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APS ÉTICA - RESENHA CRÍTICA DA OBRA: MORAL E ÉTICA DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS, DE YVES DE LA TAILLE

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Nome: Beatriz de Oliveira Silva 
RA: 7897063 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
RESENHA CRÍTICA DA OBRA: “MORAL E ÉTICA –DIMENSÕES 
INTELECTUAIS E AFETIVAS”, DE YVES DE LA TAILLE 
O autor começa o livro avaliando as relações entre razão e afetividade, numa 
tentativa de elucidar o que está subentendido no conceito de moral e de ética. 
Num primeiro momento, o autor escolhe 4 abordagens representativas da 
psicologia moral, sendo a de Émile Durkheim, Sigmund Freud, Jean Piaget e 
Lawrence Kohlberg. 
A abordagem de Durkheim é uma análise do processo psicológico que leva o 
indivíduo a pautar suas condutas pela moral. Ele afirma que as condutas morais 
se dão pelo sentimento do sagrado, inspirado pela sociedade, ou seja, o 
obedecimento aos mandamentos de um ser superior, temido e desejado. Ou 
seja, a obediência aos mandamentos da sociedade, onde não há um 
desenvolvimento moral em si, mas sim o conhecimento e compreensão de um 
modelo de moral. 
Freud, acredita que grande parte dos adultos segue as leis morais apenas por 
medo das sanções, dando a entender que a consciência moral tem raízes 
inconscientes, que pode se explicar por forças afetivas Para ele, o indivíduo pode 
até ter comportamentos morais de “boa vontade”, mas que no fim das contas, 
age moralmente por medo, por algo irredutível as suas decisões conscientes. 
 
O autor deixa claro que as posições de Piaget e Kohlberg sobre ética são bem 
diferentes. No que concerne ao desenvolvimento moral, identificou dois estágios: 
heteronomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da 
obediência que se tem na heteronomia). Piaget acredita no desenvolvimento da 
moral, identificando aquilo que é comum a todos os indivíduos. Baseado na 
teoria construtivista, esse desenvolvimento é chamado por Piaget de processo 
de equilibração, que é a capacidade de auto-organização de cada indivíduo, 
onde acredita-se que a inteligência e o conhecimento são frutos de trabalho 
individual e não de cópia de modelos externos. Para ele, a razão é uma 
dimensão moral incontornável. 
 
Já Kohlberg buscou sofisticar a teoria moral de Piaget. Para ele, indícios de 
autonomia não bastavam para afirmar a moral de um indivíduo, sendo 
necessário acima de tudo, o desenvolvimento da razão para que a evolução 
moral do indivíduo pudesse ocorrer. 
 
Enquanto Piaget e Kohlberg voltam suas teorias para a razão como fator central, 
Durkheim e Freud colocam como principal o debate da dimensão afetiva. Para 
Yves de La Taille, entretanto, as quatro teorias apresentadas têm em comum o 
fato de a moral implicar em princípios e regras que devem ser obrigatoriamente 
observados pelos indivíduos. 
 
Passada a questão da razão e afetividade, entramos em moral e ética, tratado 
pelo autor como um conjunto de regras de conduta consideradas como 
obrigatórias. 
 
A “inflação” contemporânea da palavra ética, segundo o autor, é bem diferente 
das concepções apresentadas anteriormente. Quando falamos em moral, 
falamos em deveres e quando falamos em ética, é a busca de uma vida boa. 
Aqui, o autor cita a teoria de alguns filósofos, como o utilitarismo de Stuart Mills, 
que diz que a felicidade consiste em prazer e ausência de dor; Aristóteles, 
porém, traz uma problematização sobre a felicidade; Kant acredita que a moral 
não é ensinar a ser feliz, mas como merecer ser feliz. Com isso, o autor chega à 
conclusão que todas essas condutas mencionadas são reflexões das condutas 
humanas e que o futuro reserva para suas vidas. 
 
Ao se aprofundar na esfera moral e ética, o autor divide o conteúdo em “Plano 
Moral” e “Plano Ético”. 
O “Plano moral” se manifesta pelo dever, devendo ser entendido como 
obrigatoriedade. Ainda, acrescenta algumas observações sobre essa esfera. 
A primeira é que há uma confusão entre registros axiológicos e psicológicos, 
quando os axiológicos são deveres morais que devem ser obedecidos 
incondicionalmente e os psicológicos são os sentimentos de obrigatoriedade, 
que é pressuposto tanto pelos adeptos da moral deontológica quanto por aqueles 
da moral teleológica. 
 
