Buscar

Resumo Aula 21 e 22 - Prof Guilherme Madeira - D Processual Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Magistratura e MP 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Processo Penal 
Professor: Guilherme Madeira 
Aulas: 15 e 16 | Data: 28/03/2016 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
PRISÕES EM ESPÉCIE (cont.) 
3. Prisão em flagrante 
1. Noção 
2. Sujeitos do flagrante 
3. Modalidades de flagrante do CPP 
4. Flagrante na doutrina/ jurisprudência 
5. Formalidades do flagrante 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
1. Liberdade provisória obrigatória 
2. Liberdade provisória vedada 
3. Liberdade provisória possível 
 
RECURSOS 
1. Efeito dos recursos 
 
 
 
PRISÕES EM ESPÉCIE (cont.) 
Medidas cautelares pessoais 
 
Em nossa última aula vimos as seguintes espécies de prisão: 
 
1. Prisão temporária 
2. Prisão preventiva 
 
Hoje daremos continuidade a partir deste ponto. 
 
3. Prisão em flagrante (art. 301 a 310 CPP) 
 
CPP - Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e 
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito. 
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 I - está cometendo a infração penal; 
 II - acaba de cometê-la; 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou 
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
 IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
 
 
 Página 2 de 19 
 
 Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em 
flagrante delito enquanto não cessar a permanência. 
 Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá 
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a 
este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, 
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao 
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a 
autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 
2005) 
 § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o 
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso 
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do 
inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, 
enviará os autos à autoridade que o seja. 
 § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de 
prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-
lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação 
do preso à autoridade. 
 § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não 
puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas 
testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) 
 § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar 
a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se 
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer 
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado 
o compromisso legal. 
 Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério 
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, 
será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante 
e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral 
para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, 
a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o 
nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
 Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, 
ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a 
narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso 
 
 
 
 Página 3 de 19 
 
e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela 
autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido 
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato 
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. 
 Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver 
efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais 
próximo. 
 Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, 
depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. 
 Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando 
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares 
diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em 
flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos 
incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, 
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
1. Noção 
Trata-se de medida restritiva da liberdade que independe de ordem judicial. 
 
 Funções da prisão em flagrante (apresentadas por Hélio Tornaghi) 
- Exemplaridade – serve de advertência aos maus; 
- Satisfação – restitui a tranquilidade aos bons; 
- Prestígio – restaura a confiança na lei; 
- Evita a consumação do crime; 
- Protege contra a exasperação o povo. 
 
 
1.1. Fases do flagrante 
- Prisão captura; 
- Condução coercitiva; 
- Lavratura do auto de prisão em flagrante, 
- Prisão detenção 
- Comunicações obrigatórias. 
- Análise judicial. 
(Obs.: direito ao silêncio incide desde a prisão captura). 
 
 
 
 Página 4 de 19 
 
 
2. Sujeitos do flagrante 
 
a) Sujeito Ativo 
(Art. 301) 
- Facultativo (qualquer do povo pode prender) 
- Obrigatório (a autoridade policial e seus agentes devem prender). 
 
b) Sujeito Passivo 
Qualquer pessoa, salvo os datados de imunidades. 
 
3. Modalidades de flagrante do CPP 
(art. 302, CPP) 
 I e II – Flagrante próprio, verdadeiro ou real 
(Está cometendo ou acaba de cometer) 
 III – impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante 
(perseguido logo após  art. 290, parágrafo 1º ) 
 IV – Flagrante presumido, assimilado ou ficto 
(Encontrado logo após) 
 
CPP - Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 I - está cometendo a infração penal; 
 II - acaba de cometê-la; 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou 
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
 IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
 
 Enquanto estiver em perseguição a pessoa está em flagrante, ainda que a polícia a perca de vista. O que não 
pode haver é a interrupção da perseguição (soluçãode continuidade) 
 
CPP - Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de 
outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão 
no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à 
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de 
flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, 
quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora 
depois o tenha perdido de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha 
passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que 
o procure, for no seu encalço. 
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para 
duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do 
 
 
 
 Página 5 de 19 
 
mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que 
fique esclarecida a dúvida. 
 
O termo depois indica duração de tempo maior do que o termo após. 
 
4. Flagrante na doutrina/ jurisprudência 
 
Preparado* Esperado 
Há intervenção na vontade Não há intervenção na vontade 
Não é válido É válido 
Crime impossível (súmula 145, STF) 
 
* Nas 10 medidas do MP contra a corrupção, pretende-se atenuar o flagrante preparado nos casos envolvendo 
funcionário público (ficar atento a essa possível mudança) 
 
