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18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 1/14 Direito Penal Aplicado I Aula 2 - Teoria da Norma Penal. Lei Penal no Tempo e no espaço INTRODUÇÃO Nesta aula, você irá dar continuidade aos aspectos principais para uma boa compreensão das regras gerais do Direito penal. Irá analisar qual é o exato conceito de tempo do crime, e estabelecer o seu raio de incidência analisando o Direito penal no espaço. É de suma importância saber exatamente até onde vai o alcance do Direito penal, em relação ao nosso conceito de território, bem como compreender os casos excepcionais em que, mesmo sendo praticado fora do nosso território, ainda assim o crime poderá estar sujeito a nossa lei. 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 2/14 Por derradeiro, você irá estabelecer como acontece a contagem do prazo penal e processual penal, o que é muito importante para outros aspectos que você irá identi�car mais à frente. OBJETIVOS Reconhecer os con�itos aparentes das normas penais Aplicar os princípios para solucionar os con�itos aparentes; Reconhecer os aspectos essenciais da lei penal no tempo e distinguir as forma de revogação; Analisar os aspectos da sucessão de leis no tempo e resolver as questões intertemporais; Reconhecer os conceitos de território; Distinguir o caso em que poderá ser classi�cado o território por extensão; Reconhecer os casos de extraterritorialidade e aplicar os princípios que o regulamenta; Compreender a forma de contagem de prazo penal e distinguir da contagem do prazo processual penal. 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 3/14 ANALOGIA EM DIREITO PENAL. NATUREZA JURÍDICA E INCIDÊNCIA Trata-se de complementar uma lacuna da lei, que não regula determinada situação jurídica, se utilizando de outra lei que compreenda a mesma razão, ou seja, o Direito penal não regula determinado fato, então o intérprete se utiliza de outra regra, ainda que de outro ramo do Direito, para solucionar o caso. Consiste em aplicar-se uma hipótese não regulada em lei, disposição relativa a um caso semelhante. Na analogia, o fato não é regido por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma de caso análogo. É uma forma de autointegração da lei. Espécies de analogia: Analogia de norma penal incriminadora , Quando se trata de estabelecer crimes, adotamos o princípio da reserva legal, ou seja, a conduta que se deseja incriminar deve estar descrita na norma (lei) penal incriminadora de forma clara e taxativa., , Entretanto, discute-se a possibilidade de aplicar analogia para estabelecer um crime, e o entendimento que predomina largamente é no sentido de que fere o princípio da reserva legal, destacando um fato não de�nido como crime como tal. Fonte da Imagem: Con�ito aparente de normas 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 4/14 Ocorre quando duas ou mais normas aparentemente parecem aplicáveis ao mesmo fato. Elementos con�gurativos do con�ito: Uma só infração penal — unidade de fatos; Duas ou mais normas pretende regulá-lo — pluralidade de normas; Aparente aplicação de todas as normas à espécie; Efetiva aplicação de apenas uma delas. A solução se dá pela aplicação de alguns princípios, que são: LEX SPECIALIS DEROGAT GENERALIS Especial é a norma que possui todos os elementos gerais e mais alguns denominados de especializantes que trazem um minus ou um plus de severidade. A lei especial prevalece sobre a geral a qual deixa de incidir sobre aquela hipótese. Ex.: o art. 123, do CP, trata de infanticídio que prevalece sobre o artigo 121 homicídio, pois além de ter os elementos genéricos deste possui elementos especializantes (próprio �lho, durante o parto ou logo após etc.). LEX PRIMARIA DEROGAT SUBSIDIARIAE Subsidiária é aquela norma que descreve, em grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual embora de�nido como delito autônomo, encontra-se também compreendido, em outro tipo, como fase normal de execução de crime mais grave. A norma primária prevalece sobre a subsidiária. Exemplo: o agente efetua disparos com arma de fogo sem atingir a vítima , aparentemente, três normas são aplicáveis. O artigo 132, do CP, o artigo 10 § 1°, III, da Lei 9437/97, e o art. 121, c/c o art. 14, II do CP. O tipo de�nidor da tentativa de homicídio descreve um fato mais amplo e mais grave do qual cabemos dois primeiros. LEX CONSUMENS DEROGAT CONSUMPTAE Ocorre quando um