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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 O QUE SÃO ANTÍGENOS? - São substâncias químicas capazes de induzir resposta imune específica - São considerados antígenos aqueles que induzem anticorpos e/ou resposta celular - Um antígeno e um anticorpo se combinam para formar o que chamamos de Complexo Ag-Ac (antígeno-anticorpo), isso atinge um ponto de equilíbrio químico - Embora todos os antígenos sejam reconhecidos por linfócitos específicos ou por anticorpos, apenas alguns deles são capazes de ativar os linfócitos COMO ENTRAMOS EM CONTATO COM ELES? - Normalmente através das superfícies mucosas ou pela pele (vias naturais) CARACTERÍSTICAS QUE FAZEM COM QUE UM ANTÍGENO POSSA SER RECONHECIDO OU NÃO 1. Deve ser uma estrutura química estranha ao sistema imune o sistema imune não é tolerante àquela molécula 2. Peso molecular 3. Complexidade molecular 4. Estrutura (primária, secundária,etc.) IMUNOGENICIDADE: - É a capacidade do antígeno de ativar o sistema imunológico, e induzir a produção de anticorpos - Tem propriedades antigênicas, mas nem todo antígeno é um bom imunógeno ANTIGENICIDADE: - Diz respeito à capacidade do antígeno de se ligar a um dos componentes do sistema imune anticorpo FATORES RELACIONADOS AO ANTÍGENO, AO SISTEMA BIOLÓGICO E A ADMINISTRAÇÃO QUE INFLUENCIAM A IMUNOGENICIDADE FATORES DO IMUNÓGENO: • Estranheza: o sistema imune discrimina entre o próprio e não próprio de maneira que somente moléculas estranhas são imunogênicas • Tamanho: não existe um tamanho absoluto acima do qual uma substância será imunogênica. Mas, quanto maior a molécula mais imunogênica ela pode ser • Composição química: quanto mais complexa quimicamente a substância for, mais imunogênica ela será • Forma física: em geral antígenos particulados são mais imunogênicos do que os solúveis e os antígenos desnaturados mais imunogênicos do que a forma nativa • Degradabilidade: antígenos que são facilmente fagocitados são mais imunogênicos. Isso ocorre porque para a maioria dos antígenos o desenvolvimento de uma resposta imune exige que o antígeno seja fagocitado, processado e apresentado a células T auxiliares por uma célula apresentadora de antígeno NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 FATORES DO SISTEMA BIOLÓGICO: • Características genéticas de cada indivíduo • Idade • Nutrição • Via de administração da substância e sua dose (com relação à dose pode acontecer um fenômeno conhecido como tolerância de alta dose, que se caracteriza em uma falha ou ausência da indução de resposta) MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO: • Dose: pode influenciar na imunogenicidade. Há uma dose de antígeno acima ou abaixo da qual a resposta imune não será ótima • Via: geralmente a subcutânea é melhor que a intravenosa ou intragástrica. A via de administração pode alterar a natureza da resposta • Adjuvantes: são substâncias que podem aumentar a resposta imune a um antígeno. O uso de adjuvantes é frequentemente prejudicado pelos efeitos colaterais como febre e inflamação IMPORTÂNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ANTÍGENOS PARA SUA IMUNOGENICIDADE Os antígenos são macromoléculas e sua imunogenicidade é variável. Algumas moléculas de baixo peso molecular são imunogênicas na presença de adjuvantes, mas a intensidade da resposta humoral ou celular observada é baixa se comparada com a obtida com macromoléculas maiores. Eles possuem estruturas químicas que favorecem a complementaridade como anticorpo através de ligações não-covalentes. Essas interações são semelhantes ao que acontece com reações que envolvem enzima, logo são reversíveis e possuem afinidades diferentes com diversas substâncias. Pode ocorrer reação cruzada, ou seja, um anticorpo pode se relacionar com antígenos com afinidades diversas, ele pode se ligar com um com não seja seu antígeno de melhor complementariedade através de ligações mais fracas com regiões semelhantes, porém não idênticas, àquele que o induziu. As proteínas são as moléculas mais patogênicas, seguidas de polissacarídeos, ácidos nucleicos e por fim pelos lipídios RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO: - Os antígenos podem ser reconhecidos pela imunidade inata (PAMPs MAMPs, DAMPs) essas moléculas podem se ligar a receptores da imunidade inata, que são chamados de PRR ou Receptores de Reconhecimento de Padrão - Na imunidade adaptativa os antígenos podem se ligar diretamente ao BCR dos linfócitos B, ou processados e apresentados via MHC sendo reconhecidos pelo TCR dos