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Cauê Oliveira – AD2025 Considerações Gerais O membro superior serve para a apreensão, manipulação e tato, logo, diferentemente do membro inferior, que serve para a sustentação, possui articulações mais livres O membro superior é divido em quatro partes: cíngulo do membro superior (ou cintura escapular); braço; antebraço e mão. Ossos ❖ Cíngulo do Membro Superior: - Local de ligação do esqueleto axial ao esqueleto apendicular. Essa união ocorre através de apenas UMA articulação (esternoclavicular), as demais fixações são realizadas através de músculos toracoapendiculares e ligamentos. - O cíngulo é formado por um anel ósseo incompleto. - Possui 2 ossos: clavícula e escápula. • Clavícula ✓ Osso “longo” (é classificada assim devido ao seu formato, mas não possui canal medular, logo o mais correto seria osso alongado), duplamente curvado, se assemelha à letra “S”. ✓ Está em uma posição quase horizontal ✓ Função: fornecem fixação para os músculos, funcionam como braços que mantêm as escápulas e os braços lateralmente ao tórax (essa função torna-se evidente quando a clavícula é fraturada: toda a região dos ombros cai medialmente); transmitem forças de compressão aplicadas aos membros superiores para o esqueleto axial (como quando alguém coloca ambos os braços à frente e empurra um carro, por exemplo). ✓ Possui uma epífise distal (extremidade acromial) e uma epífise proximal (extremidade esternal). ✓ A diáfise é achatada, então, possui uma superfície superior e uma inferior, bem como uma face anterior e outra, posterior. o Na face anterior, há uma concavidade voltada anteriormente (próxima à extremidade acromial), por onde passam vasos calibrosos em direção ao MS. o A superfície superior é lisa, já, a inferior é rugosa, apresentando algumas peculiaridades: ➢ Tubérculo conoide: próximo à extremidade acromial; ponto de fixação do ligamento conoide (parte medial do ligamento coracoclavicular). ➢ Linha trapezóidea: próximo à extremidade acromial; ponto de fixação do ligamento trapezoide (parte lateral do ligamento coracoclavicular). ➢ Sulco do m. subclávio: situado na diáfise; onde se encontra o músculo que liga a clavícula à primeira costela ➢ Impressão do ligamento costoclavicular: posição medial; local onde está fixado o ligamento que une a primeira costela à clavícula. Cauê Oliveira – AD2025 • Escápula ✓ Osso plano de formato triangular, situado na face posterolateral do tórax ✓ Se estende da 2ª (margem superior) até a 7ª costela (ângulo inferior) ✓ Possui três ângulos: o Ângulo Inferior: encontro da margem medial + margem lateral o Ângulo Superior: encontro da margem medial + margem superior o Ângulo Lateral: encontro da margem lateral + margem superior ✓ Possui três faces: o Face posterior: ➢ Espinha da escápula: saliência à altura da 3ª costela; divide a escápula em duas partes: fossa supra-espinal e fossa infra-espinal; o acrômio é a saliência lateral da espinha, que apresenta uma faceta articular (articula- se com a clavícula, articulação acrômioclavicular) ➢ Tubérculo deltoide: situado na espinha da escápula, é a proeminência que indica o ponto medial de fixação do m. deltoide o Face anterior (costal): ligeiramente côncava e com poucos detalhes ➢ Fossa subescapular: concavidade rasa para fixação de músculos ➢ Incisura da escápula: passagem para o nervo supraescapular ➢ Processo coracoide: projeta-se anteriormente da parte lateral da margem superior; é um ponto de fixação para o m. bíceps do braço o Face lateral: nessa face, o principal detalhe é a cavidade glenoidal, fossa rasa que se articula com o úmero (articulação do úmero) e que forma o tubérculo supraglenoidal e o tubérculo infraglenoidal. OBS: os músculos que preenchem as cavidades da escápula, recebem os mesmos nomes das fossas: m. supraespinal, m. infraespinal e m. subescapular Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Braço - Primeiro seguimento do MS que é, de fato, livre - Se estende do ombro ao cotovelo e é formado por apenas um osso, o úmero (que é, também, o osso mais longo do MS) - Possui duas regiões: braquial anterior e braquial posterior. • Úmero ✓ Osso longo (contém canal medular) ✓ Epífise proximal: o Cabeça: formato esférico, se articula à cavidade glenoidal da escápula (articulação do ombro) o Colo anatômico: sulco que circunda a cabeça, indica a linha de fixação da cápsula articular do ombro o Colo cirúrgico: parte mais estreita situada ao fim da epífise; local de passagem do nervo axilar; local mais comum de fraturas o Tubérculo maior e tubérculo menor: o primeiro fica situado na margem lateral, já o segundo, na margem medial (voltado anteriormente); são locais de fixação para os músculos do manguito rotador o Sulco intertubercular (ou goteira bicipital): depressão entre os tubérculos maior e menor; local onde irá transitar a cabeça longa do m. bíceps braquial ✓ Diáfise: o Tuberosidade deltoidea (“V deltoideo”): ponto de fixação do m. deltoide no úmero, situado na face lateral o Sulco do nervo radial: depressão oblíqua por onde transita o nervo radial, situada na face posterior o Cristas supraepicondilianas: localizadas na parte medial e lateral da face anterior, na parte mais distal da diáfise; estão diretamente acima dos epicôndilos ✓ Epífise distal: o Face anterior: ➢ Tróclea: situada medialmente; formato de uma ampulheta; se articula com a ulna ➢ Capítulo: situado lateralmente; formato de uma pequena cabeça; se articula com o rádio ➢ Fossa coronoidea/Fossa radial: são duas fossas rasas situadas na porção medial/lateral, que recebem projeções da ulna/rádio. ➢ Epicôndilos lateral e medial: pontos de fixação (origem) para músculos do antebraço o Face posterior: ➢ Fossa do olécrano: depressão profunda que é ponto de contato do processo de mesmo nome da ulna OBS: o côndilo do úmero é formado pela tróclea, pelo capítulo e pelas fossas (coronoidea, radial e do olecrano) Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Antebraço - Se estende do cotovelo ao punho e possui duas regiões: antebraquial anterior e antebraquial posterior - Formado por dois ossos longos: rádio (lateral) ulna (medial); esses dois ossos são unidos por uma membrana interóssea, fixada às bordas interósseas. • Ulna ✓ Ligeiramente mais longa que o rádio ✓ É o osso principal que forma a articulação do cotovelo com o úmero ✓ Epífise proximal: o Olécrano e coronoide: processos que articulam a incisura troclear à tróclea, ocupando as fossas de mesmo nome no úmero. ➢ Antebraço totalmente estendido: olécrano “trava” dentro da fossa de mesmo nome no úmero ➢ Antebraço fletido: processo coronoide da ulna se encaixa dentro da fossa de mesmo nome no úmero o Incisura troclear: profunda concavidade que separa os processos coronoide e olécrano o Incisura radial: depressão lateral ao processo coronoide, onde a cabeça do rádio articula-se com a ulna ✓ Epífise distal (cabeça da ulna): o Processo estiloide da ulna: projeção a partir da qual corre um ligamento para o carpo o Articula-se lateralmente com o rádio o É separada dos ossos do carpo por um disco de fibrocartilagem e desempenha pouco ou nenhum papel no movimento das mãos • Rádio ✓ Delgado na extremidade proximal e mais alargado na extremidade distal ✓ Epífise proximal: o Face superior côncava, articula-se com o capítulo do úmero o Medialmente, articula-se com a incisura radial da ulna (articulação radiulnar proximal) o Tuberosidade do rádio: elevação áspera abaixo da cabeça; local de inserção do m. bíceps braquial ✓ Epífise distal: o Incisura ulnar: articula-se com a cabeça da ulna (articulação radiulnar distal) o Processo estiloide do rádio: projeção lateral que ancora um ligamento que se estende até o carpo o A superfície articular inferior é côncava e articula-se com os ossos carpais Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Mão - Porção mais distal do MS - Ricamente supridapor terminações nervosas e ricamente vascularizada, justamente, por desempenhar o papel do tato e da percepção da dor e da temperatura. - Dividida em três partes: carpo, metacarpo e falanges. • Carpo ✓ 8 ossos curtos ✓ Dão flexibilidade ao punho ✓ Dispostos em duas fileiras: o Proximal: escafoide, semilunar, piramidal e psiforme ➢ Apenas o escafoide e o semilunar articulam-se com o rádio para formar a articulação radiocarpal o Distal: trapézio, trapezoide, capitato e hamato • Metacarpo ✓ 5 ossos longos ✓ As bases articulam-se com o carpo ✓ As cabeças articulam-se com as falanges ✓ Não possuem nomes individuais, são numerados de I a V, a partir do polegar. • Falanges ✓ 14 ossos longos ✓ Cada dedo possui 3 falanges: proximal, média e distal o Exceção: o polegar possui apenas 2 falanges, uma proximal e outra distal ✓ A epífise proximal recebe o nome de base ✓ A epífise distal recebe o nome de cabeça. o Exceção: a epífise distal das falanges distais recebe o nome de tubérculo. OBS: os processos estiloides podem ser palpados, conforme a foto. Nessa posição, o polegar apalpa o processo estiloide do rádio e o dedo indicador apalpa o processo estiloide da ulna. