordos indefinidos Lesão descamativa da papila Prurido associado Responde ao corticóide tópico Doeça de Paget Unilateral Progressão lenta Úmido ou seco Bordos irregulares, mas definidos Destruição da papila Sem ou com pouco prurido Não responde ao corticóide tópico Pode ser particularmente útil quando a paciente percbe um tumro, mas o médico não consegue detectar uma anormalidade, que também não é mostrada pela mamografia. Não é tão útil na avaliação de mulheres com predomínio de tecido adiposo nas mamas. 2.1 Indicações de ultrassonografia mamária • Caracterização: Anormalidade palpável Achados mamográficos ambíguos Extravasamento de silicone Tumor em mulher com menos de 30 anos, lactante ou gestante • Orientação em procedimentos invasivos; • Possível papel como exame complementar em indivíduos de alto risco. OBSERVAÇÕES RMEDCURSOS.COM.BR 398 MASTOLOGIA 3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Tanto a RM quanto a tomografia por emissão de pósitrons são usadas para identificar le- sões ocultas. Costuma ter alta sensibilidade, embora não seja muito específica, levando a biópsas de muitas lesões benignas. O uso de gadolínio como contraste discrimina lesões benignas e malignas com graus variáveis de acurácia. 3.1 Indicações de RM • Estadiamento de tumor para descartar doença multicêntrica; • Diferenciação entre fibrose pós-operatória e recorrência após cirurgia conservadora de mama; • Detecção de lesão observada em apenas uma incidência da mamografia; • Avialção de linfonodos axilares positivos em casos de resultados negativos da mamo- grafia e do exame clínico da mama; • Excluir ruptura de implante de silicone; • Avaliação de assimetria focal; • Detecção de outras cânceres ipsilaterais e controlaterais; • Avaliação do resultado da quimioterapia neoadjuvante. 4 TOMOGRAFIA POR EMISSÃO PÓSITRONS (PET-CT) A PET é uma modalidade diagnóstica que avalia a atividade metabólica dos tumores. Embora não seja especificamente aprovada para o diagnóstico inicial de câncer de mama nem para o estadiamento da axila, pode ser útil em pacientes com doença avan- çada. Essa técnica é utilizada para identificar lesões mamárias ocultas com linfonodos axilares positivos. 5 AVALIAÇÃO DO TECIDO MAMÁRIO Cerca de 30% das lesões com suspeita de câncer mostram-se benignas à biopsia, e aproximadamente 15% das lesões consi- deradas benignas mostram-se malignas. Os tumores dominantes ou as lesões ma- márias impalpáveis suspeitas necessitam de exame histopatológico. Qualquer tumor em uma mulher na pós- -menopausa que não esteja fazendo re- posição de estrogênio deve ser conside- rado maligno. O diagnóstico é possível de ser feito após confirmação por punção aspirativa por agulha fina (PAAF) ou core biopsy, mas o tratamento só deve ser escolhido e inicia- do após a a biopsia ambulatorial, seguida por cirurgia definitiva posteriormente, se necessário. Isso permite que a pacientes acostume-se com o diagnóstico de cân- cer, avaliem com cuidado outros meios de tratamento e procurem uma segunda opinião. Os estudos não mostram efeito adverso da espera de 1 a 2 semanas de- correntes do procedimento em duas eta- pas. 5.1 Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) É preciso correlacionar os diagnósticos citológicos com os achados clínicos e de imagem para obter concordância do teste triplo e diminuir a taxa de resultados falso-negativos. A concordância do teste triplo (exame físico, mamografia e PAAF) é a base da avaliação da mama. Os resultados do teste triplo são mais eficientes que cada modalidade isolada. