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Metodologia do Ensino de Lutas

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Prévia do material em texto

2016
Metodologia do 
ensino de lutas
Prof. Amadeo Félix Salvador
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof. Amadeo Félix Salvador
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
796
S182m 
Salvador; Amadeo Félix
 Metodologia do ensino de lutas / Amadeo Féliz 
Salvador: UNIASSELVI, 2016.
 186 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0045-3
 
 1.Educação Física – Jogos Esportivos. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
Bem-vindos acadêmicos, este caderno é destinado ao ensino das Lutas. 
Na primeira unidade teremos a satisfação de aprender sobre o fantástico 
mundo das lutas. Trataremos da influência sobre os conhecimentos de lutas e 
artes marciais de vários conceitos em nossa formação. Nesse momento, estar 
em uma universidade permite a você ser parte integrante do processo de 
aprendizagem. 
Na Unidade 1, especificamente, estaremos abordando as origens e histórias de 
cada luta e de cada arte marcial, são várias as versões históricas de cada luta. 
Traremos o contexto histórico de cada luta no Brasil, desde a sua chegada até 
os dias atuais. Além disso, entenderemos o significado e o estudo do nome 
luta e do nome arte marcial. Iremos abordar, também, as principais regras das 
mais variadas artes marciais, além de os seus principais movimentos e golpes. 
Complementando cada luta, teremos as principais associações e federações e 
muitas curiosidades das mais diversas lutas e culturas marciais. 
Na Unidade 2, convido você a ser mensageiro das artes marciais para o mundo 
escolar, levar o conhecimento descoberto nas lutas como ensinamento para 
os alunos. Nessa unidade, trataremos, primeiramente, dos direitos e deveres 
como licenciados em Educação Física perante o ensino das artes marciais 
através do estudo das legislações e PCN que falam sobre o assunto. Depois 
disso, trataremos sobre os possíveis aspectos pedagógicos das lutas, desde 
como ensinar, princípios relevantes e, por fim, os aspectos universais das lutas. 
No segundo tópico da unidade, estudaremos a classificação das lutas, que nos 
permite separar e fracionar o ensino e a aprendizagem. Ainda nos modelos de 
classificação, estudaremos as ações realizadas, assim como as ações esperadas 
no ensino das lutas, tanto de forma individual como coletivamente.
Como conclusão dessa unidade traremos, no terceiro tópico, uma série de 
exemplos de atividades que podem ser utilizados no ensino das lutas, seja em 
sala de aula ou no tatame. 
Na nossa última unidade temos muito ainda para aprender sobre o fantástico 
mundo das lutas e como transmitir esse conhecimento aos nossos alunos. 
O esporte é sim uma ferramenta educativa, assim como o ensino das lutas e 
artes marciais, ou ainda, o esporte de lutas pode ser um conteúdo educacional, 
pois é muito mais do que simples gestos repetidos em ordem (DARIDO; 
RANGEL, 2005). Assim, na Unidade 3, iremos trabalhar as atividades de 
ações inesperadas que devem ter extremo foco devido à necessidade de um 
IV
controle do professor ainda maior que as atividades de ação esperada. Ainda 
na Unidade 3, abordaremos a arte da Capoeira, aspectos históricos, conceito 
de Capoeira, principais movimentos e letras de música. Por fim, abordaremos 
o ensino das lutas para pessoas com deficiência, como por exemplo, a luta para 
deficientes intelectuais, auditivos, visuais, físicos, entre outras deficiências. 
Durante o estudo dessa unidade, como nas demais, coloque-se no ambiente 
de ensino e tome notas para que quando for a hora de ensinar esteja mais 
preparado. Vamos lá!
Bons Estudos!
Prof. Amadeo Félix Salvador
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
suMário
UNIDADE 1 – CONHECENDO AS LUTAS ...................................................................................... 1
TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO DAS LUTAS .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITOS ......................................................................................................................................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 7
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 8
TÓPICO 2 – ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS .................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11
2 HISTÓRIA GERAL DAS LUTAS ..................................................................................................... 11
3 HISTÓRIA DAS LUTAS COMO PRÁTICA ESPORTIVA .......................................................... 16
3.1 JUDÔ ................................................................................................................................................ 18
3.1.1 Breve história do judô no Brasil ........................................................................................... 19
3.1.2 Breve resumo do judô e algumas regras ............................................................................ 19
3.2 JIU-JÍTSU .......................................................................................................................................... 22
3.2.1 História do jiu-jítsu no Brasil ............................................................................................... 24
3.2.2 Breve resumo das regras do jiu-jítsu ................................................................................... 26
3.2.3 Principais movimentos do jiu-jítsu ..................................................................................... 27
3.3 CARATÊ ........................................................................................................................................... 28
3.3.1 Breve história do caratê no Brasil ........................................................................................ 31
3.3.2 Breveresumo das regras do caratê ...................................................................................... 32
3.4 KUNG FU ......................................................................................................................................... 34
3.4.1 História do kung fu ................................................................................................................. 34
3.4.2 A história do kung fu no Brasil ............................................................................................. 37
3.4.3 Breve resumo das regras do kung fu .................................................................................... 38
3.5 SUMÔ ............................................................................................................................................... 39
3.5.1 História do Sumô ................................................................................................................... 39
3.5.2 História do Sumô no Brasil .................................................................................................. 41
3.5.3 Resumo breve das regras do Sumô ..................................................................................... 41
3.6 BOXE ................................................................................................................................................ 43
3.6.1 Breve resumo das regras do boxe ........................................................................................ 45
3.7 LUTA GRECO-ROMANA E LUTA LIVRE ................................................................................ 47
3.7.1 História da luta greco-romana ............................................................................................. 48
3.7.2 História da luta greco-romana no Brasil ............................................................................ 49
3.7.3 Breve resumo das regras das lutas ...................................................................................... 50
3.8 ESGRIMA ........................................................................................................................................ 51
3.8.1 História da esgrima no Brasil ............................................................................................... 52
3.8.3 Breve resumo das regras da esgrima .................................................................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 56
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62
VIII
UNIDADE 2 – LUTAS NO AMBIENTE ESCOLAR ......................................................................... 65
TÓPICO 1 – PEDAGOGIA ESCOLAR DA LUTA ........................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 67
2 LEGISLAÇÃO E NORMATIVAS ESCOLARES SOBRE LUTAS ............................................... 67
3 RESPONSABILIDADES E DIFICULDADES DOS PROFESSORES AO ENSINAR LUTAS 
 NA ESCOLA ......................................................................................................................................... 68
3.1 PROPOSTAS PARA O ENSINO DE LUTAS .............................................................................. 74
3.2 COMO ENSINAR AS LUTAS NO AMBIENTE ESCOLAR? .................................................... 75
3.2.1 Dimensão conceitual ............................................................................................................. 76
3.2.2 Dimensão procedimental ...................................................................................................... 77
3.2.3 Dimensão atitudinal .............................................................................................................. 78
4 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS RELEVANTES PARA O ENSINO DE LUTAS NA 
 ESCOLA ................................................................................................................................................. 79
4.1 AVALIAÇÃO ESCOLAR PARA AS LUTAS ............................................................................... 79
4.1.1 A abordagem dos conteúdos ................................................................................................ 80
4.1.2 Critério de inclusão ............................................................................................................... 80
4.1.3 A questão do gênero .............................................................................................................. 82
4.1.4 Respeito e preconceito nas práticas de lutas ...................................................................... 83
4.2 ASPECTOS UNIVERSAIS DAS LUTAS ...................................................................................... 84
4.2.1 Imprevisibilidade ................................................................................................................... 84
4.2.2 Oposição .................................................................................................................................. 85
4.2.3 Regras ...................................................................................................................................... 85
4.2.4 Nível de contato ..................................................................................................................... 86
4.2.5 Ataque e defesa simultâneos ................................................................................................ 86
4.2.6 Oponente móvel ..................................................................................................................... 87
4.2.7 Enfrentamento físico ............................................................................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 92
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO E AÇÕES DAS LUTAS ................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 95
2 CLASSIFICAÇÃO DAS LUTAS ....................................................................................................... 95
2.1 AS AÇÕES DE AGARRE ............................................................................................................... 96
2.2 AS AÇÕES DE TOQUE .................................................................................................................. 97
2.3 AS AÇÕES MISTAS: AGARRE + TOQUE ................................................................................... 98
3 INTENÇÃO DA AÇÃO ...................................................................................................................... 99
4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO LOCAL DE SURGIMENTO ................................................ 100
5 AÇÕES ESPERADAS PARA O ENSINO DE LUTAS ................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................103
TÓPICO 3 – ATIVIDADES POSSÍVEIS NO ENSINO DAS LUTAS ........................................... 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 105