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Aplicação Clínica - Fraturas • Clávicula: ✓ As clavículas não são muito fortes, principalmente na junção de seus terços médio e lateral, e podem ser fraturadas com frequência. ✓ Isso pode ocorrer quando uma pessoa cai sobre o ombro ou usa os braços estendidos para aliviar uma queda. ✓ A fratura de uma clavícula também é uma lesão comum em acidentes automobilísticos nos quais os ocupantes do veículo estavam usando cintos de segurança. ✓ As curvas na clavícula garantem que ela normalmente frature na posição anterior (para fora) em seu terço médio, já que a fratura posteriormente (para dentro) implicaria em lascas de ossos podendo atingir as principais estruturas para o braço. ✓ Depois da fratura, o m. esternocleidomastóideo eleva o fragmento medial do osso. O m. trapézio não consegue manter o fragmento lateral elevado em razão do peso do membro superior, e, assim, o ombro cai. o Em geral, o forte ligamento coracoclavicular impede a luxação da articulação AC. • Escápula: essa fratura geralmente é causada por traumatismo importante, como ocorre em acidentes envolvendo pedestres e veículos. Em geral, também há fratura das costelas. A maioria das fraturas requer pouco tratamento porque a escápula está coberta por músculos nos dois lados. A maioria das fraturas inclui o acrômio subcutâneo protruso. • Úmero: ✓ A maioria das lesões da extremidade proximal do úmero consiste em fraturas do colo cirúrgico. o Essas lesões são mais comuns em pessoas idosas com osteoporose. o Em geral, as lesões são causadas por uma queda leve sobre a mão, com transmissão da força pelos ossos do antebraço do membro estendido. ➢ A lesão indireta resultante de queda sobre a mão estendida pode causar uma fratura espiral do corpo do úmero ✓ A fratura por avulsão do tubérculo maior do úmero, em que uma pequena parte do tubérculo é arrancada, é mais comum em pessoas de meia-idade e idosas. o Em geral, a fratura resulta de queda sobre o acrômio. o Nas pessoas jovens, a fratura por avulsão do tubérculo maior costuma ser causada por queda sobre a mão com o braço em abdução. o Os músculos (sobretudo o subescapular) que permanecem fixados ao úmero tracionam o membro para a posição de rotação medial. ✓ A fratura transversal do corpo do úmero costuma ser causada por um golpe direto no braço. o A tração do músculo deltoide desloca lateralmente o fragmento proximal. ✓ A fratura intercondilar do úmero é causada por queda grave sobre o cotovelo fletido. o O olécrano da ulna insere-se como uma cunha entre as partes medial e lateral do côndilo do úmero, separando uma ou ambas as partes do corpo do úmero. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ A fratura da parte do úmero associada pode causar lesão desses nervos: o Colo cirúrgico: nervo axilar o Sulco do nervo radial: nervo radial o Extremidade distal do úmero: nervo mediano o Epicôndilo medial: nervo ulnar. • Rádio e ulna: ✓ As fraturas do rádio e da ulna geralmente são consequência de lesão grave. ✓ Um golpe direto geralmente causa fraturas transversais no mesmo nível, em geral no terço médio dos ossos. ✓ Também há fraturas isoladas do rádio ou da ulna. ✓ Como os corpos desses ossos são firmemente unidos pela membrana interóssea, é provável que a fratura de um osso esteja associada à luxação da articulação mais próxima. ✓ Fratura de Colles: geralmente, quando um paciente apresenta um histórico de queda sobre a mão estendida, pode ocorrer fratura na região radiocárpica, em que o processo estiloide do rádio se moveu proximalmente a partir da sua posição normal, ou seja, é uma fratura de impacto onde a extremidade distal do rádio é forçada proximalmente na direção de sua diáfise. o Essa fratura costuma ser denominada deformidade em dorso de garfo em razão da angulação posterior do antebraço imediatamente proximal ao punho e à curvatura anterior normal da mão relaxada. • Escafoide: ✓ É o osso carpal fraturado com maior frequência. ✓ Muitas vezes a fratura é causada por uma queda sobre a palma com a mão em abdução e ocorre na parte estreita do osso escafoide. ✓ Em razão da pequena vascularização da parte proximal do osso escafoide, a consolidação das partes fraturadas leva no mínimo 3 meses. o Pode haver necrose avascular do fragmento proximal do osso escafoide (morte patológica do osso causada pela vascularização inadequada) e consequente doença articular degenerativa do punho. o Em alguns casos, é necessário proceder à fusão cirúrgica (artrodese) dos ossos carpais. Cauê Oliveira – AD2025 • Hamato: ✓ Na fratura do osso hamato pode não haver consolidação das partes ósseas fraturadas em decorrência da tração produzida pelos músculos fixados a ele. ✓ Por estar próximo do hâmulo do osso hamato, o nervo ulnar pode ser lesado por essa fratura, o que causa diminuição da força de preensão da mão. ✓ Também pode haver lesão da artéria ulnar na fratura do osso hamato. • Ossos metacarpais: ✓ Os ossos metacarpais (exceto o polegar) estão bem próximos; por conta disso, as fraturas isoladas tendem a ser estáveis. ✓ Além disso, esses ossos têm uma boa vascularização, e a consolidação das fraturas costuma ser rápida. ✓ As lesões graves por esmagamento da mão podem causar várias fraturas dos ossos metacarpais e ocasionar instabilidade da mão. ✓ A fratura do metacarpal V, amiúde denominada fratura do boxeador, ocorre quando uma pessoa inábil soca alguém com o punho cerrado e abduzido. o A cabeça do osso gira sobre a extremidade distal do corpo, provocando uma deformidade em flexão. • Falanges: ✓ As lesões por esmagamento das falanges distais são comuns (p. ex., quando o dedo é esmagado pela porta de um carro). ✓ Como os dedos têm a sensibilidade muito desenvolvida, essas lesões são extremamente dolorosas. ✓ Em vista da proximidade das fraturas das falanges com os tendões dos músculos flexores, os fragmentos ósseos têm de ser cuidadosamente realinhados para restaurar a função normal dos dedos. - Ossificação: • Ossos da Mão: ✓ As radiografias do punho e da mão são usadas com frequência para avaliar a idade óssea. Os centros de ossificação geralmente são evidentes durante o primeiro ano. ✓ O corpo de cada metacarpal começa a se ossificar durante a vida fetal, e os centros de ossificação surgem após o nascimento nas cabeças do II ao V metacarpal e na base do I metacarpal. (ver setas) • Clavícula: ✓ A clavícula é o primeiro osso “longo” a ossificar (via ossificação intramembranácea) ✓ Se inicia a partir de centros primários medial e lateral, e conta, também, com um centro de ossificação secundário na extremidade esternal. ✓ Às vezes nãohá fusão dos dois centros de ossificação da clavícula; por conseguinte, surge um defeito ósseo entre os terços lateral e medial da clavícula. o O conhecimento dessa possível anomalia congênita evita o diagnóstico de fratura em uma clavícula normal. o Quando há dúvida, as duas clavículas são radiografadas porque o defeito geralmente é bilateral Cauê Oliveira – AD2025 - Síndrome do Túnel do Carpo: a disposição dos ossos no carpo faz que ele seja côncavo anteriormente; um ligamento em forma de faixa cobre essa concavidade superfcialmente, formando um túnel osteofibroso denominado túnel do carpo. • Há diversas estruturas que passam por esse túnel, entre elas, o nervo mediano. • A inflamação de qualquer elemento no túnel do carpo, como tendões edemaciados por excesso de uso, pode comprimir o nervo mediano. A esse comprometimento do nervo é dado o nome de síndrome do túnel do carpo. • Afeta muitos trabalhadores que fletem repetidamente seus pulsos e dedos. • Como o nervo mediano é prejudicado, a pele da parte lateral da mão formiga ou fica dormente, e os movimentos do polegar enfraquecem. Articulações ❖ Relembrando - As articulações do Membro Superior são estruturalmente classificadas como sinoviais, podendo ser de diferentes formatos: Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Resumo ❖ Detalhes de algumas articulações • Esternoclavicular: ✓ Articulação selar. o Esse tipo incomum de articulação é encontrado em apenas mais um local: na articulação entre o trapézio e o primeiro metacarpal (do polegar). o A incisura clavicular do esterno em formato de sela e a superfície superior da primeira cartilagem costal se articulam com a superfície medial da clavícula. ✓ Quatro ligamentos cercam a articulação: o Ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior; que se estende sobre a articulação