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 399 MASTOLOGIA 5.2 Core biopsy (punção biopsia) Permite a retirada de um fragmento de tecido de lesões palpáveis, e apresenta como desvantagem a mesma de qualquer biopsia: resultado falso-negativo decorrente do po- sicionamento impróprio da agulha. A interpretação do resultado da core biopsy é classficada nas seguintes categorias: • B1: tecido normal • B2: lesões benignas: fibroadenomas, alterações fibrocísticas, adenose esclerosante, ec- tasia ductal, necrose gordurosa, abscesso • B3: potencialmente malignas: hiperplasia epitelia atípica,neoplasia lobular, tumor filoi- des, lesões papilares, cicatriz radia, lesões esclerosantes complexas • B4: suspeita • B5: maligna OBSERVAÇÕES RMEDCURSOS.COM.BR 400 MASTOLOGIA GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 401 MASTOLOGIA 1 CONCEITO As patologias benignas da mama representam uma grande parcela das alterações ma- márias, e requerem sempre a diferenciação com a patologia maligna. Geram descon- forto e ansiedade às pacientes que manifestam algum sintoma ou achado no exame clínico. Essas patologias devem ser compreendidas e, excluída a possibilidade de câncer, deve-se explicar à paciente seu caráter benigno e, prontamente, apontar a conduta tera- pêutica, quando necessária, seja clínica ou cirúrgica. DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA 2 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS 2.1 Mastite aguda Mais comum no puerpério, normalmen- te há história de fissura do mamilo ou de queimadura da pele. Inicia com estase láctea e, posteriormente, aparecem sinais clássicos de inflamação, que podem ou não estar acompanhados de sintomas gerais como febre, mal-estar e calafrios. Adenopatia axilar costuma se apresentar. Recomenda-se manter boa higiene e evi- tar ingurgitamento mamário ou fissura mamilares como profilaxia. O tratamento é realizado com analgési- cos, antitérmicos, suspensão das mamas, drenagem manuel do leite e antibioti- coterapia com cefalexina 500 mg de 6/6 horas ou 1 g de 12/12 horas, VO por 7 dias – podendo-se ainda utilizar como alterna- tivas ampicilina, eritromicina e lincomici- na. Opta-se por prescrecer anaerobicida quando houver mastites crônicas resis- tentes. Se a infecção persistir após 48-72 horas de tratamento, deve-se suspeitar de abs- cesso. É contraindicado o uso de calor local com compressas quentes pelo fato de a pa- ciente perder a sensibilidade na região, expoando-a a graves queimaduras. 2.2 Abscesso mamário Ocorrem os mesmos sinais de inflamação descritos anteriormente, mais flutuação e, muitas vezes, pele brilhante e descamativa. Em 50% dos casos, a paciente é puérpera. O tratamento consiste na drenagem com incisão arciforme, no ponto de maior flutuação, seguida de exploração digital da cavidade (para desfazer lojas) e colocação de dreno de Penrose. A grande maioria é causada pelo Staphylococcus aureus (50% penicilinase-re- sistentes). A cobertura com antibióticos – os mesmos recomendados para a mastite aguda – está indicada para reduzir a infecção sistêmica e a celulite local. 2.3 Abscesso subareolar e fístula do ducto lactífero RMEDCURSOS.COM.BR 402 MASTOLOGIA A parte distal do ducto pode ser ocluída por resíduos espessos, levando ao abscesso e fístula dos ductos lactíferos secundária à metaplasia escamosa. O tratamento definitivo, com menor taxa de recorreência, é a excisão do ducto e drenagem da cavidade do abs- cesso. 2.4 Ectasia ductal É a dilatação dos ductos terminais com acúmulo de detritos celulares, podendo causar derrame papilar. Há basicamente duas formas clínicas, o derrame papilar e o tumoral. Derrame papilar: mais comum em peri ou pós-menopáusicas, surgindo secreção ama- relo-esverdeada, purulenta. Tumoral: a ectasia, com o tempo, pode ocasionar ruptura dos ductos e inflamação cir- cundante, com sinais típicos de mastite. Esse processo, ao se cronificar, pode originar massa endurecida e retração do mamila, simulando um carcinoma. 