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Modulo de Geologia Aplicado a Geografia_ (1)

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
1º Ano 
Disciplina: GEOLOGIA APLICADA A GEOLOGRAFIA 
Código: 
Total Horas/1o Semestre: 
Créditos (SNATCA): 
Número de Temas 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
1 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e 
Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os 
direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios 
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem 
permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de 
Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a 
aplicação de processos judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail:isced@isced.ac.mz 
Website:www.isced.ac.mz 
 
 
 
mailto:isced@isced.ac.mz
http://www.isced.ac.mz/
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
2 
 
 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na 
elaboração deste manual: 
Autor Bernardino José Bernardo – Mestre em Gestão ambiental, 
Licenciado em ensino de Geografia 
 
Revisor: Ubaldo Ginova Ombe Gemusse-Mestre em Geologia 
de Materiais e Recursos Geológicos, Licenciado em Geografia 
e Técnico Médio em Geologia e Minas 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica 
Revisão Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
 
Direcção Académica do ISCED 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
XXXXX 
XXXXX 
ISCED – BEIRA 
XXXXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
3 
 
 
 
ÍNDICE GERAL 
VISÃO GERAL ---------------------------------------------------------------------------- 6 
BEM-VINDO A DISCIPLINA DE GEOLOGIA APLICADA À GEOGRAFIA -------------------- 6 
OBJECTIVOS DO MÓDULO ----------------------------------------------------------------- 9 
QUEM DEVERIA ESTUDAR ESTE MÓDULO ------------------------------------------------ 9 
COMO ESTÁ ESTRUTURADO ESTE MÓDULO ---------------------------------------------- 9 
ÍCONES DE ACTIVIDADE ------------------------------------------------------------------ 12 
HABILIDADES DE ESTUDO ---------------------------------------------------------------- 12 
PRECISA DE APOIO? ---------------------------------------------------------------------- 14 
TAREFAS (AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO) ------------------------------------------- 15 
AVALIAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 16 
TEMA – I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOLOGIA. ---------------------- 16 
UNIDADE TEMÁTICA 1.1: CONCEITO E OBJECTO DE ESTUDO ------------------------- 16 
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. MÉTODOS DE ESTUDO DA GEOLOGIA ------------------- 24 
UNIDADE TEMÁTICA 1.3. HISTÓRIA DA GEOLOGIA --------------------------------- 16 
UNIDADE TEMÁTICA 1.4. TEORIAS SOBRE O UNIVERSO ---------------------------- 22 
UNIDADE TEMÁTICA 1.5. EXERCÍCIOS DESTE TEMA ----------------------------------- 36 
TEMA – II: DINÂMICA INTERNA -------------------------------------------------- 39 
UNIDADE TEMÁTICA 2.1. ESTRUTURA INTERNA DA TERRA ------------------------ 39 
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES ----------------- 45 
UNIDADE TEMÁTICA 2.3. TECTÓNICA GLOBAL -------------------------------------- 50 
UNIDADE TEMÁTICA 2.4. EXERCÍCIOS DESTE TEMA --------------------------------- 27 
UNIDADE TEMÁTICA 3.1. CONCEITO DE MINERAL; CRISTAIS E SEUS ELEMENTOS, 
SISTEMAS CRISTALINOS. ----------------------------------------------------------------- 30 
UNIDADE TEMÁTICA 3.2. PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E ELÉCTRICAS DOS 
MINERAIS. -------------------------------------------------------------------------------- 36 
UNIDADE TEMÁTICA 3.3. DESCRIÇÃO DOS MINERAIS MAIS COMUNS, 
RECONHECIMENTO DOS MINERAIS. ----------------------------------------------------- 44 
UNIDADE TEMÁTICA 3.4. EXERCÍCIOS DESTE TEMA --------------------------------- 55 
UNIDADE TEMÁTICA 4.1. MAGMATISMO: ROCHAS MAGMÁTICAS, FORMAÇÃO, 
TEXTURA, ESTRUTURA, EXEMPLOS E UTILIDADE. -------------------------------------- 57 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
4 
 
UNIDADE TEMÁTICA 4.2. METAMORFISMO: ROCHAS METAMÓRFICAS, 
FORMAÇÃO, TEXTURA, ESTRUTURA, EXEMPLOS E UTILIDADE. ------------------------ 71 
UNIDADE TEMÁTICA 4.3. SEDIMENTAGÉNESE: ROCHAS SEDIMENTARES, 
FORMAÇÃO, TEXTURA, ESTRUTURA, EXEMPLOS E UTILIDADE. ------------------------ 82 
UNIDADE TEMÁTICA 4.4. EXERCÍCIOS DESTE TEMA --------------------------------- 95 
UNIDADE TEMÁTICA 5.1. CICLO GEOLÓGICO; PRINCÍPIO DE ESTRATIGRAFIA E 
ESTUDO DOS FÓSSEIS. -------------------------------------------------------------------- 99 
UNIDADE TEMÁTICA 5.2. EXERCÍCIOS DESTE TEMA. -------------------------------109 
UNIDADE TEMÁTICA 6.1. ESCALA CRONO-ESTRATIGRÁFICA E TRAÇOS GERAIS DA 
GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE. ---------------------------------------------------------112 
UNIDADE TEMÁTICA 6.2. EXERCÍCIOS DESTE TEMA. -------------------------------133 
UNIDADE TEMÁTICA 7. EXERCICIOS DO FIM DO MÓDULO. ------------------------135 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1: Observação directa a camada de carvão no rio Moatize em 
Tete. Foto: Raposo, 2014 .................................................................. 26 
Figura 2: Jazigo de exploração de minerais. ...................................... 26 
Figura 3: Ilustração de uma trincheira para observar o solo e colectar 
amostras. Fonte: (CONCIANI, 2013). ................................................. 27 
Figura 4: Amostra directa do manto: xenólitos de peridotitos (raros). 
Disponivel em:www.umanitoba.ca.br .............................................. 28 
Figura 5: Esquema conceptual sobre os metodos geofísicos. ............. 29 
Figura 6: Anomalias Gravimétricas. .................................................. 31 
Figura 7: Bússola geológica tipo BRUNTON (COE, et al, 2010). ........... 35 
Figura 8: ilustração de lupas do geólogo (COE, et al, 2010). ............... 35 
Figura 9: Martelo do geólogo. Fonte: www.GADGETS.in ................... 36 
Figura 10: Estrutura Interna da Terra (POPP, 1998). .......................... 40 
Figura 11: Esquema ilustrativo das correntes (POPP, 1998). .............. 42 
Figura 12: Pangea e sua divisão em dois continentes, Laurásia a norte e 
Gondwana a sul, pelo Mar de Tethys (Teixeira, 2000). ...................... 46 
Figura 13: a) Distribuição actual das evidências geológicas de existência 
de geleiras há 300 Ma. As setas indicam a direção de movimento das 
geleiras. b) Simulação de como seria a distribuição das geleiras com os 
continentes juntos, mostrando que estariam restritas a uma calota 
polar no hemisfério Sul (TEIXEIRA, et al, 2000). ................................. 48 
Figura 14: Distribuição das principais placas tectónica (TEXEIRA, et al, 
2000). .............................................................................................. 17 
Figura 15: Ilustração da zona divergente entre a América do Norte e 
África formando a Dorsal mesoatlântica (PRESS, et al, 2006). ............ 18 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA5 
 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
Tabela 1: Ramificações da Geologia ........................................................ 19 
Tabela 2: Escala do tempo Geológico .................................................... 33 
Tabela 3: resumo dos processos que decorrem no limite das placas 
tectónicas ................................................................................................ 21 
Tabela 4: Classificação Cristalografica dos sistemas ............................... 34 
Tabela 5: Escala de Mohs e padrões secundários ................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
6 
 
