Buscar

Aula 2 - Teoria da Norma Penal Lei Penal no

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 1/14
Direito Penal Aplicado I
Aula 2 - Teoria da Norma Penal. Lei Penal no
Tempo e no espaço
INTRODUÇÃO
Nesta aula, você irá dar continuidade aos aspectos principais para uma boa compreensão das regras gerais do Direito
penal. Irá analisar qual é o exato conceito de tempo do crime, e estabelecer o seu raio de incidência analisando o Direito
penal no espaço. É de suma importância saber exatamente até onde vai o alcance do Direito penal, em relação ao nosso
conceito de território, bem como compreender os casos excepcionais em que, mesmo sendo praticado fora do nosso
território, ainda assim o crime poderá estar sujeito a nossa lei.
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 2/14
Por derradeiro, você irá estabelecer como acontece a contagem do prazo penal e processual penal, o que é muito
importante para outros aspectos que você irá identi�car mais à frente.
OBJETIVOS
Reconhecer os con�itos aparentes das normas penais
Aplicar os princípios para solucionar os con�itos aparentes;
Reconhecer os aspectos essenciais da lei penal no tempo e distinguir as forma de revogação;
Analisar os aspectos da sucessão de leis no tempo e resolver as questões intertemporais; Reconhecer os conceitos de
território;
Distinguir o caso em que poderá ser classi�cado o território por extensão;
Reconhecer os casos de extraterritorialidade e aplicar os princípios que o regulamenta;
Compreender a forma de contagem de prazo penal e distinguir da contagem do prazo processual penal.
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 3/14
ANALOGIA EM DIREITO PENAL. NATUREZA JURÍDICA E INCIDÊNCIA
Trata-se de complementar uma lacuna da lei, que não regula determinada situação jurídica, se utilizando de outra lei que
compreenda a mesma razão, ou seja, o Direito penal não regula determinado fato, então o intérprete se utiliza de outra
regra, ainda que de outro ramo do Direito, para solucionar o caso.
Consiste em aplicar-se uma hipótese não regulada em lei, disposição relativa a um caso semelhante. Na analogia, o fato
não é regido por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma de caso análogo. É uma forma de autointegração da lei.
Espécies de analogia:
Analogia de norma penal incriminadora
, 
Quando se trata de estabelecer crimes, adotamos o princípio da reserva legal, ou seja, a conduta que se
deseja incriminar deve estar descrita na norma (lei) penal incriminadora de forma clara e taxativa., ,
Entretanto, discute-se a possibilidade de aplicar analogia para estabelecer um crime, e o entendimento
que predomina largamente é no sentido de que fere o princípio da reserva legal, destacando um fato não
de�nido como crime como tal.
Fonte da Imagem:
Con�ito aparente de normas 
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 4/14
Ocorre quando duas ou mais normas aparentemente parecem aplicáveis ao mesmo fato.
Elementos con�gurativos do con�ito:
Uma só infração penal — unidade de fatos;
Duas ou mais normas pretende regulá-lo — pluralidade de normas;
Aparente aplicação de todas as normas à espécie;
Efetiva aplicação de apenas uma delas.
A solução se dá pela aplicação de alguns princípios, que são:
LEX SPECIALIS DEROGAT GENERALIS
Especial é a norma que possui todos os elementos gerais e mais alguns denominados de
especializantes que trazem um minus ou um plus de severidade.
A lei especial prevalece sobre a geral a qual deixa de incidir sobre aquela hipótese. Ex.: o art. 123, do CP,
trata de infanticídio que prevalece sobre o artigo 121 homicídio, pois além de ter os elementos genéricos
deste possui elementos especializantes (próprio �lho, durante o parto ou logo após etc.).
LEX PRIMARIA DEROGAT SUBSIDIARIAE
Subsidiária é aquela norma que descreve, em grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é,
um fato menos amplo e menos grave, o qual embora de�nido como delito autônomo, encontra-se
também compreendido, em outro tipo, como fase normal de execução de crime mais grave.
A norma primária prevalece sobre a subsidiária. Exemplo: o agente efetua disparos com arma de fogo
sem atingir a vítima , aparentemente, três normas são aplicáveis. O artigo 132, do CP, o artigo 10 § 1°, III,
da Lei 9437/97, e o art. 121, c/c o art. 14, II do CP.
O tipo de�nidor da tentativa de homicídio descreve um fato mais amplo e mais grave do qual cabemos
dois primeiros.