de mesmo nome o Ligamento interclavicular, que se estende entre as extremidades mediais das clavículas direita e esquerda; o Ligamento costoclavicular, que se estende da primeira cartilagem costal para a superfície inferior da clavícula. ✓ Músculos provenientes do osso esterno, o esternocleidomastóideo, o esterno-hióideo e o esterno-tireóideo, também contribuem para a estabilidade dessa articulação. ✓ A articulação esternoclavicular também faz a única ligação óssea do esqueleto axial com o cíngulo do membro superior. Cauê Oliveira – AD2025 • Articulação do ombro (glenoumeral) ✓ A estabilidade foi sacrificada para produzir a articulação com maior liberdade de movimento do corpo. ✓ Formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoidal rasa da escápula. ✓ Ainda que a cavidade glenoidal seja aprofundada por um aro de fibrocartilagem chamado lábio glenoidal, essa cavidade rasa pouco contribui para a estabilidade da articulação. ✓ A cápsula articular é extremamente fina e frouxa (qualidades que contribuem para a liberdade de movimento da articulação) e estende-se desde a margem da cavidade glenoidal ao colo anatômico do úmero. o O único espessamento forte da cápsula é o ligamento coracoumeral, superiormente situado, que ajuda a suportar o peso do membro superior. o A parte anterior da cápsula se espessa ligeiramente em três ligamentos glenoumerais bastante fracos. ✓ Os tendões dos músculos que cruzam a articulação do ombro contribuem bastante para a estabilidade da articulação. o Um desses é o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. o Quatro outros tendões e os músculos a eles associados formam o manguito rotador, que circunda a articulação do ombro e se funde com a cápsula articular. ✓ Deslocamento do ombro: uma consequência da mobilidade no ombro é que deslocamentos de ombro são lesões comuns. Como as estruturas de reforço dessa articulação são mais fracas anterior e inferiormente, a cabeça do úmero desloca-se facilmente anterior e inferiormente. o A separação de ombro é um deslocamento da articulação acromioclavicular e resulta de uma queda sobre a mão estendida ou sobre o lado do ombro • Articulação do cotovelo (umeroulnar e umerorradial) ✓ Diartrose cilíndrica que permite apenas extensão e flexão. ✓ Embora o rádio e a ulna se articulem com côndilos do úmero, é a íntima conexão do úmero com a incisura troclear da ulna que forma a articulação e a estabiliza. ✓ A cápsula articular fixa-se ao úmero, à ulna e ao ligamento anular do rádio, um anel ao redor da cabeça do rádio. ✓ Lateral e medialmente, a cápsula espessa-se em fortes ligamentos que impedem movimentos lateral e medial: o Ligamento colateral radial, uma fita triangular no lado lateral; o Ligamento colateral ulnar no lado medial. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ Tendões de vários músculos do braço, como os do bíceps e do tríceps braquiais, cruzam a articulação do cotovelo e proporcionam estabilidade. ✓ Trauma de cotovelo: embora o cotovelo seja uma articulação muito estável, ele frequentemente pode sofrer traumas. o O deslocamento de cotovelo geralmente é causado por queda sobre um braço estendido ou por amortecimento da queda com a mão. ➢ Esse tipo de queda empurra a ulna posteriormente. ➢ Tal queda também pode deslocar o rádio posteriormente e frequentemente causa fratura nos elementos que se articulam. o Os atletas que repetidamente manipulam uma raquete ou atiram bolas sujeitam seus antebraços a intensas forças de flexão que podem enfraquecer e, finalmente, romper o ligamento colateral ulnar. ➢ A reconstrução cirúrgica do ligamento colateral ulnar, comumente chamada “cirurgia de Tommy John”, envolve uma substituição com um autoenxerto de tendão do braço, do joelho ou do pé do próprio doente. • Articulação do carpo ✓ O carpo tem duas superfícies articulares importantes: o Articulação radiocarpal (articulação do punho): é a articulação entre o rádio e os carpais proximais, escafoide e semilunar. ➢ Essa é uma articulação elipsóidea, que permite movimentos de flexão, extensão, adução, abdução e circundução. o Articulações intercarpais: estão localizadas por entre os ossos proximais e distais dos carpos. O deslizamento ocorre nessa articulação à medida que os ossos carpais adjacentes deslizam entre si. Quatro ligamentos principais que se estendem dos ossos do antebraço até os ossos carpais reforçam essa articulação: ➢ Ligamento radiocarpal palmar anteriormente; ➢ Ligamento radiocarpal dorsal posteriormente; ➢ Ligamento colateral radial do carpo lateralmente; ➢ Ligamento colateral ulnar do carpo medialmente; Cauê Oliveira – AD2025 Estruturas Superficiais ❖ Rede Venosa As veias mais facilmente identificáveis da vascularização venosa superficial são: basílica (medial) e cefálica (lateral), que se originam da rede venosa dorsal da mão. A rede venosa dorsal drena superiormente na veia cefálica, que começa na parte lateral dessa rede, curva-se em torno da parte distal do rádio, e penetra na parte anterior do antebraço. Anteriormente ao cotovelo, a veia cefálica comunica-se com a veia intermédia do cotovelo, que tem trajeto oblíquo através da face anterior do cotovelo na fossa cubital e se une à veia basílica. Desse ponto, essa veia sobe por toda a face anterolateral braço, seguindo superiormente entre os músculos deltoide e peitoral maior ao longo do sulco deltopeitoral, terminando abaixo da clavícula, onde se une à veia axilar. • A veia intermédia do cotovelo é fácil de encontrar na maioria das pessoas, sendo utilizada para retirar sangue ou administrar substâncias por via intravenosa. Como a artéria braquial, o nervo mediano e o tendão de inserção do bíceps braquial se situam logo abaixo dessa veia, uma agulha deve ser inserida na veia quase paralela à pele, para evitar a perfuração dessas estruturas. A veia basílica surge na parte medial da rede venosa dorsal da mão, e sobe ao longo da superfície medial do antebraço e perfura a fáscia profunda do braço na junção dos terços inferior emédio do braço. Desse ponto, corre paralelamente à artéria braquial e ao nervo cutâneo medial do antebraço até a axila, onde se une à veia braquial para formar a veia axilar. A veia intermédia do antebraço é muito variável. Inicia-se na base do dorso do polegar, curva-se ao redor da face lateral do punho e ascende no meio da face anterior do antebraço entre as veias cefálica e basílica. Às vezes a veia intermédia do antebraço divide-se em uma veia intermédia basílica, que se une à veia basílica, e uma veia intermédia cefálica, que se une à veia cefálica. Cauê Oliveira – AD2025 As veias profundas dos membros superiores seguem o trajeto das artérias que acompanham e receber os mesmos nomes. No entanto, todas, exceto a maior, são duas veias realmente paralelas que percorrem em ambos os lados da artéria. Os arcos palmares profundo e superficial da mão drenam nas veias radial e ulnar do antebraço, que se unem logo abaixo da articulação do cotovelo e formam a veia braquial. À medida que a veia braquial entra na axila, ela drena na veia axilar, que se transforma na veia subclávia, no nível da primeira costela. ❖ Rede Linfática Os vasos linfáticos superficiais originam-se de plexos linfáticos na pele dos dedos, palma e dorso da mão e ascendem principalmente junto com as veias superficiais, como as veias cefálica e basílica. Alguns vasos que acompanham a veia basílica entram nos linfonodos cubitais, situados proximais ao epicôndilo medial e mediais à veia basílica. Os vasos eferentes dos linfonodos ascendem no braço e terminam nos linfonodos axilares umerais (laterais). A maioria dos vasos linfáticos superficiais que acompanham a veia cefálica cruza a parte proximal do braço e a face anterior do ombro para entrar nos linfonodos axilares apicais; mas alguns vasos entram antes nos linfonodos deltopeitorais mais superficiais. Os vasos linfáticos profundos, menos numerosos do que os vasos superficiais, acompanham as grandes veias profundas no membro superior e terminam nos linfonodos axilares umerais. Eles drenam linfa das cápsulas articulares, periósteo, tendões, nervos e músculos e ascendem com as veias profundas; pode haver alguns linfonodos profundos ao longo de seu trajeto. Os linfonodos axilares são drenados pelo tronco linfático subclávio. Os linfonodos axilares são divididos em cinco grupos: laterais, peitorais, posteriores, centrais e apicais. Os linfonodos laterais, peitorais e posteriores drenam para os centrais, que irá drenar para os apicais. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Rede Arterial O membro superior é irrigado por ramos da artéria subclávia. Após emitir seus ramos para o pescoço e o tórax (a artéria vertebral, os troncos tireocervical e costocervical e a artéria torácica interna), cada artéria subclávia segue lateralmente sobre a primeira costela, sob a clavícula. Desse ponto, a artéria subclávia entra na axila como artéria axilar. Artéria axilar: começa na margem lateral da primeira costela, como continuação da artéria subclávia e termina na margem inferior do músculo redondo maior. Desce pela axila, sendo dividida em três partes: • Primeira parte: localizada entre a margem lateral da primeira costela e a margem medial do peitoral maior; emite a artéria toracoacromial, que surge logo abaixo da clavícula e se ramifica para suprir grande parte dos músculos peitoral e deltoide; Cauê Oliveira – AD2025 • Segunda parte: localizada posterior ao músculo peitoral menor; possui dois ramos: a artéria torácica lateral, que desce ao longo da margem lateral do músculo peitoral menor, irrigando os músculos peitorais e serrátil anterior, e emite ramos importantes para a mama, e a artéria toracoacromial, que segue medialmente o músculo. • Terceira parte: localizada entre a margem lateral do músculo peitoral menor e a margem inferior do músculo redondo maior; emite três ramos: a artéria subescapular, que se destina às regiões escapulares dorsal e ventral e o músculo latíssimo do dorso; e as artérias circunflexas anterior e posterior do úmero, que envolvem o colo cirúrgico do úmero e auxiliam na irrigação do músculo deltoide e da articulação do ombro. Artéria braquial: desce ao longo da face medial do úmero, abaixo do músculo bíceps braquial no sulco bicipital medial, e supre os músculos da região anterior do braço. A artéria braquial atravessa a face anterior da articulação do cotovelo, abaixo da aponeurose do músculo bíceps braquial na linha média do braço. Imediatamente após a articulação do cotovelo, a artéria braquial se divide nas artérias radial e ulnar, que descem pela face anterior do antebraço. É acompanhada pelo nervo mediano (que recebe esse nome por ser medial à artéria braquial). • O pulso braquial pode ser sentido tanto no sulco bicipital medial quanto na fossa cubital; • A pressão firme no sulco bicipital medial pode ajudar a parar o sangramento de uma hemorragia nas partes mais distais do membro; • A artéria braquial é utilizada para a tomada da pressão arterial com um esfigmomanômetro, um dispositivo cujo manguito é colocado em torno do braço, acima do cotovelo. • Um ramo importante, a artéria profunda do braço (também chamada braquial profunda), envolve a face posterior do úmero com o nervo radial e supre o músculo tríceps. • À medida que a artéria braquial se aproxima do cotovelo, ela emite vários ramos pequenos inferiormente, as artérias colaterais ulnares, que formam anastomoses com os ramos ascendentes das artérias no antebraço para suprir a articulação do cotovelo. Esses vasos também proporcionam circulação colateral para as regiões mais distais do membro, quando o cotovelo é dobrado. Artéria radial: maior ramo terminal da artéria braquial, desce ao longo da margem medial do músculo braquiorradial, suprindo os músculos anterolaterais do antebraço, a parte lateral do punho, além do polegar e do dedo indicador. Na raiz do polegar, imediatamente lateral ao tendão do músculo flexor radial do carpo, ela se situa muito próximo da superfície e proporciona um local conveniente para a tomada da pulsação. Um ramo da artéria radial continua na tabaqueira anatômica, um local onde a pulsação radial também pode ser detectada. Segue acompanhada pelo nervo ulnar, que se localiza medialmente. Artéria ulnar: que desce ao longo da face anterior e medial da parte anterior do antebraço, situa -se entre os músculos flexores superficiais e profundos e emite ramos para os músculos que cobrem a ulna. A artéria ulnar continua na mão, atravessando o punho lateralmente ao do tendão do flexor ulnar do carpo. Se une a ulnar por inosculação formando a arcada da palma da mão. • Na parte proximal, ela emite um ramo importante chamado artéria interóssea comum, que se divide imediatamente nas artérias interósseas anterior e posterior. Esses vasos descem ao longo das respectivas superfícies da membrana interóssea entre o rádio e a ulna. A artéria interóssea anterior irriga os músculos flexores profundos, enquanto a artéria interóssea posterior e seus ramos destinam -se a todos os músculos extensores da região posterior do antebraço. Arcos palmares: na palma, ramos das artérias radial e ulnar se unem e formam dois arcos horizontais, os arcos palmares superficial e profundo. O arco superficial se situa abaixo da pele e da fáscia da mão, enquanto o arco profundo se situa contra os ossos metacarpais. As artérias radial e ulnar também formam na face dorsal do punho, a rede carpal dorsal, cujos ramos seguem na direção distal ao longo dos ossos metacarpais. • As artérias digitais, que suprem os dedos, ramificam-se desses arcos. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Rede Nervosa Trinta e um pares de nervos espinais, cada um contendo milhares de fibras nervosas, se conectam à medula espinal. Esses nervos recebem seus nomes de acordo com sua saída na coluna vertebral. Repare que existem oito pares de nervos cervicais,mas apenas sete vértebras cervicais. Essa discrepância é facilmente explicada: o primeiro nervo cervical espinal (C1) é superior à primeira vértebra, enquanto o último nervo cervical (C8) sai em uma posição inferior à sétima vértebra cervical, deixando seis nervos entre eles. Abaixo da região cervical, cada nervo espinal sai em uma posição inferior à vértebra de mesmo número.. Cada nervo espinal se conecta à medula espinal por uma raiz dorsal e uma raiz ventral. É importante saber a diferença entre raízes e ramos: • As raízes se situam no lado medial dos nervos espinais e são estritamente sensitivas (raiz dorsal) ou estritamente motoras (raiz ventral). • Os ramos são ramificações laterais dos nervos espinais e cada um deles contém fibras sensitivas e fibras motoras. O plexo braquial se situa parcialmente no pescoço e parcialmente na axila, e origina quase todos os nervos que se destinam ao membro superior. O plexo braquial é formado pela mistura dos ramos ventrais dos nervos cervicais C5-C8 e a maior parte do ramo ventral de T1. Além disso, ele pode receber pequenas contribuições de C4 ou T2. Os componentes do plexo braquial, da posição medial para a lateral, são: • Ramos ventrais: os ramos ventrais dos segmentos espinais C5-T1 formam as raízes do plexo braquial. • Troncos: os ramos ventrais se fundem e formam três troncos. Cauê Oliveira – AD2025 • Divisões: cada tronco se divide em duas divisões: anterior e posterior. ✓ As divisões anteriores originam os nervos para os músculos do compartimento anterior no membro superior (músculos flexores) e a pele na superfície anterior. ✓ Os nervos das divisões posteriores destinam-se aos músculos do compartimento posterior do membro e a pele na superfície posterior • Fascículos: essas seis divisões convergem e formam três fascículos. ✓ Os fascículos recebem seus nomes de acordo com a sua posição em relação à artéria axilar. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Aplicações Clínicas - Anastomoses arteriais periescapulares: diversos vasos se unem para formar redes nas superfícies anterior e posterior da escápula. A importância da circulação colateral propiciada por essas anastomoses torna-se aparente quando é necessário ligar uma artéria subclávia ou axilar lacerada. Por exemplo, pode ser necessário ligar a artéria axilar entre a costela I e a artéria subescapular; em outros casos, a estenose vascular da artéria axilar pode resultar de uma lesão aterosclerótica que reduz o fluxo sanguíneo. Nas duas situações, o sentido do fluxo sanguíneo na artéria subescapular é invertido, permitindo que o sangue chegue à terceira parte da artéria axilar. - Compressão da artéria axilar: pode ser necessária devido a lesões. A terceira parte dessa artéria contra o úmero em caso de grande hemorragia, por exemplo., resultante da ferida por arma branca ou projétil de arma de fogo. Caso seja necessário comprimir em um local mais proximal, pode-se comprimir a artéria axilar em sua origem (quando a artéria subclávia cruza a costela I) exercendo pressão para baixo no ângulo entre a clavícula a fixação inferior do músculo esternocleidomastóideo. - Aneurisma da artéria axilar: a primeira parte da artéria axilar pode dilatar-se e comprimir os troncos do plexo braquial, causando dor e anestesia (perda da sensibilidade) nas áreas da pele supridas pelos nervos afetados. - Feridas na veia axilar: as feridas na axila costumam acometer a veia axilar em razão de seu grande tamanho e posição vulnerável. A ferida na parte proximal da veia axilar é muito perigosa, não apenas em razão da grande hemorragia, mas também por causa do risco de