SÚMULA 145 - STF 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
 
No caso do policial que compra a droga com o traficante, se este possui a droga, o flagrante é preparado na 
modalidade venda e esperado na modalidade ter em depósito. Se o traficante precisa adquirir a droga com 3ª 
pessoa, o flagrante é preparado. (AgRg no Resp 1356130 – GO, Sebastião Reis Júnior, julgado em 30.06.15). 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: REsp 1356130 GO 2012/0252569-2 
Relator(a): Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR 
Julgado: 30.06.2015 
Publicação: DJ 15/06/2015 
Decisão: RECURSO ESPECIAL Nº 1.356.130 - GO (2012/0252569-2) RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR 
RECORRENTE : L B S DE S RECORRENTE : K R C E S ADVOGADO : FRANCISCO DAMIÃO DA SILVA RECORRIDO : 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RECURSO ESPECIAL. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. TRÁFICO INTERNACIONAL DE 
DROGAS. LEI N. 11.343/2006. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEI N. 9.296/1996. AUSÊNCIA DE NULIDADE. 
FLAGRANTE ESPERADO. OCORRÊNCIA. REGIME INICIAL FECHADO EM DECORRÊNCIA DA ELEVADA QUANTIDADE DE 
DROGAS APREENDIDAS. ECSTASY. ART. 33, § 3º, DO CÓDIGO PENAL. SÚMULA 7/STJ. Recurso especial a que se nega 
seguimento. DECISÃO Trata-se de recurso especial interposto por L B S DE S e K R C E S com fundamento no art. 
105, III, a, da Constituição da República, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que os condenou 
por tráfico internacional de entorpecentes, nos termo da Lei n. 11.343/2006, por transporte de 5.762 (cinco mil, 
setecentos e sessenta e dois) comprimidos de ecstasy do Suriname para o Brasil, destino final Goiânia/GO, via 
Belém/PA, às penas de 6 anos e 570 dias multa, para cada um deles (fls. 675/702 e 719/733). Esta, a ementa do 
acórdão regional (fl. 702): PENAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES. ART. 33 C/C O ART. 40, I, TODOS 
DA LEI 11.343/06. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVA COMPROVADAS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. ART. 35 
DA LEI 11.343/2006. INCONFIGURAÇÃO. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DA PENA. § 4º DO ART. 33 DA NOVA LEI 
DE TOXICO. PERTINÊNCIA DA PRETENSÃO. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA INICIALMENTE FECHADO. ART. 2º, 
§ 1º, DA LEI Nº 8.072/90, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.464/2007. ALTERAÇÃO DE REGIME PARA O INICIO 
DO CUMPRIMENTO DA PENA. IMPERTINÊNCIA DO INCONFORMISMO. 1. Materialidade e autoria do delito de tráfico 
internacional de entorpecentes devidamente provadas nos autos, em face do conjunto probatório que bem 
 
 
 
 Página 6 de 19 
 
demonstra a participação dos acusados na empreitada criminosa. 2. Consoante jurisprudência do STF e do STJ, a 
associação criminosa para tráfico configura-se pela efetiva associação, com idéia de estabilidade. Deve haver 
também o "animus associativo", o que inocorreu na hipótese em exame. 3. O Plenário do Colendo Supremo Tribunal 
Federal, quando do julgamento do HC nº 82.959-SP, Rel. Ministro Marco Aurélio, em sessão realizada no dia 
23.02.2006, por seis votos a cinco, reconheceu a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 2º da Lei nº 8.072/1990, 
que proibia, até então, a progressão de regime de cumprimento de pena para os casos de crimes hediondos, de 
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo. 4. A pena deverá ser cumprida em regime inicial 
fechado, à vista do artigo 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990, já que a declaração de inconstitucionalidade com que 
atingido pelo STF apenas diz respeito à impossibilidade de progressão no resgate da sanção corporal. 5. 
Preenchendo os acusados os requisitos do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, quais sejam, ser primário, de bons 
antecedentes, não se dedicar a atividades criminosas nem integrar organização criminosa, fazem jus à invocada 
causa de diminuição prevista no respectivo dispositivo legal. 6. Parcial provimento à apelação dos réus e à apelação 
do Ministério Público Federal. No recurso especial, os recorrentes alegam que o acórdão a quo violou os arts. 43, I, 
386, III, 75, 156 e 157, todos do Código de Processo Penal, 33, § 2º e § 3º, do Código Penal e 1º, 5º e 8º, todos da 
Lei n. 9.296/1996, porque supostamente ocorreu flagrante preparado, ao invés de esperado (fls. 736/763). Aduzem 
que as interceptações telefônicas foram realizadas ilegalmente, portanto geraram indevidamente provas que 
levaram à condenação dos recorrentes (fls. 736/763). A defesa alega que não deveria ser determinado o regime 
fechado para início de cumprimento de pena, mesmo que os fatos tenham ocorrido antes da entrada em vigor da 
Lei n. 11.464/2007 (fls. 736/763). Requerem os recorrentes a reforma do acórdão regional nos pontos 
controvertidos no recurso especial (fls. 736/763). Contrarrazões ofertadas, por meio das quais se sustenta a 
manutenção do acórdão recorrido (fls. 767/772). O Ministério Público Federal opinou pelo não provimento dos 
recursos (fls. 798/803). É o relatório. O recurso especial merece ser conhecido, pois preenchidos os seus 
pressupostos de admissibilidade. Inicialmente, no flagrante preparado, o órgão policial provoca o agente a praticar 
o delito e, ao mesmo tempo, impede a sua consumação, cuidando-se, assim, de crime impossível; ao passo que no 
flagrante forjado a conduta do agente é criada pela polícia, tratando-se de fato atípico. Hipótese totalmente diversa 
é a do flagrante esperado, em que a polícia tem notícias de que uma infração penal será cometida e aguarda o 
momento de sua consumação para executar a prisão (HC 307.775/GO, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, 
DJe 11/3/2015). No caso dos autos, a polícia não provocou os recorrentes a praticar o ilícito de tráfico internacional 
de entorpecentes transporte de 5.762 (cinco mil, setecentos e sessenta e dois) comprimidos de ecstasy do Suriname 
para o Brasil , tampouco criou a conduta por eles praticada, tendo apenas verificado a informação de que estariam 
chegando ao Brasil com drogas, ocasião em que efetuou as prisões (fls. 675/702 e 719/733). Com efeito, oportuna 
a transcrição do voto condutor do acórdão a quo acerca da inexistência do suposto flagrante preparado, in verbis 
(fls. 690/692): [...] Passo à apreciação do recurso. Com efeito, o crime preparado, é assim traduzido por Fernando 
Capez: Flagrante preparado ou provocado (também chamado de delito de ensaio, delito de experiência ou delito 
putativo por obra do agente provocador): na definição de Damásio de Jesus, 'ocorre crime putativo por obra do 
agente provocador quando alguém de forma insidiosa provoca o agente à prática de um crime, ao mesmotempo 
em que toma providências para que o mesmo não se consume' (Direito Penal, 13. ed., Saraiva, 1988, v. 1, p. 176). 
Trata-se de modalidade de crime impossível, pois embora o meio empregado e o objeto material sejam idôneos, 
há um conjunto de circunstâncias previamente preparadas que eliminam totalmente a possibilidade da produção 
do resultado. Assim, podemos dizer que existe flagrante preparado ou provocado quando o agente, policial ou 
terceiro, conhecido como provocador, induz o autor à prática do crime, viciando a sua vontade, e, logo em seguida, 
o prende em flagrante. Neste caso, em face da ausência de vontade livre e espontânea do infrator e da ocorrência 
de crime impossível, a conduta é considerada atípica. Esta é a posição pacífica do STF, consubstanciada na Súmula 
145: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. (Curso de 
Processo Penal, 12ª ed., Saraiva, 2005, p.235). Do auto de prisão em flagrante, extraem-se do depoimento dos 
policiais civis, ouvidos como testemunhas, as seguintes afirmativas: (...) que chegou em Goiânia por volta das 09:00 
horas quando abordaram o conduzido SHAKIEL KASI ao qual foi perguntado o nome e pelo sotaque estrangeiro foi 
 
