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Psicologia Social e Matrizes 
 
 
Sara Carneiro Gomes da Silva 
 
 
 
 
 
 
Fortaeza 
2020 
 
Qual a relevância do conceito trabalhado por Bader Sawaia, 
Sofrimento Ético-Político, para a atuação da/o psicóloga/o 
social? 
A compreensão de que a dialética da exclusão e inclusão causa sofrimento ético-político 
aos sujeitos, ao afetar seu cotidiano e suas relações sociais, traz à tona a necessidade de 
resgatar a subjetividade que ficou envolvida, e até mesmo perdida, nas entrelinhas das 
análises econômicas e políticas do fenômeno da pobreza e da desigualdade social. Tal 
resgate implica uma mudança na perspectiva de atuação dos profissionais que atuam na 
Assistência Social, os quais são convocados a ir além da busca por tratar das questões 
objetivas, passando a olhar para a subjetividade como uma dimensão necessária para a 
superação da desigualdade social. 
Nesse sentido, o que trazemos para a discussão é a ideia de que nós, psicólogas e 
psicólogos, devemos pensar uma política pública que não se preste a moldar, reeducar ou 
dirigir a vida das pessoas, e sim promover sujeitos capazes de refletir e se tornarem 
agentes participativos em seu processo de desenvolvimento pessoal e na transformação 
de seus contextos de vida. De forma adjacente, buscar o desenvolvimento das capacidades 
autônomas do pensar, sentir e agir na tomada de decisões em várias situações da vida. É 
preciso que sejamos, então, profissionais politicamente comprometidos com as 
transformações sociais, como mediadores que busquem sempre um espaço de liberdade 
e invenção de novos processos de subjetivação que sejam revolucionários. Assim como 
garantir a escuta do sofrimento ético-político, inerente aos processos de desigualdade 
social, é preciso refinar nosso olhar para as lutas travadas por essas pessoas pela 
sobrevivência diária, que revelam a potência criativa presente no enfrentamento dessas 
situações, salientado, na maioria das vezes, apenas como o espaço da falta. Pensar no 
acesso à Psicologia pelas pessoas que vivem em tais condições é trabalhar no encontro 
entre o sofrimento e a perseverança, compreendendo seus contextos específicos, suas 
práticas culturais e de resistência. 
O sofrimento ético-político diz respeito ao sentimento que parte do indivíduo dentro de 
um contexto político, econômico, social e cultural. Aflige aquele que percebe, de alguma 
forma, sua condição excluída, desalojada, a dor individual e coletiva da desigualdade e 
os seus impactos na vida cotidiana. O sofrimento ético-político nos conta os efeitos 
dilacerantes de um sistema grosseiro e desumano que tem nome: capitalismo. 
Segundo Lane (1996a, 1996b), o contexto sociopolítico brasileiro exigia o 
redirecionamento da Psicologia às questões sociais de nosso País, em busca das 
estratégias de reorganização popular, o que só seria possível mediante conhecimentos 
obtidos por pesquisas empíricas sobre a nossa sociedade e seu povo. A autora buscava 
um novo referencial que permitisse atuar com a população em favelas, comunidades, 
movimentos sociais, sindicatos, periferias, entre outros, o que obrigaria o psicólogo a se 
defrontar diretamente com a interface entre a transformação social e a subjetividade. Ela 
buscou referências na psicologia soviética, especialmente na obra de Vigotski (1991b), 
crítico literário e psicólogo que também recusava a versão mecanicista e ideologizada do 
marxismo.1 Assim, Lane deu início à criação da psicologia sócio-histórica brasileira, 
conhecida na América Latina como a Escola de São Paulo (cf. Sawaia, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencias 
Lane, S. T. M. (1996a). Histórico e fundamentos da psicologia comunitária no Brasil. In 
R. H. F. Campos (Ed.), Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia (pp. 
17- 34). Petrópolis, RJ: Vozes. Lane, S. T. M. (1996b). Parar para pensar e depois fazer. 
Entrevista. Psicologia & Sociedade. São Paulo, 8(1), 3-15. Lukács, G. (1981). Per 
l’ontologia dell’essere sociale, a curadi (A. Scaponi, Trad.). Roma: Ruiniti. 
Vygotski, L. S. (1991b). El significado histórico de la crisis de la psicología: una 
investigación metodológica. In L. S. Vygotski, Obras escogidas (Vol. 1, pp. 257-407). 
Madri: Visor 
Sawaia, B. B. (2011). Da consciência à potência de ação: um movimento possível do 
sujeito revolucionário na psicologia social laneana. In B. Medrado & W. Galindo (Orgs.), 
Psicologia Social e seus movimentos: 30 anos de Abrapso (pp. 35-53). Recife: Ed. 
Universitária. Sawaia, B. B. (2012). As artimanhas da

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