LEX CONSUMENS DEROGAT CONSUMPTAE
Ocorre quando um fato mais grave absorve outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como
fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento.
Leitura
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 5/14
, 
Alguns estudiosos (doutrinadores) ainda relutam em aceitar o princípio da alternatividade como uma
opção para a resolução dos con�itos normativos, pois a�rmam que não se pode falar em concurso ou
con�ito aparente de normas., , Para ler mais sobre o Princípio da Alternatividade, clique aqui.
(galeria/aula2/docs/a01.pdf)
LEI PENAL NO TEMPO
Neste tópico, você irá reconhecer o aspecto da lei penal que
muito se aproxima da manifestação da vida humana em
geral, pois assim como os seres humanos a lei pode nascer,
viver e morrer, com as devidas peculiaridades dos aspectos
essenciais que uma norma pode possuir, é claro. 
A lei está submetida à corrosão do tempo, e encontra a
limitação na sua criação ou na sua morte.
Leitura
, Para ler sobre os Conceitos e aspectos principais, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a02.pdf)
PRINCÍPIO DA LEI PENAL NO TEMPO
A lei penal é regulada pelo princípio do tempus regit actum, ou seja, a lei do tempo irá reger o ato. Traduzindo, signi�ca que
a lei penal aplica-se aos fatos da sua época, ou seja, a lei aplicável à repressão da prática do crime é a lei vigente ao tempo
de sua execução. Está norma está expressa no artigo 2º do Código Penal.
Con�ito de Leis Penais no Tempo
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a01.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a02.pdf
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 6/14
Fonte da Imagem:
Como as leis podem ser revogadas, então podem ocorrer problemas em decorrência dessa sucessão de leis, pois leis
podem ser mais brandas ou mais rígidas e isso re�etirá na análise do fato em relação a sua regulação pelo direito. A nova
lei sempre traz conteúdo diverso da anterior, pois se assim não fosse não seria necessário criar uma nova lei.
As regras e os princípios que buscam solucionar o con�ito de leis penais no tempo constituem o Direito penal
intertemporal.
Os casos de con�ito estão disciplinados no art. 5º, XL, da Constituição Federal, e nos art. 2º e 3º do código penal. Nestes
dispositivos, estão estabelecidas as regras e as exceções. A regra é a aplicação da lei em vigor na época em que o fato
(crime) foi praticado em decorrência da aplicação do princípio do tempus regit actum.
Entretanto, algumas exceções e situações podem surgir nessa relação entre a data do fato e a sucessão de leis,
merecendo uma análise mais profunda do tema e das formas de solução, como:
A – NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
A lei cria uma nova �gura penal, ou seja, incrimina uma conduta que até então era permitida (novatio
legis incriminadora).
Trata-se da circunstância em que a nova lei cria o crime, ou seja, torna uma determinada conduta que,
até então, era permitida (tolerada pela sociedade), em conduta criminosa. A nova lei só pode ser utilizada
parafatos que forem praticados após a sua vigência, como preceitua o art. 1º do Código Penal.
B – LEX GRAVIOR
A lei posterior é mais rígida do que a lei anterior (lex gravior)
Neste caso, já existe uma lei penal regulando a situação (diferente do caso anterior da novatio legis),
entretanto surge uma nova lei que, de qualquer forma, torna mais rígida a reprimenda em face do réu.
Essa lei mais grave jamais poderá retroagir para alcançar atos anteriores a sua vigência, conforme
descreve o art. 5, XL, da FCRB/88 — princípio da irretroatividade da lei mais gravosa.
C – ABOLITIO CRIMINIS
A lei posterior extingue o crime (abolitio criminis)
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 7/14
A lei nova deixa de considerar crime a conduta até então prevista como tal. A conduta que antes era
crime, com a nova lei, passa a ser permitida. A nova lei pratica a abolição do crime do ordenamento
jurídico-penal, transformando em uma conduta irrelevante para o Direito penal.
Lei penal no tempo
Art. 2º- Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Código Penal)
Para ler mais sobre a Abolitio criminis, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a03.pdf)
D – LEX MITIOR
A lei posterior extingue o crime (abolitio criminis)
Ocorre quando a nova lei trata de tema (crime), que já existe e está regulado pela lei, de forma mais
branda, ou seja, mais bené�ca ao réu. Esta situação se aproxima muito com a abolitio criminis, com a
diferença que, naquele, o réu é bene�ciado com a revogação total do crime, enquanto que, aqui, a lei não
deixa de existir e sim, trás algum benefício ao réu.