 
 
 Página 7 de 19 
 
convidado pela depoente a acompanhá-Ia até o Posto da Policia Civil, onde lhe foram solicitados documentos e 
passaporte, sendo avisado que aquele seria um procedimento de praxe; QUE SHAKIEL teve a bagagem revistada e 
em poder do conduzido foram encontradas 03 (três) embalagens lacradas de chocolate, marca "M&M's", contendo 
mais de 5.000 (cinco mil) comprimidos - de 'ECSTASY'; QUE ao conduzido foi dada voz de prisão, tendo sido ele 
encaminhado para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (...). (depoimento de Priscilla Rabelo Costa - primeira 
testemunha - fl. 05). (...) QUE a depoente passou a observar o desembarque de passageiros da empresa GOL, que 
chegou em Goiânia por volta das 09:00 horas; QUE a depoente e policiais do posto policial do aeroporto se 
posicionaram na sala -de desembarque, próxima à esteira de bagagem, local onde abordaram o conduzido SHAKIEL 
KASI ao qual foi perguntado o nome e pelo sotaque estrangeiro foi convidado a acompanhá-Ia até o Posto Policial, 
onde lhe foram solicitados documentos e passaporte, lhe sendo avisado que aquele seria um procedimento de 
praxe; QUE SHAKIEL teve a bagagem revistada e em poder do conduzido foram encontradas 03 (três) embalagens 
lacradas, de chocolate, marca 'M&M's', contendo mais de 5.000 (cinco mil) comprimidos de 'ECSTASY'; QUE ao 
conduzido foi dada voz de prisão, tendo sido ele encaminhado para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil; (...). 
(depoimento de Tatiane Borba Campos segunda testemunha fl. 06). QUE: por volta das 11:00 horas de hoje, chegou 
na 1ª Delegacia Regional de Polícia, onde já estava o conduzido SHAKIEL KASI, que havia sido preso no Aeroporto 
Internacional de Goiânia com mais de 5.000 (cinco mil) comprimidos de 'ECSTASY'; QUE o depoente recebeu a 
determinação de dar continuidades às investigações e se deslocou, juntamente com outros policiais, para o 
Kananxuê Hotel, localizado na Rua 4-a, st. Central, e também na companhia do conduzido SHAKIEL KASI se 
hospedou em um dos quartos; QUE daquele local, o conduzido fez contato com LEANDRO BARRA SANTANA SOUZA 
e KAIRO RANGEL CORDEIRO E SILVA, os quais seriam os compradores dos comprimidos trazidos por SHAKIEL; QUE 
estes últimos foram autorizados a, assim que chegassem, se dirigirem para o quarto onde estava o conduzido; QUE 
por volta das 14:00 horas, chegaram e se dirigiram para o quarto, local onde foram abordados e lhes dado voz de 
prisão; (...). (depoimento de Jair Batista da Silva Junior terceira testemunha - fl. 07). Ao ser interrogado, perante a 
autoridade policial, na Delegacia de Polícia Civil do Estado de Goiás, declarou o acusado SHAKIEL KASI: (...) Que 
assim que chegou no aeroporto de Goiânia, quando havia acabado de pegar a mala foi abordado e encaminhado a 
uma sala onde teve a sua mala revistada sendo encontrados 5.735 comprimidos de ECSTASY que estavam 
acondicionados em embalagens de chocolates; Que após a abordagem foi levado para uma Delegacia e em seguida 
os agentes encaminharam o interrogado para o hotel, objetivando prender os dois compradores da droga 
encomendada, os quais só estavam aguardando a chegada do interrogando concretizar o negócio; Que o 
interrogando procedeu conforme combinado previamente com BARRA e CAIRO, indo para o hotel, acompanhado 
dos policiais, os quais efetuaram a prisão dos dois já citados, quando estes entraram no quarto do hotel ocupado 
pelo interrogando e os policiais; (...). (fl. 37). Em juízo, temos o depoimento das testemunhas da acusação NIVALDO 
ALVES PEREIRA e JAIR BATISTA DA SILVA JÚNIOR, todos policiais civis do Estado de Goiás, que confirmam as 
declarações dos acusados (cf. fls. 352 e 356). De fato, pelo conjunto de elementos colacionado aos autos, não há 
falar-se, no caso em exame, de flagrante preparado. Há, sim, hipótese de flagrante esperado, como permite inferir 
o interrogatório de Shakiel Kasi, acima transcrito. Ocorre, porém, que apenas a prisão em flagrante delito dos 
apelantes foi considerada ilegal, livrando-se soltos os acusados em razão de decisão do colendo Tribunal de Justiça 
do Estado de Goiás, que, quando ainda o processo corria naquela Justiça Estadual, deferiu liminar determinando a 
imediata expedição do alvará de soltura em benefício dos pacientes Leandro Barra Santana de Souza e Kairo Rangel 
Cordeiro e Silva (fl. 153). Tal circunstância, todavia, não acarreta nulidade processual, como disse o juiz ao proferir 
a sentença, destacando: Conforme cediço, eventual nulidade da prisão em flagrante em nada repercute na prova. 
No caso de o flagrante ser lavrado sem observância dos requisitos legais, a medida afeta, apenas, a constrição da 
liberdade, mas nunca a prova considerada em si mesma. Não se olvidar, ademais, que no presente caso conforme 
análise a ser empreendida nos tópicos seguintes a convicção deste Julgador não será firmada apenas com base no 
Auto de Prisão em Flagrante, mas, sim, com fundamento na prova dos autos, de modo global. (fls. 402/403). [...] 
Da atenta leitura do voto condutor, ao contrário da pretensão recursal, observa-se a existência de flagrante 
esperado. Além disso, a análise acerca da suposta ocorrência de flagrante preparado, de dúvida fundada sobre a 
 