entrada de ar e surgimento de êmbolos gasosos (bolhas de ar) no sangue. - Punção da veia subclávia: procedimento clínico comum. A veia axilar passa a ser chamada de veia subclávia quando cruza a primeira costela. Como a agulha é introduzida medialmente para penetrar a veia no ponto em que esta cruza a costela, a veia realmente puncionada (o ponto de entrada) é a parte terminal da veia axilar. A extremidade da agulha, porém, prossegue quase imediatamente até o lúmen da veia subclávia. - Linfadenopatia axilar: a infecção do membro superior pode causar aumento dos linfonodos axilares, que se tornam dolorosos e inflamados, um distúrbio denominado linfangite. As infecções na região peitoral e na mama, inclusive a parte superior do abdome, também podem causar aumento dos linfonodos axilares. No câncer metastático do grupo apical, muitas vezes os linfonodos aderem à veia axilar, o que pode requerer excisão de parte desse vaso. O aumento dos linfonodos apicais pode obstruir a veia cefálica superiormente ao músculo peitoral menor. - Dissecção dos linfonodos axilares: muitas vezes é necessário realizar excisão e análise patológica dos linfonodos axilares para estadiamento e determinação do tratamento apropriado de um câncer. Como os linfonodos axilares estão organizados e recebem linfa em uma ordem específica, é importante retirar e examinar os linfonodos na mesma ordem para determinar o grau de desenvolvimento do câncer e a probabilidade e metástase. Durante a dissecção de linfonodos axilares há risco de lesão de dois nervos: o nervo torácico longo (lesão resulta em escápula alada) e o nervo toracodorsal (lesão causa enfraquecimento da rotação medial e adução do braço). Cauê Oliveira – AD2025 - Lesões do plexo braquial: essas lesões afetam os movimentos e a sensibilidade cutânea no membro superior. • As lesões das partes superiores do plexo braquial (C5 e C6) geralmente resultam de um aumento excessivo no ângulo entre o pescoço e o ombro (ex: acidente de moto, durante o parto devido ao estiramento excessivo do pescoço). A lesão do tronco superior do plexo é notada pela posição característica do membro (“posição da mão de garçom pedindo gorjeta”), na qual o membro fica ao lado do corpo em rotação medial, devido a paralisia dos músculos do ombro e do braço supridos pelos nervos espinais C5 e C6: deltoide, bíceps braquial e braquial (Paralisia de Erb-Duchenne). Também há perda parcial da sensibilidade na face lateral do antebraço. • As lesões das partes inferiores do plexo braquial (paralisia de Klumpke) são muito menos comuns. As lesões inferiores do plexo braquial podem ocorrer quando o membro superior é subitamente puxado para cima — por exemplo, quando a pessoa segura algo para interromper uma queda ou quando o membro superior de um feto é tracionado excessivamente durante o parto. Esses eventos lesam o tronco inferior do plexo braquial (C8 e T1) e podem arrancar as raízes dos nervos espinais da medula espinal. Os músculos curtos da mão são afetados, resultando em mão em garra. • Lesão no nervo mediano: como o nervo mediano desce exatamente no meio do antebraço e do punho, muitas vezes ele é cortado nas tentativas de suicídio com corte no punho. A destruição do nervo mediano dificulta a oposição do polegar na direção do dedo mínimo; desse modo, a capacidade para pegar pequenos objetos é menor. Esse déficit é classificado como “mão de macaco”. Uma lesão no nervo mediano na região cubital resulta na perda de flexão nas articulações interfalângicas dos dedos II e III (em virtude do déficit de inervação nos flexores dos dedos) e na incapacidade desses dedos para flexionarem na articulação metacarpofalângica (em decorrência da perda de inervação para os lumbricais laterais). Clinicamente, esse tipo de lesão se apresenta como “mão em bênção”. • Lesões no nervo ulnar: em razão de sua posição exposta no cotovelo, o nervo ulnar é vulnerável à lesão. Ainda com mais frequência, o nervo ulnar é lesionado na região carpal da palma, outro local onde está situado superficialmente. As pessoas com danos nesse nervo não conseguem aduzir e abduzir seus dedos nem formar uma pegada apertada, causando a “mão em garra.” • Lesões no nervo radial: o trauma no nervo radialresulta em punho caído (mão em gota), uma incapacidade de estender a mão no punho. Se a lesão ocorrer bem longe, na direção superior, o músculo tríceps fica paralisado de modo que o antebraço não pode ser efetivamente estendido. Muitas fraturas do úmero acompanham o sulco radial e lesam o nervo radial nesse ponto. Esse nervo também pode ser esmagado na axila pelo uso inadequado de uma muleta ou se uma pessoa adormecer com um braço sobre o encosto de uma cadeira. • Neurite aguda do plexo braquial: é um distúrbio neurológico de causa desconhecida, caracterizado pelo início súbito de dor intensa, geralmente na região do ombro. Quase sempre a dor surge à noite e é acompanhada por fraqueza muscular e às vezes atrofia muscular. A inflamação do plexo braquial costuma ser precedida por algum evento (p. ex., infecção respiratória alta, vacinação ou traumatismo inespecífico). As fibras nervosas acometidas geralmente provêm do tronco superior do plexo braquial. • Compressão dos fascículos do plexo braquial: pode ser causada pela hiperabdução prolongada do braço durante a realização de tarefas manuais acima da cabeça, como ao pintar um teto. Os fascículos são invadidos ou comprimidos entre o processo coracoide da escápula e o tendão do músculo peitoral menor. Os sintomas neurológicos comuns Cauê Oliveira – AD2025 são dor que se irradia pelo braço, dormência, parestesia (formigamento), eritema (vermelhidão da pele causada por dilatação capilar) e fraqueza das mãos. A compressão da artéria e da veia axilares causa isquemia do membro superior e dilatação das veias superficiais. Esses sinais e sintomas de síndrome de hiperabdução são causados pela compressão dos vasos e nervos axilares. Cíngulo do Membro Superior É o primeiro seguimento do Membro Superior. Está dividido em quatro regiões: peitoral, deltoidea, escapular e cavo axilar. ❖ Região Peitoral - Músculo Peitoral Maior: é o maior músculo da região; possui formato de leque e tem uma porção clavicular e outra, esternocostal; forma o sulco deltopeitoral, no encontro com o músculo deltoide. • Fixação proximal (origem): clavícula, face anterior do esterno e cartilagens intercostais • Fixação distal (inserção): lábio lateral do sulco intertubercular do úmero • Inervação: nervos peitorais, originados no plexo braquial (raízes anteriores de C5 à T1) • Ação: adução e rotação medial do MS - Músculo Peitoral Menor: possui formato triangular e é totalmente coberto pelo músculo peitoral maior. • Fixação proximal (origem): 3ª a 5ª costelas • Fixação distal (inserção): processo coracoide da escápula • Inervação: nervos peitorais, originados no plexo braquial (raízes anteriores de C8 e T1) • Ação: abaixa o ombro - Músculo Subclávio: arredondado e de posição quase horizontal; fica junto à face inferior da clavícula; funciona como proteção e forro da região clavicular • Fixação proximal (origem): junção da primeira costela e a cartilagem costal • Fixação distal (inserção): face inferior, terço medial da clavícula • Inervação: ramo colateral do plexo braquial (raízes de C5 e C6) • Ação: estabiliza a clavícula e evita sua luxação; abaixa a clavícula - Músculo Serrátil Anterior: muito amplo; situado na porção lateral da caixa torácica; faz parte da parede medial do cavo axilar • Fixação proximal (origem): faces externas da parte lateral das costelas (1ª a 8ª) • Fixação distal (inserção): face anterior da margem medial da escápula • Inervação: ramo específico do plexo braquial, nervo torácicolongo (se origina a partir das raízes de C5 à C7); a paralisia do nervo torácicolongo causa "escápula alada" • Ação: roda a escápula; permite abdução total (músculo do boxeador) Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Região Deltoidea - Músculo Deltoide: formato da letra grega delta; contorno do ombro; forma o sulco deltopeitoral no encontro com o músculo peitoral maior. • Fixação proximal (origem): acrômio e espinha da escápula; clavícula • Fixação distal (inserção): úmero (tuberosidade para o músculo deltoide) • Inervação: nervo axilar, ramo do plexo braquial (raízes de C5 e C6) • Ação: abdução do MS de 15 a 90 graus (nos primeiros 15 graus recebe ajuda do músculo supraespinhal); rotação medial e lateral do membro superior Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Região Escapular - Músculo Supraespinal: • Fixação proximal (origem): fossa supra-espinhal da escápula • Fixação distal (inserção): face superior do tubérculo maior do úmero • Inervação: nervo supra-escapular (ramos das raízes de C4 à C6) • Ação: abdução do MS (até 15 graus) - Músculo Infraespinal: • Fixação proximal (origem): fossa infra-espinhal da escápula • Fixação distal (inserção): face média do tubérculo maior do úmero • Inervação: nervo supra-escapular (ramos de C5 e C6) • Ação: rotação lateral do MS - Músculo Redondo Maior: • Fixação proximal (origem): face posterior do ângulo inferior da escápula • Fixação distal (inserção): lábio medial do sulco intertubercular do úmero • Inervação: nervo subescapular (C5 eC6) • Ação: adução e rotação medial do MS - Músculo Redondo Menor: • Fixação proximal (origem): parte média da margem lateral da escápula • Fixação distal (inserção): face inferior do tubérculo maior do úmero • Inervação: nervo axilar (ramos de C5 e C6) • Ação: rotação lateral do MS - Músculo Subescapular: • Fixação proximal (origem): fossa subescapular • Fixação distal (inserção): tubérculo menor do úmero • Inervação: nervo subescapular (C5, C6 e C7) • Ação: rotação medial do MS Cauê Oliveira – AD2025 - Manguito Rotador: conjunto de quatro músculos (SIRS – Supraespinal, Infraespinal, Redondo menor e Subescapular); a principal função durante todos os movimentos da articulação do ombro é manter a cabeça do úmero na cavidade glenoidal da escápula. - Quadrilátero úmero-tricipital: presença do nervo axilar e da artéria circunflexa posterior do úmero • Limite superior: músculo redondo menor • Limite inferior: músculo redondo maior • Limite lateral: úmero • Limite medial: músculo tríceps braquial - Triângulo omo-tricipital: presença da artéria circunflexa da escápula. • Limite superior: músculo redondo menor • Limite inferior: músculo redondo maior • Limite lateral: músculo tríceps braquial - Triângulo úmero-tricipital: presença do nervo radial e da artéria braquial profunda • Limite superior: músculo redondo maior • Limite medial: músculo tríceps braquial • Limite lateral: úmero Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Cavo Axilar - Espaço piramidal localizado inferiormente à articulação do ombro e superiormente à face axilar, que faz a junção entre o tórax e o membro superior, ou seja, é um canal de comunicação entre esqueleto axial e apendicular, protegido por diversos músculos e gordura.; abriga a artéria e veia axilar, além dos linfonodos axilares. - Limites da axila: • Ápice: entre a primeira costela, a clavícula e a margem superior do músculo subescapular; canal cervicoaxilar que comunica a axila ao pescoço. • Base: pele, tecido cutâneo e fáscia axilar; forma a fossa axilar • Parede anterior: formada pelos músculos peitoral maior e menor e pelas fáscias peitoral e clavipeitoral; possui a prega axilar anterior • Parede posterior: formada pela escápula e pelos músculos subescapular, redondo maior e latíssimo do dorso; possui a prega axilar posterior • Parede medial: formada pela parede torácica e pelo músculo serrátil anterior • Parede lateral: parede óssea estreita formada pelo sulco intertubercular do úmero. Mama - As mamas são glândulas sudoríferas modificadas presentes em ambos os sexos, mas que, normalmente, só são bem desenvolvidas em mulheres. São compostas por tecido glandular, tecido fibroso e tecido adiposo, além dos vasos e nervos. Cauê Oliveira – AD2025 - Limites: • Superior:segundo ou terceiro arco costal • Inferior: sulco submamário (sexta ou sétima costela) • Lateral: linha axilar anterior • Medial: margem do esterno - Localização: fica apoiada em um leito, em contato com a fáscia dos músculos peitoral maior (2/3) e serrátil anterior. (1/3); entre a mama e a fáscia peitoral há um plano de tecido conectivo frouxo, o espaço retromamário, que contém pouca gordura e permite que a mama tenha algum grau de movimento sobre a fáscia peitoral e é também um possível local de disseminação de células cancerígenas. - Embriologia: as mamas formam-se como parte da pele, surgindo ao longo das linhas bilaterais que passam entre a axila e a virilha, lateralmente no tronco do embrião. Essas linhas lácteas, normalmente, persistem apenas na parte média do tórax, onde se formam as mamas definitivas. Entretanto, pode ocorrer politelia (mamilos supranumerários) ou polimastia (mamas supranumerárias) - Tamanho: determinado pela quantidade de gordura que circunda o tecido glandular, já que a quantidade de tecido glandular é constante. Todavia, uma pequena parte da glândula mamária pode estender-se ao longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à fossa axilar, formando um processo axilar ou cauda de Spence, principalmente durante o ciclo menstrual. Algumas mulheres descobrem isso e ficam preocupadas, suspeitando de um nódulo (tumor) ou aumento dos linfonodos. - Ligamentos Suspensores (Ligamentos de Cooper): formados por tecido conectivo fibroso, se entremeiam entre a gordura e ajudam a sustentar os lóbulos e lobos da glândula mamária - Estruturas: • Aréola (mamilo): glândulas areolares (de Montgomery), contêm muitas glândulas sebáceas (para lubrificação e, consequente, proteção da aréola e da papila) • Papila: proeminências cônicas ou cilíndricas situadas no centro das aréolas; não possuem gordura, pelos e glândulas sudoríparas; extremidades fissuradas para a abertura dos ductos lactíferos; formadas principalmente por fibras musculares lisas (importantes para a amamentação) - Parênquima: tecido funcional da mama; cada lóbulo da glândula mamária (existem de 15 a 20), é drenado por um ducto lactífero, que possuem uma parte dilatada profundamente à aréola, o seio lactífero, local de acúmulo do leite., este que é produzido pelos alvéolos. • OBS: para alguns autores, lobo é o “cacho de uva”, o lóbulo a “uva” e o alvéolo, as “sementes”. Cauê Oliveira – AD2025 - Vasos: • Artérias: as principais para a mama são a artéria torácica lateral e os ramos cutâneos da torácica interna e das intercostais posteriores. • Veias: a drenagem venosa da mama se faz principalmente para a veia axilar, mas há alguma drenagem para a veia torácica interna. • Linfáticos: a drenagem linfática da mama é importante devido ao seu papel na metástase de células cancerosas. A linfa passa da papila, da aréola e dos lóbulos da glândula mamária para o plexo linfático subareolar - Inervação: a mama é inervada por ramos cutâneos anteriores e laterais dos 4º-6º nervos intercostais, que entram na tela subcutânea , através da fáscia; as fibras aferentes ("adentro", sensitivas) atuam na pele, enquanto as fibras eferentes ("efetua", simpáticas) atuam nos vasos sanguíneos e nas fibras musculares lisas. .- Hormônios: a função básica da mama nas mulheres é a nutrição do bebê, através do leite e para isso, atuam dois hormônios: • Prolactina: estimula a produção de leite pelos lóbulos mamários • Ocitocina: estimula o reflexo de ejeção do leite, ou seja, atua promovendo a contração das células mioepiteliais dos alvéolos e do ducto lactífero (o bebê só precisa dar a primeira sugada, depois a ocitocina irá ejetar o leite) ❖ Aplicações Clínicas - Quadrantes mamários: a superfície da mama é dividida em quatro quadrantes para localização anatômica e descrição de tumores e cistos. Por exemplo, o médico pode escrever no prontuário: “Foi palpada massa irregular, de consistência dura, no quadrante superior medial da mama na posição de 2 horas, distante cerca 2,5 cm da margem da aréola.” - Carcinoma da mama: o conhecimento da drenagem linfática das mamas tem importância prática na previsão da metástase das células do carcinoma da mama. Os carcinomas da mama são tumores malignos, geralmente adenocarcinomas originados nas células epiteliais dos ductos lactíferos nos lóbulos das glândulas mamárias. As células cancerosas metatásticas que entram num vaso linfático geralmente atravessam dois ou três grupos de linfonodos antes de entrarem no sistema venoso. O câncer de mama costuma se disseminar pelos vasos linfáticos (metástase linfogênica), que levam células cancerosas da mama para os linfonodos, sobretudo aqueles situados na axila. - Ginecomastia: o discreto aumento temporário das mamas masculinas é normal (frequência = 70%) na puberdade. A hipertrofia da mama em homens após a puberdade (ginecomastia) é relativamente rara (<1%) e pode estar relacionada à idade ou ao uso de medicamentos (p. ex., após tratamento do câncer de próstata com dietilestilbestrol). A ginecomastia também pode ser causada por um desequilíbrio entre hormônios estrogênicos e androgênicos ou por alteração no Cauê Oliveira – AD2025 metabolismo hepático dos hormônios sexuais. Assim, a ginecomastia é considerada um sinal e deve-se iniciar uma avaliação para excluir possíveis causas importantes, como cânceres da glândula suprarrenal ou do testículo. Cerca de 40% dos homens pós-púberes com síndrome de Klinefelter (trissomia XXY) têm ginecomastia. Braço O braço estende-se do ombro até o