2 ATIVIDADES DE CUNHO ATITUDINAL .................................................................................... 105
2.1 ATIVIDADE COM FILMES .......................................................................................................... 105
3 MOSTRA DE ARTES MARCIAIS NA ESCOLA .......................................................................... 109
3.1 ATIVIDADES TEÓRICAS DE ARTES MARCIAIS NA ESCOLA ........................................... 109
3.2 ATIVIDADES COM AÇÕES ESPERADAS REALIZADAS DE MODO INDIVIDUAL ....... 110
3.3 ATIVIDADES COM AÇÕES ESPERADAS REALIZADAS DE FORMA COLETIVA .......... 113
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 117
IX
UNIDADE 3 – ATIVIDADES, CAPOEIRA E LUTAS NA ACESSIBILIDADE .......................... 119
TÓPICO 1 – ATIVIDADES COM AÇÕES INESPERADAS .......................................................... 121
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 121
2 DESENVOLVIMENTO ESCOLAR .................................................................................................. 121
3 VISÃO DO PROFESSOR ................................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 140
TÓPICO 2 – CAPOEIRA ........................................................................................................................ 141
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 141
2 O QUE É CAPOEIRA? DANÇA? LUTA? TEATRO? ..................................................................... 141
3 ORIGEM DA CAPOEIRA .................................................................................................................. 142
3.1 O NOME CAPOEIRA .................................................................................................................... 146
3.2 OS MESTRES E A SUA INFLUÊNCIA DA CAPOEIRA .......................................................... 146
3.3 SISTEMA OFICIAL DE GRADUAÇÃO ..................................................................................... 148
3.4 O JOGO DA CAPOEIRA, COMO FUNCIONA? ....................................................................... 149
3.5 TOQUES DA CAPOEIRA ............................................................................................................. 150
3.6 PRINCIPAIS MOVIMENTOS DA CAPOEIRA .......................................................................... 150
3.6.1 Ginga ....................................................................................................................................... 151
3.6.2 Cocorinha ................................................................................................................................ 151
3.6.3 Aú ............................................................................................................................................. 152
3.6.4 Bênção ...................................................................................................................................... 152
3.6.5 Negativa .................................................................................................................................. 152
3.6.6 Armada .................................................................................................................................... 153
3.6.7 Cabeçada ................................................................................................................................. 153
3.6.8 Queixada ................................................................................................................................. 154
3.6.9 Meia lua de frente .................................................................................................................. 154
3.6.10 Rasteira .................................................................................................................................. 155
3.6.11 Macaco ................................................................................................................................... 155
3.6.12 Martelo .................................................................................................................................. 156
3.6.13 Floreios ou flick flack ............................................................................................................ 156
3.7 INSTRUMENTOS ........................................................................................................................... 156
3.7.1 Berimbau ................................................................................................................................. 157
3.7.2 Pandeiro .................................................................................................................................. 157
3.7.3 Caxixi ....................................................................................................................................... 158
3.7.4 Atabaque ................................................................................................................................. 158
3.7.5 Ganzá ou Reco-Reco .............................................................................................................. 159
3.7.6 Agogô ...................................................................................................................................... 159
3.8 LETRAS E CANTOS DE MÚSICAS DA CAPOEIRA ............................................................... 160
4 ATIVIDADES DA CAPOEIRA ......................................................................................................... 161
5 VISÃO DO PROFESSOR SOBRE A CAPOEIRA .......................................................................... 162
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 166
TÓPICO 3 – LUTAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ........................................................ 167
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 167
2 CONHECENDO O MUNDO DAS NECESSIDADES ESPECIAIS ........................................... 167
3 TERMINOLOGIA ................................................................................................................................ 168
4 TIPOS DE DEFICIÊNCIAS ................................................................................................................ 170
4.1 DEFICIÊNCIA VISUAL ................................................................................................................. 170
4.2 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ............................................................................................................171
X
4.3 DEFICIÊNCIA FÍSICA ................................................................................................................... 172
4.4 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ................................................................................................... 173
4.5 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA ........................................................................................................... 174
4.6 SURDOCEGO ................................................................................................................................. 174
5 VISÃO DO PROFESSOR SOBRE A LUTA E AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ............... 175
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 178
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 180
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 181
1
UNIDADE 1
CONHECENDO AS LUTAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer o contexto das lutas e suas aplicações no mundo profissional;
• conhecer as várias modalidades de lutas, suas histórias e origens;
• aprender as principais regras e normas de cada luta;
• conhecer os espaços, equipamentos e vestimentas de cada luta;
• reconhecer os principais golpes de cada luta e como estes são aplicados de 
acordo com a regra.
Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles você encontrará 
atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. 
TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO DAS LUTAS 
TÓPICO 2 – ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITUAÇÃO DAS LUTAS
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS
Neste primeiro tópico da Unidade 1, convido você, acadêmico, a viajar no 
mundo milenar das lutas e vir, junto com dezenas de mestres, aprender como o 
ensino das lutas é essencial. A intenção deste caderno de estudos é desmistificar 
essa ideia e demonstrar de que modo as artes marciais e as lutas se constituíram 
como uma prática de atividade física interessante para a escola. Você sabia que, 
apesar de as lutas serem um conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, 
apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, este ainda é muito 
negligenciado? (RUFINO, 2015). Para mudarmos este entendimento errôneo de 
como o mundo das lutas está ausente do mundo escolar, temos que entender, 
primeiramente, a conceituação de lutas. 
De acordo com Duarte (2004), apresentamos uma lista de conceitos. Caro 
acadêmico, leia criticamente e absorva o melhor que estes conceitos podem fornecer.
1. Antigamente, a terminologia “artes marciais” referia-se às lutas de origem 
militar. Entendendo-se como o sistema de combate somado ao conjunto de 
regras, regulamentos e preceitos filosóficos.
2. É um jogo de oposição, entre duas ou mais pessoas. Deve usar meios de ataque 
e defesa, derrotar o oponente. Precisa, necessariamente, do oponente e tudo 
acontece simultaneamente.
3. O substantivo luta, do latim lucta, significa “combate, com ou sem armas, entre 
pessoas ou grupos; disputa”.
4. A expressão artes marciais é uma composição do latim arte, e martiale (“referente 
à guerra; bélico”).
Outra definição bem notável é a demonstrada por Pucinelli (2004, p. 11), 
em que o autor descreve as lutas como:
[…] uma prática de oposição geralmente entre duas pessoas, na qual 
realize-se uma ação (toque ou agarre) com o objetivo de dominar a 
outra, dentro das regras específicas. Duas condições são essenciais para 
considerarmos atividade como luta: o alvo da ação ser própria pessoa e a 
possibilidade de finalização do ataque ser mútua, a qualquer momento, 
inclusive, simultânea. 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
4
Com grande semelhança, por partir de origem conceitual parecida, Gomes 
(2008, p. 49) propõe a luta como: 
Prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado estado de 
contato, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa 
constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, 
com o objetivo mútuo sobre o alvo móvel personificado no oponente.
Acadêmico, perceba como os autores utilizam as nomenclaturas contato, 
regras, objetivo e ações. Estas são, sem dúvida, terminações que serão muito utilizadas 
no decorrer do nosso caderno de estudos, porque toda luta necessita de REGRAS 
para controlar o nível de CONTATO e declarar quais AÇÕES são permitidas para o 
alcance do OBJETIVO (PUCINELI, 2004; GOMES, 2008; RUFINO, 2015). 
Para maior entendimento e criação de uma mente ainda mais crítica, você 
pode ler o artigo: Lutas, artes marciais e modalidades esportivas, neste link: <http://www.
efdeportes.com/efd158/lutas-artes-marciais-uma-questao-de-terminologia.htm>. 
As lutas e as artes marciais apresentam origens diversas, tanto quanto ao 
local de surgimento, quanto aos objetivos de criação e surgimento das mesmas. 
Dentre os objetivos de criação, o mais comum de ouvirmos são os motivos 
militares (kung fu), porém também existem os motivos de sobrevivência, que 
deram início às primeiras artes marciais e tipos de defesa pessoal, por exemplo, a 
capoeira brasileira, e também as criações por motivos de atividade física, além das 
implicações das tradições culturais, religiosas e filosóficas. 
Alguns aspectos podem ser utilizados para diferenciar os termos luta e artes 
marciais. As artes marciais são práticas corporais de ataque e defesa, podendo ser 
também caracterizadas como lutas. A principal diferença entre as duas é que os 
praticantes de artes marciais, principalmente as de origem oriental, consideram 
que os conteúdos da cultura de origem da atividade teriam uma orientação 
filosófica que determinaria a sua diferença para com as lutas (FERREIRA, 2006).
As lutas fizeram e fazem parte da cultura corporal do ser humano, ou seja, 
são práticas historicamente importantes e que acompanham os seres humanos ao 
longo de sua vida e também ao longo de décadas e – por que não? – milênios 
(RUFINO, 2015). 
DICAS
TÓPICO 1 | CONCEITUAÇÃO DAS LUTAS 
5
FIGURA 1 - KUNG FU – UMA ARTE MILENAR QUE É MANTIDA DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO
FONTE: Disponível em: <https://www.pinterest.com/guscorreia/paisagens-e-templos-
japoneses/>. Acesso em: 1º ago. 2016.