 
 
 Página 8 de 19 
 
existência do fato e inexistência de provas suficientes para a condenação demandaria o reexame do conteúdo 
fático-probatório dos autos, o que é vedado nesta instância extraordinária. Incidência da Súmula 7 deste Superior 
Tribunal de Justiça (AgRg no REsp 1444179/GO, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 
16/3/2015 grifo nosso). Superado esse aspecto, os recorrentes alegam que interceptações telefônicas foram 
realizadas ilegalmente. Contudo, tal pretensão não merece provimento (fls. 736/763). Sobre o tema, o voto 
condutor do acórdão a quo concluiu pela absoluta legalidade da prova de escuta telefônica carreada aos presentes 
autos, nos seguintes termos (fls. 679/681): [...] 1.2. DA LEGALIDADE E CONSEQÜENTE VALIDADE DA PROVA DE 
ESCUTA TELEFÔNICA. Sustenta a defesa técnica dos denunciados K R e L B que a prova de escuta telefônica 
produzida nos presentes autos é ilegal, eis que: a) autorizada por Juízo Incompetente (a competência seria da 
Justiça Federal ou, quando muito, da Vara de Tóxicos da Justiça Estadual, comarca de Goiânia); b) a prova foi 
deferida para apuração de outro crime que não o tráfico de entorpecentes. Não há como acolher os argumentos 
da defesa, em face dos seguintes fundamentos. No momento em que é deferida a prova de escuta telefônica, o 
Magistrado deve atentar, essencialmente, para três circunstâncias: a) o juízo que autoriza a produção da prova 
deve ter competênciapara o processo e julgamento do futuro processo-crime; b) existência de indícios razoáveis 
de autoria e participação em infração penal; c) a investigação deve referir-se a crimes punidos com reclusão. Assim, 
se no momento em que é deferida a produção da prova estão presentes os requisitos legais, a prova produzida há 
de ser tida por legítima. Pode ocorrer, todavia, que, com o desenrolar das investigações, surjam fatos novos, com 
o condão de alterar a competência. Nesse caso, a prova já produzida deve ser tida por ilegítima? Certamente que 
não, pois, nessas circunstâncias, o mais razoável - sobretudo considerando o princípio da aproveitabilidade máxima 
do trabalho judicial - é conferir legitimidade à prova já produzida. E não há como sustentar entendimento diverso. 
Reflita-se, a título de comparação, sobre a hipótese em que, no desenrolar das investigações, descobre-se a prática, 
pelos investigados, de crimes conexos, punidos com pena de detenção. O que fazer nesse caso? Suspender as 
investigações, já que não satisfeito um dos requisitos legais (crime punido no mínimo com reclusão), deixando a 
sociedade à mercê da ação dos criminosos? Obviamente que não, visto que a interpretação da Lei e da Constituição 
não pode conduzir a resultado absurdo. Por isso mesmo é que a questão da competência, no momento de 
deferimento da prova de escuta telefônica mormente em seara de medida cautelar, tal como no presente caso - 
deve ser analisada com prudência. Havendo a competência do Juízo, no momento em que é veiculado o pedido da 
Autoridade Policial, a prova há de ser deferida. Ao depois, verificada, a modificação, da competência, a prova já 
produzida deve ser aproveitada. A menos que se admita o absurdo de que o Juízo Competente, no momento da 
decisão, trabalha de forma inútil, visando a produção de resultado também inútil, o que não é aceitável, por 
absoluta falta de razoabilidade. A corroborar tudo o que ficou assentado transcrevo abaixo um julgado da Suprema 
Corte e outro do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, verbis: 'IV. Interceptação telefônica: exigência de 
autorização do juiz competente da ação principal' (L. 9.296/96, art. 1º): inteligência. 1. Se se cuida de obter a 
autorização para a interceptação telefônica no curso de processo penal, não suscita dúvidas a regra de competência 
do art. 1º da L. 9.296/96: só ao juiz da ação penal condenatória - e que dirige toda a instrução -, caberá deferir a 
medida cautelar incidente. 2. Quando, no entanto, a interceptação telefônica constituir medida cautelar 
preventiva, ainda no curso das investigações criminais, a mesma norma de competência há de ser entendida e 
aplicada com temperamentos, para não resultar em absurdos patentes: AÍ, O PONTO DE PARTIDA À 
DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA A ORDEM JUDICIAL DE INTERCEPTAÇÃO - NÃO PODENDO SER O FATO 
IMPUTADO, QUE SÓ A DENÚNCIA, EVENTUAL E FUTURA, PRECISARÁ -, HAVERÁ DE SER O FATO SUSPEITADO, 
OBJETO DOS PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS EM CURSO. 3. NÃO INDUZ À ILICITUDE DA PROVA RESULTANTE 
DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA QUE A AUTORIZAÇÃO PROVENHA DE JUIZ FEDERAL - APARENTEMENTE 
COMPETENTE, À VISTA DO OBJETO DAS INVESTIGAÇÕES POLICIAIS EM CURSO, AO TEMPO DA DECISÃO QUE, 
POSTERIORMENTE, SE HAJA DECLARADO INCOMPETENTE, À VISTA DO ANDAMENTO DELAS.' 4. 'PROCESSUAL 
PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO 
TELEFÔNICA AUTORIZADA POR JUIZ FEDERAL. COMPETÊNCIA DECLINADA PARA A JUSTIÇA ESTADUAL. VALIDADE 
DA PROVA COLHIDA. OMISSÃO INEXISTENTE. EMBARGOS REJEITADOS. 1) Conforme decidiu o eg. Superior Tribunal 
 