Visão Geral 
Bem-vindo a disciplina de Geologia aplicada à 
Geografia 
Introdução ao Estudo da Geologia 
A disciplina de Geologia aplicada à Geografia, constitui uma 
ferramenta primordial no processo de construção do 
conhecimento geográfico. Visto que, é graças a esta disciplina que 
podemos compreender a actual repartição geográfica dos vários 
fenómenos que ocorrem na Terra, bem como a sua génese, 
evolução e transformação. 
Esta disciplina irá permitir que o estudante desenvolva uma 
capacidade de análise e interpretação dos fenómenos que 
ocorrem na Terra, tais como os sismos, vulcões, tsunamis, 
ocorrências recursos energéticos, (Hidrocarbonetos). Por essa 
razão, a disciplina será leccionada em dois eixos: Geologia 
histórica e Geologia dinâmica. A Geologia histórica explica a 
origem, formação e evolução da Terra e a dinâmica explica os 
processos endógenos e exógenos na crosta. 
No fim do estudo deste módulo, espera-se que o estudante 
desenvolva as seguintes competências: 
 Compreenda a evolução do conhecimento geológico; 
 Conheça as fases da evolução da Terra em função dos 
eventos registados; 
 Classifica os minerais e as rochas; 
 Interpreta os fenómenos originários do interior da Terra; 
 Compreenda a génese do relevo. 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
7 
 
TEMA I: Introdução ao estudo da Geologia: 
 Conceito e objecto de estudo; 
 Métodos de estudo da Geologia; 
 História da Geologia; 
 Teorias sobre o universo. 
Tema II: Dinâmica Interna 
 Estrutura interna da Terra; 
 Teorias da deriva dos continentes; 
 Tectónica global. 
TEMA III: Minerais 
 Conceito de mineral; cristais e seus elementos, sistemas 
cristalinos; 
 Propriedades físicas, químicas e eléctricas dos minerais; 
 Descrição dos minerais mais comuns, reconhecimento dos 
minerais. 
TEMA IV: Rochas 
 Magmatismo: rochas magmáticas, formação, textura, 
estrutura, exemplos e utilidade; 
 Metamorfismo: formação, textura, estrutura, exemplos e 
utilidade; 
 Sedimentagénese: Formação, textura, estrutura, exemplos 
e utilidade. 
TEMA V: Estratigrafia 
 Ciclo geológico; princípio de estratigrafia e estudo dos 
fósseis. 
TEMA VI: Geologia de Moçambique 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
8 
 
 Escala crono-estratigráfica e traços gerais da Geologia de 
Moçambique. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
9 
 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Geologia Aplicada a 
Geografia o aluno deverá ser capaz de responder os seguintes 
objectivos: 
 
Objectivos Específicos 
 
 Compreender a evolução do conhecimento geológico; 
 Conhecer a história de Geologia; 
 Classificar os minerais e as rochas; 
 Explicar a acção dos processos endógenos na crosta terrestre; 
 Caracterizar os agentes da geodinâmica externa; 
 Relacionar os fenómenos geológicos globais com os de 
Moçambique; 
 Compreender a necessidade de uso racional dos recursos 
minerais. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de 
licenciatura em Ensino de Geografia do ISCED. Poderá ocorrer, 
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar 
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não 
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o 
manual, com a permissão do ISCED. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Geologia Aplicada a Geografia, para estudantes do 
1º ano do curso de licenciatura em Ensino de Geografia, à 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
10 
 
semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se 
segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
11 
 
Conteúdo desta Disciplina/módulo 
 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e algumas 
actividades práticas incluído estudo de caso. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você 
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro 
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste 
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
12 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venham a 
ser melhoradas. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprenderaprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
13 
 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as 
de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada 
hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Porque o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
14 
 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
SMS, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante 
– CR, etc. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
15 
 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
 
1Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
16 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor? Nós dissemos: Sim é possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de 
avaliação. 
Os trabalhos decampo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação.
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
16 
 
TEMA – I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOLOGIA. 
 
UNIDADE Temática 1.1. Conceito e objecto de estudo; 
UNIDADE Temática 1.2. Métodos de estudo da Geologia; 
UNIDADE Temática 1.3. História da Geologia; 
UNIDADE Temática 1.4. Teorias sobre o universo. 
UNIDADE Temática 1.5. Exercícios deste tema 
Unidade Temática 1.1: Conceito e objecto de estudo 
Introdução 
Bem-vindo a primeira unidade da disciplina de Geologia. Nesta 
unidade temática, iremos estudar os aspectos introdutórios da 
disciplina de Geologia e a mesma está dividida em dois pontos 
chaves: 
 No primeiro ponto, iremos abordar os seguintes aspectos: 
conceito, objecto de estudo, divisão da Geologia, ramificação da 
Geologia, importância do estudo. 
 No segundo ponto, iremos estudar a História da Geologia e 
Teorias sobre o Universo. Portanto, no fim desta unidade temática, 
você deverá ser capaz de: 
Desenvolvimento 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 
 
 Dar conceito a Geologia; 
 Entender o princípio fundamental que sustenta a Geologia; 
 Conhecer objecto de estudo da Geologia e seus ramos. 
 
 
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1.1 
Conceito de Geologia 
O facto de vivermos na Terra já é razão mais do que suficiente para estudar 
a Geologia. Quanto mais soubermos acerca do nosso planeta, 
especialmente do seu ambiente e recursos, melhor poderemos 
compreendê-la, usá-la e apreciá-la. 
Num senso lato, a importância da Terra como corpo celeste não é assim 
tão grande, já que ela é um planeta de tamanho médio, orbitando à volta 
duma estrela de tamanho médio também. Contudo, e pelo menos no 
Sistema Solar, a Terra é o único planeta com água abundante e uma 
atmosfera onde pode crescer a vida. 
Os programas espaciais também revelaram que a Terra é única entre os 
planetas estudados até agora pelo facto de ter um campo magnético, que 
é provocado pelo seu núcleo de ferro líquido e que pode acumular energia, 
dando origem à formação de aspectos como cadeias de montanhas. 
A palavra geologia, provêm do grego - γεo (geo - Terra) + λογoσ (lógos - 
Ciência) – e significa literalmente Ciência da Terra. 
De acordo com Popp (1987), a Geologia é a ciência da Terra, de seu 
arcabouço, de sua composição, de seus processos internos e externos e de 
sua evolução. 
Para Lapidus (1987), Geologia é o estudo da Terra em termos do seu 
desenvolvimento como planeta desde a sua origem. Isto inclui a história 
das formas de vida, os materiais de que é feita, os processos que afectam 
estes materiais e os produtos que deles resultam. 
Entretanto, Geologia é o estudo da origem, evolução, composição, 
estrutura e transformação da Terra. Com base nesses parâmetros ela analisa 
os processos que operam na superfície e no interior do planeta e examina 
os materiais terrestres, sua composição e aplicabilidade. 
 
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18 
 
A 
geologia interage com diversas outras ciências como a física, a química, a 
biologia, bem como as ciências econômicas e sociais, e busca a exploração 
dos recursos naturais de maneira economicamente viável e 
ambientalmente sustentável. 
O princípio fundamental que sustenta toda a Geologia é que "os processos 
geológicos actuais ocorreram ao longo do tempo geológico". É o chamado 
Princípio das Causas actuais. Quer isto dizer que as rochas antigas podem 
ser interpretadas com base nos processos que ocorrem actualmente. 
1.1.1 Objecto de estudo 
Qual é o objecto de estudo da geologia? 
Vamos partir do pressuposto de que a Geologia é um tipo especial de 
ciência, já que o seu laboratório é o Mundo em que vivemos. Por vezes, é 
possível tirar conclusões de caracter geológico através de ensaios 
laboratoriais controlados, mas a maioria das vezes isso não é possível, pois 
as dimensões de escala e de tempo que envolvem os fenómenos 
geológicos são demasiado grandes para lidarmos laboratorialmente com 
elas. 
Daqui se pode ver que a Terra não é constituída dum único material, mas 
de várias camadas esféricas concêntricas. Há, assim, três camadas 
composicionais (Núcleo, Manto e Crosta). No entanto, a Crosta 
compreende a parte superficial, camada mais fina, composta de matéria 
rochosa menos densa. Consequentemente, a crosta é constituída por 
compostos de O, Si e Al que fazem parte de minerais mais comuns em 
combinação com os demais elementos. 
Não resta dúvidas que o objecto de estudo da Geologia é a crosta (por ser 
construída de Rochas e Minerais). 
1.1.2 Subdivisão da Geologia 
 
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Segundo AMARAL & LEINZ (2003) A geologia subdivide-se em três grandes 
ramos, a saber: 
 
