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Recurso ordinário trabalhista- Seção 3

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EXECELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DA VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA/GO
Processo nº 0010001-10.2017.518.0002
Albano Machado, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, em que interpõe, contra Maria José Pereira, também qualificada, vem, TEMPESTIVA E respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro no art. 895 da CLT, interpor: 
RECURSO ORDINÁRIO
em face da decisão que julgou parcialmente os pedidos iniciais, a fim de que a matéria seja novamente apreciada para fins de juízo de retratação por parte de Vossa Excelência, nos termos do Art. 485, §7 do CPC, aplicável à Justiça do Trabalho conforme Art. 3º, inc. VIII da IN 39 do TST. 
Assim não entendendo, requer, após cumpridas todas as formalidades legais e intimação da parte reclamada para apresentar contrarrazões, no prazo previsto em lei de 8 (oito) dias, conforme os artigos 895 e 900 da CLT, requer ainda a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal da 18ª Região para apreciação do recurso. 
Anexa as razões do recurso. Deixa de comprovar o recolhimento das custes e depósito recursais, em razão de ser beneficiário da justiça gratuita.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Goiânia/GO, data.
Assinatura do Advogado
Número de Inscrição na OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 18 ª REGIÃO
RAZÒES DO RECURSO ORDINÁRIO
Origem: 2º Vara do Trabalho de Goiânia/GO
Processo nº 0010001-10.2017.518.0002
Recorrente: Albano Machado
Recorrido: Maria José Pereira
Colenda Turma,
1 - RESUMO DOS FATOS
Não obstante a clareza das razões dispostas na inicial o pedido foi julgado improcedente nos pontos a seguir dispostos, os quais devem ser revistos pelos fatos e fundamentos que passa a dispor.
2- DO MÉRITO
a) Horas extras
A sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de horas extras ao fundamento de que não deve ser aplicada ao caso em comento a Súmula n. 444, do Colendo TST, isto é, a exigência de negociação coletiva para a validade do regime 12x36 pode ser afastada. Ainda mais quando se trata de atividade de cunho social exercida pelo trabalhador, em prol de família que não visa lucro com a prestação de serviços contratada.
Conforme o art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
Assim, a jornada máxima permitida por dia é de oito horas, salvo pactuação por Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, o que inexiste na espécie.
Além disso, a Súmula n. 444, do TST, dispõe que:
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Dessa forma, é necessária previsão em lei ou negociação coletiva para que a adoção do regime 12x36 seja considerada válida, fato que não ocorreu no caso em tela.
Nesse sentido, requer seja considerado invalido o regime de 12h por 36h do recorrente e reformada a r. Sentença, com a decretação de invalidade da jornada de 12X36, bem como sejam as recorridas condenadas ao pagamento das horas extras, conforme exordial.
b) Trabalho aos domingos
A sentença também indeferiu ao recorrente o pagamento em dobro dos domingos trabalhados. O fundamento utilizado foi de que o domingo passa a ser dia normal com a adoção do regime 12x36, sendo compensado com outro dia de folga, não violando o disposto na Lei n. 605/49 e art. 7º, inciso XV, da Constituição Federal de 1988.
Esta questão já está pacificada pela jurisprudência do TST consoante a tese adotada na decisão de primeiro grau.
Todavia, com o devido respeito, ao contrário do que entendeu o MM. Juízo a quo, a sentença guerreada não está coerente, pois no caso em comento a jornada 12x36 não é válida, eis que não amparada por lei ou norma coletiva. Assim, a eventual compensação do domingo por folga noutro dia da semana não tem validade jurídica. Devendo assim ser revista a r. sentença com o devido pagamento em dobro do trabalho nestes dias.
c) Justa causa
A justa causa foi mantida na sentença, sob o fundamento de que o trabalhador chegou bêbado ao trabalho, o que constitui falta grave o suficiente para ensejar esta medida extrema:
(…) O fato de não haver nos autos prova documental acerca de outras penalidades (advertências ou suspensões) porventura sofridas por ele não modifica a conclusão deste julgado, vez que se baseia na gravidade da conduta e não na sua reiteração.
Destaca-se que o obreiro foi imediatamente dispensado, estando presentes os requisitos necessários para o rompimento do pacto laboral por justa causa.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de reversão da justa causa e seus consectários.