2.5 Eczema areolar Trata-se de uma dermatite descamativa e exsudativa do complexo areolomamilar, muitas vezes bilateral e pruriginosa. Tem inúmeras causas, dentre elas psoríase, dermatite seborreica, dermatite de con- tato e dermatite atópica. Na fase aguda, o tratamento é feito com solução de Thiersch e completado com corticoide tópico. Nas lesões crônicas, emprega-se apenas corticoterapia. Se não hou ver regressão em 1 ou 2 sema- nas, indica-se biópsia para que seja feita exclusão de carcinoma de Paget (figura 2). 2.6 Necrose gordurosa Ocorre em áreas do corpo expostas ao trauma. Ocorre mais frequentemente em mulheres obesas e com seios fláscidos. Surge como lesão firme, mal delimitada, indolor e imóvel. Podendo ser: Assintomática: na mamografia de rotina aparece como calcificações arredonda- das com o centro translúcido, em forma de “casca de ovo”. Muito comum e não tem nenhum significado pré-neoplásico. Sintomática: mais rara, é clinicamen- te detectável. A massa surge a partir de uma história de trauma prévio, equimo- se, dor e retração de pele. Também ocor- re com certa frequência após cirurgias mamárias. Nem sempre é fácil de fazer a distinção de câncer, sendo necessário, por vezes, realização de biópsia. 3 ALTERAÇÕES FUNCIONAIS BENIGNAS DA MAMA (AFBMS) Do ponto de vista clínico, três quadros são relevantes nas AFBMs: mastalgia, adensamen- to e macrocistos. São manifestações clínicas de processos fisiológicos dinâmico comum e que podem se associar em diferentes graus. O interesse e a preocupação são causados por dois motivos: desconforto causado à paciente e a dificuldade de se distinguir do câncer. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 403 MASTOLOGIA 3.1 Mastalgia É responsável por 47% das queixas em mastologia. A evolução da dor é fator importante para eterminar se está relacionada a mudanças hormonais do ciclo menstrual ou a al- gum processo patológico da glândula mamária. A mastalgia deve ser diferenciada em cíclica, acíclica e extramamária. A frequência de câncer em mulheres com mastalgia é de cerca de 1,2 a 6,7%. Entretan- to, para mulheres com apenas dor mamária localizada, diagnosticou-se neoplasia de mama em 15% dos casos. Mastalgia cíclica: está relacionada com sintomas pré-menstruais intensos que surgem na fase lútea do ciclo menstrual, associados à ingurgitação mamária, dor, sensação de peso e dor à palpação bila- teral. Mais prevalente na faixa de 20 a 39 anos e representa 2/3de todos os sinto- mas de dor mamária. Mastalgia acíclica: independe dos ci- clos mentruais e é descrita como dor em queimação. Pode ser intermitente ou constante, em geral unilateral, ocorrendo na faixa dos 40 aos 59 anos. Dor extramamária: percebida na região mamária, mas não está relacionada com a mama. Dor muscular da paraede toráci- ca, herpes-zóster, radiculopatias, e fratu- ras costais estão dentre algumas causas mais comuns de dor extramamária. Se não houver alterações nos exames clí- nico e radiológico, a mastalgia poderá ser tratada. A orientação verbal é de grande importância no tratamento da mastalgia, devendo-se enfatizar o caráter autolimi- tado e a não correlação com o câncer de mama. Muitas vezes, após a orientação esclarecedora, o sintoma pode ser resol- vido em até 90% dos casos. Vestimentas de suporte, como sutiãs com melhor sustentação, parecem evi- tar mastalgia em pacientes com glându- las pendulares, principalmente durante exercícios. Analgésicos (paracetamol) e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), tanto orais quanto tópicos (diclofena- co gel), são benéficos no tratamento da mastalgia. Além disso, outros fármacos como toremifeno, bromocriptina, dana- zol e tamoxifeno foram capaz de melho- rar os escores de dor referida. Na pratica clínica, os anticoncepcionais orais têm ação paradoxal: em alguns ca- sos, pioram o sintoma e, em outros, ali- viam. Convém ressaltar que nenhuma das substâncias citadas cura completa- mente a mastalgia; o que costuma acon- tecer são períodos mais ou menos longos de remissão. 