fato mais grave absorve outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento. Leitura 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 5/14 , Alguns estudiosos (doutrinadores) ainda relutam em aceitar o princípio da alternatividade como uma opção para a resolução dos con�itos normativos, pois a�rmam que não se pode falar em concurso ou con�ito aparente de normas., , Para ler mais sobre o Princípio da Alternatividade, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a01.pdf) LEI PENAL NO TEMPO Neste tópico, você irá reconhecer o aspecto da lei penal que muito se aproxima da manifestação da vida humana em geral, pois assim como os seres humanos a lei pode nascer, viver e morrer, com as devidas peculiaridades dos aspectos essenciais que uma norma pode possuir, é claro. A lei está submetida à corrosão do tempo, e encontra a limitação na sua criação ou na sua morte. Leitura , Para ler sobre os Conceitos e aspectos principais, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a02.pdf) PRINCÍPIO DA LEI PENAL NO TEMPO A lei penal é regulada pelo princípio do tempus regit actum, ou seja, a lei do tempo irá reger o ato. Traduzindo, signi�ca que a lei penal aplica-se aos fatos da sua época, ou seja, a lei aplicável à repressão da prática do crime é a lei vigente ao tempo de sua execução. Está norma está expressa no artigo 2º do Código Penal. Con�ito de Leis Penais no Tempo http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a01.pdf http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a02.pdf 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 6/14 Fonte da Imagem: Como as leis podem ser revogadas, então podem ocorrer problemas em decorrência dessa sucessão de leis, pois leis podem ser mais brandas ou mais rígidas e isso re�etirá na análise do fato em relação a sua regulação pelo direito. A nova lei sempre traz conteúdo diverso da anterior, pois se assim não fosse não seria necessário criar uma nova lei. As regras e os princípios que buscam solucionar o con�ito de leis penais no tempo constituem o Direito penal intertemporal. Os casos de con�ito estão disciplinados no art. 5º, XL, da Constituição Federal, e nos art. 2º e 3º do código penal. Nestes dispositivos, estão estabelecidas as regras e as exceções. A regra é a aplicação da lei em vigor na época em que o fato (crime) foi praticado em decorrência da aplicação do princípio do tempus regit actum. Entretanto, algumas exceções e situações podem surgir nessa relação entre a data do fato e a sucessão de leis, merecendo uma análise mais profunda do tema e das formas de solução, como: A – NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA A lei cria uma nova �gura penal, ou seja, incrimina uma conduta que até então era permitida (novatio legis incriminadora). Trata-se da circunstância em que a nova lei cria o crime, ou seja, torna uma determinada conduta que, até então, era permitida (tolerada pela sociedade), em conduta criminosa. A nova lei só pode ser utilizada parafatos que forem praticados após a sua vigência, como preceitua o art. 1º do Código Penal. B – LEX GRAVIOR A lei posterior é mais rígida do que a lei anterior (lex gravior) Neste caso, já existe uma lei penal regulando a situação (diferente do caso anterior da novatio legis), entretanto surge uma nova lei que, de qualquer forma, torna mais rígida a reprimenda em face do réu. Essa lei mais grave jamais poderá retroagir para alcançar atos anteriores a sua vigência, conforme descreve o art. 5, XL, da FCRB/88 — princípio da irretroatividade da lei mais gravosa. C – ABOLITIO CRIMINIS A lei posterior extingue o crime (abolitio criminis) 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 7/14 A lei nova deixa de considerar crime a conduta até então prevista como tal. A conduta que antes era crime, com a nova lei, passa a ser permitida. A nova lei pratica a abolição do crime do ordenamento jurídico-penal, transformando em uma conduta irrelevante para o Direito penal. Lei penal no tempo Art. 2º- Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Código Penal) Para ler mais sobre a Abolitio criminis, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a03.pdf) D – LEX MITIOR A lei posterior extingue o crime (abolitio criminis) Ocorre quando a nova lei trata de tema (crime), que já existe e está regulado pela lei, de forma mais branda, ou seja, mais bené�ca ao réu. Esta situação se aproxima muito com a abolitio criminis, com