Nesta hipótese, a lei mais bené�ca, por uma questão de opção de política criminal que nosso país adota,
retroagirá e alcançará até mesmo fatos anteriores a sua vigência.
Código penal 
Art. 2º (…) - Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Constituição Federal de 1988 
Art. 5 (…) - XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene�ciar o réu.
E
A lei posterior possui parte mais bené�ca ao réu e outra parte mais malé�ca.
Algumas normas penais acabam por favorecer o réu, em determinados aspectos, e prejudicá-lo em
outros. Neste caso, surge uma controvérsia sobre qual norma aplicar, a lei nova e seu caráter misto
(bené�co e malé�co) ou a norma anterior. E ainda, seria possível aplicar apenas a parte que bene�cia o
réu da lei nova e ignorar a parte ruim (malé�ca)?!
Neste caso, aplica-se a lei mais nova, na sua integralidade, ainda que ela não seja totalmente vantajosa
ao réu. A doutrina (grandes autores renomados sobre o tema) e a jurisprudência (decisões dos juízes)
seguem forte no sentido de que não pode o réu fazer combinações de lei, assim pegando parte da lei
nova que lhe interessa e utilizando de parte da lei antiga.
O réu tem que suportar os aspectos ruins da nova lei para poder se bene�ciar das vantagens que a nova
lei pode lhe proporcionar.
TEMPO DO CRIME
Necessário se faz estabelecer o momento em que o crime é praticado, até mesmo para que possamos determinar quando
incidirá a lei penal sobre o fato criminoso. Nesse contexto, devemos decidir quando o crime é praticado. Para solucionar
esta questão surgem três teorias:
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a03.pdf
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 8/14
Fonte da Imagem:
Lei penal no espaço
No que se refere ao Direito penal no espaço, devemos ter em mente que precisamos estabelecer qual o limite espacial
(territorial) que será possível aplicar o Direito penal.
Não podemos deixar de assinalar que a possibilidade de aplicar o Direito, seja ele de qual ramo for, é um exercício de
soberania do Estado, então só será possível aplicá-lo no local em que o Estado exerce essa soberania, ou seja, no seu
território.
TERRITORIALIDADE
O código penal limita a sua incidência ao território nacional, por conta disso a�rma-se que aplicamos como regra o
princípio da territorialidade na forma do art. 5º do CP.
Contudo, a lei também prevê exceções a esta regra, que são os casos de extraterritorialidade previstos no art. 7 do CP.
Inicialmente, se faz necessário estabelecer qual o conceito de território, que compreende:
galeria/aula2/img/slidertransicao/s20.jpg
Solo 
Ocupado pela corporação política;
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295C… 9/14
galeria/aula2/img/slidertransicao/s21.jpg
Rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos;
galeria/aula2/img/slidertransicao/s22.jpg
Mar territorial (12 milhas marítimas)
Onde o Brasil exerce plena soberania. Navios mercantes e militares estrangeiros podem passar
livremente (direito de passagem inocente), embora sujeitos ao poder de polícia do Estado costeiro;
galeria/aula2/img/slidertransicao/s23.jpg
Zona contígua (12 as 24 milhas marítimas) 
Zona de �scalização a �m de evitar ou reprimir infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, �scais,
de imigração ou sanitários, no território ou mar territorial;
galeria/aula2/img/slidertransicao/s24.jpg
Zona econômica exclusiva (12 as 200 milhas) 
Contada a partir do mar territorial, onde o Brasil tem direitos de soberania para �ns de exploração e
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos vivos ou não vivos, águas sobrejacentes ao leito do
mar, deste e seu subsolo, além de outras atividades visando ao aproveitamento da zona para �nalidade
econômica. Para efeito da aplicação penal, não é considerado território nacional;
galeria/aula2/img/slidertransicao/s25.jpg
Espaço aéreo (dimensão estatal de altitude) 
É a camada atmosférica referente ao espaço aéreo acima do território nacional e mar territorial (art. 11 –
Lei 7.565/1986), onde o Brasil exerce completa e exclusiva soberania ditada por imperativos de
segurança nacional;
galeria/aula2/img/slidertransicao/s26.jpg
Navios e aeronaves 
Os navios e as aeronaves públicos são considerados extensão do território nacional, aonde quer que
estejam. São classi�cados como território por extensão. Aplica-se aqui o princípio do Pavilhão ou da
Bandeira estabelecendo que irá prevalecer a bandeira da embarcação e/ou da aeronave, independente do
lugar que ela esteja, desde que a serviço do país. Quando a aeronave ou a embarcação for particular,
desde que esteja em mar territorial ou em espaço aéreo correspondente brasileiro, aplica-se a nossa
legislação.
