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RESENHA - INTERDISCIPLINARIEDADE

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A interdisciplinaridade como um movimento 
articulador no processo ensino-aprendizagem
O artigo, de autoria de Juares da Silva Thiesen, é constituído por três partes, ressaltando a origem e conceitos de interdisciplinaridade, um enfoque sobre a Epistemologia, ciência e interdisciplinaridade e as implicações da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem.
Neste sentido, destacando que a interdisciplinariedade faz parte de um processo evolutivo, servindo como pressuposto na organização curricular, como fundamento para as opções metodológicas do ensinar, ou ainda como elemento orientador na formação dos profissionais da educação. E sobretudo insere mudanças, que abrange não só a área da educação, mas também outros setores da vida social como a economia, a política e a tecnologia.
Na primeira parte, Thiesen descreve que a interdisciplinaridade teve sua origem na segunda metade do século XX, em resposta a uma necessidade constatada especialmente nos campos das ciências humanas e da educação, que era de superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento. Este desenvolvimento teve como principiais influenciadores grandes pensadores como Galileu, Bacon, Descartes, Newton, Darwin e outros. 
Desta forma, o grande desafio da interdisciplinaridade, como um movimento contemporâneo que emerge na perspectiva da dialogicidade e da integração das ciências e do conhecimento, seria a busca do rompimento com o caráter de hiperespecialização e com a fragmentação dos saberes.
No que concerne à definição de conceitos, ou de um conceito, para interdisciplinaridade, o autor ressalta que ainda está em construção, onde qualquer afirmação definitiva deve ser a princípio rejeitada, por se ratar de proposta que de maneira inevitável, está sendo construída a partir das culturas disciplinares existentes. 
Contudo, independentemente dos diferentes conceitos trazidos por diversos autores, a interdisciplinaridade está sempre situada no campo onde se pensa a possibilidade de superar a fragmentação das ciências e dos conhecimentos produzidos por elas e onde simultaneamente se exprime a resistência sobre um saber parcelado.
Já a segunda parte disserta sobre a Epistemologia, ciência e interdisciplinaridade. Destaca-se que no aspecto epistemológico (relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte), este, mediado pela teoria científica que dá sustentação lógica a essa relação, Thiesen aduz que a interdisciplinaridade necessita, acima de tudo, de uma discussão de paradigma. 
Neste contexto, para relacionar a ciência e a interdisciplinaridade, Thiesen faz referência a autora Olga Pombo (2004), ao ressaltar que o desenvolvimento de diferentes áreas científicas vem dependendo muito da relação com outras disciplinas.
 Para tanto, traz como exemplo os casos concretos vivenciados no campo da ciência contemporânea, como o da bioquímica, o da biofísica, o da engenharia e o da genética, sendo que estas duas últimas áreas teriam sua mistura impensável há 60 ou 70 anos, fato que representa a situação epistemológica atual. 
Olga ainda traz uma reflexão, na qual, segundo ela, já é possível identificar a existência de interciências, que seriam conjuntos disciplinares que se ligam, de forma descentrada, assimétrica, irregular, capaz de resolver um problema preciso, comum, como na união das ciências cognitivas e as ciências da computação.
Por último, frisa-se as implicações da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem, enfatizando que a escola deve acompanhar o movimento das alterações que acontecem em todos os segmentos que compõem a sociedade, deixando o mundo cada vez mais interconectado, interdisciplinarizado e complexo.
 Isto porque, embora seja recorrente os debates escolares acerca da interdisciplinariedade, especialmente nos debates sobre o projeto político-pedagógico, ainda há bastante desafios para a reconstrução e socialização do conhecimento.
Ademais, encerrando a obra, o autor enfatiza que escola deve ser, por sua natureza e essência, uma instituição interdisciplinar e que somente haverá interdisciplinaridade no trabalho e na postura do educador se este for capaz de compartilhar o domínio do saber, se tiver a coragem necessária para abandonar o conforto da linguagem estritamente técnica e aventurar-se num domínio que é de todos e de que, portanto, ninguém é proprietário exclusivo. 
Desta forma, conclui-se que a obra proporciona diversas contribuições para a formação de pedagogos/professores, uma vez que apresenta os principais autores, os conceitos e os principais aspectos que envolvem a interdisciplinaridade. É de se destacar ainda o empenho do autor em retratar nitidamente os debates da pesquisa científica, o que leva à compreensão das ideias básicas acerca da temática. Além disso, auxiliou na compreensão a respeito da interdisciplinaridade, sendo este um movimento fundamental para desenvolver o ensinar e o aprender.
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, set/dez 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 05 out. 2020.

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