cotovelo. Os músculos dessa região são divididos em grupos anterior (flexora) e posterior (extensora), separados pelo úmero e septos intermusculares medial e lateral. A principal ação dos dois grupos ocorre na articulação do cotovelo, mas alguns músculos também atuam na articulação do ombro. ❖ Loja Anterior Realiza flexão e é inervada pelo nervo musculocutâneo - Músculo Bíceps Braquial: possui duas cabeças, uma longa e uma curta; músculo satélite para a localização do feixe vasculo-nervoso; a aponeurose parte do tendão, atravessa a fossa cubital e se funde com a fáscia do antebraço. • Fixação proximal (origem): escápula - processo coracoide (cabeça curta) e tubérculo supraglenoidal (cabeça longa) • Fixação distal (inserção): tuberosidade do rádio e fáscia do antebraço através da sua aponeurose • Ação: supina o antebraço e flete o antebraço, quando está em posição de supinação; a cabeça curta resiste à luxação do ombro - Músculo Coracobraquial: é perfurado pelo nervo musculocutâneo • Fixação proximal (origem): processo coracoide da escápula • Fixação distal (inserção): terço médio da face medial do úmero • Ação: flexão e adução do braço; resiste à luxação do ombro Cauê Oliveira – AD2025 - Músculo Braquial: posterior ao bíceps; responsável pela produção da maior parte da força de flexão; uma parte da porção lateral do músculo é inervada por um ramo do nervo radial • Fixação proximal (origem): metade distal da face anterior do úmero • Fixação distal (inserção): processo coronoide e tuberosidade da ulna • Ação: flexão do antebraço ❖ Loja Posterior Realiza extensão e é inervada pelo nervo radial - Músculo Tríceps Braquial: possui três cabeças (longa, medial e curta); • Fixação proximal (origem): tubérculo infraglenoidal da escápula (longa); face posterior do úmero, superior ao sulco do nervo radial (curta); face posterior do úmero inferior ao sulco do nervo radial (medial) • Fixação distal (inserção): fáscia do antebraço e extremidade proximal do olécrano da ulna • Ação: principal extensor do antebraço; a cabeça longa resiste à luxação do úmero; mais importante durante a abdução - Músculo Ancôneo: • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero • Fixação distal (inserção): face lateral do olécrano e parte superiorda face posterior da ulna • Ação: auxilia o músculo tríceps braquial na extensão do antebraço; estabiliza a articulação do cotovelo; pode abduzir a ulna durante a pronação Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Fossa Cubital - É observada superficialmente como uma depressão triangular rasa na face anterior do cotovelo. - Limites: • Superior: uma linha imaginária que une os epicôndilos medial e lateral • Medial: a massa de músculos flexores do antebraço originados na fixação comum dos flexores ao epicôndilo medial; mais especificamente, o músculo pronador redondo • Lateral: a massa de músculos extensores do antebraço originada do epicôndilo lateral e da crista supraepicondilar; mais especificamente, o músculo braquiorradial • Assoalho: é formado pelos músculos braquial e supinador, do braço e antebraço, respectivamente. • Teto: é formado pela continuidade das fáscias do braço e do antebraço (muscular) reforçadas pela aponeurose do músculo bíceps braquial, tela subcutânea e pele. - Conteúdo: • Parte terminal da artéria braquial e o início de seus ramos terminais, as artérias radial e ulnar. A artéria braquial situa- se entre o tendão do músculo bíceps braquial e o nervo mediano • Veias acompanhantes (profundas) das artérias • Nervo mediano • Nervo radial, situado profundamente entre os músculos que formam o limite lateral da fossa (o braquiorradial, em especial) e o braquial, que se divide em ramos superficial e profundo. Os músculos têm de ser afastados para expor o nervo. • Superficialmente, na tela subcutânea sobre a fossa cubital estão a veia intermédia do cotovelo, situada anteriormente à artéria braquial, e os nervos cutâneos medial e lateral do antebraço, relacionados às veias basílica e cefálica. - Além disso, a fossa cubital é dividida em duas porções pelo tendão do músculo bíceps braquial: o sulco bicipital lateral e o sulco bicipital medial ❖ Aplicações Clínicas - Reflexo miotático bicipital: é um dos vários reflexos tendíneos avaliados na rotina dos exames físicos. O membro relaxado é posicionado em pronação passiva e extensão parcial do cotovelo. O polegar do examinador é firmemente posicionado sobre o tendão do músculo bíceps braquial e, com o martelo de reflexo, golpeia-se rapidamente a base do leito ungueal do examinador. A reposta normal é a contração do músculo bíceps braquial, confirmando a integridade do nervo musculocutâneo e dos segmentos C5 e C6 da medula espinal. Cauê Oliveira – AD2025 - Tendinite bicipital: o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial é revestido por uma bainha sinovial, movimentando- se para a frente e para trás no sulco intertubercular do úmero. O desgaste pode causar inflamação do tendão e, consequentemente, dor no ombro. - Ruptura do tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial: tipicamente, o tendão é arrancado de sua fixação ao tubérculo supraglenoidal da escápula e o ventre do músculo separado forma uma bola na face anterior do braço (deformidade de Popeye). Pode decorrer de tendinite prolongada. - Hemostasia da artéria braquial: interrupção do fluxo sanguíneo da artéria, através de uma compressão na parte medial do úmero, perto da porção média do braço. As artérias radial e ulnar ainda receberão sangue suficiente pelas anastomoses ao redor do cotovelo. - Fratura do corpo do úmero: ocorre mais frequentemente no colo cirúrgico. Pode lesar o nervo radial. A fratura da parte distal do úmero é chamada de fratura supraepicondiliar e devido à ação dos músculos braquial e tríceps braquial, o membro tende a ser encurtado. Antebraço O antebraço estende-se do cotovelo até o punho. A ação do movimento do antebraço é auxiliar o ombro na aplicação de força e no controle da posição da mão no espaço. Os músculos dessa região são divididos em dois grupos: anterior (flexor- pronador) e posterior (extensor-supinador). Os músculos da loja anterior e são inervados principalmente pelo nervo mediano, havendo exceções que são inervadas pelo nervo ulnar. Os músculos da loja posterior são inervados pelo nervo radial. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Loja Anterior - Músculos flexores e pronadores; são separados dos músculos extensores do antebraço pelo rádio e ulna e, nos dois terços distais do antebraço, pela membrana interóssea que os une; os tendões da maioria dos músculos flexores estão situados na face anterior do punho e são mantidos no lugar pelo ligamento carpal palmar e pelo retináculo dos músculos flexores, espessamentos da fáscia do antebraço; são organizados em três camadas: superficial, intermediária e profunda. - Camada Superficial: formada por quatro músculos, pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo e flexor ulnar do carpo; possuem uma fixação proximal (origem) comum, feita por um tendão comum dos flexores, no epicôndilo medial do úmero. 1) Músculo Pronador Redondo • Fixação proximal (origem): além da fixação proximal comum, esse músculo possui outra no processo coronoide (cabeça ulnar) • Fixação distal (inserção): meio da convexidade da face lateral do rádio • Inervação: nervo mediano (C6, C7) • Ação: pronação e flexão do antebraço 2) Músculo Flexor Radial do Carpo • Fixação distal (inserção): base do osso metacarpal II • Inervação: nervo mediano (C6, C7) • Ação: flete e abduz a mão 3) Músculo Palmar Longo • Fixação distal (inserção): metade distal do retináculo dos músculos flexores e ápice da aponeurose palmar • Inervação: nervo mediano (C7, C8) • Ação: flete a mão; tensiona a aponeurose palmar 4) Músculo Flexor Ulnar do Carpo • Fixação proximal (origem): além da fixação proximal comum, esse músculo possui outra no olécrano e na margem posterior na ulna, via aponeurose (cabeça ulnar) • Fixação distal (inserção): osso pisiforme, hamato e metacarpal V • Inervação: nervo ulnar (C7, C8) • Ação: flete e aduz a mão Cauê Oliveira – AD2025 - Camada Intermediária: formada por um músculo apenas, o flexor superficial dos dedos; também possui fixação proximal (origem) comum no epicôndilo medial. 