 
 
 
i) Geologia Geral ou Dinâmica é o estudo da composição, da 
estrutura e dos fenómenos genéticos formadores da crosta terrestre, 
assim como ao conjunto geral de fenómenos que agem não somente sobre 
a superfície, como também no interior do nosso planeta. 
ii) A Geologia Histórica – estuda e procura datar cronologicamente a 
evolução geral, as modificações estruturais, geográficas e biológicas 
ocorridas na história da Terra. 
iii) Geologia Ambiental – consiste no estudo dos problemas geológicos 
decorrentes entre o homem e a superfície terrestre, assunto cujo a 
importância vem crescendo nos últimos anos. 
1.1.3 Ramificação da Geologia 
A Geologia encontra-se ramificada em vários ramos, sendo destacar: 
Tabela 1: Ramificações da Geologia 
 
 
 
 
 
 
Paleontologia – estuda a evolução das formas de vida através dos 
fosseis. (fosseis – são vestígios de vegetais e animais) 
Cristalografia – trata do estudo dos cristais 
Petrologia – estuda as rochas, os seus minerais constituintes, a sua 
génese e o seu modo de ocorrência 
Cartografia – dedica-se ao estudo dos métodos de campo e laboratório 
que levam a produção de mapas de vários tipos 
Geologia 
Geologia Geral 
Geologia Histórica 
Geologia Ambiental 
 
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Ramificações da 
Geologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geocronologia – mede os intervalos de tempo do passado geológico, as 
idades dos acontecimentos geológicos 
Geomorfologia – estuda as formas e processos do relevo terrestre 
Geologia estrutural e tectónica – estudam as estruturas que ocorrem na 
crusta dobras, falhas, etc., numa escala mesoscópica e megascópica 
Mineralogia – estuda os minerais, sua génese e ocorrência 
Hidrogeologia – estudo das águas subterrâneas 
Estratigrafia – estuda as rochas em camadas (estratos) em espacial a sua 
sequência no tempo em correlação de camadas locais diferentesGeologia da engenharia – estuda a aplicação da geologia para a 
construção de obras de engenharia 
Geologia económica – ligado as jazigos minerais, estuda as implicações 
económicas da exploração dos jazigos e as suas reservas 
Pedologia – estuda a formação dos solos, sua morfologia, origem e 
classificação 
Fotogeologia - utiliza as fotografias aéreas para a interpretação da 
geologia duma região na programação de actividades de campo 
Geofísica – aplica os métodos fiscos ao estudo da estrutura e 
composição da Terra 
Sedimentologia – estuda as rochas sedimentares e os processos 
responsáveis pela sua origem e pelos movimentos de sedimento, etc. 
 
Como vimos geologia apresenta várias ramificações e o seu estudo exige 
em parte o conhecimento destas áreas. 
 
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21 
 
Como se pode ver da listagem anterior, as ciências geológicas estão 
intimamente ligadas a várias outras ciências: Química, Física, Matemática, 
Biologia, Astronomia, Economia e Engenharia. Mas as ligações não param 
por aqui, por exemplo a geologia e Geografia tem uma estreita relação 
porque Geografia – o seu campo de acção é a superfície terrestre e seus 
habitantes, a Geologia ocupa-se pela formação da crosta e da sua 
evolução; A Biologia – Estuda os seres vivos (origem, evolução) cujo a sua 
explicação está impregnada na Geologia; a Química – aplica os princípios 
da química para o estudo da Terra; A Física - aplica os princípios da física 
para o estudo da Terra; A Astronomia – estuda as rochas de outros corpos 
do sistema solar, exemplo de amostras da Lua; 
1.1.4. Importância do estudo da Geologia 
Como se sabe, o Homem só tem acesso a uma ínfima parte do planeta, que 
é a superfície terrestre e o resto está fora do alcance da vista directa. Só se 
pode estudar por via indirecta, por meio de vários métodos de análise e 
observação. No entanto, o seu estudo é de estrema importância, pois: 
Ela fornece dados sobre as rochas nos aspectos tocantes à sua formação, 
composição, tamanho, posição, e possibilidade do seu aproveitamento 
económico; pesquisa e prospeção de minerais; exploração de minerais 
energéticos (combustíveis fósseis); descoberta de novos bens minerais; 
construção de obras civis - A Geologia de engenharia criou suporte à 
engenharia civil (Geotécnica), necessária à estrutura de grandes obras tais 
como: túneis, barragens, pontes, rodovias, túneis, habitações e outras 
construções, fornecendo informação importante sobre as rochas onde 
estarão apoiadas; solução de actuais problemas ambientais (riscos 
ambientais). 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
 
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1. Marque V ou F. 
a) A Geologia estuda a Terra, sem se interessar com a sua evolução, 
composição, estrutura e transformação. 
b) A Geologia é o estudo da origem, evolução, composição, estrutura 
e transformação da Terra. 
c) A geologia interage com diversas outras ciências como a física, a 
química, a biologia, bem como as ciências econômicas e sociais. 
d) A geologia se interessa apenas da exploração dos recursos naturais 
de maneira economicamente viável e ambientalmente sustentável. 
2. No Sistema Solar, é correcto afirmar que: 
a) Todos os planetas contêm atmosfera. 
b) A Terra é o único planeta com água abundante e uma atmosfera 
onde pode crescer a vida. 
c) No plutão contém água em abundância. 
d) A Terra é o maior planeta do sistema solar. 
e) A Terra não é constituída dum único material, mas de várias 
camadas esféricas concêntricas. 
3. O objecto de estudo da geologia é: 
a) Manto 
b) Magmatismo 
c) Rochas 
d) Crosta 
e) Núcleo 
4. De acordo com AMARAL & LEINZ (2003) a geologia subdivide-se em 
três grandes ramos, a saber: 
a) Geologia Geral, Física e Biológica. 
b) Geologia Histórica, Ambiental e Biológica. 
c) Geologia Histórica, Geral e Biológica. 
d) Geologia Geral, Histórica e Ambiental. 
 
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5. De acordo com este texto “estudo dos problemas geológicos 
decorrentes entre o homem e a superfície terrestre, assunto cujo a 
importância vem crescendo nos últimos anos” que parte da Geologia 
se ocupa: 
a) Geologia Geral 
b) Geologia Histórica e Ambiental 
c) Geologia Ambiental 
d) Geologia Histórica 
6. As ciências geológicas estão intimamente ligadas a várias outras 
ciências: Química, Física, Matemática, Biologia, Astronomia, 
Economia e Engenharia. Qual das ciências tem maior relação com a 
Geologia? 
a) Apenas Química e Física. 
b) Matemática, Biologia e Astronomia. 
c) Engenharia e Economia. 
d) Todas as ciências. 
 
Respostas: 
1. a) F 
b) V 
c) V 
d) F 
 
2. a) F 
b) V 
c) F 
d) F 
e) V 
3. a) F 
 
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b) F 
c) F 
d) V 
e) F 
4. a) F 
b) F 
c) F 
d) V 
5. Alínea correcta c) 
6. Alínea correcta d) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.2. Métodos de estudo da Geologia 
Introdução e Desenvolvimento 
 
O conhecimento do interior da Terra não se pode efectuar, na sua 
totalidade, com observações ou análises directas do seu interior. Visto que, 
 
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dos 
6370 km que separa o núcleo a superfície terrestre, o Homem só conseguiu 
perfurar 0.1% ou seja cerca de 7 km. 
Desta forma o conhecimento da estrutura e composição do interior da 
Terra tem de ser obtido através da utilização de métodos directos e de 
métodos indirectos. 
a) Método Directo é aquele que nos permite obter dados através da 
utilização directa da Terra, como é o caso da observação directa da 
superfície terrestre, da utilização de carotes de sondagens, da observação 
da actividade vulcânica. Este método baseia-se em quatro pilares, 
conforme ilustra o esquema abaixo. 
 