Atenção
, 
Espaço cósmico — pode ser explorado e utilizado por todos os Estados, em condição de igualdade e sem
discriminação. Não é objeto de apropriação estatal.
A regra é a aplicação da lei penal no território nacional, ainda que seja um território por extensão (ou
também chamado de território por equiparação), contudo é possível a aplicação da lei penal brasileira
aos casos praticados fora do território nacional. São os ditos casos de extraterritorialidade.
EXTRATERRITORIALIDADE
O artigo 7º, do Código Penal, cuida do denominado princípio da extraterritorialidade da lei penal brasileira.
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 10/14
As hipóteses são expressamente previstas na lei penal, ante seu caráter excepcional, já que a regra é a territorialidade da
lei, prevista no artigo 5º, do mesmo Código.
Entendemos que as espécies de extraterritorialidade são três:
Para melhor compreender o item anteriormente proposto e estabelecer que, para caso de extraterritorialidade, o
ordenamento jurídico determina um princípio, vamos analisar os princípios aplicados.
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU NACIONALIDADEAplica-se a lei penal brasileira, independentemente onde o crime for praticado no estrangeiro ou
independentemente do bem jurídico afetado, quando o autor for brasileiro (Art. 7º , I , alínea a) ou quando
a vítima do crime for brasileira (Art. 7º, II alínea b).
Devem-se observar as condições impostas pelo § 2º e § 3º para a incidência dessas hipóteses.
PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO
Aplica-se a lei penal brasileira quando o agente for residente no país. Conforme art. 7º, I, alínea d do CP.
PRINCÍPIO DA DEFESA, REAL OU PROTEÇÃO
Qualquer uma das três denominações serve para estabelecer que a lei penal será aplicada nos casos
previstos no art. 7º, I, alíneas a, b e c.
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL
Também conhecido como justiça cosmopolita. A aplicação da lei penal brasileira, neste caso, se
fundamenta pelo dever solidário de repressão de certo delitos, cuja punição interessa a todos. Está
prevista no art. 7º, II, alínea a do CP.
Í Ã Ã
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 11/14
PRINCÍPIO DO PAVILHÃO, BANDEIRA, REPRESENTAÇÃO
Trata-se da hipótese do que nos referimos aos casos de território por extensão. Está previsto
expressamente no art. 7º, II, alínea c do CP.
Leitura
, Para ler sobre os Territorialidade e Extraterritorialidade, clique aqui. (galeria/aula2/docs/a04.pdf)
LUGAR DO CRIME
A aplicação da lei penal brasileira, para ser aplicada, precisa estabelecer o local do crime. Para tanto, surgem três teorias
para estabelecer qual o local do crime.
Atenção
, Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984), , Art. 6º - Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado., , Observação: Não podemos confundir o tempo do crime (que possui também
três teorias) em que o código penal adotou a Teoria da Atividade (art. 4 do CP), com o lugar do crime que
possui estas mesmas três teorias, contudo, aqui, o código adotou a Teoria Mista ou da ubiquidade (art. 6
do CP).
Fonte da Imagem:
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon636/galeria/aula2/docs/a04.pdf
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 12/14
Disposições �nal acerca da aplicação da lei penal
Contagem de prazo
Importante estabelecer qual forma irá se dar a contagem dos prazos no Direito penal. Esta circunstância afeta de
diretamente vários outros institutos que iremos estudar mais à frente, como por exemplo, a prescrição.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
O art. 10, do CP, nos trás a solução, pois estabelece que para
calcular o prazo penal devemos incluir o dia do começo. A
contagem do prazo penal inclui feriados e �nais de semana
sem qualquer interrupção. Desprezam-se as frações de dia.
Vamos ver um exemplo para �xar o entendimento.
Observações:
O calendário comum a que se refere o artigo é o calendário gregoriano, aquele em que se entende por dia o hiato de tempo
entre a meia-noite de um dia até a meia-noite do outro dia.
Diferente do prazo penal (que inclui o dia do começo e despreza o dia do �nal) o prazo do processo (prazo processual
penal) é o oposto, pois exclui o dia do começo e inclui o dia do �nal. Art. 798, § 1º, do Código de Processo Penal.