a diferença que, naquele, o réu é bene�ciado com a revogação total do crime, enquanto que, aqui, a lei não deixa de existir e sim, trás algum benefício ao réu. Nesta hipótese, a lei mais bené�ca, por uma questão de opção de política criminal que nosso país adota, retroagirá e alcançará até mesmo fatos anteriores a sua vigência. Código penal Art. 2º (…) - Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Constituição Federal de 1988 Art. 5 (…) - XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene�ciar o réu. E A lei posterior possui parte mais bené�ca ao réu e outra parte mais malé�ca. Algumas normas penais acabam por favorecer o réu, em determinados aspectos, e prejudicá-lo em outros. Neste caso, surge uma controvérsia sobre qual norma aplicar, a lei nova e seu caráter misto (bené�co e malé�co) ou a norma anterior. E ainda, seria possível aplicar apenas a parte que bene�cia o réu da lei nova e ignorar a parte ruim (malé�ca)?! Neste caso, aplica-se a lei mais nova, na sua integralidade, ainda que ela não seja totalmente vantajosa ao réu. A doutrina (grandes autores renomados sobre o tema) e a jurisprudência (decisões dos juízes) seguem forte no sentido de que não pode o réu fazer combinações de lei, assim pegando parte da lei nova que lhe interessa e utilizando de parte da lei antiga. O réu tem que suportar os aspectos ruins da nova lei para poder se bene�ciar das vantagens que a nova lei pode lhe proporcionar. TEMPO DO CRIME Necessário se faz estabelecer o momento em que o crime é praticado, até mesmo para que possamos determinar quando incidirá a lei penal sobre o fato criminoso. Nesse contexto, devemos decidir quando o crime é praticado. Para solucionar esta questão surgem três teorias: http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a03.pdf 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 8/14 Fonte da Imagem: Lei penal no espaço No que se refere ao Direito penal no espaço, devemos ter em mente que precisamos estabelecer qual o limite espacial (territorial) que será possível aplicar o Direito penal. Não podemos deixar de assinalar que a possibilidade de aplicar o Direito, seja ele de qual ramo for, é um exercício de soberania do Estado, então só será possível aplicá-lo no local em que o Estado exerce essa soberania, ou seja, no seu território. TERRITORIALIDADE O código penal limita a sua incidência ao território nacional, por conta disso a�rma-se que aplicamos como regra o princípio da territorialidade na forma do art. 5º do CP. Contudo, a lei também prevê exceções a esta regra, que são os casos de extraterritorialidade previstos no art. 7 do CP. Inicialmente, se faz necessário estabelecer qual o conceito de território, que compreende: galeria/aula2/img/slidertransicao/s20.jpg Solo Ocupado pela corporação política; 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 9/14 galeria/aula2/img/slidertransicao/s21.jpg Rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos; galeria/aula2/img/slidertransicao/s22.jpg Mar territorial (12 milhas marítimas) Onde o Brasil exerce plena soberania. Navios mercantes e militares estrangeiros podem passar livremente (direito de passagem inocente), embora sujeitos ao poder de polícia do Estado costeiro; galeria/aula2/img/slidertransicao/s23.jpg Zona contígua (12 as 24 milhas marítimas) Zona de �scalização a �m de evitar ou reprimir infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, �scais, de imigração ou sanitários, no território ou mar territorial; galeria/aula2/img/slidertransicao/s24.jpg Zona econômica exclusiva (12 as 200 milhas) Contada a partir do mar territorial, onde o Brasil tem direitos de soberania para �ns de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos vivos ou não vivos, águas sobrejacentes ao leito do mar, deste e seu subsolo, além de outras atividades visando ao aproveitamento da zona para �nalidade econômica. Para efeito da aplicação penal, não é considerado território nacional; galeria/aula2/img/slidertransicao/s25.jpg Espaço aéreo (dimensão estatal de altitude) É a camada atmosférica referente ao espaço aéreo acima do território nacional e mar territorial (art. 11 – Lei 7.565/1986), onde o Brasil exerce completa e exclusiva soberania ditada por imperativos de segurança nacional; galeria/aula2/img/slidertransicao/s26.jpg Navios e aeronaves Os navios e as aeronaves públicos são considerados extensão do território nacional, aonde quer que estejam. São