 
 
- A observação directa da superfície terrestre permite-nos concluir acerca 
da existência de falhas e de dobras, qual o tipo de rocha e respectiva idade, 
com o inconveniente de esta observação se limitar a poucos metros de 
profundidade, ou seja, só o que conseguimos ver a vista desarmada. 
Metódo 
Directo
Sondagens
Magmas e 
xenólitos
Observação e 
estudo directo da 
superfície visível
Exploração de 
jazigos minerais em 
minas e escavações
 
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Figura 1: Observação directa a camada de carvão no rio Moatize em Tete. Foto: Raposo, 2014 
 
 
 
- Exploração de jazigos minerais em minas e escavações fornece-nos 
dados do interior da terra. No entanto, estas informações limitam-se 
apenas a alguns metros de profundidade (fig.2). 
 
 
Figura 2: Jazigo de exploração de minerais. 
 
 
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27 
 
 - 
Sondagem é um tipo de investigação feita para saber que tipo de solo 
existe em um terreno, a sua resistência, a espessura das camadas, a 
profundidade do nível de água e até mesmo a profundidade onde está a 
rocha e informam o geólogo sobre muitos acontecimentos do passado. Ex: 
valas, trincheiras (fig 3), poços, Galeria, etc. 
 
Figura 3: Ilustração de uma trincheira para observar o solo e colectar amostras. Fonte: 
(CONCIANI, 2013). 
 
 - Magmas e xenólitos: a actividade vulcânica fornece-nos importantes 
informações sobre o interior da Terra (até cerca de 150 km de 
profundidade). Sempre que um vulcão entra em actividade, lança para o 
exterior materiais que se encontram no interior da Terra. A análise desses 
materiais (lavas,cinzas, gases) permite-nos conhecer a composição da 
parte superior da crosta terrestre. No entanto, um vulcão não nos fornece 
apenas a sua lava como fonte de estudo, mas fornece-nos também, 
fragmentos da chaminé e da câmara magmática – os xenólitos. 
 
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Figura 4: Amostra directa do manto: xenólitos de peridotitos (raros). Disponivel 
em:www.umanitoba.ca.br 
 
Se o conhecimento directo do interior da Terra é inacessível, então os 
geólogos procuram outras fontes de informação para determinarem a 
estrutura e a composição do nosso planeta. Para isso, os métodos 
indirectos permitem-nos obter dados sobre a estrutura interna da Terra, 
com a interpretação de dados obtidos indirectamente, através 
de planetologia e astrogeologia e métodos geofísicos. 
 
- Planetologia e astrogeologia: 
O estudo dos restantes planetas do sistema solar permite-nos tirar 
conclusões sobre o nosso próprio planeta. Quando admitimos que os 
elementos constituintes do sistema solar possuíam uma origem comum, 
concluímos que as características existentes nos outros planetas se 
aplicavam ao nosso. 
 
Ao recolhermos dados de outros planetas estamos a obter informação 
sobre o nosso próprio planeta. Quando classificamos os meteoritos quanto 
à sua composição, admitimos, para estes, uma origem semelhante à Terra 
e, por isso, admitimos para a Terra uma composição e estrutura 
 
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semelhantes às dos meteoritos. Os satélites vieram também dar uma 
grande ajuda, pois, através deles, é possível a recolha de dados até então 
inacessíveis. A medida correcta do diâmetro terrestre, a densidade e o 
volume são alguns dos conhecimentos terrestres obtidos através da 
utilização de satélites. 
 
- Métodos geofísicos: A geofísica é uma ciência que, através de estudos 
físicos e matemáticos, permite a determinação de características 
geológicas da Terra, nomeadamente a sua densidade e gradiente 
geotérmico. A gravidade, a sismologia, o geomagnetismo e o geotermismo 
são alguns dos métodos geofísicos (fig.5) que nos permitem a elaboração 
de modelos estruturais e composicionais da Terra. 
 
 
Figura 5: Esquema conceptual sobre os metodos geofísicos. 
 
 
 
 
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30 
 
- 
Gravimetria 
 
 A gravidade Terrestre consiste na atracção exercida pela Terra sobre os 
corpos existentes à sua superfície. Pode ser calculada, segundo a Lei da 
Atracção Universal de Newton, pela expressão: F = G m . M r2 
Onde: m – Massa do corpo; M – Massa da Terra; r – Raio terrestre e G – 
Constante de gravitação determinada em laboratório. 
Assim, analisando a expressão, verifica-se que a força gravítica varia na 
razão directa das massas e na razão inversa do quadrado da distância ao 
centro da Terra. 
Por convenção, considera-se que o valor normal da força gravítica ao nível 
das águas do mar é zero. 
 
- Anomalia Gravimétrica 
 - É a diferença entre os valores da gravidade, numa determinada zona 
(medidos através de gravímetros), e os valores calculados teoricamente 
para essa mesma zona. 
As anomalias gravimétricas são positivas ou negativas e podem ser devidas, 
por exemplo, à presença de corpos rochosos com diferentes densidades no 
interior da crusta. O estudo do campo gravítico da Terra pode fornecer 
indicações importantes a respeito do interior da geosfera. Estes estudos 
permitiram elaborar hipóteses acerca da constituição dos fundos 
oceânicos, da distribuição das massas no interior do planeta e como essa 
distribuição afecta a distribuição dessas massas à superfície. 
 
Assim, verificou-se que o interior da Terra não é homogéneo como se 
pensava, ou seja, os materiais variam, quer lateralmente, quer em 
profundidade (vide fig. 6). 
 
 
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31 
 
 
Figura 6: Anomalias Gravimétricas. 
 
Pela observação da imagem podemos concluir que a presença no subsolo 
de um domo salino (sal-gema), cuja densidade é inferior às rochas 
encaixantes, afecta localmente a força gravítica, provocando uma 
anomalia negativa. Por sua vez, a presença de um maciço rochoso 
magmático, mais denso do que as rochas envolventes, determina uma 
anomalia gravimétrica positiva. Ao nível das grandes cadeias montanhosas 
existem anomalias gravimétricas negativas. 
 
- Densidade e massa volúmica 
 A densidade global da Terra é de 5.5. 
 No entanto, as rochas da superfície terrestre são muito menos densas, 
apresentando uma densidade média de 2.8. 
 Tal significa que os materiais do interior da Terra são muito mais densos. 
 Pelo que podemos concluir que com a profundidade os valores da 
densidade vão aumentar, uma vez que, os materiais estão sujeitos a uma 
pressão cada vez maior e estão mais comprimidos. 
 
- Sismologia 
Através da velocidade de propagação das ondas sísmicas no interior da 
Terra é possível aos geologos aprofundarem o seu conhecimento sobre a 
constituição do interior da Terra. 
http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/49855184/Sismologia!
 
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32 
 
Se a 
Terra fosse homogénea, ou seja, se a composição e as propriedades físicas 
dos materiais fossem idênticas em qualquer ponto do globo, a velocidade 
de propagação das ondas sísmicas devia de manter-se constante em 
qualquer direção e a trajetória dos raios sísmicos seria retilínia. No entanto, 
isto não acontece, ou seja, a velocidade das ondas sísmicas sofrem 
alterações! Algumas ondas são desviadas e outras deixam de se propagar 
a partir de determinada profundidade. 
 Assim sendo, isto faz-nos concluir que o interior da Terra não é todo igual. 
 
Figura 7: Camadas da Terra reveladas pela sismologia. O diagrama inferior mostra as alterações 
das velocidades das ondas compressivas e de cisalhamento e da densidade com a profundidade 
na Terra. O diagrama superior é uma secção transversal do interior da Terra na mesma escala das 
profundidades, mostrando como essas mudanças estão relacionadas com as camadas principais 
(TEIXEIRA, et al, 2000). 
 
- Geotermismo 
 
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33 
 
 
Geotermismo é o calor interior da Terra. Estudos realizados, permitem-nos 
afirmar que a temperatura aumenta com a profundidade. Assim, 
denomina-se por gradiente geotérmico a taxa de variação de temperatura 
com a profundidade, isto é, o aumento de temperatura por quilómetro de 
profundidade. 
 Grau geotérmico – número de metros que é preciso aprofundar na crosta 
terrestre para que a temperatura aumente 1ºC. Grau geotérmico 
(média): 1ºC/33m, ou seja, por cada 33m a temperatura aumenta 1ºC (fig. 
7). 
 