Assim como outros tipos de atividades, como danças, atividades rítmicas, 
esportes, jogos, brincadeiras, atividades de circo, entre outras, as lutas também são 
manifestações inseridas pela população em uma esfera cultural. O implementar das 
lutas na sociedade altera a maneira como os cidadãos interagem entre si, mudando 
o jeito com que pensamos e agimos (RUFINO, 2015). Os grandes mestres (como 
são denominados os treinadores nas artes marciais do Oriente) ressaltam que a 
luta é muito mais que uma simples repetição de gestos físicos, é o total controle 
mental (GOMES, 2008).
Caro acadêmico, com o conhecimento dos vários motivos supracitados, o 
entender das lutas torna-se fundamental no âmbito escolar, ainda mais quando 
nos deparamos com os conteúdos pertencentes à esfera da cultura corporal da 
educação. Mesmo com a importância das lutas e o seu aprendizado tão elucidado 
por vários motivos, este conhecimento apresenta muita resistência, impulsionada 
pelos argumentos de falta de capacitação, falta de espaço, falta de materiais 
de treinamento e de materiais de segurança, falta de uniforme ou vestimenta 
adequada da modalidade e, sobretudo, com o preconceito nas questões de violência 
(DARIDO; RANGEL, 2005). 
Ficou nítido que necessidades mínimas são necessárias para a prática, 
porém, conforme elucidado por Eduardo Carreiro (2005, p. 244): [...] o professor 
deve saber esclarecer que este conteúdo não significa necessariamente violência e, 
assim, deve ter argumentos para esta discussão. 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
6
FIGURA 2 – ALUNOS SE CUMPRIMENTAMDIANTE DA PROFESSORA
FONTE: Disponível em: <http://novaescola.org.br/educacao-fisica/pratica-
pedagogica/luta-sinonimo-paz-424330.shtml>. Acesso em: 2 ago. 2016.
Por fim, a intenção desta unidade é trazer a você, acadêmico, o entendimento 
de como as artes marciais e as lutas tomaram a forma e importância que têm hoje, 
desde os tempos de sua origem no país-sede até a sua chegada ao Brasil. Venha, 
junto conosco, desfrutar deste mais novo conhecimento, e tenho certeza de que 
no final deste estudo você será um entendedor das principais lutas praticadas no 
mundo. 
7
Neste tópico, você aprendeu que: 
• Apesar de as lutas serem um conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, 
apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, este ainda é muito 
negligenciado. 
• É um jogo de oposição, entre duas ou mais pessoas. Deve usar meios de ataque 
e defesa, derrotar o oponente. Precisa, necessariamente, do oponente e tudo 
acontece simultaneamente.
• O substantivo luta, do latim lucta, significa “combate, com ou sem armas, entre 
pessoas ou grupos; disputa”.
• A expressão artes marciais é uma composição do latim arte, e martiale (“referente 
à guerra; bélico”).
• Toda arte marcial necessita de REGRAS para controlar o nível de CONTATO e 
declarar quais AÇÕES são permitidas para o alcance do OBJETIVO. 
• As lutas e as artes marciais apresentam origens diversas, tanto em relação ao local 
de surgimento quanto aos objetivos de criação das mesmas. Dentre os objetivos 
de criação das lutas podemos constatar: motivos militares, de sobrevivência, 
de defesa pessoal, além das implicações das tradições culturais, religiosas e 
filosóficas. 
• Assim como outros tipos de atividades, as lutas também são manifestações 
inseridas pela população em uma esfera cultural. O implementar das lutas na 
sociedade altera a maneira como os cidadãos interagem entre si. 
• O professor deve saber esclarecer que este conteúdo não significa 
necessariamente violência e, assim, deve ter argumentos para esta discussão.
RESUMO DO TÓPICO 1
8
1 De acordo com a citação encontrada no Tópico 1, a qual se refere ao contexto 
de lutas: “o professor deve saber esclarecer que este conteúdo não significa 
necessariamente violência e, assim, deve ter argumentos para esta discussão” 
(CARREIRO, 2005, p. 244), se você estivesse em uma situação de professor, 
quais argumentos usaria para defender tal testamento? 
2 De acordo com os estudos de conceituação de lutas e artes marciais vistos 
neste tópico, preencha as lacunas com V para alternativas verdadeiras e F 
para alternativas falsas.
( ) O termo luta pode ser definido como um jogo de oposição, entre duas ou 
mais pessoas, e são permitidas somente ações de defesa, sendo o ataque 
não permitido por uma questão moral.
( ) O substantivo luta, do latim lucta, significa “combate, com ou sem armas, 
entre pessoas ou grupos; disputa”.
( ) A expressão artes marciais é uma composição do latim artes, e martiale 
(“referente à guerra; bélico”). Assim, podemos dizer que as lutas têm 
relação direta com os confrontos bélicos que aconteceram.
( ) Os termos luta ou artes marciais remetem a algo bagunçado e até mesmo 
violento, e por estes motivos não podem ser abordados em ambiente 
escolar.
Selecione a alternativa que preenche de forma correta as lacunas acima:
a) ( ) V – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – F.
c) ( ) V – F – F – F.
d) ( ) F – V – V – F.
3 Escolha a alternativa que preenche corretamente as lacunas encontradas na 
frase estudada: 
 Toda arte marcial necessita de ________ para controlar o nível de ________ e 
declarar quais ________ são permitidas para o alcance do _________. 
I - REGRAS 
II - CONTATO 
III - EQUIPAMENTOS 
IV - OBJETIVO 
V - AÇÕES
a) ( ) I – II – III - IV.
b) ( ) I – III – IV - V.
c) ( ) II – IV – III - I.
d) ( ) I – II – V - IV.
AUTOATIVIDADE
9
4 Durante o estudo do Tópico 1 na Unidade 1, listamos e estudamos quatro 
motivos para a criação das artes marciais. Por favor, liste três deles e explique 
cada um que for mencionado.
10
11
TÓPICO 2
ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 HISTÓRIA GERAL DAS LUTAS
Neste tópico, abordaremos a origem das mais variadas lutas, o caminho 
histórico percorrido por estas no mundo e no Brasil, um breve resumo de cada 
luta, atletas, técnicos ou mestres marcantes da modalidade e os atuais nomes do 
esporte, e, claro, muitas curiosidades sobre o fantástico mundo das lutas.
Serão abordadas as seguintes lutas: judô, jiu-jítsu, boxe, caratê, kung fu, 
sumô, luta greco-romana e esgrima. Antes de você se perguntar sobre a capoeira, 
consideramos esta uma arte marcial diferenciada para os brasileiros, por diversos 
motivos, e por isso, especificamente, a capoeira será enfatizada na Unidade 3, com 
evoluções históricas, regras, atividades e metodologia do ensino. Sabemos que não 
foram listadas todas as lutas, e infelizmente não teríamos tempo e nem espaço para 
contemplarmos todas elas. Porém, isso não quer dizer que, caso houver uma luta 
de seu interesse que não foi abordada, você não possa estudá-la. 
Que tal conferir a grande quantidade de lutas e seus variados estilos e modelos? 
100 estilos de luta? 150? Mais? Clique no link para ver a grande maioria 
dos estilos de luta existentes no mundo, você vai se surpreender: 
<http://www.blackbeltwiki.com/martial-arts-styles>. 
Sabemos que a origem da luta é algo muito amplo para podermos dizer que 
começou aqui ou começou nesta cidade, isto é, há um fator dependente para cada 
luta, e é preciso investigar o quanto o fator proteção ou ataque foi determinante 
para cada luta, conforme mencionado no tópico anterior, sobre conceitos e 
terminologias.
DICAS
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
12
Confira no vídeo a História das Lutas <https://www.youtube.com/watch?v=pjSxJWv3-
Is>- um vídeo muito interessante que rapidamente vai preparar sua mente para o conteúdo a seguir.
Entretanto, sabemos que o ser humano se utiliza do corpo para conseguir 
sua sobrevivência, ou para conseguir seu alimento através da caça e colhendo 
vegetais ou travando combates com outros seres humanos ou animais em defesa 
de seu território, ou mesmo, se defendendo de moléstias (PINTO et al., 2009). 
Estes atos de defesa ou ataque gerando combate humano têm vários 
momentos e lugares épicos, por exemplo, nas Américas, povos como os incas, 
os maias e astecas realizavam danças para as divindades, bem como lutas que 
deveriam terminar na morte de um sacrificado e ofertado aos deuses.
Já os chineses, em grandes parques que simulam áreas de treinamento atuais, 
realizavam exercícios de corpo livre, evoluções de ordem unida com coreografias 
de danças militares. As evoluções de ordem unida, executadas como se devessem 
enfrentar um inimigo, foram primordiais para a notável superioridade do povo 
chinês sobre os demais, a qual se manteve por séculos (DUARTE, 2004).