 
 
 Página 9 de 19 
 
de Justiça, '(...) Não procede o argumento de ilegalidade da escuta telefônica, se evidenciado que, durante as 
investigações da Polícia Federal, quando se procedia à escuta telefônica judicial e regular, foram obtidas provas 
suficientes para embasar acusação contra o paciente, sendo certo que a posterior declinação de competência não 
tem o condão de, por si só, invalidar a prova até então colhida' (HC nº 16.334/ES, Rel. Min. GILSON DIPP). 2) 
Portanto, conforme consta no voto condutor dos embargos declaratórios, a concessão da ordem impetrada, por 
este Tribunal Regional Federal, para anular a decisão do Juízo Federal da 5ª Vara da Seção Judiciária do Estado de 
Goiás, que, inclusive, deu-se por incompetente, não implica. Necessariamente, na invalidação da prova até então 
colhida, eis que a competência para o processamento do feito passou a ser da Justiça Estadual, competente, 
também, para decidir sobre a sua validade. 3) Inexistência de ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão 
na decisão embargada. 4) Embargos rejeitados.' Noutro giro, é de ser afastada, desde logo, a assertiva dos 
denunciados K R (fl. 349) e L B (fl. 351) de que não lhes pertencem as vozes constantes dos diálogos monitorados. 
Com efeito, a despeito da negativa dos réus, a defesa técnica não cuidou de impugnar a prova, na forma exigida 
pelo art. 156 do Código de Processo Penal, tendo em vista que 'a prova da alegação incumbirá a quem a fizer'. Não 
tendo havido a impugnação da prova, imperioso concluir que as vozes que se ouvem nos diálogos monitorados, 
identificadas pela Polícia Judiciária como sendo dos réus K R e L B, pertencem efetivamente a eles. Diante de tais 
fundamentos, desacolho a preliminar, concluindo pela absoluta legalidade da prova de escuta telefônica carreada 
aos presentes autos. [...] Por conseguinte, o surgimento de outros investigados, em razão de escuta, ainda que não 
submetidos à competência da Justiça que decretou a medida, não invalida a utilização do mencionado 
procedimento, o qual pode ser ratificado pelo Juízo competente (REsp 1305836/SC, Rel. Ministra Maria Thereza de 
Assis Moura, Rel. p/ Acórdão este Relator, Sexta Turma, DJe 11/3/2014). Além disso, ao compulsar os autos, 
observo que os recorrentes, por meio de sua insurgência especial, não demonstraram em que aspectos as 
interceptações telefônicas violaram a norma de regência (Lei n. 9.296/1996). Logo, não há nulidade a ser conhecida, 
inclusive porque comprovada e demonstrada a impossibilidade de apurar, por outros meios, as atividades ilícitas 
cometidas por organização criminosa, está satisfeita a exigência prevista no art. 2º, inciso II, da Lei nº 9.292/96 e 
autoriza a interceptação das comunicações telefônicas (REsp 1315619/RJ, Rel. Ministro Campos Marques 
(Desembargador convocado do TJ/PR), Quinta Turma, DJe 30/8/2013). Erigida essa premissa, este Tribunal, 
interpretando os dispositivos da Lei n. 9.296/1996, entende não ser imprescindível a prévia existência de inquérito 
policial ou formal, bastando que existam, anteriormente, indícios razoáveis de participação em crime, para lastrear 
o pedido de interceptação telefônica (HC 242.590/MG, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Rel. p/ Acórdão 
este Magistrado, Sexta Turma, DJe 21/8/2014). Ademais, os recorrentes deixaram de proceder à demonstração, 
mediante documentação comprobatória suficiente, da tese de nulidade da interceptação telefônica, eis que 
ausente qualquer evidência de carência de fundamentação da decisão que determinou a quebra do sigilo telefônico 
(fls. 675/702 e 719/733). Outro ponto nodal da insurgência em exame é a fixação de regime inicial fechado para 
cumprimento de pena dos recorrentes, sendo as penas fixadas em 6 anos e 570 dias multa, para cada um deles (fls. 
675/702 e 719/733). Contudo, tal pleito não merece provimento, especialmente porque cabível a manutenção do 
regime fechado, não com base na hediondez do delito, mas em razão das circunstâncias do caso concreto, 
principalmente a grande quantidade de drogas apreendidas, qual seja, 5.762 (cinco mil, setecentos e sessenta e 
dois) comprimidos de ecstasy, portanto justificada a imposição do regime inicial de cumprimento de pena mais 
rigoroso, à luz do § 3º do art. 33 do Código Penal (fls. 675/702 e 719/733). Nesse sentido:HABEAS CORPUS. TRÁFICO 
ILÍCITO DE ENTORPECENTES. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONDENAÇÃO. REGIME INICIAL FECHADO. 
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO. NÃO CONHECIMENTO. 1. Esta Corte, na 
esteira do posicionamento do Supremo Tribunal Federal, entende ser possível nas condenações por tráfico de 
drogas, em tese, a fixação de regime menos gravoso, sempre tendo em conta as particularidades do caso concreto. 
2. Fixado o regime inicial fechado, não só com base na hediondez do delito, mas em razão das circunstâncias do 
caso concreto, as quais, inclusive, justificaram a negativa de aplicação da causa especial de diminuição de pena 
prevista no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/06 - longeva associação e grande quantidade de drogas apreendidas 
(1950 comprimidos de ecstasy) -, não há constrangimento ilegal a ser sanado. 2. Habeas corpus não conhecido. (HC 
 