3.2 Adensamentos É um achado de área de endurecimento localizado, acompanhada ou não de dor e no- dularidade. Necessita investigação complementar, pois pode mascarar um câncer, es- pecialmente quando é uma alteração unilateral, solitária. Quando excluída a chance de malignidade, não requer terapêutica adicional. 3.3 Macrocistos Trata-se de uma involução lobular mamária, formando um tumor de aparecimento rá- pido, móvel, firme-elástico, às vezes achatado, mais frequente em regiões centrais da RMEDCURSOS.COM.BR 404 MASTOLOGIA mamam e na. Seu aparecimento é predominante em mulheres de meia-idade e no fim do período reprodutivo,com incidência máxima entre 40-50 anos. Faz-se punção evacuadora do cisto, só sendo cogitado tratamento cirúrgico para excluir neoplasia maligna nos cistos com várias recidivas, quando houver massa restante pós- -punção, se o líquido for sanguinolento ou se o cisto for complexo. 4 TUMORES BENIGNOS 4.1 Fibroadenoma São os tumores benignos mais comuns da mama, constituído pela proliferação do tecido conectivo do estrome e pela multiplicação de ductos e ácinos, chegan- do a representar 50% de todas as biopsias de mama. Em geral, acomete mulheres entre 20-35 anos. Podem se apresentar como tumores isolados ou lesões múlti- plas. Por serem raros após a menopausa, supõe-se que respondam à estimulação estrogênica. Ao exame físico, são firmes, regulares e têm consistência elástica. Não provocam reação inflamatória, sao livremente mó- veis e não causam abaulamentos na pele, nem retraçao mamária. À mamografia e ultrassonografia, são tu- mores sólidos, regulares e bem definidos, apresentando margens nítidas, compri- mento maior que a largura e dimensão craniocaudal menor que o comprimento. A maioria dos fibroadenomas é estática ou para de crescer quando alcança aproxima- damente 2 a 3 cm. A suspeita de fibroadenma deve ser confirmada por PAAF ou core biopsy e excisada – apesar de não está relacionado com aumento do risco de câncer de mama, é necessário diferenciar de formas potencialmente malignas de tumor filoide. 4.2 Tumor filoide São tumores fibroepiteliais raros que apresentam em espectro de comportamento clíni- co e patológico: benigno (70% dos casos), maligno (23%) e limítrofe (7%). Podem ocorrer em mulheres de qualquer idade, porém são mais comuns em mulheres de 40-59 anos. Apesar de muitas vezes as pacientes referirem que tinham um nódulo estável de longa data que subitamente aumentou de tamanho, não há bons critérios clínicos para dife- renciar tumores filoides e fibroadenma. A excisão dos tumores filoides é necessária para controle local e identificação de características benignas ou malignas, sendo necessária excisão local ampla, tentando obter uma margem livre de 1 a 2 cm. OBSERVAÇÕES GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 405 MASTOLOGIA 4.3 Papiloma intraductal Trata-sede uma lesão hiperplásica caracterizada pela proliferação do epitélio ductal com um eixo vasculoconectivo que enche o canalículo e, geralmente, o distende. Em geral, é solitário, não excede 2 a 3 mm e localiza-se nos ductos terminais. Mais fre- quentemente observado nas mulheres entre 30 e 50 anos, costuma produzir derrame sanguinolento ou seroso e, em 50% deles, nota-se nódulo subareolar. O tratamento é a exérese do ducto atingido com incisão justareaolar. 