FIGURA 3 – RITUAIS MISTURAM DANÇAS E ARTES MARCIAIS EM TREINAMENTOS NO 
EXÉRCITO CHINÊS 
FONTE: Disponível em: <http://port.pravda.ru/photo/album/3638/>. Acesso em: 25 
jul. 2016.
DICAS
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
13
FIGURA 4 - TREINAMENTO MILITAR EM ESPARTA: A EDUCAÇÃO DA ÉPOCA
FONTE: Disponível em: <https://mundodesalienado.wordpress.com/tag/historia-da-
educacao/>. Acesso em: 23 jul. 2016.
Do ponto de vista militar, e assim objetivando as lutas, os japoneses tinham 
como líderes na educação física e no ensino das lutas os famosos samurais. As 
principais artes marciais eram a esgrima com o sabre, a esgrima com a lança, caratê, 
sumô e o judô. Tanto o caratê quanto o judô miravam o desenvolvimento corporal 
aliado ao espiritual, além da autodisciplina e autodefesa. Tais conhecimentos e 
ensinamentos são procurados ainda hoje por pessoas que querem conseguir o 
controle espiritual através da luta. Já o sumô era a forma mais antiga de luta, com 
valorização ao peso dos atletas (DUARTE, 2004).
Quando olhamos atentamente a história dos egípcios, no OrienteMédio, é 
clara a relação fundamental que existia entre a eficiência física e o rito religioso; de 
fato, em ocasiões das mais importantes festas religiosas, executavam-se diversas 
demonstrações, dentre elas a antiquíssima luta com bastões (CRAMER; CAMPOS, 
2007). Os indianos também utilizavam muito as demonstrações de esgrima com 
sabre e até mesmo o pugilato. 
Sobre o pugilato, existem tendências que indicam seu surgimento entre os 
espartanos. Ah! Esparta. Como falar da história da luta e não falarmos do forte e 
rigoroso sistema de treinamento militar espartano? A extraordinária importância 
que teve a ginástica na educação do cidadão espartano permitiu a invenção do 
pugilato e do pancrácio. Pancrácio era uma espécie de combate ou prova atlética 
dos gregos e romanos antigos, envolvendo elementos de luta livre e pugilato 
(DUARTE, 2004).
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
14
Na Grécia antiga, a luta era considerada não somente uma das disciplinas 
gímnicas mais apaixonantes, mas também um exercício indispensável para o 
reforço do físico e do caráter dos jovens. As formas de luta que se praticavam na 
Grécia eram, substancialmente, quatro, e todas razoavelmente distantes, esteja bem 
claro, da luta que hoje, diríamos arbitrariamente, chamamos de “greco-romana”. 
Por muito tempo acreditou-se – de maneira um pouco superficial – que o termo 
“greco-romana” indicasse naturalmente um tipo de combate de origem grega, 
oportunamente modificado pelos romanos. E baseando-se no fato de que a posição 
do lutador com as palmas das mãos e os joelhos pousados sobre a terra e o corpo 
levantado, como para caminhar com quatro pés, é até hoje denominada como de 
origem grega. Considerou-se que a luta grega fosse aquela da posição deitada e 
que a romana fosse aquela em pé (perpendicularmente). Assim teria surgido o 
termo “greco-romana” para designar a nossa luta, que se desenvolve tanto em pé 
quanto deitada (DUARTE, 2004).
FIGURA 5 - DETALHE EM OBRA DA GRÉCIA ANTIGA DEMONSTRANDO A LUTA 
GRECO-ROMANA
FONTE: Disponível em: <http://lalaruiz.com.br/2016/03/ha-poesia-nos-jogos-
olimpicos-e-um-simposio-em-sao-paulo-vai-mostrar/>. Acesso em: 28 jul. 2016.
Cabe ressaltar também a luta determinada Pancrácio, que divergia do 
próprio e verdadeiro pugilato pela ausência de “luvas”, porque os lutadores 
combatiam com o punho nu e era muito mais perigoso que o pugilato, já que os 
competidores podiam bater no adversário mesmo este estando caído em terra, sem 
limitações de socos. Era de fato consentido dar cabeçadas, morder e até mesmo 
atacar com os dedos os olhos do rival. O mais celebrado de todos os lutadores, 
talvez de todos os atletas gregos, foi Milon de Crotona, homem de força sobre-
humana. Conseguiu seis vitórias consecutivas na modalidade de luta em Olímpia. 
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
15
FIGURA 6 - MILON DE CROTONA, SEIS VEZES CAMPEÃO DE OLÍMPIA
FONTE: Disponível em: <http://tistimavo.blogspot.com.br/2012/08/
milone-di-crotone.html>. Acesso em: 3 ago. 2016.
A instituição de combates físicos entre seres humanos (exaustivos e muitas 
vezes até à morte) foi, ao longo da história, assumindo significados distintos, como 
podemos ver nos parágrafos anteriores, isso de cultura para cultura, povo para 
povo e período a período. Com a evolução das sociedades, foram surgindo formas 
sistematizadas e diferenciadas de combates corporais, a ponto de estas formas 
assumirem caráter de estilos baseados em filosofias que agregavam valores e 
atrelavam um número significativo de pessoas a fim de organizar grupos militares 
para proteção das nações (PINTO et al., 2009). 
Com o avanço da indústria bélica, novas formas de combate foram 
criadas, e as armas de fogo tomaram o lugar do combate corpo a corpo. Todos 
os acontecimentos históricos projetaram uma troca no entendimento do combate 
corporal, resumindo-se assim o objetivo e a eficácia da habilidade física organizada 
em modalidade de luta apenas à prática esportiva ou de simples lazer (DUARTE, 
2004; CRAMER; CAMPOS, 2007). 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
16
PRINCÍPIO DA SOBRECARGA
Caro estudante, no futuro, nas disciplinas de Treinamento e/ou Fisiologia do Exercício, você 
ouvirá sobre o princípio da sobrecarga. Este princípio baseia-se no entendimento de que após a 
aplicação de uma carga de trabalho existe uma recuperação do organismo visando restabelecer 
a homeostase (DANTAS, 2003). O interessante é que você, estudante, deve estar se perguntando: 
“Por que ele está discutindo sobre este assunto específico agora?” Pois então, lembra do Milon 
de Crotona, que estudamos agora há pouco? Segundo as lendas, ele é a forma histórica deste 
princípio. Mílon, da época de 500 a 580 a.C., na Itália, foi atleta olímpico de luta, além de discípulo 
do matemático Pitágoras. Tudo indica que através dele o método de treinamento mais antigo da 
humanidade, utilizado até hoje, a evolução progressiva da carga, foi criado. Este atleta corria com 
um bezerro nas costas, para aumentar as forças dos membros inferiores, e quanto mais pesado 
o bezerro ficava, proporcionalmente sua força aumentava. Nos jogos antigos teria ganho 12 
competições: seis vezes nos Jogos Olímpicos e seis vezes nos Jogos Píticos. O nome da cidade 
de Milão foi dado em sua homenagem.
Agora, quando você for questionado sobre treinamento, já saberá tudo sobre o quanto essencial 
a sobrecarga é no dia a dia do treinamento, e como tudo surgiu.
MÍLON DE CROTONA E A EXPLICAÇÃO ILUSTRATIVA DO PRINCÍPIO DE SOBRECARGA
Disponível em: <http://revistasuaacademia.com.br/materia/um-pouco-mais-sobre-a-historia-
da-musculacao/363>. Acesso em: 25 ago. 2016.
3 HISTÓRIA DAS LUTAS COMO PRÁTICA ESPORTIVA
Conforme mencionado anteriormente, as lutas passaram aos poucos de um 
ato de defesa e ordem militar para a prática esportiva, que pode ser evidenciada até os 
dias de hoje. Alguns autores acreditam que as transformações das lutas acarretaram 
uma perda do ideal e valores delas, pois, no mundo do alto desempenho, o que 
mais importa para os grandes lutadores tem sido pura e simplesmente a vitória. 
Independentemente das mudanças, as lutas ainda continuam sendo praticadas 
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
17
pelo mundo inteiro e, além das competições com instâncias mundiais, nacionais, 
estaduais e regionais, o marco mais histórico para estas modalidades tem sido os 
grandiosos Jogos Olímpicos. Infelizmente, não são todas as modalidades de lutas 
e artes marciais que estão nos Jogos Olímpicos, pois o Comitê Olímpico leva em 
consideração uma série de fatores para a introdução de determinada modalidade 
ao quadro de práticas olímpicas (COI, 2016).
Podemos dizer que a busca por modalidades de artes marciais tem 
aumentado, devido ao grande incentivo da mídia ao Mixed Martial Arts (que 
significa artes marciais mistas) e porque há um grande mercado consumidor 
de entretenimento através do UFC (Ultimate Fighting Champioship). As lutas 
olímpicas, por fim, acabam conseguindo assim também maior visibilidade, já que 
determinados elementos seus podem ser utilizados nestas lutas (MMA) de poucas 
regras, podendo também atingir um público maior e exibir suas qualidades e 
curiosidades (VASQUES; BELTRÃO, 2013).