 
 
 Página 10 de 19 
 
319.291/SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis moura, Sexta Turma, DJe 29/5/2015 grifo nosso) [...] 4. Não há 
ilegalidade na fixação do regime inicial fechado ao paciente não reincidente, condenado a pena superior a 4 anos 
de reclusão e não excedente a 8 anos, mas com registro de circunstância judicial desfavorável na primeira fase da 
dosimetria (grande quantidade de cocaína), a teor do art. 33, § 3º, do CP. 5. A instância ordinária impôs o regime 
inicial fechado, ante a análise do caso concreto, ao destacar, principalmente, a "quantidade e [o] poder vulnerante 
dos entorpecentes apreendidos". 6. Ordem não conhecida. (HC 316.027/SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, 
Sexta Turma, DJe 27/4/2015) Diante disso, não merece provimento a insurgência recursal. Em tempo, as 
informações colacionadas às fls. 806/818 não alteram ou alcançam a prestação jurisdicional aqui estabelecida, 
mesmo que seja diminuída, na origem, a pena-base privativa de liberdade e a multa fixada aos ora recorrentes. 
Sendo repetidamente decidida a matéria debatida, conforme os precedentes citados, o presente recurso comporta 
pronta solução, nos moldes do art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, c/c o art. 3º do Código de Processo 
Penal, com o fim de se agilizar a prestação jurisdicional. Ante o exposto, com fulcro nos arts. 28 da Lei n. 8.038/1990, 
34 do RISTJ e 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso especial. Publique-se. Brasília, 
10 de junho de 2015. Ministro Sebastião Reis Júnior Relator 
 
 
5. Formalidades do flagrante 
(art. 304 a 309) 
 
a) Autoridade 
É a autoridade do local da captura (não é o da consumação). Se não houver autoridade no local da captura, vai para 
o local mais próximo em que tenha autoridade. 
b) Escrivão 
O escrivão é a pessoa que auxilia o delegado a lavrar o flagrante. Se não houver escrivão, o delegado nomeia a 
alguém ad hoc mediante compromisso. 
c) Condutor 
É a pessoa que conduz o preso à autoridade. 
d) Testemunhas 
Deve haver no mínimo 2 testemunhas (o condutor conta como testemunha). 
A falta de testemunhas do flagrante não impede a sua lavratura, mas neste caso deve haver 2 testemunhas da 
apresentação do preso à autoridade. São as testemunhas instrumentais, instrumentárias ou fedatárias. 
 
5.1. Fracionamento do Auto de Prisão em Flagrante 
A medida em que forem prestados os depoimentos as pessoas assinam o auto e são liberadas. 
 
5.2. Comunicações 
O preso recebe a nota de culpa. O MP e o juiz recebem cópia do APF e também a defensoria pública, se o preso não 
indicar o advogado. 
Prazo: 24 horas (lembrar do delegado Jack Bouer  24 horas) 
 
A superação deste prazo não gera ilegalidade, desde que observada a razoabilidade. 
(RHC 50913/SP, Feliz Fischer, julgado 04.08.15) 
 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 126838 SP - SÃO PAULO 8621646-64.2015.1.00.0000 
 
 
 
 Página 11 de 19 
 
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO 
Julgamento: 04/03/2015 
Publicação: DJe-044 09/03/2015 
Parte(s): PACTE.(S) : ADAIR JOSE PEREIRA DA SILVA 
IMPTE.(S) : CAUBI PEREIRA GOMES 
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RHC 50913 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Decisão 
 
Decisão: Ementa: Habeas corpus. Alegação de demora no julgamento de dois recursos ordinários e de um habeas 
corpus, todos em tramitação no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de ilegalidade ou de abuso de poder. Writ a 
que se nega seguimento. 1. Trata-se de habeas corpus, com pedido de concessão de liminar, em que se alega 
demora para o julgamento de processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (RHC 50.913, RHC 53.864 e 
HC 305.794). 2. A parte impetrante alega que a demora na prestação jurisdicional configura constrangimento ilegal 
a ser reparado pela determinação de imediato julgamento pelo colegiado competente. Decido. 3. Inicialmente 
ressalto que ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal têm reconhecido, em determinadas hipóteses 
excepcionais, a existência de constrangimento ilegal pela injustificada demora para o julgamento de habeas corpus 
por parte dos Tribunais de origem. Tal possibilidade fica reforçada pela explicitação, feita pela Emenda 
Constitucional nº 45/2004, do direito fundamental à razoável duração do processo. Nesse sentido, a título de 
exemplo, destaco o HC 110.367, julgado sob a relatoria da Ministra Cármen Lúcia. 4. No caso dos autos, contudo, 
as peças que instruem este processo não evidenciam ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a 
concessão da ordem. Em primeiro lugar, observo que o Superior Tribunal de Justiça já concluiu o julgamento do HC 
305.794-AgR, em sessão realizada no dia 19.12.2014. Ademais, consulta à página oficial do Superior Tribunal de 
Justiça na internet revela que tanto o RHC 50.913 quanto o RHC 53.864 foram interpostos no final de 2014 e 
tramitam regularmente naquela Corte de Justiça. De modo que não é possível falar em injustificada demora na 
prestação jurisdicional. 5. Diante do exposto, com base no art. 38 da Lei nº 8.038/1990 e no art. 21, § 1º, do RI/STF, 
nego seguimento ao habeas corpus. Publique-se. Brasília, 04 de março de 2015. Ministro Luís Roberto Barroso 
Relator Documento assinado digitalmente 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
Premissa 
Até 2011 a prisão em flagrante poderia ter relaxamento ou liberdade provisória. A prisão preventiva poderia ter 
relaxamento ou revogação. 
Após 2011 a prisão em flagrante pode ter relaxamento ou liberdade provisória. Já a prisão preventiva pode ter 
relaxamento, revogação ou liberdade provisória. 
 