O grau geotérmico depende dos seguintes factores: 
 Condutibilidade térmica das rochas; 
 Proximidade do foco térmico, por exemplo, um vulcão; 
 Estrutura das rochas (as camadas inclinadas apresentam um grau 
geotérmico mais curto que as horizontais); 
 Morfologia (o grau geotérmico aumenta nas serras, ao contrário 
dos vales). 
 
 
Figura 8: Variação do grau geotérmico. 
 
 O aumento da temperatura não se mantém constante para grandes 
profundidades, pois se tal acontecesse a Terra atingiria no seu interior 
temperaturas de muitos milhares de graus, o que provocaria a fusão de 
todos os materiais. 
 
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No 
entanto, sabe-se, através da sismologia, que a maioria das camadas 
estruturais terrestres está no estado sólido. Com isto, admite-se, pois, que 
o gradiente geotérmico diminui coma profundidade. Isto é, o aumento da 
temperatura faz-se de um modo mais lento. 
 
O calor interno da Terra é o motivo da actividade do nosso planeta e vai-se 
libertando continuamente através da sua superfície. A terra não retêm 
toda a energia sob a forma de calor, pelo que, existe dissipação de calor. 
Esta dissipação é constante e denomina-se fluxo térmico, que é avaliado 
pela quantidade de calor libertado por unidade de superfície e por unidade 
de tempo. 
 
- Geomagnetismo, a Terra tem um campo magnético invisível mas que faz 
sentir a sua acção. Os cristais funcionam como ímanes “fósseis” com uma 
polaridade idêntica à do campo magnético terrestre na altura da sua 
formação. 
 
O geomagnetismo é importante porque: 
 A existência do campo magnético terrestre apoia o modelo sobre 
a composição e as características físicas do núcleo terrestre; 
 O paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da 
Terra, pois, regista inversões da polaridade do campo magnético terrestre; 
apoia a hipótese da deriva continental e da formação dos fundos oceânicos 
a partir do rifte; permite tirar ilações sobre a posição dos continentes 
relativamente aos pólos magnéticos; permite determinar a latitude 
geográfica que a rocha em estudo ocupava no momento da sua formação. 
 
 
1.2.1 Materiais utilizados no estudo da Geologia 
a) Bússola geológica – serve para orientar o geólogo no campo, para 
medir a altura dos estratos e estrutura geológica. 
 
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Figura 7: Bússola geológica tipo BRUNTON (COE, et al, 2010). 
 
b) Lupa – é usada para ampliar os objectos a observar e facilitar a 
identificação dos minerais. 
 
Figura 8: ilustração de lupas do geólogo (COE, et al, 2010). 
 
 
c) Martelo – serve para colher amostras, fósseis ou para preparar a 
superfície para a medição. 
 
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36 
 
 
 
Figura 9: Martelo do geólogo. Fonte: www.GADGETS.in 
 
d) GPS - essa sigla é a abreviação em inglês de sistema de posicionamento 
global e serve para georreferenciar ou localizar as coordenadas de 
qualquer ponto que se pretende estudar. 
 
Figura 12: Ilustração do GPS usado durante as actividades do campo. Fonte: 
www.GADGETS.in 
 
http://www.gadgets.in/
 
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37 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
1. O conhecimento do interior da Terra não se pode efectuar, na sua 
totalidade, com observações ou análises directas do seu interior. De 
acordo com esta afirmação significa que utiliza outros métodos. 
Escolhe a opção correcta. 
A. Apenas métodos directos. 
B. Apenas métodos indirectos. 
C. Métodos directos e indirectos. 
D. Observação macroscópica. 
2. Sobre os métodos directos, é correcto afirmar que: 
a) O método directo nos permite obter dados através da utilização 
directa da Terra. 
b) O método directo não é o caso da observação directa da superfície 
terrestre. 
c) Este método utiliza carotes de sondagens e também faz a 
observação da actividade vulcânica. 
3. Os métodos indirectos permitem-nos obter dados sobre a estrutura 
interna da Terra, com a interpretação de dados obtidos 
indirectamente, através de: 
a) Apenas planetologia. 
b) Apenas métodos geofísicos. 
c) Planetologia e astrogeologia e métodos geofísicos. 
d) Nenhuma das opções. 
4. Anomalia Gravimétrica é a diferença entre os valores da gravidade, 
numa determinada zona, e os valores calculados teoricamente para 
essa mesma zona. Entretanto, subdividem-se em: 
a) Anomalias positivas e físicas. 
 
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38 
 
b) Anomalias positivas e negativas. 
c) Anomalias negativas e gravimétricas 
d) Anomalias geocêntricas. 
5. Sobre o geomagnetismo marque V ou F. 
a) A existência do campo magnético terrestre apoia o modelo sobre a 
composição e as características físicas do núcleo terrestre. 
b) O paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da Terra, 
pois, regista inversões da polaridade do campo magnético 
terrestre. 
c) Permite tirar ilações sobre a posição dos continentes relativamente 
aos pólos magnéticos; permite determinar a latitude geográfica 
que a rocha em estudo ocupava no momento da sua formação. 
6. A Geologia utiliza vários materiais no seu estudo. Marque V ou F. 
a) A bússola geológica e a lupa são materiais de menor utilização. 
b) A bússola geológica orienta o geólogo no campo, para medir a 
altura dos estratos e estrutura geológica. 
c) A lupa é usada para ampliar os objectos a observar e facilitar a 
identificação dos minerais. 
d) O martelo serve para colher amostras, fósseis ou para preparar 
a superfície para a medição. 
e) Apenas a bússola, lupa, martelo e GPS são materiais geológicos 
usados no campo. 
Respostas: 
1. Opção C. 
2. Alíneas correctas a) e c) 
3. Alínea correcta c) 
4. Alínea correcta b) 
 
5. a) V 
b) V 
c) V 
6. a) F; d) V 
b) V; c) F 
c) V 
 
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16 
 
UNIDADE Temática 1.3. História da Geologia 
Introdução e Desenvolvimento 
 
De acordo com AMARAL, Leinz (2003), "Desde que o Homem aprendeu a 
se aproveitar das rochas e minerais, iniciou-se, no sentido lato, o estudo da 
Geologia". 
Nos primórdios da Humanidade o Homem usava "pedras" rochas e 
minerais no fabrico de ferramentas de trabalho e objectos ornamentais. A 
partir desta época, conhecem-se hoje minas de sílex. Mais tarde, com o 
início da Idade do Bronze, o Homem começou a utilizar os metais, tanto 
para armas como para objectos ornamentais. 
Os antigos Egípcios (1.500 AC) já conheciam os efeitos medicinais de alguns 
minerais, como a antimonite (Sb2S3), o enxofre (S), a hematite (Fe2O3), a 
halite (sal), a soda (NaNO3), o petróleo bruto, etc. 
- Heródoto (484-425 AC) que escreveu que "…o mar apagou-se onde hoje 
a terra se solidifica…", após observar fósseis de conchas marinhas em terra 
firme. Nessa altura, a idade da Terra foi calculada em 399.000 anos!!! 
Também Heródoto reparou que o Rio Nilo depositava sedimentos durante 
as cheias, tendo reconhecido o processo lento mas contínuo que modifica 
a superfície da Terra. 
- Teofrastus (374-287 AC), escreveu o primeiro tratado de Mineralogia - A 
Respeito das Pedras - que foi a base da maioria dos mineralogistas da Idade 
Média. 
- Ibn Sida (980-1037) escreve uma sistemática dos minerais e reconhece 
que as montanhas se formam por acção de forças internas e que a água 
tem um papel importante na erosão e na formação de sedimentos. 
 
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17 
 
A Idade 
Média (séc. 
XI-XIV) 
Foi um período de estagnação de conhecimentos, de crenças em poderes 
sobrenaturais e em superstições. Nessa época, o primeiro livro do Antigo 
Testamento - Génesis - sobre a origem do mundo e da vida, era aceite como 
verdade acabada, não contestável, pois se o fosse seria considerado sacrilégio 
os Homens não procuravam mais esclarecimentos sobre os fenómenos 
naturais. 
Com o aparecimento da Renascença, a situação no que toca ao avanço das 
ciências muda de figura. O Génesis começa a ser contestado. 
Ao descobrir conchas numa zona montanhosa de Itália, Da Vinci concluiu 
que aqueles animais só podiam ter vivido ali quando aquelas terras 
estavam cobertas de água. Foi um escândalo na época, mas como ele era 
reconhecido por todos como artista, escultor, arquitecto, engenheiro e 
inventor, então ele teria alguma razão para afrontar as Sagradas Escrituras. 
Mas os defensores destas encontraram uma resposta para o aparecimento 
de conchas nas montanhas: 
 Deus tinha-asposto lá para pôr à prova a fé do Homem. 
 