Exemplo
, Imaginemos que determinado crime fosse cometido no dia 01/01/2016, por volta das 23 horas e 59
minutos, e que sua prescrição (perda do período em que o Estado pode punir uma pessoa pela prática de
um crime) ocorresse em 3 anos, logo (como regra) a prescrição (perda do direito de punir) deveria
ocorrer no dia 01/01/2019., , Levaria em conta o dia do começo (mesmo que seja 1 minuto) e
desprezaria as frações de dia (entenda-se como cômputo do dia, independentemente da hora que esteja
naquele dia). Assim também se aplica à toda regra que cerceia um indivíduo de sua liberdade., , Dessa
forma, se for decretada uma prisão por prazo determinado (prisão temporária) de 5 dias, e o acusado for
preso às 23:59 h, esse dia (como se inclui o dia do começo da prática da ação ou omissão) será
considerado para cumprimento da sua prisão, logo ele só �cará mais 4 dias preso e, depois, se não
houver nenhum outro problema com a justiça, será posto em liberdade., , Os prazos penais são
improrrogáveis, então mesmo que terminem em um �nal de semana ou feriado, ainda sim será levado
em consideração. Pegando aquele nosso exemplo, se a prisão temporária terminasse em um domingo
ou até mesmo feriado, a sua prisão (que segue a contagem de prazo penal) levaria em conta e terminaria
no feriado, sábado ou domingo., , Findo o prazo deverá ser posto em liberdade. Nesse nosso exemplo, o
réu foi bene�ciado, pois mesmo �cando apenas 1 minuto preso, do dia 01/01/2016, por questões de
política criminal, não consideramos a fração do dia, então independentemente da hora será sempre
considerado o dia inteiro., , Contudo, o prazo penal despreza o dia do �nal de sua contagem, pois se a
prisão do indivíduo acaba, por exemplo, no dia 05/01/2016, quando for 00:01 já se iniciará dia 5 e,
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 13/14
portanto, o indivíduo deverá ser posto em liberdade., , Então, o dia do �nal, quando se tratar de prisão, por
exemplo, não chega a ser cumprido. Reforça-se a ideia que esta regra é uma questão de política criminal
que o Brasil adota.
Frações não computáveis da pena
O art. 11, do CP, trás a determinação de que as frações de horas serão desprezadas, o que signi�ca que, se uma pessoa,
por exemplo, for condenada a 10 dias de prisão e tiver um acréscimo de 1/3 (por qualquer motivo de causa de aumento
previsto na lei), e essa conta resultar em dias + algumas horas (10 dias + 1/3 = 13 dias e 6 horas, aproximadamente) as
horas são desprezadas e o indivíduo só precisará cumprir os 13 dias.
O referido dispositivo ainda a�rma que as frações de cruzeiro serão desprezadas, por motivos óbvios a expressão cruzeiro
deve ser substituída por reais. Nesta regra, o que a lei penal despreza são os centavos, como, por exemplo, imaginemos
um pessoa que foi condenada a pagar um multa de R$ 30,25 (trinta reais e vinte e cinco centavos). Nesse caso,
desprezam-se os centavos e o condenado só precisará pagar os R$ 30 reais.
Legislação Especial
O código faz menção ao fato de que as regras gerais do CP (do art. 1º até 120º) se aplicam à parte especial do código que
trata dos crimes (art. 121 até 359-h) bem como até mesmo às legislações especiais que não estão disciplinadas no
código (Estatuto do Desarmamento, Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Trânsito etc.) desde que essas
legislações especiais não dispunham de forma diversa do CP.
O ordenamento jurídico penal, apesar de estar, em boa parte, codi�cado, no que conhecemos como Código penal, também
possui legislação que disciplina e trata da matéria penal como as já citadas leis.
Dessa forma, o art. 12, do CP, expressamente estabelece essa aplicação subsidiária às demais legislações.
ATIVIDADE
Com base nos ensinamentos, leia a seguinte reportagem e re�ita se seria possível ou não aplicação da lei. 
Dez anos do assassinato de Jean Charles de Menezes na Inglaterra (glossário)
Resposta Correta
http://www.esquerdadiario.com.br/Dez-anos-do-assassinato-de-Jean-Charles-de-Menezes-na-Inglaterra
18/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230254DB4F19DC3C979007D5F6753FC98C75CDDA5E22527A56E8A072295… 14/14
Glossário

Outros materiais