 
 
 
 Página 12 de 19 
 
 
 
1. Liberdade provisória obrigatória 
Neste caso não pode manter a pessoa presa. 
No Jecrim  se o autor do fato concordar em comparecer a audiência preliminar, não se impõe a prisão em 
flagrante). 
Código de Transito  art. 301- se parar para prestar socorro não se impõe a prisão em flagrante 
Art. 48 da lei de drogas – não se impõe prisão em flagrante no caso de uso. 
 
Lei 9099/95 - Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento 
da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
 Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, 
for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o 
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, 
nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá 
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, 
domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei 
nº 10.455, de 13.5.2002)) 
 
Lei 9503/97 - Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de 
acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em 
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro 
àquela. 
 
Lei 11.343/06 - Art. 48. O procedimento relativo aos processos por 
crimes definidos neste Títulorege-se pelo disposto neste Capítulo, 
aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo 
Penal e da Lei de Execução Penal. 
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se 
imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser 
Prisão em 
flagrante
Liberdade 
provisória 
possível
Sem fiança ( art. 310, 
paragrafo único, art. 
321, art. 350)
Com fiança (323/324; 
322; 325; 323; 
327/328; 340/ 343)
Liberdade Provisória Obrigatória 
- Art. 69, parágrafo único 9099 
- Art. 301, Lei 9503/97 
- Art. 48, parágrafo 3, lei 
11343/06. 
Liberdade Provisória vedada 
- Art. 44, Lei 11343/06. 
 
 
 
 Página 13 de 19 
 
imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, 
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo 
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e 
perícias necessários. 
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 
2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no 
local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta 
Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e 
liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas 
de direitos. 
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á 
o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, 
vedada sua concessão ao reincidente específico. 
 
1. Liberdade provisória vedada 
Art.- 44 Lei 11.343/06 - É proibida a concessão de qualquer forma de liberdade provisória, seja com fiança ou sem 
fiança. Para o STF essa proibição da liberdade provisória é inconstitucional. (STJ, HC 318813/SP, Leopoldo de arruda 
Raposo, julgado em 16.06.15) 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 318813 SP 2015/0055894-2 
Relator(a): Ministro JORGE MUSSI 
Publicação: DJ 26/03/2015 
Decisão 
HABEAS CORPUS Nº 318.813 - SP (2015/0055894-2) RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI IMPETRANTE : MOHAMED 
ABDO AYOUB ADVOGADO : MOHAMED ABDO AYOUB IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO PACIENTE : BRUNO DE LIMA VITORINO DECISÃO A princípio, insurgindo-se a impetração contra acórdão do 
Tribunal de origem que denegou a ordem pleiteada no prévio writ, mostra-se incabível o manejo do habeas corpus 
originário, já que não configurada nenhuma das hipóteses elencadas no artigo 105, inciso I, alínea c, da Constituição 
Federal. Contudo, compulsando-se os autos, ao menos em um juízo perfunctório, verifica-se que as teses 
levantadas na inicial merecem melhor exame, a fim de, no momento processual devido, examinar a possibilidade 
de atuação de ofício deste Superior Tribunal. Não obstante, mostra-se inviável acolher a pretensão sumária, 
porquanto, além da quantidade e variedade de entorpecentes apreendidos com o paciente (63 porções de drogas, 
sendo que 41 delas eram de crack e 12 flaconetes de cocaína - fls. e-STJ 32/33), a motivação que dá suporte à 
pretensão liminar confunde-se com o mérito do writ, devendo o caso concreto ser analisado mais detalhadamente 
quando da apreciação e do seu julgamento definitivo. Diante do exposto, indefere-se a liminar. Necessário sejam 
solicitadas informações diretamente ao Juízo singular, que deverá trazer aos autos notícias atualizadas acerca do 
andamento da ação penal lá ajuizada contra o paciente, encaminhando a esta Corte Superior cópia da certidão de 
antecedentes, da denúncia deflagrada e de eventual sentença proferida, noticiando ainda acerca da situação 
prisional do acusado. Após, ao Ministério Público Federal, para manifestação. Publique-se e intimem-se. Brasília 
(DF), 20 de março de 2015. MINISTRO JORGE MUSSI Relator 
 
Atenção: a lei dos crimes hediondos proíbe fiança, mas não pode ser proibida qualquer forma de liberdade 
provisória. 
 
 
 
 
 Página 14 de 19 
 
 
2. Liberdade provisória possível 
 Sem fiança 
- Art. 310, parágrafo único  se o juiz verificar que o crime e foi praticado, nas hipóteses do art. 23 CP, causas 
excludentes da antijuridicidade) 
- Art. 312 – ausentes os requisitos da prisão preventiva, o juiz poderá conceder liberdade provisória, com ou sem 
fiança, a depender dos critérios do 282. 
- Art. 350 - nos casos de réu pobre (mesmo sem pagar, será solto). 
 