O grande avanço das ciências geológicas ocorre cerca de 150 anos mais tarde, 
com o dinamarquês Nicolaus Steno (Séc. XVII) que é conhecido como o 
pioneiro da Geologia. Como outros cientistas, ele observou conchas nas 
montanhas da Itália e concluiu que o mar tinha coberto aquela região. 
Mas ele foi mais longe, pois observou que as conchas estavam encravadas 
em vários tipos de rochas, de camadas ou estratos. Verificou que algumas 
camadas eram espessas, outras delgadas; umas eram uniformes, outras 
irregulares; umas continham conchas de animais marinhos, outras de animais 
de água doce. Concluiu que as rochas que continham essas conchas só 
podiam ter sido depositadas como sedimento em zonas cobertas por água 
 
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18 
 
salgada ou doce. Com o recuo das águas, os sedimentos transformaram-se 
em rochas sólidas. 
Por isso, concluiu ele ainda, as camadas do fundo deviam ser mais antigas do 
que as que estavam mais acima. Nasceu assim o princípio da sobreposição, 
base da Geocronologia actual (fig. 13). 
 
Figura 13: Princípio de sobreposição de estratos. 
 
- Abraham Werner (1749-1817), de nacionalidade alemã, aos 25 anos, 
publica um livro sobre as características externas dos minerais, pondo fim 
a uma época de observações caóticas e disparatadas. Ele é considerado o 
pai da Geologia e da Mineralogia alemãs. Werner também é considerado o 
pai da Geologia de Campo, por ter sido o primeiro a levar os seus alunos ao 
terreno para terem o quadro geral do que ensinava nas aulas. WERNER 
defendia a Teoria Neptunista segundo a qual todas as rochas tinham o seu 
início num oceano de aguas espessas e turvas que cobria a superfície a 
Terra. Os granitos teriam sido as primeiras rochas precipitadas dessa água 
primária e as rochas vulcânicas se teriam originados pela refusão local de 
sedimentos preexistentes, fenómeno ocorrido nas regiões vulcânicas. 
 O seu discípulo Leopold Von Buch (1774-1853), depois de observar alguns 
vulcões europeus, coisa que Werner nunca tinha feito, contrariou essa 
 
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19 
 
teoria, criando a Teoria Vulcanista, em que no interior da Terra existia um 
imenso calor que fundia as rochas. 
- William Smith (1769-1839) foi o pai da Paleontologia e, de certo modo, 
da Estratigrafia. Ele notou que certos fósseis só ocorriam em determinadas 
camadas e que estas podiam ser correlacionadas, mesmo que distantes 
entre si. 
- James Hutton (1726-197) e a sua escola, denominada plutonismo, diziam 
ser o magma o agente formador das rochas sem desprezar, contudo, a 
agua como agente formador de outras rochas. Hutton defendia a teoria de 
Actualismo, que mais tarde foi desenvolvida por Charles Lyell. 
- Abraham G. Werner, (1749-1815) e James Hutton (1726-197), ambos são 
considerados pais da geologia actual. 
A síntese geral dos conhecimentos geológicos até então adquiridos foi 
elaborado por Charles LYELL (1797-1875), este generalizou como também 
amplificou a geologia física e estratigráfica. Desenvolveu a teoria de 
Actualismo iniciada pelo J. Hutton que diz que: o presente é chave da 
compreensão do passado, (AMARAL, Leinz 2003). 
Outros paleontólogos de renome do tempo de W. Smith foram Georges 
Cuvier (1769-1832), Ernst von Schlotheim (1765-1832). 
No séc. XIX, o inglês Charles Darwin (1809-1882), observando os vários 
fósseis e as diferentes formas de vida que encontrou pelo mundo fora 
durante as suas viagens, formulou a teoria da evolução da vida, expressa no 
seu livro (1859) A Origem das Espécies pela Selecção Natural, ou A 
Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida. Ainda nesse tempo 
esse livro foi considerado uma afronta aos ensinamentos bíblicos sobre a 
criação. Mais tarde (1871), com o seu livro A Origem do Homem, essa 
polémica renasceu. 
 
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20 
 
Os 
séculos XVIII e XIX caracterizaram-se por grandes avanços e actividades nas 
ciências geológicas e por uma cooperação extensa entre geocientistas de 
vários países. 
Também se caracterizou pelo aparecimento de várias associações de 
geólogos, como o Geological Survey of England (1835), Association 
Géologique Française (1855) e a Preuische Geologische Landesamtstalt 
(1873), entre outras. No início do Séc XX (1915), o alemão Alfred Wegener 
(1880-1930) escreveu o livro A Origem dos Continentes em que formula a 
Teoria da Deriva dos Continentes, percursora da actualíssima Teoria da 
Tectónica de Placas (já referida anteriormente). 
No que toca ao nosso continente, Alex du Toit é considerado o pai da 
Geologia Africana. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
1. O cientista que escreveu o primeiro tratado de mineralogia foi: 
a) Heródoto (484-425 AC). 
b) Teofrastus (374-287 AC). 
c) Ibn Sida (980-1037). 
2. A Idade Média (séc. XI-XIV) foi um período de estagnação de 
conhecimentos, de crenças em poderes sobrenaturais e em 
superstições. Com base nesta idade, marque com V ou F. 
a) Nessa época, o primeiro livro do Antigo Testamento - Génesis - sobre 
a origem do mundo e da vida, era aceite como verdade acabada, não 
contestável, pois se o fosse seria considerado sacrilégio os Homens 
não procuravam mais esclarecimentos sobre os fenómenos naturais. 
b) Com o aparecimento da Renascença, a situação no que toca ao 
avanço das ciências muda de figura. 
c) O Génesis começa a ser contestado. 
 
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21 
 
d) Ao descobrir conchas numa zona montanhosa de Itália, Da Vinci 
concluiu que aqueles animais só podiam ter vivido ali quando 
aquelas terras estavam cobertas de água. 
3. O cientista considerado pai da Geologia e da Mineralogia alemãs 
chama-se: 
a) Charles Darwin 
b) James Hutton 
c) Alfred Wegner 
4. O cientista que também é considerado pai da Geologia de Campo, por 
ter sido o primeiro a levar os seus alunos ao terreno para terem o 
quadro geral do que ensinava nas aulas. 
a) James Hutton 
b) Alex du Toit 
c) Charles Darwin 
d) Alfred Wegner 
5. O cientista considerado pai da Geologia Africana chama-se: 
a) James Hutton 
b) Alex du Toit 
c) Charles Darwin 
d) Alfred Wegner 
6. “O presente é chave da compreensão do passado” é a teoria de 
Actualismo. O cientista que começou a desenvolver esta teoria 
chama-se: 
a) Alex du Toit 
b) Charles Darwin 
c) James Hutton 
d) Alfred Wegner 
 
Respostas: 
1. Alínea correcta b) 
 
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22 
 
2. a) V 
b) V 
c) V 
d) V 
3. Alínea correcta d) 
4. Alínea correcta d) 
5. Alínea correcta b) 
6. Alínea correcta c) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.4. Teorias sobre o Universo 
 Introdução e Desenvolvimento 
 
 
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23 
 
Estamos habituados a pensar que a Terra é o centro do universo, o que não 
é de toda verdade. A Terra é um pequeno planeta que gira à volta duma 
estrela - o Sol. O Sol e os seus planetas são uma ínfima parte da galáxia Via 
Láctea, que, por seu lado, é uma dos milhares de galáxias do nosso 
universo. 
Então o que é universo? 
 Universo é o conjunto formado por astros e pelas formas de energia. Suas 
dimensões são vastas que apesar de todo o progresso alcançado pela 
Astronomia e pela Austronáutica, pode se dizer que o Homem apenas 
principiou a sua exploração. 
O elevado número de estrelas que vemos a brilhar á noite juntamente com 
muitas outras que não distinguimos ou que só vemos em forma de 
nebulosidade constituem uma galáxia conhecida por via-láctea.Podemos observar na galáxia estrelas anãs, de tamanho menor, e estrelas 
gigantes vermelhas, mil vezes maiores que o Sol, mas também aquelas cuja 
magnitude aumenta bruscamente a seguir a uma explosão, as estrelas 
novas e supernovas, as de brilho variável e os buracos negros. 
 