A segunda, refere-se ao sentimento de obrigatoriedade, que pode abrir brecha 
para o pensamento de que sempre sabem o que fazer. O fato é que podem haver 
dilemas morais, citando no livro casos de aborto, suicídio, etc., e esclarecendo 
que a indecisão gerada pelo dilema decorre de uma busca sincera e criteriosa 
de argumentos fortes. 
 
A terceira observação trata que alguns deveres morais correspondem a 
exigências sociais consagradas pelo Poder Judiciário, justificadas moralmente 
pelo respeito à vida e propriedade de outras pessoas e suas sanções penais. 
Entretanto, alguns indivíduos impõem para si mesmo deveres morais que não 
são exigidos pela sociedade, concluindo que é indevido pensar que o plano 
moral e o sentimento de obrigatoriedade são despertados apenas por exigências 
sociais. 
 
A quarta e última observação, trata da frequência desse sentimento de 
obrigatoriedade. Para o autor, essa frequência é um traço psíquico comum aos 
indivíduos, por acreditar que esse sentimento de obrigatoriedade é mais fraco 
que qualquer outro sentimento. 
 
O “Plano Ético”, segundo o autor, depende da análise de alguns aspectos para 
poder ser definido. O primeiro passo é “avaliar se a “vida boa” é decorrência de 
condições objetivas e mensuráveis, ou se ela corresponde a uma experiência 
subjetiva”, concluindo que o plano ético aqui é composto por avaliações pessoais 
de cada um; o segundo passo é “avaliar qual a relação entre o sentir-se feliz e o 
eixo do tempo”, alegando que a felicidade exige a transcendência do aqui e 
agora, ou seja, pessoas que tem a liberdade e consciência de decidir a direção 
que estão dando as suas vidas; outro passo que deve ser avaliado é “qual será 
a qualidade necessária à referida experiência subjetiva de bem-estar?”. Aqui o 
autor entra na análise na busca do prazer e finaliza dizendo que os prazeres do 
corpo e da alma não são garantias de uma vida boa e que o processo psicológico 
nos leva a querer usufruir deles. Talvez esse seja o centro do plano ético; o 
último passo que deve ser analisado: “resposta para o “como viver?” deve 
permitir a realização da “expansão de si próprio”, envolvendo a questão da 
identidade de cada um. 
 
Podemos concluir, do plano moral e ético que a ética contém a moral, pois cabe 
à moral regrar a vida em sociedade, de forma que se não houvessem ordens a 
serem obedecidas, não haveria despertar da moralidade, e, se não houvesse 
transgressão às mesmas, não haveria desenvolvimento moral. 
 
Para finalizar o primeiro capítulo, o autor aborda as relações entre os planos 
moral e ético, onde, em resumo, conclui que o auto-respeito é o sentimento que 
liga moral e ética, mas, para isso, são necessários três sentimentos, justiça, 
generosidade e honra, que justificam a avaliação positiva de si mesmo e da 
própria trajetória. Os dois primeiros, porque implicam na busca de simetria nas 
relações interpessoais, e a honra, ao conferir legitimidade ao sujeito que age 
de acordo com princípios dos quais se sente representante. 
 
Toda a teoria do autor é fundamentada em pesquisas e descobertas de grandes 
filósofos e psicólogos construtivistas e também bastante baseada na 
psicanálise de Freud e outros psicanalistas fundamentais que se dedicaram a 
análise do lado afetivo da personalidade do ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
Resenha de “Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetiva” Yves la Taille - 
Jordana de Paula da Silva, Naiara Guimarães Gasparoni – 2007 – Disponível 
em: https://www.redalyc.org/pdf/420/42050810.pdf. 
 
Resenha crítica ao Livro “Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas” de 
Yves de La Taille – Por Laila Mouallem – 2020 – Disponível em: 
https://lailamouallem.jusbrasil.com.br/noticias/806950950/resenha-critica-ao-
livro-moral-e-etica-dimensoes-intelectuais-e-afetivas-de-yves-de-la-taille.https://www.redalyc.org/pdf/420/42050810.pdf
https://lailamouallem.jusbrasil.com.br/
https://lailamouallem.jusbrasil.com.br/noticias/806950950/resenha-critica-ao-livro-moral-e-etica-dimensoes-intelectuais-e-afetivas-de-yves-de-la-taille
https://lailamouallem.jusbrasil.com.br/noticias/806950950/resenha-critica-ao-livro-moral-e-etica-dimensoes-intelectuais-e-afetivas-de-yves-de-la-taille

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