CPP - Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, 
que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a 
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao 
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a 
todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da 
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver 
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada 
em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por 
força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, 
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste 
Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, 
qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto 
no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
 
 Com fiança 
(323/324; 322; 325; 323; 327/328;340/ 343 CPP) 
 
CPP - Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação 
da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, 
impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 
deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 Página 15 de 19 
 
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos 
casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja 
superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que 
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, 
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança 
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer 
das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - em caso de prisãocivil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da 
prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder 
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração 
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 
(quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo 
da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) 
anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança 
poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 Página 16 de 19 
 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em 
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna 
e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua 
periculosidade, bem como a importância provável das custas do 
processo, até final julgamento. 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a 
comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado 
para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. 
Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
 Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento 
da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade 
processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua 
residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será 
encontrado. 
(...) 
 Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
 I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
 II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens 
hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras 
preciosas; 
 III - quando for inovada a classificação do delito. 
 Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido 
à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. 
 Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, 
sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do 
processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a 
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou 
quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos 
 Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na 
perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a 
 
 
 
 Página 17 de 19 
 
imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação 
da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, 
condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento 
da pena definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, 
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste 
Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, 
qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto 
no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
a) Rol de crimes 
O CPP não fala quais são os crimes afiançáveis, mas diz quais são os crimes inafiançáveis. 
Tudo o que estiver fora do 323 e do 324 admite fiança. 
 
b) Fiança pelo delegado 
Quando o delegado pode arbitrar fiança? Para os crimes com pena máxima menor ou igual a 4 anos (art. 322, CPP) 
 
c) Arbitramento da fiança 
É um procedimento bifásico. 
 
* 1ª fase, o juiz olha o art. 325: 
- Se crime tiver penal máxima menor ou igual a 4 anos  1 a 100 salários mínimos 
- Crime com pena máxima maior a 4 anos – 10 a 200 salários mínimos 
 
 2ª fase  art. 326 
O juiz leva em conta a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa, a periculosidade e 
a importância provável das custas ao final do processo. 
 
Arbitrado o valor, pode este ser alterado? Sim! 
 
Alteração do valor 
a) Aumentar em até 100 vezes – art. 325, parágrafo 1 
b) Reduzir em até 2/3 – art. 325 
c) Dispensar a fiança nos casos do réu pobre (art. 350) 
 
O tempo decorrido de prisão de 4 meses sem pagamento da fiança autoriza o reconhecimento de que se trata de 
réu pobre 
(HC 312506- SP, Nefi cordeiro, j 18.08.15) 
 
EMENTA 
 
 
 
 Página 18 de 19 
 
Processo: HC 312506 / DF - HABEAS CORPUS 2014/0339115-9 
Relator(a): Ministro NEFI CORDEIRO (1159) 
Data do Julgamento: 18/08/2015 
Publicação: DJe 03/09/2015 
Decisão: PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS. FIANÇA. INCAPACIDADE DE PAGAMENTO. CONCRETA 
DEMONSTRAÇÃO PELO TEMPO DE PRISÃO. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS. 1. O tempo 
decorrido de prisão, de mais de quatro meses, concretamente demonstra a incapacidade financeira para o 
pagamento da fiança e, não podendo a pobreza constituir-se obstáculo à liberdade, é substituída essa cautelar por 
medidas diversas de prevenção dos riscos ao processo ou à sociedade. 2. Habeas corpus parcialmente concedido 
para substituir a fiança pelas seguintes medidas cautelares: (a) apresentação a cada 2 (dois) meses, para verificar a 
manutenção da inexistência de riscos ao processo e à sociedade; (b) proibição de mudança de domicílio sem prévia 
autorização judicial, evitando-se riscos à aplicação da lei penal. 
 
d) Procedimento (cai muito para MP) – art. 333 
Prestada a fiança, vai para o MP 
 
CPP - Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida 
independentemente de audiência do Ministério Público, este terá 
vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. 
 
e) Deveres da fiança (art. 327 e 328) 
- Comparecimento a todos os atos; 
- Não pode mudar de residência sem previa autorização; 
- Não pode se ausentar por mais de 8 dias sem comunicação não juiz. 
 
(Atenção: Em prova eles alteram os casos em que se exige comunicação e autorização) 
 
f) Perda e quebra da fiança 
Perda da fiança  344 
Haverá a perda quando o acusado condenado não se apresentar para o início do cumprimento da pena. 
Havendo a perda, perde-se a integralidade do valor. 
 
Quebra da fiança 341 
 Quando violar os deveres da fiança (327 e 328) 
 Quando regularmente intimado, não comparecer sem motivo justo 
 Quando deliberadamentepraticar ato de obstrução ao andamento do processo 
 Quando descumprir cautelar imposta cumulativamente com a fiança 
 Quando ele resistir injustificadamente a ordem judicial 
 Quando ele praticar nova infração dolosa. 
 
Consequências patrimoniais (art. 343) 
 Perda de metade do valor 
 O juiz poderá decretar a prisão preventiva. Ela não é consequência automática da quebra. 
 
 
(Acabamos cautelares pessoais) 
 
 
 
 
 Página 19 de 19 
 
 
RECURSOS 
 
1. Efeito dos recursos 
Os recursos têm: 
a) Efeito suspensivo 
A decisão não produz efeitos enquanto não julgado o recurso. 
b) Efeito devolutivo 
Devolve-se ao tribunal a matéria alegada 
c) Efeito regressivo 
O juiz deverá reanalisar a sua decisão à luz do recurso apresentado 
 RESE 
 AGRAVO NA EXECUÇÃO 
 CARTA TESTEMUNHÁVEL 
d) Efeito extensível 
Se a decisão do recurso favorável a um dos corréus se fundar em questões de caráter não exclusivamente pessoal, 
haverá a extensão ao corréu que não recorreu. 
O tribunal faz essa análise de ofício, sem necessidade de novo recurso. 
 
A jurisprudência admite o uso deste efeito extensivo também para as ações autônomas impugnativas – HC e revisão 
criminal. 
 
e) Efeito translativo 
Ao tribunal é devolvido o conhecimento da matéria de ordem pública.

Continue navegando