Atualmente, as lutas disputadas em nível olímpico são o boxe, o judô, a luta 
greco-romana, esgrima, luta livre e o tae kwon do (COI, 2016) (mais adiante iremos 
explicar cada uma destas lutas de forma mais detalhada, com exceção do tae kwon 
do). Para conhecimento e visibilidade da população, consequentemente serão as 
modalidades em média mais conhecidas pelos estudantes em nível escolar. 
O judô e a esgrima são as lutas mais procuradas e assistidas pela sociedade, 
apresentando uma preferência maior. Além destas, o pugilismo também apresenta 
determinado grau de interesse, e ainda maior quando a aposta brasileira é de 
confiança, quando o atleta indicado à competição já se apresenta vitorioso em 
diferentes situações ao longo dos anos. Por exemplo, como podemosesquecer o 
impulso dado ao boxe pelo atleta Acelino Popó Freitas? Assim, podendo também 
despertar o interesse durante as Olimpíadas, se fazendo então uma das lutas 
principais (AIBA, 2016; CBB, 2016).
FIGURA 7 - CONFIRMAÇÃO DA PRIMEIRA MEDALHA DE OURO NOS JOGOS 
OLÍMPICOS DO RIO 2016, COM A TORCIDA APOIANDO A CAMPEÃ
FONTE: Disponível em: <http://esporte.uol.com.br/lutas/album/2013/08/28/terceiro-
dia-de-disputas-do-mundial-de-judo-no-rio-de-janeiro.htm>. Acesso em: 25 ago. 2016.
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
18
3.1 JUDÔ 
Uma arte marcial esportiva e que pode, sim, ser letal. Foi criada no Japão, 
em 1882, de uma adaptação do jiu-jítsu, pelo professor de Educação Física Jigoro 
Kano (JANICOT; POUILLART, 1999). Pessoa de alta cultura geral, ele era um 
esforçado cultor de ju-jítsu. Procurando encontrar explicações científicas aos 
golpes, baseados em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as 
melhores técnicas dos vários sistemas de ju-jítsu, dando ênfase principalmente 
no ataque aos pontos vitais e nas lutas de solo do estilo Tenshin-Shinyo-Ryu e 
nos golpes de projeção do estilo Kito-Ryu. Inseriu princípios básicos como o do 
equilíbrio, gravidade e sistema de alavancas nas execuções dos movimentos 
lógicos. Na criação desta arte marcial, Kano tinha como objetivo criar uma técnica 
de defesa pessoal, além de desenvolver o físico, espírito e mente. O judô teve 
uma grande aceitação no Japão, espalhando-se, posteriormente, para o mundo 
todo, pois possui a vantagem de unir técnicas do jiu-jítsu (arte marcial japonesa) 
com outras artes marciais orientais. Esta arte marcial chegou ao Brasil no ano de 
1922, em pleno período da imigração japonesa (KANO, 1994).
FIGURA 8 - JIGORO KANO E SUA VESTIMENTA
FONTE: Disponível em: <http://www.burnabyjudoclub.ca/about-
judo/jigoro-kano-founder-of-kodokan-judo/>. Acesso em: 25 
ago. 2016.
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
19
3.1.1 Breve história do judô no Brasil
3.1.2 Breve resumo do judô e algumas regras
Esta arte milenar chegou ao Brasil por meio do Conde Koma, cujo nome 
seria Mitsuyo Maeda. Apesar de ter aparecido anos após a entrada dos primeiros 
imigrantes japoneses, o Conde Koma, primeiramente, foi aos Estados Unidos 
como enviado especial da Kodocan para divulgar o judô, juntamente com quatro 
lutadores importantes, Tomita, Sakate, Ono e Ito. Percorreram desde os Estados 
Unidos, América Central até a América do Sul e, por fim, chegaram ao Brasil. As 
histórias dizem que a primeira demonstração de judô aconteceu no Brasil (KANO, 
1994; JANICOT; POUILLART, 1999).
Você sabia que o judô é o esporte individual que mais deu medalhas 
olímpicas para o Brasil? Interessante, não é? São 19, sendo três ouros, três pratas 
e 13 bronzes. O primeiro ouro olímpico do judô brasileiro veio com o também 
meio pesado Aurélio Miguel, nos Jogos de Seul, em 1988. E o segundo veio na 
edição seguinte das Olimpíadas, em 1992, com Rogério Sampaio no meio leve 
(CBJ, 2016). Ketleyn Quadros virou história do judô feminino brasileiro, sendo 
a primeira judoca mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica, com 
a importantíssima e muito suada medalha de bronze, nos Jogos Olímpicos de 
Pequim (FJERJ, 2016).
Atualmente, temos que destacar que a primeira medalha de ouro dos 
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro veio com Rafaela Silva. A atleta judoca 
derrotou Dorjsürengiin Sumiya, da Mongólia, na final na categoria até 57 quilos 
feminino (CBJ, 2016). Também com muita importância, o judô brasileiro ganhou 
mais duas medalhas olímpicas neste evento: Mayara Aguiar (peso meio-pesado) 
ficou com o bronze e Rafael Silva também conquistou bronze (na categoria acima 
de 100 quilos).
O local de prática das lutas de judô é um tatame com formato quadrado (14 
a 16 metros de lado). O tatame deve ser capaz de manter uma pisada firme de modo 
que não prejudique os movimentos da prática e, claro, deve absorver os impactos 
das quedas e golpes. Para maior praticidade e menor custo, nas academias são 
usados tatames sintéticos de EVA (REAY, 1985).
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
20
FIGURA 9 - ÁREA DE COMPETIÇÃO DE JUDÔ
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuPYAF/regulamento-
competicoes-judo#>. Acesso em: 25 ago. 2016.
O tempo de duração de cada luta é de aproximadamente cinco minutos. 
Vence quem conquistar o gesto ou movimento denominado ippon primeiro. Se no 
terminar da luta nenhum judoca conseguir o tal ippon, vence aquele que tiver mais 
vantagens. Agora você deve estar se perguntando o que é ippon. Pois então, ippon 
nada mais é que o maior objetivo do judô (um ponto completo). O ippon é conquistado 
quando um judoca consegue derrubar o adversário, imobilizando-o, com as costas 
ou ombros no chão durante 30 segundos. Quando o ippon é concretizado, o combate 
se encerra (REAY, 1985; KANO, 1994; JANICOT; POUILLART, 1999). 
Outra forma de pontuação no judô é o wazari, que vale meio ponto 
(vantagem). O wazari nada mais é que um ippon que foi aplicado de forma 
incompleta, ou seja, o adversário cai sem ficar com os dois ombros no tatame. 
Existe também o yuko, que é quando o adversário vai ao solo de lado, sendo que 
cada yuko vale um terço de ponto. Por fim, o koka é considerado a menor pontuação 
do judô, valendo um quarto de ponto. Este golpe é classificado pela queda sentada 
do adversário no tatame. Uma exceção é que quatro kokas não geram o final da luta 
automaticamente, embora ele seja cumulativo (REAY, 1985).
O traje usado para praticar o judô é muito respeitado dentro do mundo 
dos judocas, sendo que deve ser construído de forma que proteja e não venha 
a lesionar o adversário; este, chama-se "JUDOGUI". Consiste numa vestimenta 
ampla, geralmente branca, composta de duas peças principais: O blusão, conhecido 
também como wagui, e a calça, conhecida também como zubon. Em torno da cintura 
o judoca usa a faixa obi amarrada com um nó direto, a faixa define as graduações 
(próximo subtópico) e, segundo as histórias, a faixa não deveria ser lavada, pois 
o quão “desgastada” ou “usada” a faixa está, mais treinos e lutas determinado 
judoca tem (FJERJ, 2016). 
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
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FIGURA 10 - JUDOGUI E SEUS PADRÕES
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuPYAF/regulamento-
competicoes-judo#>. Acesso em: 25 ago. 2016.
Conforme mencionado anteriormente, as graduações no judô são feitas 
através de faixas e suas diferenciações. Existem vários padrões de graduação no 
mundo inteiro, o Brasil adota um sistema com diferenciação de acordo com a idade 
do praticante (JANICOT; POUILLART, 1999).
O judô utiliza federações e confederações para organizar as competições 
e regularizar a sua prática, sendo as questões internacionais organizadas pela IJF 
- International Judo Federation (Federação Internacional de Judô). Já as questões 
nacionais são organizadas pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô). 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
22
FIGURA 11 - GRADUAÇÃO NO JUDÔ
FONTE: Disponível em: <http://www.judorecife.com.br/#!As-Faixas-do-Jud%C3%B4-
Gradua%C3%A7%C3%B5es/csso/5706a61e0cf2efb3747ecb97>. Acesso em: 25 ago. 2016.
A Federação Internacional de Judô mantém um ranking atualizado em 
seu site e é interessante você conferir os lugares em que o Brasil se encontra. Você 
pode acessar através deste link:<http://www.intjudo.eu/fo-Rankingir>.