4.4 Cicatrizes radiais As cicatrizes radiais podem parecer car- cinomas em exames mamográficos. há muito tempo as evidências sugerem que a cicatriz radial está associada ao risco aumentado de câncer de mama. Costu- mam ser descobertas acidentais, mais frequentes em tecido mamário excisado por outra anormalidade. Eventualmente, são tão grandes a ponto de serem detectadas na mamografia, em que aparecem como massas espiculadas indistinguíveis, com certeza, dos carcino- mas, sendo necessário o diagnóstico his- topatológico. 4.5 Hiperplasias Hiperplasia com atipias tende a ser asso- ciada a pequeno ou moderado aumento no risco de câncer de mama. As hiperpla- sias atípicas podem ser ductais ou lobu- lares e são lesões proliferativas que apre- sentam algumas características, mas não todas, de carcinoma in situ. As hiperpla- sias atípicas costumam podem apresen- tar microcalcificações na mamografia. Hiperplasia atípica aumenta o risco de câncer de mama de 3,5 a 5 vezes em rela- ção aos controles. Se o diagnóstico for feito através de pun- ção-biópsia percutânea, deve-se proce- der à biópsia excisional da lesão. 4.6 Lipoma Proliferação benigna das células lipídicas. Apresentando-se como nódulo amoleci- do, bem-delimitado e que pode atingir grandes proporções. Pode sofrer necrose gordurosa e causar o aparecimento de áreas endurecidas. Necessária remoção cirúrgica, sendo que a própria macrosco- pia já faz o diagnóstico. OBSERVAÇÕES RMEDCURSOS.COM.BR 406 MASTOLOGIA MAPA MENTAL TUMOR PÁLPAVEL Clinicamente não maligna • Mamografia • Ultrassonofra- dia Sólida, mas não sugestiva de malignidade Biopsia por agu- lha ou reexame após a próxima menstruação ou em 1 a 2 meses Persistência ou patologia atípica Excisão Ausência de recorrência Acompanha- mento de rotina Aparência maligna Biopsia por agulha ou ex- cisão Resolução ou benigno Acompanha- mento de rotina Clinicamente maligna • Mamografia • Ultrassonofra- dia Biopsia por agulha Avaliação e aconselhamento pré-operatórios Cirurgia defini- tiva +_ Cística Cisto simples Aspiração ou observação •Líquido com sangue • Citologia po- sitiva Túmor complexo Excisão Cisto complicado • Aspiração • Citologia • Líquido sem sangue • Citologia ne- gativa Resolução Reexame Recorrência Excisão GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 407 MASTOLOGIA QUESTÕES (AMRIGS 2015 – QUESTÃO 89) Mulher de 38 anos comparece à Unidade de Saúde desejando realizar sua primeira ma- mografia. Sem histórico familiar de câncer de mama, com histórico familiar de câncer de ovário. Qual a conduta mais adequada segundo o Ministério da Saúde? A) Exame clinic das mamas e solicitar mamografia. B) Solicitar ecografia mamária. C) Exame clínico das mamas e, se alterado, solicitar mamografia. D) Aconselhar retornar após os 50 anos para realização de exames de rastreamento. E) Encaminhar para o mastologista. Gabarito A (AMRIGS 2017 – QUESTÃO 49) Analisando os fatores de risco e as neoplasias, relacione a Coluna 1 à Coluna 2. Coluna 1 1. Câncer de mama. 2. Câncer de colo uterino. 3. Câncer de endométrio. 4. Câncer de ovário. Coluna 2 ( ) Baixo nível socioeconômico. ( ) Mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. ( ) Obesidade pós-menopausa. ( ) Ciclos anovulatórios. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) 2 – 1 – 3 – 4. B) 2 – 4 – 1 – 3. C) 1 – 4 – 3 – 2. D) 4 – 1 – 2 – 3. E) 1 – 3 – 2 – 4. Gabarito B (PUCRS 2015 – QUESTÃO 55) Em relação ao câncer de mama, considere as seguintes características tumorais: I. Diâmetro tumoral maior que 2,0 cm. II. Impossibilidade de radioterapia complementar. III. Linfonodos axilares positivos. Qual(is) é/são contraindicação(ões) absoluta(s) para cirurgia conservadora? A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Gabarito B RMEDCURSOS.COM.BR 408 MASTOLOGIA
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