linfócitos T EPÍTOPOS OU DETERMINANTES ANTIGÊNICOS: - Menor porção da molécula antigênica responsável pela estimulação dos linfócitos - A organização espacial de diferentes epítopos em uma única molécula de proteína pode influenciar a ligação dos anticorpos de várias maneiras. - Quando os determinantes estão bem separados, duas ou mais moléculas de anticorpo podem ser ligadas ao mesmo antígeno proteico, sem influenciar cada um; tais determinantes são ditos serem não sobrepostos. Quando dois determinantes estão próximos um do outro, a ligação do anticorpo ao primeiro determinante pode causar uma interferência estérica com a ligação do anticorpo ao segundo; tais determinantes são ditos estarem sobrepostos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - Qualquer forma ou superfície disponível em uma molécula que possa ser reconhecida por um anticorpo contitui um determinante antigênico ou epítopo 1. Determinantes lineares formados pelos vários resíduos adjacentes de aminoácidos . Se eles surgem na superfície externa ou em uma região de conformação estendida na proteína dobrada nativa, podem ser acessíveis aos anticorpos. Podem estar inacessíveis na conformação nativa e aparecem somente quando a proteína é desnaturada 2. Determinantes conformacionais formados por resíduos de aminoácidos que não estão em sequência, mas se tornam espacialmente justapostos na proteína dobrada 3. Neo-antígenos produzidos a partir da modificação que pode ocorrer nas proteínas, como glicosilação, fosforilação, ubiquitinação, acetilação e proteólise. Essas modificações, por alteração na estrutura da proteína, podem produzir novos epítopos. Podem ser reconhecidos por anticorpos específicos Na imunidade adaptativa temos: ANTÍGENOS T-DEPENDENTES: - Antígenos proteicos - Necessitam do auxílio dado pelas células TCD4 para produção de anticorpos - Geram memória imunológica ANTÍGENOS T-INDEPENDENTES: - Em geral são lipopolissacarídeos, lipídeos - Induzem produção de IgM, sem o auxílio dos linfócitos T - Não geram memória imunológica HAPTENOS: - São pequenas substâncias químicas que são antigênicas, mas não imunogênicos. Então o sistema imunológico possui a capacidade de reconhecer, mas uma vez injetada nos indivíduos elas não geram boas respostas imunes - Os haptenos podem ter alterações de posição em sua estrutura química - Os anticorpos que reconhecem na posição ORTO, não são os mesmos que reconhecem na posição META e nem na posição PARA. Para cada posição é gerado um anticorpo específico - Há a geração de anticorpo contra o hapteno, contra a proteína e contra o complexo todo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 SOLUÇÃO PARA QUE UM HAPTENO INDUZA UMA BOA RESPOSTA IMUNE: - Conjugá-lo a uma proteína Conjugação com substâncias imunogênicas Indução de resposta imune ANTICORPOS: - São proteínas circulantes produzidas em resposta à exposição a estruturas estranhas conhecidas como antígenos - Constituem os mediadores da imunidade humoral contra todas as classes de microrganismos - Anticorpos, moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) e receptores de antígeno da célula T são as 3 maiores classes de moléculas usadas pelo sistema imuneadaptativo para se ligar aos antígenos - Os anticorpos foram os primeiros a serem descobertos, reconhecem a grande variedade de estruturas antigênicas, mostram grande habilidade em discriminar entre diferentes antígenos e se ligam a antígenos com maior força - Os anticorpos são sintetizados apenas pelas células da linhagem de linfócitos B e existem em 2 formas: 1. Anticorpos ligados à membrana na superfície dos linfócitos B funcionam como receptores de antígenos 2. Anticorpos secretados neutralizam as toxinas, previnem a entrada e espalhamento dos patógenos e eliminam microrganismos - O reconhecimento do antígeno pelos anticorpos ligados à membrana nas células B imaturas, ativa esses linfócitos a iniciarem uma resposta imune humoral. As células B ativadas se diferenciam em plasmócitos que secretam anticorpos de mesma especificidade do receptor do antígeno - As formas secretadas dos anticorpos estão presentes no plasma, nas secreções mucosas e no fluido intersticial dos tecidos - Na fase efetora da imunidade humoral os anticorpos secretados se ligam aos antígenos e disparam vários mecanismos efetores que eliminam os antígenos - A eliminação do antígeno necessita da interação do anticorpo com outros componentes do sistema imune, tais como moléculas como proteínas do complemento e células que incluem fagócitos e eosinófilos FUNÇÕES EFETORAS MEDIADAS POR