3.2 JIU-JÍTSU 
As crenças de como determinada arte se tornou o grande jiu-jítsu são das 
mais variadas origens, porém, a crença com mais força é de que tudo teve início 
na Índia, por isso mesmo a índia é conhecida como “berço das artes marciais”, 
onde o jiu-jítsu era praticado por monges. Os contos diziam que, por questões 
religiosas, os monges eram proibidos de usar armas para se defender. Porém, em 
suas longas jornadas, tais monges eram constantemente atacados por ladrões e 
DICAS
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
23
assassinos de tribos mongóis do norte da Ásia. Assim, a ideia dos monges era 
simples e consisteno jiu-jítsu até os dias de hoje, ou seja, era transformar o corpo 
em uma verdadeira arma. Os monges forjaram técnicas de luta e defesa pessoal 
baseadas nos princípios do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das 
alavancas, evitando o uso da força e de armas. A grande eficiência desta luta 
nasceu, obviamente, da necessidade, visto que sem o uso de armas a habilidade 
do corpo e de seu controle era essencial para afastar o assaltante ou até mesmo 
aproximar para desarmá-lo (JJGF, 2016).
O jiu-jítsu ultrapassou as barreiras da China, e o interessante é que inicialmente, 
nesta região, além de ser proibida a referência escrita ou falada (numa forma de 
defensa, para evitar que esta arte caísse em mãos inimigas), também era proibido o 
ensinamento desta técnica para pessoas ditas normais, comuns. Este tipo de técnica 
de luta somente era permitido para os monges, e ministrado para os seus discípulos.
FIGURA 12 - MONGES USAVAM O JIU-JÍTSU COMO TÉCNICA DE DEFESA SEM 
O USO DE ARMAS
FONTE: Disponível em: <http://www.milfont.org/gladiatorium/2008/a-
verdadeira-historia-do-jiujitsu/>. Acesso em: 25 ago. 2016.
Entretanto, apesar da grande influência dos países pioneiros, foi no Japão 
que o jiu-jítsu tomou um grande impulso, sendo a entrada deste no Japão anterior 
até mesmo ao nascimento de Cristo. Caro acadêmico, acreditamos que agora você 
compreende o quão antiga esta luta é e quanto de estudo já recebeu para o seu 
aprimoramento. No Japão, a forma de chamar essa arte poderia ser ju-jítsu ou jiu-
jítsu. O significado das duas palavras é o mesmo, bem como o ideograma usado 
em japonês para escrevê-las (ju significa suave e jítsu, arte ou técnica). Os samurais 
do antigo Japão feudal, ao travar um combate corpo a corpo sem armas, estavam 
pondo em prática o jiu-jítsu. 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
24
Apenas temos que ressaltar que existem alguns autores que não acreditam 
que a origem do jiu-jítsu seja do país indiano. Esses autores acreditam que não se 
tenha um único e específico lugar e que este surgimento se deu por uma mistura 
de artes e conhecimento, pois desde os tempos mais remotos o homem conhecia 
estilos de luta baseados em grappling (lutas de pegada), conforme relatos na Bíblia, 
de filósofos gregos, do Egito dos faraós ou em cavernas da França no tempo dos 
mamutes e tigres-de-dente-de-sabre por volta de dez mil anos antes de Cristo. 
Hércules era conhecido como um exímio wrestler na mitologia grega antiga (IBJJF, 
2016; JJGF, 2016).
Incontáveis outras artes marciais surgiram do jiu-jítsu. Iremos falar 
especificamente de cada uma no seu próprio espaço durante a escrita do caderno, 
porém algumas delas seriam: sumô, judô, caratê, kempo, aikido. 
3.2.1 História do jiu-jítsu no Brasil
A partir do final do século XIX, alguns mestres de jiu-jítsu migraram do 
Japão para outros continentes, vivendo do ensino da arte marcial e das lutas que 
realizavam. Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, o mesmo sujeito 
que comentamos acima na formação do judô do Brasil discutida neste caderno, 
foi um deles (CORREA et al., 2010). Chegou ao Brasil em 1914 e conheceu Gastão 
Gracie. Gastão tornou-se um divulgador e incentivador da prática no Brasil. 
Levou o que se tornaria famoso depois, seu filho mais velho, Carlos Gracie, para 
aprender a luta com os japoneses. Sim! Gracie é um nome que você vai ouvir 
muito na história do jiu-jítsu.
Muito magrinho por destino da genética, nos seus 15 anos de idade, Carlos 
Gracie fez do jiu-jítsu o seu meio de realização pessoal. Aos 19 anos, já no Rio de 
Janeiro com a família, adotou a profissão de lutador profissional e professor dessa 
arte marcial. Por todo o Brasil, Carlos começou a ministrar aulas de jiu-jítsu e a 
vencer até com certa facilidade adversários bem mais fortes fisicamente e mais 
pesados. No Rio de Janeiro, em 1925, abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-jítsu, 
com a ajuda e assessoria de seus irmãos Oswaldo Gracie e Gastão Gracie. Além 
disso, auxiliou na criação e educação de seus pequenos irmãos George Gracie, com 
14 anos de idade, e Hélio Gracie, com apenas 12 anos de idade.
A adaptação do jiu-jítsu para a genética da família Gracie, franzina 
fisicamente, tornou-se muito famosa para o mundo competitivo. Além disso, a 
família Gracie transformou o jiu-jítsu em uma filosofia de vida, influenciando até 
na alimentação, com uma dieta especializada para atletas, a Dieta Gracie. Anos 
depois, a arte marcial japonesa passou a ser denominada de jiu-jítsu brasileiro 
(brazilian jiu-jítsu), sendo exportada para o mundo todo, inclusive para o Japão.
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FIGURA 13 - A MAIS FAMOSA FAMÍLIA DAS ARTES MARCIAIS: OS GRACIE
FONTE: Disponível em: <http://jiujitsuportugal.com/2014/02/21/a-familia-gracie-a-
historia-do-jiu-jítsu-video/>. Acesso em: 25 ago. 2016.
Depois de Carlos Gracie, Hélio Gracie deu início a um novo período do 
jiu-jítsu brasileiro, com um tipo de jiu-jítsu mais agressivo e letal. Porém, o mais 
fantástico era a capacidade de Hélio de não se cansar durante a luta, pois seu 
estilo de luta suplantava a forma física do oponente. Posteriormente, foi a vez 
de seu sobrinho, Carlson Gracie, ser o sucessor da linha Gracie de jiu-jítsu. E, 
finalmente, Rickson Gracie, que foi um ótimo e sucessor lutador, apontado até 
como o melhor lutador de jiu-jítsu do mundo, pois nunca perdeu nenhuma das 
400 lutas de que participou. 
Uma entrevista que ensina muito sobre o próprio jiu-jítsu e sobre a 
vida, com Rorion Gracie. Confira no link que segue: <https://www.youtube.com/
watch?v=P6t8AfzUD18>
Apesar de não ser uma modalidade olímpica, o jiu-jítsu brasileiro continua 
ganhando espaço e está sendo muito incentivado pela utilização do mesmo nas 
lutas de octógono do Ultimate Fighting Championship, campeonato mundial de 
lutas de artes marciais mistas.
DICAS
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
26
3.2.2 Breve resumo das regras do jiu-jítsu
Lembrando que o jiu-jítsu não é uma modalidade olímpica, como acontece 
com o judô, quando olhamos para esta arte como modalidade esportiva, temos 
como propósito principal a derrubada de seu oponente, isso para cada um dos 
lutadores, e também a sua imobilização. Com exceção de vestimentas, para atingir 
este objetivo o corpo é a única arma que pode ser usada. A vestimenta é muito 
semelhante à utilizada no judô, nas cores azul, preta ou branca. 
O espaço para realização do jiu-jítsu é muito semelhante ao do judô, porém 
com algumas pequenas alterações. É muito importante para você, futuro professor, 
lembrar que a prática desta modalidade diz respeito a área de segurança. 
 O método MENKYO de classificação de atletas é adotado pelos estilos mais 
tradicionais do ensino do jiu-jítsu. Este método realiza a divisão dos praticantes 
aprendizes levando em consideração seu desempenho e com determinada 
sequência de cores. O sistema de graduação por faixas no jiu-jítsu foi criado com a 
proposta inicial de uniformizar e facilitar o ensino e prática do jiu-jítsu brasileiro 
para todas as idades e gêneros, como você pode observar na figura a seguir, 
separando tipos de classificação diferentes para diferentes faixas etárias. O sistema 
de graduação também é muito útil nas competições.
FIGURA 14 - SISTEMA DE GRADUAÇÃO POR FAIXAS COM DIFERENTES CORES UTILIZADO NO 
JIU-JÍTSU
FONTE: Disponível em: <http://jiujitsuportugal.com/2014/02/21/a-familia-gracie-a-historia-do-jiu-
jítsu-video/>. Acesso em: 25 ago. 2016.