Figura 14: Via Láctea. http://www.atlasoftheuniverse.com/ 
1.4.1. O Sistema Solar é uma pequeníssima parte da nossa galáxia e 
consiste do Sol, de 8 Planetas e seus Satélites, Asteróides, Cometas e 
Meteoritos. 
 
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24 
 
O 
Sol 
é uma estrela de tamanho médio, com uma temperatura de 6.000ºC à 
superfície e de 5.000.000ºC em profundidade, onde a matéria está sujeita 
a pressões gigantescas. Ele desloca-se a uma velocidade de 70.000 km/s 
em direcção à estrela Vega, situada na constelação de Lira a 27 anos-luz de 
distância (10,65 x 1012 km). 
De acordo com TEIXEIRA, et al. (2000), os demais corpos que pertencem ao 
Sistema Solar (planetas, satélites, asteróides, cometas, além de poeira e 
gás) formaram-se ao mesmo tempo em que sua estrela central. Isto 
confere ao sistema uma organização harmônica notocante à distribuição 
de sua massa e às trajetórias orbitais de seus corpos maiores, os planetas 
esatélites. 
A massa do sistema (99,8%) concentra-se no Sol, com os planetas girando 
ao seu redor, em órbitas elipticas de pequena excentricidade, virtualmente 
coplanares, segundo um plano básico denominado eclíptica. Neste plano 
estão assentadas, com pequenas inclinações, as órbitas de todos os 
planetas, e entre Marte e Júpiter orbitam também numerosos asteróides. 
Por sua vez, a grande maioria dos cometas parece seguir também órbitas 
próximas do plano da ecliptica. O movimento de todos estes corpos ao 
redor do Sol concentra praticamente todo o momento ângular do sistema. 
 
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25 
 
 
Figura 15: Sistema solar. Os quatro planetas internos situam-se mais perto do Sol e são rochosos 
e menores em tamanho. Os quatro planetas externos são gigantes e possuem satélites 
maioritariamente gasosos e com núcleos rochosos. O planeta mais distante, Plutão, é um 
pequeno corpo congelado de metano, água erocha. Notar o cinturão de asteróides que se localiza 
entre o grupo de planetas internos e externos (TEIXEIRA, et al, 2000). 
 
1.4.2. Teorias sobre a origem do sistema solar 
a) Hipótese Nebular (Laplace 1820)2 no início haveria uma enorme nuvem 
esférica de gases quentes que rodava sobre si própria (a). Com o aumento 
da rotação, essa nuvem foi achatando, mantendo um centro mais 
espesso (b). Ainda o aumento da rotação provocou um aumento da força 
centrífuga nas partes mais externas do disco, provocando a separação 
deste em vários anéis (tantos quantos os planetas existentes) que 
giravam à volta da nuvem central (c). Posteriormente, o material dos 
 
2Enciclopédia de ciência – O Universo 
 
 
 
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26 
 
anéis foi-se concentrando por acção da gravidade, dando origem aos 
planetas e a nuvem central teria dado origem ao sol (d). 
 
 
Figura 16: Esquema elucidativo da Hipótese Nebular de Laplace, sobre a origem do Sistema 
Solar. Fonte: WINTER, John (s/d). 
b) Hipótese da Colisão (Chamberlin & Multon 1900) (Fig. 1.10): 
considera que uma estrela terá passado perto do sol, tendo provocado a 
libertação de gases em espiral a partir do sol (a, b). Estes gases teriam depois 
girado à volta do sol (c), e posteriormente se concentrado para originar os 
planetas, devido à força de atracção entre as duas estrelas (d). 
 
Figura 17: Hipótese da Colisão sobre a origem do Sistema Solar. Fonte: WINTER, John (s/d). 
 
c)Teoria Moderna 
O início do Sistema Solar deu-se numa altura em que aparentemente o 
espaço estava vazio. Mas só aparentemente, pois o espaço estava cheio de 
átomos dispersos que formavam uma nuvem ténue, turbulenta e em 
redemoinho. 
 
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27 
 
Com o tempo, e devido à atracção entre os átomos, a nuvem começou a 
tornar-se mais espessa pela progressiva concentração dos átomos. A 
energia desses redemoinhos deu eventualmente origem à rotação da 
nuvem que originou mais tarde o sol e os planetas. 
À medida que os átomos eram atraídos entre si, e se aproximavam uns dos 
outros, a nuvem tornou-se mais densa e mais quente. Como resultado 
deste processo de concentração, formou-se a Terra e os outros planetas. 
 
Figura 18: Hipótese Moderna. 
 
Mais de 99% dos átomos do espaço são átomos de hidrogénio (H) e hélio 
(He), os dois átomos mais pequenos, o que pode ser visto nas atmosferas 
de alguns planetas maiores. 
Perto do centro da concentração da nuvem de gás, os átomos ficaram tão 
comprimidos e tão aquecidos que os átomos de H e He começaram a 
fundir-se para originar elementos mais pesados. Esta fusão provocou 
libertação de enormes quantidades de energia térmica, o que levou a uma 
combustão nuclear dos átomos de H e He. 
Quando começaram estas reacções nucleares, deu-se o nascimento do Sol, 
o que deve ter acontecido há 6 mil milhões de anos. Porém, os processos 
nucleares estavam confinados ao centro da nuvem. À sua volta rodava uma 
nuvem de gás menos quente e menos denso. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
28 
 
Como se sabe, a rotação provoca uma força centrífuga que tende a puxar 
os corpos para fora, ao passo que a gravidade é uma força centrípeta, que 
puxa os objectos uns para os outros. Como resultante destas duas forças, 
a nuvem de gás tornou-se gradualmente um disco rotativo achatado, 
girando à volta do Sol. O tal disco chama-se nebulosa planetária 
O dado momento, as porções externas mais frias da nebulosa planetária 
tornaram-se suficientemente compactadas para originar matéria sólida, do 
mesmo modo que o gelo se condensa a partir do vapor de água para 
originar neve. Progressivamente, esta matéria sólida condensada 
transformou-se em planetas 
Uma das teorias modernas que também debruça-se sobre a problemática 
da origem do Universo é a teoria de Big Bang, a qual refere que a matéria 
actualmente existente inicialmente encontrava-se conglomerado num 
estado de enorme densidade, um glóbulo, este glóbulo condensou-se e 
explodiu lançando matéria no espaço, a partir da qual se desenvolveram 
planetas, galáxias, estrela, astros, etc. (Enciclopédia de ciência – o 
Universo, 2001) 
Muito bem, ao analisar as teorias sobre a origem do universo e da Terra 
chegou-se a uma conclusão que ela passou sucessivamente de estado 
gasoso, liquido antes de se ter consolidado. No entanto a teoria de Big bang 
é uma das mais recentes e mais divulgada, embora também tenha algumas 
lacunas no que concerne aos argumentos científicos (Enciclopédia de 
ciência – o Universo, 2001). 
 
1.4.3. Forma, densidade, e peso da Terra 
O conhecimento mais antigo sobre a forma da terra foi graças a observação 
da sombra da Terra sobre a Lua, nas ocasiões de eclipse, os antigos gregos 
já sabiam da forma esférica do nosso planeta. Nessa constatação da forma 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
29 
 
esférica, também aponta-se que Pitágoras em 528 a.C. introduziu o 
conceito de forma esférica para o planeta. 
Este conhecimento, valeu até que, no século XVII, Isaac Newton 
demonstrou que a Terra não é um corpo rígido e estando animada de um 
movimento de rotação, ela não deveria possuir uma forma esférica e sim, 
a de um elipsóide de revolução, sendo achatada nos pólos (fig. 19). 
 
Figura 19: Forma da Terra – Elipse. 
 