Um dos princípios que devem ser observados quando da aplicação da justa causa é o da proporcionalidade entre o ato praticado e a medida extrema.
No caso em comento, a sentença informa a inexistência de outras penalidades sofridas pelo trabalhador, tendo a única testemunha ouvida no feito afirmado que ele era um bom trabalhador. Nesse sentido a jurisprudência já decidiu:
"(...) JUSTA CAUSA. EMBRIAGUEZ. PODER DISCIPLINAR DO EMPREGADOR. PROPORCIONALIDADE ENTRE O ATO FALTOSO E A PUNIÇÃO APLICADA. 1. O Tribunal Regional, com base no exame dos fatos descritos nos autos e nas provas produzidas pelas partes, manteve a sentença mediante a qual fora convertida a dispensa por justa causa em dispensa imotivada do reclamante, fundamentando sua decisão no sentido de que o empregado trabalhou na empresa por três anos, nunca tendo realizado qualquer ato que desabonasse a sua conduta, constituindo punição desproporcional a dispensa sumária . Concluiu, assim, pela ausência de proporcionalidade entre a falta cometida e a punição aplicada. 2. Para o correto exercício do poder disciplinar do empregador, deve-se observar o preenchimento de certos requisitos, entre eles a proporcionalidade entre o ato faltoso e a pena aplicada. No presente caso, diante da comprovação do excesso na aplicação da punição, resulta escorreita a anulação da justa causa. Recurso de revista não conhecido. CERCEAMENTO DE DEFESA. PENA DE CONFISSÃO. DEPOIMENTO DO RECLAMANTE. Encontra respaldo no artigo 843, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, a representação do reclamante por seu Sindicato de classe, diante da impossibilidade, por motivo de doença, de comparecer à audiência de instrução e julgamento em que deveria depor. Reputada justificada a ausência pela instância de prova, não há cogitar em violação do princípio assecuratório do direito ao contraditório e à ampla defesa. Recurso de revista não conhecido" (RR-29740-11.1994.5.01.0050, 1ª Turma, Relator Ministro Lelio Bentes Correa, DEJT 28/10/2010).
Sobre o tema, este Egrégio Tribunal também se posicionou:
JUSTA CAUSA. REVERSÃO. ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista o princípio da continuidade da relação de emprego, é da reclamada o ônus de demonstrar que o reclamante praticou algum ato grave o suficiente para ensejar a dispensa por justa causa aplicada. Não havendo provas sobre a falta cometida pelo empregado ou não estando constatada a sua efetiva gravidade é devida a reversão da justa causa. (TRT18, RORSum - 0011596-47.2016.5.18.0081, Rel. WELINGTON LUIS PEIXOTO, 1ª TURMA, 22/11/2016)
	
Assim, ante a falta de comprovação de outras penalidades e por estar demonstrado que o reclamante era um bom trabalhador, a manutenção da justa causa na sentença de primeiro grau é medida desproporcional, devendo ser reformada com a reversão da justa causa, bem como a condenação da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias que lhe foram sonegadas (aviso prévio, fériasproporcionais +1/3, décimo terceiro salário proporcional e multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a emissão dos documentos necessários para sacar o valor depositado na sua conta vinculada do FGTS e para o recebimento do seguro-desemprego
d) Multa do art. 477, 8º, da CLT
Ao manter a justa causa, por coerência, coube ao magistrado indeferir o pedido do reclamante de aplicação da multa prevista no art. 477, §8º da CLT. A sentença assim dispôs:
Tendo em vista a manutenção da justa causa e o pagamento das verbas rescisórias decorrentes desta dispensa no prazo legal, como comprovam os documentos carreados aos autos, julgo improcedente o pleito de pagamento da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT. 
Da mesma forma, requer a aplicação da referida multa, como consectário lógico da reversão da justa causa do item 4 deste recuso, conforme jurisprudência majoritária.
e) Honorários advocatícios
O reclamante foi condenado a pagar honorários advocatícios de 5% sobre o valor do proveito econômico, com fundamento no artigo 791-A, §4º da CLT, conforme constou na sentença:
A Lei n. 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê o pagamento de honorários advocatícios, mesmo quando for concedida a assistência judiciária gratuita (§4º).
Diante da procedência parcial da presente reclamação trabalhista e da impossibilidade de compensação dos honorários advocatícios (§3º), fixo-os em 5% para cada parte, devendo ser calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença.