ANTICORPO: Neutralização dos microrganismos ou produtos microbianos tóxicos Ativação do sistema complemento Opsonização dos patógenos para fagocitose aumentada Citotoxicidade mediada por célula e dependente de anticorpo, pela qual os anticorpos têm como alvo células infectadas para a lise pelas células do sistema imune inato Ativação de mastócito mediada por anticorpo para expelir vermes parasitas SORO: - Quando o sangue ou plasma forma um coágulo e os anticorpos permanecem no fluido residual - Não possui fatores da coagulação, mas contém todas as outras proteínas encontradas no plasma - Qualquer amostra de soro que apresente moléculas detectáveis de anticorpo que se ligam a um antígeno em particular é chamada de antissoro NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 ESTRUTURA DO ANTICORPO: - Todas as moléculas de anticorpo compartilham as mesmas características estruturais básicas, mas apresentam marcante variabilidade nas regiões onde os antígenos se ligam. - A variabilidade das regiões de ligação do antígeno é responsável pela capacidade de diferentes anticorpos se ligarem a um grande número de antígenos estruturalmente diversos - As funções efetoras e propriedades físico- químicas comuns dos anticorpos estão associadas a porções de ligação de moléculas diferentes de um antígeno, que exibem poucas variações entre os diferentes anticorpos - Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura simétrica do núcleo composta de 2 cadeias leves idênticas e 2 cadeias pesadas idênticas. Ambas as cadeias contêm uma série de unidades homólogas repetidas que se dobram independentemente de um motivo globular que é chamado de domínio Ig. - Um domínio Ig tem 2 camadas de folhas β- pregueadas, cada camada composta de 3 a 5 fitas de cadeia polipeptídica antiparalela. As 2 camadas são mantidas unidas pela ponte dissulfeto, e faixas adjacentes de cada folha β são conectadas por pequenas alças - Ambas as cadeias leve e pesada consistem em regiões variáveis de aminoterminal (V) que participam no reconhecimento do antígeno e regiões carboxiterminais constantes (C); as regiões C das cadeias pesadas medeias as funções efetoras - Nas cadeias pesadas, a região V é composta de 1 domínio Ig e a região C de 3 ou 4 domínios Ig - Cada cadeia leve é composta de 1 região V no domínio Ig e 1 região C no domínio Ig - A maioria das diferenças de sequência e variabilidade entre os diferentes anticorpos está confinada a 3 pequenos trechos na região V da cadeia pesada e a 3 trechos na região V da cadeia leve. Esses segmentos da maior diversidade são conhecidos como regiões hipervariáveis. Elas correspondem a 3 alças protuberantes conectando fitas adjacentes das cadeias β que compõem os domínios V da cadeia pesada da Ig e as proteínas da cadeia leve. - As regiões hipervariáveis são compostas cada uma de 10 resíduos de aminoácidos de comprimento, e eles podem ser mantidos no local pelas sequências mais conservadas que formam o domínio Ig da região V. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 - As moléculas de anticorpo podem ser divididas em classes e subclasses distintas com base nas diferenças na estrutura das regiões C da cadeia pesada. As classes de moléculas de anticorpo também são chamadas de isotipos e são nomeadas como IgA, IgD, IgE, IgG e IgM - Diferentes isotipos e subtipos de anticorpos realizam distintas funções efetoras IgA imunidade da mucosa IgD receptor de antígeno na célula B imatura IgE defesa contra parasitas helmínticos, hipersensibilidade imediata IgG opsonização, ativação do complemento, citotoxicidade mediada por célula e dependente de anticorpo, imunidade neonatal, inibição por retroalimentação das células B IgM receptor de antígeno na célula B imatura (forma monomérica), ativação do complemento - Cada anticorpo contém pelo menos 2 locais de ligação do antígeno, cada um formado por um par de domínios Vh e Vl ANTICORPOS MONOCLONAIS: - Possui uma única especificidade - Possuem inúmeras aplicações práticas na pesquisa e diagnóstico e na terapia: 1. Identificação de marcadores fenotípicos únicos aos tipos celulares particulares 2. Imunodiagnóstico 3. Identificação tumoral 4. Terapia pesquisas levaram à identificação de células e moléculas que estão envolvidas na patogênese de muitas doenças, anticorpos monoclonais, devido a sua estranha especificidade, fornecem meios para que essas células e moléculas sejam alvo. - A maturação das células B dos progenitores da medula óssea é acompanhada por alterações específicas na expressão do gene da Ig, resultando na produção de moléculas