classi�cados como território por extensão. Aplica-se aqui o princípio do Pavilhão ou da Bandeira estabelecendo que irá prevalecer a bandeira da embarcação e/ou da aeronave, independente do lugar que ela esteja, desde que a serviço do país. Quando a aeronave ou a embarcação for particular, desde que esteja em mar territorial ou em espaço aéreo correspondente brasileiro, aplica-se a nossa legislação. Atenção , Espaço cósmico — pode ser explorado e utilizado por todos os Estados, em condição de igualdade e sem discriminação. Não é objeto de apropriação estatal. A regra é a aplicação da lei penal no território nacional, ainda que seja um território por extensão (ou também chamado de território por equiparação), contudo é possível a aplicação da lei penal brasileira aos casos praticados fora do território nacional. São os ditos casos de extraterritorialidade. EXTRATERRITORIALIDADE O artigo 7º, do Código Penal, cuida do denominado princípio da extraterritorialidade da lei penal brasileira. 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 10/14 As hipóteses são expressamente previstas na lei penal, ante seu caráter excepcional, já que a regra é a territorialidade da lei, prevista no artigo 5º, do mesmo Código. Entendemos que as espécies de extraterritorialidade são três: Para melhor compreender o item anteriormente proposto e estabelecer que, para caso de extraterritorialidade, o ordenamento jurídico determina um princípio, vamos analisar os princípios aplicados. PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU NACIONALIDADEAplica-se a lei penal brasileira, independentemente onde o crime for praticado no estrangeiro ou independentemente do bem jurídico afetado, quando o autor for brasileiro (Art. 7º , I , alínea a) ou quando a vítima do crime for brasileira (Art. 7º, II alínea b). Devem-se observar as condições impostas pelo § 2º e § 3º para a incidência dessas hipóteses. PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO Aplica-se a lei penal brasileira quando o agente for residente no país. Conforme art. 7º, I, alínea d do CP. PRINCÍPIO DA DEFESA, REAL OU PROTEÇÃO Qualquer uma das três denominações serve para estabelecer que a lei penal será aplicada nos casos previstos no art. 7º, I, alíneas a, b e c. PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL Também conhecido como justiça cosmopolita. A aplicação da lei penal brasileira, neste caso, se fundamenta pelo dever solidário de repressão de certo delitos, cuja punição interessa a todos. Está prevista no art. 7º, II, alínea a do CP. Í Ã Ã 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 11/14 PRINCÍPIO DO PAVILHÃO, BANDEIRA, REPRESENTAÇÃO Trata-se da hipótese do que nos referimos aos casos de território por extensão. Está previsto expressamente no art. 7º, II, alínea c do CP. Leitura , Para ler sobre os Territorialidade e Extraterritorialidade, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a04.pdf) LUGAR DO CRIME A aplicação da lei penal brasileira, para ser aplicada, precisa estabelecer o local do crime. Para tanto, surgem três teorias para estabelecer qual o local do crime. Atenção , Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984), , Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado., , Observação: Não podemos confundir o tempo do crime (que possui também três teorias) em que o código penal adotou a Teoria da Atividade (art. 4 do CP), com o lugar do crime que possui estas mesmas três teorias, contudo, aqui, o código adotou a Teoria Mista ou da ubiquidade (art. 6 do CP). Fonte da Imagem: http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a04.pdf 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 12/14 Disposições �nal acerca da aplicação da lei penal Contagem de prazo Importante estabelecer qual forma irá se dar a contagem dos prazos no Direito penal. Esta circunstância afeta de diretamente vários outros institutos que iremos estudar mais à frente, como por exemplo, a prescrição. Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. O art. 10, do CP, nos trás a solução, pois estabelece que para calcular o prazo penal devemos incluir o dia do começo. A contagem do prazo penal inclui feriados e �nais de semana sem qualquer interrupção. Desprezam-se as frações de dia. Vamos ver um exemplo para �xar o entendimento. Observações: O calendário comum a que se refere o artigo é o calendário gregoriano, aquele em que se entende por dia o hiato de tempo entre a meia-noite de um dia até a meia-noite do outro dia. Diferente do prazo penal (que inclui o dia do começo e despreza o dia do �nal) o prazo do processo (prazo processual penal) é o oposto, pois exclui o dia do começo e inclui o dia do �nal. Art. 798, § 1º, do Código de Processo Penal. Exemplo , Imaginemos que determinado crime fosse cometido no dia 01/01/2016, por volta das 23 horas e 59 minutos, e que sua prescrição (perda do período em que o Estado pode punir uma pessoa pela prática de um crime) ocorresse em 3 anos, logo (como regra) a prescrição (perda do direito de punir) deveria ocorrer no dia 01/01/2019., , Levaria em conta o dia do começo (mesmo que seja 1 minuto) e desprezaria as frações de dia (entenda-se como cômputo do dia, independentemente da hora que esteja naquele dia). Assim também se aplica à toda regra que cerceia um indivíduo de sua liberdade., , Dessa forma, se for decretada uma prisão por prazo determinado (prisão temporária) de 5 dias, e o acusado for preso às 23:59 h, esse dia (como se inclui o dia do começo da prática da ação ou omissão) será considerado para cumprimento da sua prisão, logo ele só �cará mais 4 dias preso e, depois, se não houver nenhum outro problema com a justiça, será posto em liberdade., , Os prazos penais são improrrogáveis, então mesmo que terminem em um �nal de semana ou feriado, ainda sim será levado em consideração. Pegando aquele nosso exemplo, se a prisão temporária terminasse em um domingo ou até mesmo feriado, a sua prisão (que segue a contagem de prazo penal) levaria em conta e terminaria no feriado, sábado ou domingo., , Findo o prazo deverá ser posto em liberdade. Nesse nosso exemplo, o réu foi bene�ciado, pois mesmo �cando apenas 1 minuto preso, do dia 01/01/2016, por questões de política criminal, não consideramos a fração do dia, então independentemente da hora será sempre considerado o dia inteiro., , Contudo, o prazo penal despreza o dia do �nal de sua contagem, pois se a prisão do indivíduo acaba, por exemplo, no dia 05/01/2016, quando for 00:01 já se iniciará dia 5 e, 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 13/14 portanto, o indivíduo deverá ser posto em liberdade., , Então, o dia do �nal, quando se tratar de prisão, por exemplo, não chega a ser cumprido. Reforça-se a ideia que esta regra é uma questão de política criminal que o Brasil adota. Frações não computáveis da pena O art. 11, do CP, trás a determinação de que as frações de horas serão desprezadas, o que signi�ca que, se uma pessoa, por exemplo, for condenada a 10 dias de prisão e tiver um acréscimo de 1/3 (por qualquer motivo de causa de aumento previsto na lei), e essa conta resultar em dias + algumas horas (10 dias + 1/3 = 13 dias e 6 horas, aproximadamente) as horas são desprezadas e o indivíduo só precisará cumprir os 13 dias. O referido dispositivo ainda a�rma que as frações de cruzeiro serão desprezadas, por motivos óbvios a expressão cruzeiro deve ser substituída por reais. Nesta regra, o que a lei penal despreza são os centavos, como, por exemplo, imaginemos um pessoa que foi condenada a pagar um multa de R$ 30,25 (trinta reais e vinte e cinco centavos). Nesse caso, desprezam-se os centavos e o condenado só precisará pagar os R$ 30 reais. Legislação Especial O código faz menção ao fato de que as regras gerais do CP (do art. 1º até 120º) se aplicam à parte especial do código que trata dos crimes (art. 121 até 359-h) bem como até mesmo às legislações especiais que não estão disciplinadas no código (Estatuto do Desarmamento, Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Trânsito etc.) desde que essas legislações especiais não dispunham de forma diversa do CP. O ordenamento jurídico penal, apesar de estar, em boa parte, codi�cado, no que conhecemos como Código penal, também possui legislação que disciplina e trata da matéria penal como as já citadas leis. Dessa forma, o art. 12, do CP, expressamente estabelece essa aplicação subsidiária às demais legislações. ATIVIDADE Com base nos ensinamentos, leia a seguinte reportagem e re�ita se seria possível ou não aplicação da lei. Dez anos do assassinato de Jean Charles de Menezes na Inglaterra (glossário) Resposta Correta http://www.esquerdadiario.com.br/Dez-anos-do-assassinato-de-Jean-Charles-de-Menezes-na-Inglaterra 18/10/2020 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 14/14 Glossário
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