No entanto, a aplicabilidade da Lei 13.467/17, no tocante aos honorários de sucumbência recíprocos, deve acontecer apenas nos processos que tiveram início sob a vigência da referida Lei, pois se trata de ato processual complexo e que pode trazer prejuízo às partes, ofendendo o princípio da segurança jurídica.
Sobre o tema, leciona José Afonso Dallegrave Neto:
Em tom de arremate, pode-se afirmar que, via de regra, a lei processual nova se aplica de imediato às ações em andamento. Contudo, os novos dispositivos jamais poderão surpreender e prejudicar as partes, sob pena de ofensa ao princípio da segurança jurídica.
Com efeito, haverá regras processuais novas que se aplicarão desde logo aos processos em curso, a exemplo da contagem em dias úteis, introduzida pelo art. 775 da CLT, a partir da Lei 13.467/17. Outras regras heterotópicas, como os honorários de sucumbência recíproca, previstos no art. 791-A, § 3º, da CLT, somente incidirão sobre as ações ajuizadas a partir da vigência da nova lei, vez que se reportam aos atos processuais complexos, com efeitos diferidos e além da órbita processual.
Não se pode aplicar honorários de sucumbência em ações trabalhistas iniciadas sob o pálio da lei velha, a qual regulava de forma diversa os requisitos da petição inicial e do valor da causa, sobretudo quando (a lei velha) nada determinava acerca dos encargos de sucumbência às partes.
O cabimento de honorários advocatícios na Justiça do Trabalho é novidade que afeta atos processuais complexos e desdobrados, iniciando-se pela quantificação dos pedidos da inicial, fixação de rito, contestação e sentença. Logo, os honorários de sucumbência somente se aplicam aos processos cujas ações iniciaram sob a égide do regramento novo.
No mesmo sentido, o STJ analisou matéria idêntica quando da aplicação do novo CPC/2015:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NATUREZA JURÍDICA. LEI NOVA. MARCO TEMPORAL PARA A APLICAÇÃO DO CPC/2015. PROLAÇÃO DA SENTENÇA. (…) 7. Os honorários advocatícios repercutem na esfera substantiva dos advogados, constituindo direito de natureza alimentar. 8. O Superior Tribunal de Justiça propugna que, em homenagem à natureza processual material e com o escopo de preservar-se o direito adquirido, AS NORMAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NÃO SÃO ALCANÇADAS PELA LEI NOVA. 9. A sentença, como ato processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção dos honorários advocatícios, deve ser considerada o marco temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015. 10. Quando o capítulo acessório da sentença, referente aos honorários sucumbenciais, for publicado em consonância com o CPC/1973, serão aplicadas as regras do antigo diploma processual até a ocorrência do trânsito em julgado. Por outro lado, nos casos de sentença proferida a a partir do dia 18.3.2016, as normas do novo CPC regularão a situação concreta. 11. No caso concreto, a sentença fixou os honorários em consonância com o CPC/1973. Dessa forma, não obstante o fato de esta Corte Superior reformar o acórdão recorrido após a vigência do novo CPC, incidem, quanto aos honorários, as regras do diploma processual anterior.” (STJ, 4ª Turma, Recurso Especial Nº 1.465.535 – SP (2011/0293641-3, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Publicação DJ Eletrônico: 07/10/2016)
Cabe ainda dizer a existência da Ação Direta de Inconstitucionalidade n 5766, em trâmite no Supremo Tribunal Federal, que questiona justamente a constitucionalidade do disposto no artigo 791-A, da CLT, pois este viola a garantia de gratuidade judiciária aos que comprovem insuficiência de recursos na Justiça do Trabalho, ferindo os artigos 1º, incisos III e IV; 3º, incs. I e III; 5º, caput, incs. XXXV e LXXIV e § 2º; e 7º ao 9º Constituição da República.
Ante o exposto, requer a reforma da sentença no sentido de afastar a aplicabilidade do artigo 791-A, §4º.
3- DOS REQUERIMENTOS 
Diante do exposto, requer: 
a) O conhecimento e o provimento do presente Recurso, posto que preenchidos os pressupostos de admissibilidade, para fins de reformar a decisão recorrida, julgando procedente todos os pedidos do recorrente.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Goiânia/GO, data.
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