de Ig em diferentes formas Célula pré-B receptor da célula pré-B células B imaturas células B maduras - As células B maduras expressam formas membranares de IgM e IgD - Quando linfócitos B maduros são ativados pelos antígenos e outros estímulos, as células se diferenciam em células secretoras de anticorpos. Esse processo é acompanhado por mudanças no padrão de produção da Ig. Uma das mudanças é a produção aumentada da forma secretada de NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 Ig relativa à forma membranar. A segunda mudança é a expressão de isotipos de cadeia pesada diferentes da IgM e IgG, chamados de troca de isotipos, ou classe, de cadeias pesadas - Diferentes isotipos de anticorpo têm meias- vidas muito diferentes na circulação: IgA circulante meia-vida de cerca de 3 dias IgM circulante meia-vida de cerca de 4 dias IgG circulante meia vida de cerca de 21 a 28 dias NEUTRALIZAÇÃO DE MICRO- ORGANISMO E DE TOXINAS MICROBIANAS Os anticorpos contra microrganismos e toxinas microbianas bloqueiam a ligação desses agentes e suas toxinas aos receptores celulares. Dessa maneira, os anticorpos inibem ou neutralizam a infectividade de microrganismos, bem como os potenciais efeitos lesivos das toxinas microbianas. Muitos microrganismos penetram nas células hospedeiras por meio da ligação de determinadas moléculas da superfície microbiana a proteínas ou lipídios de membrana presentes na superfície das células hospedeiras. Os anticorpos que se ligam a essss estruturas microbianas interferem na capacidade desses agentes de interagir com os receptores celulares por meio do bloqueio esteroquímico e podem evitar a infecção. Em alguns casos, os anticorpospodem se ligar ao microrganismo e induzir alterações conformacionais em moléculas de superfície que impedem a interação do agente com receptores celular, tais interações são exemplos dos efeitos alostéricos dos anticorpos. Muitas toxinas microbianas também medeiam seus efeitos alostéricos dos anticorpos A neutralização de microrganismos e toxinas mediada por anticorpos requer apenas a participação das regiões de ligação ao antígeno. Tal neutralização pode ser mediada por anticorpos de qualquer isotipo presente na circulação e nas secreções mucosas, bem como ser experimentalmente mediada por fragmentos Fab ou F(ab’)2 de anticorpos específicos, os quais não possuem regiões Fc das cadeias pesadas. A maior parte dos anticorpos neutralizantes no sangue consite em isotipo IgG; nos órgãos mucosos, o isotipo prevalecente é IgA. Os anticorpos neutralizantes mais eficazes são aqueles com afinidade altas para seus antígenos. Os anticorpos de alta afinidade são produzidos pelo processo de maturação de afinidade. Muitas vacinas profiláticas funcionam pela estimulação da produção de anticorpos neutralizantes de alta afinidade. Um mecanismo que os microrganismos desenvolveram para se evadir da imunidade do hospedeiro é a mutação de genes codificantes de antígenos de superfície que são alvo dos anticorpos neutralizantes. LIGAÇÃO ANTÍGENO – ANTICORPO: - Os antígenos que se ligam aos anticorpos incluem uma grande variedade de moléculas biológicas, entre elas açúcares, lipídios, carboidratos, proteínas e ácidos nucleicos - A afinidade da interação entre o local de combinação de uma única molécula de anticorpo a um único epítopo é representada pela constante de dissociação (Kd) calculada a partir de dados de ligação - Antígenos polivalentes contêm múltiplos epítopos idênticos aos quais moléculas de anticorpos idênticos podem se ligar - Os anticorpos podem se ligar a 2 ou, no caso da IgM, até 10 epítopos idênticos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 simultaneamente, levando a aumento na avidez da interação anticorpo-antígeno - A ligação do anticorpo ao antígeno pode ser altamente específica, distinguindo pequenas diferenças nas estruturas químicas, mas reações cruzadas também podem ocorrer onde dois ou mais antígenos podem se ligar ao mesmo anticorpo - Muitas mudanças nas estruturas dos anticorpos feitas por um clone de células B podem ocorrer no curso de uma resposta imune - As células B inicialmente produzem somente Ig ligada à membrana, mas nas células B ativadas e plasmócitos, a Ig com a mesma especificidade de ligação do antígeno do receptor original de Ig ligado à membrana é secretada - Mudanças no uso dos segmentos do gene da região C sem alterações nas regiões V são a base da troca de isotipo, o que leva a mudanças na função efetora sem uma alteração na especificidade
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