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3.2.3 Principais movimentos do jiu-jítsu
QUADRO 1 - PRINCIPAIS MOVIMENTOS DO JIU-JÍTSU E SUAS DESCRIÇÕES
FONTE: Adaptado de IBJJF (2014)
As lutas são fiscalizadas sempre por pelo menos um árbitro que fica 
circulando ao redor dos lutadores, sempre tentando buscar uma visão que permita 
identificação melhor dos golpes e perigos. As lutas têm duração dependente de uma 
gama de variedades, dentre elas, faixa etária, peso corporal e faixa de graduação 
em que o atleta se encontra. Os movimentosque serão destacados em seguida 
podem marcar ou retardar pontos ao praticante. As punições de movimentos 
podem acarretar a perda de um, dois, três ou quatro pontos, de acordo com a 
sua gravidade, e os ganhos de pontos são igualmente pontuados acima. Por fim, 
quanto aos movimentos: a queda, raspagem e joelho na barriga podem acarretar 
dois pontos ganhos, três pontos por uma passagem de guarda, e quatro pontos por 
montada e pegada pelas costas. Obviamente o lutador que tiver a maior pontuação 
no final da luta será o vencedor. 
Caro acadêmico, confira os principais movimentos utilizados no jiu-jítsu 
no quadro a seguir.
Movimento Descrição
Queda ou 
projeção
Qualquer falta de equilíbrio causada ao adversário que o leve ao chão.
Passagem de 
guarda
Quando o atleta lutador se encontra em cima do adversário, estando 
entre suas pernas, e passa para o lado do adversário, ficando em posição 
transversal e mantendo-o dominado.
Joelho na barriga
Quando o atleta lutador está por cima de seu adversário e põe o joelho 
sobre a sua barriga e assim levando-o à imobilização.
Montada
É quando o lutador monta em seu adversário tendo os seus joelhos e seus 
pés no solo.
Pegada pelas 
costas
Movimento em que o lutador pega seu adversário pelas costas utilizando 
os pés.
Raspagem
Movimento em que o lutador está por baixo, com o adversário entre suas 
pernas, e consegue inverter as posições.
Por uma questão de tempo e foco, não poderemos mostrar ilustrações para 
todos os movimentos do jiu-jítsu, pois acreditamos que o enfoque não seja ensinar 
os movimentos, mas sim como eles podem trazer consciência corporal aos alunos 
do nível escolar. Porém, existe um movimento denominado rolamento (frente, 
costas e lateral) que é ensinado em várias lutas, e este movimento, classificado 
como quedas, nas próximas unidades será melhor abordado. O rolamento nada 
mais é que movimento de queda do ser humano com segurança. Deveria ser 
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
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ensinado nas primeiras aulas de Educação Física escolar, pois permitirá que no 
futuro, quando adolescente e/ou adulto, já com mais massa corporal, saiba cair 
adequadamente (RUFINO, 2015).
FIGURA 15 - ROLAMENTO: MOVIMENTO DE QUEDA ENSINADO EM AULA DE JIU-JÍTSU E 
OUTRAS ARTES MARCIAIS
FONTE: Disponível em: <http://portalhapkido.blogspot.com.br/p/dicas-de-treino.html>. Acesso 
em: 25 ago. 2016.
As principais instituições que organizam o Jiu-jítsu no mundo e no Brasil são a 
JJGF – Jiu Jitsu Global Federation (http://jjgf.com/) e a IBJJF – International Brazilian Jiu-jítsu 
Federation (http://ibjjf.org/). Vale a pena conferir os sites para se aproximar desta fascinante prática.
3.3 CARATÊ
A terminologia caraté ou karaté (provinda do português europeu), caratê 
ou karatê (português brasileiro) ou até mesmo karate-dô tem o igual significado, 
porém os mais usados no Brasil são caratê e karatê. Esta palavra tem origem 
japonesa e o significado de “mãos vazias”, que pode ser entendido como o ato de 
lutar sem armas, usando somente o corpo e a mente, pernas e braços e o resto do 
corpo como um elemento de defesa pessoal. As crenças antigas do caratê acreditam 
que, além de luta, o significado pode ser levado para vida, onde você não precisa 
viver e vencer os problemas diários visando a riqueza material, assim, mãos vazias 
significaria que você é tudo que precisa para viver. Você consegue perceber a 
semelhança entre o caratê, judô e jiu-jítsu? Claro, todas têm origens semelhantes e 
por isso é importante estudar as histórias das lutas.
Já sabemos que a origem do caratê deve ser creditada a variações das artes 
marciais vindas do berço das artes, a Índia. Passou pela China até chegar ao Japão 
e desenvolver-se especificamente na pequena ilha de Okinawa.
DICAS
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FIGURA 16 - ILHA DE OKINAWA E PRATICANTES DO ANTIGO CARATÊ
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4b/Karate_
ShuriCastle.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2016.
Okinawa situa-se a aproximadamente 1.600 quilômetros de Tóquio, é uma 
ilha pequena que está a 480 quilômetros ao sul da extremidade continental do 
Japão. Durante a dinastia Sho, do imperador Sho Hashi, foi lançado um decreto 
que proibia a propriedade privada de armas, e ainda é estudado como este 
povo conseguia viver em harmonia sem a utilização de armas, porém isso não 
era sinônimo de fraqueza ou fragilidade. Foi nesta cidade considerada a base 
do caratê que, no começo, as artes marciais eram praticadas em segredo, para 
evitar que os senhores de Satsuma ficassem observando. Por motivo de disfarce, 
muitos movimentos do caratê foram colocados nas danças folclóricas. O caratê era 
praticado à noite, atrás dos muros de jardim, no interior das florestas ou ao longo 
das praias desertas. Além disso, era proibido transformar os estudos das artes em 
papel ou informação falada, e por isso há bem poucos registros a respeito do caratê 
na ilha de Okinawa (FROSI; MAZO, 2011; CBK, 2016).
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FIGURA 17 - GICHIN FUNAKOSHI (1868-1957), CONSIDERADO POR 
MUITOS O PAI DO CARATÊ
FONTE: Disponível em: <http://www.budokan.com.br/historia/
funakoshi.htm>. Acesso em: 27 ago. 2016.
A transformação do caratê antigo ao caratê moderno deve-se ao grande 
mestre Gichin Funakoshi. Nascido em Shuri, a capital de Okinawa, no ano de 
1968, Funakoshi atualizou a arte de luta da ilha. Diferentemente de Jigoro Kano 
(o mestre do judô), a infância deste mestre foi repleta de intelectualidade, pois seu 
avô era tutor da família real. Com suas brilhantes demonstrações, conseguiu levar 
a arte do caratê para além das barreiras sociais da ilha, e assim divulgando para o 
mundo através dos seus alunos. O marco de grande importância foi a demonstração 
realizada numa exposição de Educação Física promovida pelo governo japonês em 
Tóquio. Mestre Gichin Funakoshi foi escolhido como representante da ilha para 
fazer a primeira demonstração pública da arte. Deste momento em diante o caratê 
começou a se espalhar para o mundo (FROSI; MAZO, 2011; CBK, 2016). 
Lembramos que o caratê é dividido entre estilos, que serão melhor 
discutidos à frente, porém, por uma questão de respeito e representatividade 
histórica, fizemos uma pequena lista dos estilos mais conhecidos e presentes no 
Brasil, seguidos de seus criadores e fundadores. 
Shotokan - O fundador do estilo foi o Mestre Gichin Funakoshi (1868-1957).
Gojuryu - O fundador do estilo foi o Mestre Chojun Miyagi (1888-1953).
Wadoryu - O fundador do estilo foi o Mestre Hironori Otsuka (1892/1982).
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
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Shorin-Ryu - O fundador do estilo foi o Mestre Choshin Chibana (1892/1969).
Kenyuryu - O fundador do estilo foi o Mestre Ryusho Tomoyori (1905/1977).
3.3.1 Breve história do caratê no Brasil
Esta magnífica arte veio ao Brasil através dos imigrantes japoneses no ano 
aproximado de 1908, com a colônia que se instalou no interior de São Paulo e 
na capital. Durante os anos seguintes, o professor e mestre Akanime repassou os 
conhecimentos da mão vazia aos jovens nipônicos e a alguns brasileiros que se 
mostravam interessados pela nova arte que acabava de chegar ao Brasil (FROSI; 
MAZO, 2011; CBK, 2016). 
Cada estilo de caratê tem uma história diferente no Brasil. Vários fundadores 
que vieram ao Brasil estudar e/ou trabalhar acabavam por trazer o seu estilo. Como 
a maioria dos colonizadores japoneses veio para São Paulo, grande parte da história 
brasileira do caratê surge de lá, porém, Rio de Janeiro e Belo Horizonte também são 
polos berços desta modalidade de arte marcial (FROSI; MAZO, 2011; CBK, 2016). 