O Elipse apresenta um diâmetroequatorial de 12.756.776 metros e com 
diâmetro polar de 12.713.824. Esta exactidão deve-se aos dados 
fornecidos por 13 satélites artificiais. 
Segundo o conceito introduzido pelo matemático alemão CARL FRIEDRICH 
GAUSS (1777-1855), a forma do planeta é GEÓIDE (fig.20). Na figura abaixo, 
a parte com maiores deformações constitui o Geóide. Este por sua vez é 
considerado a forma que mais se aproxima a figura original da Terra. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
30 
 
 
Figura 20: Geóide, considerada forma que mais se aproxima a Terra. 
 
1.4.4. Densidade da Terra 
A densidade das rochas que ocorrem com maior frequência na crosta 
terrestre é de cerca de 2.76. No entanto a densidade global da Terra é de 
cerca de 5.527. Esta discrepância resulta pelo facto do interior da Terra 
possuir uma densidade maior, devido a diferença na sua constituição. 
Em outras palavras a densidade da terra vária deste a crosta ate ao núcleo. 
1.4.5. Peso da Terra 
Qual é o peso da Terra? 
De acordo com LEINZ,2003:12) A massa do globo terrestre é calculada pelo 
princípio de Isaac Newton (1642-1727), que diz: a matéria atrai a matéria 
na razão directa das massas e inversa do quadrado da distância. Este 
enunciado foi demonstrado experimentalmente por Von JOLLY, em 1878, 
na cidade de Munique, equilibrando massas de uma tonelada à mesma 
altura e observando o desequilíbrio quando as massas foram postas em 
níveis diferentes. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
31 
 
Outra experiencia, JOLLY equilibrou um vaso esférico com 5kg de mercúrio 
em balança de alta precisão. A seguir, colocou sob mercúrio de chumbo, 
uma grande esfera de 5,775kg, como mostra a figura 21. 
 
Figura 21: Balança de medição da Terra. Fonte: LEINZ, (2003:12). 
 A atração mutua, exercida poe essas massas, cuja distancia de seus centro 
se acha indicada, correspondem a 0,589mgf, peso necessário para 
restabelecer o equilíbrio na balança. Esta atracão se da proporcionalmente 
em todo o Universo, de acordo com a lei gravitacional de Newton. 
A massa da terra e de cerca de 6 sextiliões de toneladas. 
1.4.6. Idade da Terra e escala geológica 
A idade oficial da Terra aceite actualmente é de 4,5 bilhões de anos, esta 
idade é calculada a partir de meteoritos que caíram no planeta, pois a 
superfície terrestre está em constante mudança, hora crescendo, se 
modificando, e se destruindo. Sendo por este facto difícil de precisar com 
exatidão a real idade terrestre, por isso usa-se os meteoritos como fonte 
de dados, pois se estima que todo nosso sistema solar fosse formado ao 
mesmo tempo, e sendo que os meteoritos são corpos extraterrestres, não 
tem suas características importantes a este estudo alteradas como ocorre 
em nosso planeta. 
 
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32 
 
Usa-se para medir a idade terrestre o método absoluto ou datação 
radioativa, método de grande precisão que se utiliza dos princípios físicos 
da radioatividade para determinar a idade dos minerais com precisão, e 
determinando a idade dos minerais chega-se a idade terrestre. Esse 
método se baseia no decaimento dos elementos radioativos encontrados 
nos minerais terrestres e extraterrestres, só sendo possíveis após a 
descoberta da radioatividade pelo francês Henri Becquerel no final do 
século XIX. 
O método Urânio/Chumbo, ou seja, 235U 207Pb fornece um limite 
máximo de 5,5 Ga rochas mais antigas (4,4 Ga), limite mínimo idade mais 
provável 4,6 Ga (meteoritos). 
 
Figura 22: Curva representando o somatório do calor produzido pelo decaimento 
radioactivo dos principais elementos radiactivos ao longo da história da Terra (TEIXEIRA, 
et al, 2000). 
Este método envolve a meia vida dos elementos radioativos, que nada 
mais é do que o tempo que um elemento pai (instável) leva para se 
transformar pela metade em elemento filho (estável) através da liberação 
de radiação e de outros núcleos mais estáveis, e o fato de que alguns 
minerais possuem em sua constituição alguns elementos 
radioativos. Assim a idade terrestre foi determinada por átomos de urânio 
que se decompuseram em átomos de chumbo, encontrados em minerais. 
http://www.infoescola.com/quimica/elementos-quimicos-radioativos/
http://www.infoescola.com/quimica/radioatividade/
http://www.infoescola.com/quimica/periodo-de-meia-vida/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/chumbo/
 
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33 
 
Quando um grão de mineral se forma, ali já começa o seu decaimento, 
transformando seu núcleo instável em estável, atualmente já é possível 
determinar a idade com total precisão a partir deste principio. O mineral é 
transformado em pó e separadamente misturado a uma outra solução a 
qual se leva a um aparelho chamado de espectrômetro de massa, onde 
cada elemento será medido separadamente (elemento pai e elemento 
filho), logo apos sendo feito os cálculos baseado na meia vida do elemento, 
e se obtendo com precisão a idade do mineral. 
 
1.4.7. Escala do tempo Geológico 
O estudo da escala do tempo geológico nos permite conhecer as 
transformações que decorreram na Terra desde o periodo mais antigo até 
a fase actual. Desta forma iremos apresentar uma quadro resumo 
referente a geocronologia. 
Tabela 2: Escala do tempo Geológico 
Eras Período Época Idade (anos) Principais acontecimentos 
 
 
 
 
 
 
Cenozóico 
 
Quaternário 
Holoceno 10.000 Aparecimento do Homem 
Pleistoceno 1.750.000 Glaciações mais recentes; domínio dos 
mamíferos de grande porte; e evolução 
do Homo-Sapiens 
 
 
 
 
Terciário 
Plioceno 12.000.000 Avanço das geleiras e aparecimento de 
mamíferos ruminantes 
Mioceno 23.000.000 Mudanças climáticas formação da calota 
glaciar Antárctica 
Oligoceno 35.000.000 Aparecimento de gramíneas e de 
grandes mamíferos (elefantes e cavalos) 
Eoceno 55.000.000 Surgimento da maior parte das ordens 
dos mamíferos 
Paleoceno 70.000.000 Domínio dos mamíferos de médio e 
pequeno porte 
 
 
Mesozóico 
Cretácico 135.000.000 Primeiras plantas com flores; grupos 
modernos de pássaros, mamíferos e 
insectos 
Jurássico 205.000.000 Primeiros pássaros; dinossauros 
espalham-se pela Terra 
 
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34 
 
Triássico 250.000.000 Primeira aparição dos dinossauros 
Paleozóico Permiano 295.000.000 Formação do supercontinente Pangea 
Carbonífero 355.000.000 Formação de grandes florestas 
Devoniano 410.000.000 Aparecimento dos primeiros peixes 
Siluriano 435.000.000 Estabilização do clima; derretimento do 
gelo glaciar; e aumento do nível médio 
das águas marinhas 
Ordoviciano 500.000.000 Surgimento dos invertebrados e plantas 
Cambriano 540.000.000 Surgimento dos principais grupos de 
animais 
Proterozóic
o 
 2.500.000.0
0
0 
Aparecimentos de seres vivos 
rudimentares 
Arqueozóic
o 
 3.600.000.0
0
0 
Formação das rochas (ígneas e 
metamórficas) 
Início de formação da Terra, há 4.5 biliões de anos 
 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
1. A Terra é um pequeno planeta que gira à volta duma estrela. Marque 
V ou F. 
a) O Sol 
b) A lua 
c) Os asteróides 
2. O conjunto formado por astros e pelas formas de energia é 
considerado: 
a) Planetas 
b) A via láctea 
c) O sol 
d) O universo 
3. Sobre o sistema solar. Marque V ou F. 
 
ISCED CURSO: GEOGRAFIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: GEOLOGIA APLICADA A GEOGRAFIA 
 
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a) Os quatro planetas internos situam-se mais perto do Sol e são 
rochosos e menores em tamanho. 
b) Os quatro planetas externos são gigantes e possuem satélites 
maioritariamente gasosos e com núcleos rochosos. 
c) O planeta mais distante do Sol é o Juptier

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