A primeira academia de caratê foi criada em 1956 pelo professor Mitsuke 
Harada, no centro da capital paulista. Posteriormente ao surgimento desta 
academia foi fundada a Associação Brasileira de Caratê, no ano de 1960, também 
em São Paulo, pelo professor Shikan Akamine. As principais instituições que 
organizam o caratê no mundo e no Brasil são aWKF - World Caratê Federation 
(http://www.wkf.net/) e CBK – Confederação Brasileira de Caratê (http://www.
karatedobrasil.com/). 
Recentemente, o caratê foi adicionado ao grupo de esportes considerados 
olímpicos. Isso mesmo, em Tóquio, no ano de 2020, teremos a modalidade de 
caratê. Tudo bem que estamos bem representados no Brasil com o caratê, mas os 
japoneses conseguiram levar uma boa competição para sua casa. 
O principal nome do caratê brasileiro é o atleta Douglas Brose, considerado 
por muitos do meio do esporte como o maior carateca brasileiro de todos os tempos 
(CBK, 2016). Em suas participações nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, e 
nos Jogos de Guadalajara em 2011, foi medalha de bronze nas duas competições. 
Em 2015, sagrou-se campeão dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no Canadá. 
Que tal ver uma luta sensacional de Douglas? Acesse o link: <https://www.youtube.
com/watch?v=iNPUI6UKmwk>.
DICAS
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Para você, futuro professor escolar, é importante conhecer o que existe no 
cinema sobre a modalidade de luta caratê. Um dos maiores sucessos do cinema de 
luta para o público infantil é o filme Karatê Kid - A Hora da Verdade, do diretor 
John G. Avildsen. Vale a pena conferir.
FIGURA 18 - DOUGLAS BROSE, CONSIDERADO O MELHOR CARATECA BRASILEIRO 
DE TODOS OS TEMPOS
FIGURA 19 - ESPAÇO DE COMPETIÇÃO COM ÁRBITRO DETERMINANDO PONTO A 
UMA ATLETA
FONTE: Disponível em: <http://www.karate-live.com/interview-with-douglas-brose>. 
Acesso em: 27 ago. 2016.
FONTE: Disponível em: <http://blogdasachikokarate.blogspot.com.br/2015/07/diferenca-
entre-karate-oficial-olimpico.html>. Acesso em: 24 ago. 2016.
3.3.2 Breve resumo das regras do caratê
A área de competição do caratê é constituída por uma área de combate e 
uma área de segurança, conforme as outras lutas estudadas até então. No caratê 
existem duas marcações para posicionar os lutadores no início, final ou a cada 
pontuação realizada. Para o controle da luta existem arbitrador, árbitro e, por fim, 
os juízes que estão na área de segurança (CBK, 2016; WKF, 2016).
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
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FIGURA 20 - GRADUAÇÕES NO CARATÊ E O SEU TEMPO MÍNIMO DE 
DURAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.karate-live.com/interview-with-douglas-
brose>. Acesso em: 27 ago. 2016.
Os equipamentos utilizados no caratê podem variar de acordo com a 
competição ou mostra, porém, o padrão é um caratê gi (um tipo de quimono) 
branco sem marcas, riscas ou canelados. Sendo que um dos lutadores deverá 
usar um cinto vermelho e um lutador deverá usar um cinto azul. Por questões de 
segurança, o uso de protetor bucal é obrigatório e cabe lembrar que em grande 
parte das competições é usado protetor de pé e luvas de proteção, diminuindo os 
danos causados com os golpes (COI, 2016). 
Quanto à duração das lutas para seniores do sexo masculino, o combate terá 
uma duração de três minutos e para seniores do sexo feminino, assim como juniores 
e cadetes de ambos os sexos, o combate tem a duração de dois minutos (CBB, 2016).
Quanto às pontuações do caratê, elas são distribuídas em: IPPON que vale 
três pontos, WAZA-ARI que vale dois pontos e YUKO que vale um ponto. Porém, 
para a marcação ser considerada válida ela deve atender aos seguintes critérios: boa 
forma, atitude esportiva, aplicação vigorosa, alerta (ZANSHIN), tempo apropriado 
e distância correta (WKF, 2016).
Sendo o IPPON atribuído para chutes Jodan (nível alto do pescoço para 
cima) e qualquer técnica que pontue realizada sobre um oponente derrubado ou 
caído. Já o WAZA-ARI é atribuído para chutes Chudan (nível médio altura do peito) 
e, por fim, o YUKO é atribuído para golpes Chudan ou Jodan Tsuki (golpes com o 
punho) e/ou Chudan ou Jodan Uchi (golpes com membros superiores exceto com 
punhos). Os ataques na arte marcial do caratê estão limitados às áreas da cabeça, 
rosto, pescoço, abdômen, peito, costas e laterais (WKF, 2016).
As graduações no caratê também são realizadas através de faixas, assim 
como no judô e jiu-jítsu. A progressão acontece por uma série de fatores, entre 
eles estão: atitude, amadurecimento, responsabilidade, além de conhecimentos 
técnicos e qualidades gestuais dos movimentos de luta.
UNIDADE 1 | CONHECENDO AS LUTAS
34
3.4 KUNG FU
Kung fu e wushu têm o mesmo significado?
Primeiramente, antes de começarmos a falar do kung fu propriamente 
dito, iremos desmistificar a diferença entre wushu e kung fu. Wushu é um termo 
de origem chinesa que significa realmente a arte da guerra, sendo que se designa 
a todas as artes guerreiras, militares e marciais (TZU, 1995). Já o kung fu é um 
estilo de luta também desenvolvido na China, porém este é somente um estilo que 
vem se adaptando. Curiosamente, este estilo foi criado através dos estudos dos 
animais, observando os movimentos de cada animal. 
3.4.1 História do kung fu
Por motivo da longa jornada que o kung fu já passou em território chinês e 
posteriormente em território internacional, não se pode datar com exatidão quando 
foi o seu surgimento, porém existem relatos de mais de dois mil anos. Outro 
fator limitante do estudo da história desta arte marcial é a grande quantidade de 
lendas e histórias místicas que tornam muito complicada qualquer chance de uma 
história baseada em fatos reais. No entanto, este caderno reuni somente os fatos 
mais contundentes e reais.
FIGURA 21 - DEZ MIL ESTUDANTES DEMONSTRAM GRANDE ACURÁCIA EM DEMONSTRAÇÃO 
DE KUNG FU NA CHINA 
FONTE: Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/news/article-2158133/China-10-000-
students-perform-incredible-display-kung-fu-choreography-celebrate-countrys-rich-history.
html>. Acesso em: 26 ago. 2016.
TÓPICO 2 | ASPECTOS HISTÓRICOS DAS LUTAS
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Caro acadêmico, para você ter ideia do quanto é antigo o kung fu, os 
primeiros registros desta arte foram encontrados em cascos de tartarugas da 
Dinastia Shang (1766-1122 a.C.). Ch’uan fa, ou estilo do punho, como era chamado 
o kung fu no início, ganhou popularidade quando os guerreiros de Chou venceram 
a Dinastia Shang e a arte começou a florescer. Durante as dinastias Ch’in (221-206 
a.C.) e Han (206 a.C. – 220 d.C.) foram desenvolvidas e especializadas novas artes 
marciais, como o shoubo (variável da luta romana) e o jiaodi, confronto onde nada 
mais nada menos que chifres de bois na cabeça eram usados para a luta. O seguinte 
grande desenvolvimento da história do kung fu também veio durante as dinastias 
do Norte e do Sul: a chegada de Bodhidharma (CBKW, 2016).
Existem histórias segundo as quais o criador do kung fu foi um monge 
budista Bodhidharma membro do monastério Shaolin. Acredita-se que por ser 
um monastério, Shaolin abrigasse muitos fugitivos, estes também guerreiros 
hábeis, tornavam-se monges (TZU, 1995). Assim, por necessidade dos moradores 
do monastério Shaolin, acredita-se que Bodhidharma tenha fundado uma série 
de exercícios que ajudavam a unir a mente e o corpo – exercícios que os monges 
guerreiros achavam benéficos a seu treinamento. Conforme mencionado, a história 
do kung fu é muito mística, e depois do conhecimento desta parte inicial, esta 
arte marcial começou a se dividir em vários estilos e a se espalhar pelo mundo, e 
infelizmente não podemos comentar a história de todos os estilos (CBKW, 2016). 
Segue a explicação de alguns dos vários estilos do kung fu:
• Estilo Águia – utiliza as bases do movimento da águia e é caracterizado pelo 
treinamento visando o fortalecimento dos dedos: polegar, indicador, médio e 
anelar. Este estilo torna o praticante um especialista em torções.
• Estilo Dragão – baseado nos poderes e movimentos “incríveis” do dragão, 
este estilo remete a movimentos muito longos, coerentes e que acontecem de 
forma contínua, sendo os ataques mais comuns com o cotovelo, joelho, juntas e 
tornozelo, alguns lutadores confundem este estilo de kung fu com a arte marcial 
denominada Muay Thai.
• Estilo Chin’Na – estilo que utiliza mais de imobilização, prender o adversário, 
porém existem técnicas muito avançadas

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