1) Músculo Flexor Superficial dos Dedos • Fixação proximal (origem): epicôndilo medial e processo coronoide (cabeça umeroulnar); metade superior da marem anterior do rádio (cabeça radial) • Fixação distal (inserção): falanges médias dos quatro dedos mediais • Inervação: nervo mediano (C7, C8, T1) • Ação: flete as falanges médias sobre as proximais e as falanges proximais sobre os ossos metacarpais dos quatro dedos mediais - Camada Profunda: formada por três músculos, o flexor profundo dos dedos, o flexor longo do polegar e o pronador quadrado 1) Músculo Flexor Profundo dos Dedos • Fixação proximal (origem): faces medial e anterior da ulna e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): falanges distais do 2º ao 5º dedo • Inervação: nervo ulnar (C8, T1 – 4º e 5º dedo); ramo do nervo mediano (C8, T1 – 2º e 3º dedo) • Ação: flete as falanges distais do segundo ao quinto dedo 2) Músculo Flexor Longo dos Polegar • Fixação proximal (origem): face anterior do rádio e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): falange distal do polegar • Inervação: ramo do nervo mediano (C8, T1) • Ação: flete a falange distal do polegar OBS: os músculos da primeira e da segunda camada são apelidados de músculos epicondilianos mediais, devido aos seus locais de origem: o epicôndilo medial Cauê Oliveira – AD2025 3) Músculo Pronador Quadrado • Fixação proximal (origem): face anterior da ulna • Fixação distal (inserção): face anterior do rádio • Inervação: ramo do nervo mediano (C8, T1) • Ação: pronação do antebraço; união do rádio e ulna ❖ Loja Posterior - Músculos extensores e supinadores. São todos inervados pelo nervo radial. - Podem ser organizados fisiologicamente em três gruposfuncionais: músculos que estendem e abduzem ou aduzem a mão (extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo), músculos que estendem os quatro dedos mediais (extensor dos dedos, extensor do indicador e extensor do dedo mínimo) e músculos que estendem ou abduzem o polegar (abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar e extensor longo do polegar). - Os tendões dos músculos extensores são mantidos no lugar na região do punho pelo retináculo dos músculos extensores. Quando os tendões passam sobre o dorso do punho, são revestidos por bainhas tendíneas sinoviais que reduzem o atrito nos tendões dos músculos extensores. - Os músculos extensores do antebraço são organizados anatomicamente em duas camadas: superficial e profunda. - Camada Superficial: formada por seis músculos (extensor radial curto do carpo, extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor ulnar do carpo, braquiorradial e extensor radial longo do carpo). Os quatro primeiros estão fixados na região proximal por um tendão comum dos músculos extensores ao epicôndilo lateral. 1) Braquiorradial • Fixação proximal (origem): crista supraepicondilar do úmero • Fixação distal (inserção): face lateral da extremidade distal do rádio, proximal ao processo estiloide • Inervação: nervo radial (C5, C6, C7) • Ação: flexão relativamente fraca do antebraço, máxima quando o antebraço está em pronação média Cauê Oliveira – AD2025 2) Extensor Radial Longo do Carpo • Fixação proximal (origem): crista supraepicondilar lateral do úmero • Fixação distal (inserção): base do osso metacarpal II • Inervação: nervo radial (C6, C7) • Ação: estende e abduz a mão; é ativo ao cerrar o punho 3) Extensor Radial Curto do Carpo • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero • Fixação distal (inserção): base do osso metacarpal III • Inervação: ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende e abduz a mão 4) Extensor dos Dedos: os quatro tendões planos do músculo extensor dos dedos passam profundamente ao retináculo dos músculos extensores até os quatro dedos mediais. • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero • Fixação distal (inserção): expansões extensoras dos quatro dedos mediais • Inervação: ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende os quatro dedos mediais nas articulações metacarpofalângicas, secundariamente nas articulações interfalângicas 5) Extensor do Dedo Mínimo: os tendões comuns dos dedos indicador e mínimo são unidos em suas faces mediais perto das articulações metacarpofalângicas pelos respectivos tendões dos seus músculos extensores. • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero • Fixação distal (inserção): expansão do músculo extensor do 5º dedo • Inervação: ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende o quinto dedo na articulação metacarpofalângica, secundariamente na articulação interfalângica 6) Extensor Ulnar do Carpo • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero e margem posterior da ulna, via aponeurose compartilhada • Fixação distal (inserção): base do osso metacarpal IV • Inervação: ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende e aduz a mão na articulação radiocarpal; é ativo ao cerrar o punho Cauê Oliveira – AD2025 - Camada Profunda: 1) Supinador • Fixação proximal (origem): epicôndilo lateral do úmero; ligamentos colaterais radial e anular do rádio; “fossa do músculo supinador”; crista do músculo supinador • Fixação distal (inserção): terço proximal do rádio • Inervação: ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: supinação do antebraço; gira o rádio para posicionar a palma anterior ou superiormente (se o cotovelo estiver fletido) 2) Extensor do Indicador • Fixação proximal (origem): terço distal da ulna e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): expansão do músculo extensor do 2º dedo • Inervação: nervo interósseo, continuação do ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende o segundo dedo (permitindo sua extensão independente); ajuda a estender a mão na articulação radiocarpal 3) Abdutor Longo do Polegar • Fixação proximal (origem): metades proximais da ulna, rádio e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): base do osso metacarpal I • Inervação: nervo interósseo, continuação do ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: abduz o polegar e estende-o na articulação carpometacarpal 4) Extensor Longo do Polegar • Fixação proximal (origem): terço médio da ulna e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): base da falange distal do polegar • Inervação: nervo interósseo, continuação do ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende a falange distal do polegar na articulação interfalângica; estende as articulações metacarpofalângica e carpometacarpal Cauê Oliveira – AD2025 5) Extensor Curto do Polegar • Fixação proximal (origem): terço distal do rádio e membrana interóssea • Fixação distal (inserção): base falange proximal do polegar • Inervação: nervo interósseo, continuação do ramo profundo do nervo radial (C7, C8) • Ação: estende a falange proximal na articulação metacarpofalângica; estende a articulação carpometacarpal Cauê Oliveira – AD2025 - Tabaqueira Anatômica: depressão delimitada anteriormente pelo músculo extensor curto do polegar e pelo adutor longo do polegar, e posteriormente, pelo extensor longo do polegar. A artéria radial situa-se no assoalho da tabaqueira. ❖ Aplicações Clínicas - Tendinite do cotovelo ou epicondilite lateral: distúrbio musculoesquelético doloroso causado pelo uso repetitivo dos músculos extensores superficiais do antebraço, causando inflamação do periósteo do epicôndilo lateral - Dedo em martelo ou dedo do jogador de beisebol: resulta da flexão extrema forçada e súbita da articulação interfalângica distal (hiperflexão), causando avulsão da fixação de tendão à base da falange distal. - Fratura do olécrano: fratura do “cotovelo”, comum após a queda sobre o cotovelo associada à forte contração súbita do músculo tríceps braquial. - Cisto sinovial do punho: às vezes surge uma tumefação cística indolor na mão, na maioria das vezes no dorso do punho. A flexão do punho faz o cisto aumentar e pode ser dolorosa. Os cistos sinoviais estão próximos e muitas vezes comunicam- se com as bainhas sinoviais no dorso do punho (roxo na figura). Uma tumefação cística da bainha sinovial comum dos músculos flexores na face anterior do punho pode aumentar o suficiente para causar compressão do nervo mediano mediante estreitamento do túnel do carpo (síndrome do túnel do carpo). Cauê Oliveira – AD2025 Mão - Músculos Tenares 1) Oponente do Polegar • Fixação proximal (origem): retináculo dos músculos flexores e tubérculo dos ossos escafoide e trapézio • Fixação distal (inserção): face lateral do osso metacarpal I • Inervação: ramo recorrente do nervo mediano (C8, T1) • Ação: para opor o polegar, leva o osso metacarpal I em sentido medial até o centro da palma e gira-o medialmente 2) Abdutor Curto do Polegar • Fixação proximal (origem): retináculo dos músculos flexores e tubérculo dos ossos escafoide e trapézio • Fixação distal (inserção): face lateral da base da falange proximal do polegar • Inervação: ramo recorrente do nervo mediano (C8, T1) • Ação: abduz o polegar; auxilia a oposição 3) Flexor Curto do Polegar • Fixação proximal (origem): retináculo dos músculos flexores e tubérculo dos ossos escafoide e trapézio • Fixação distal (inserção): face lateral da base da falange proximal do polegar I • Inervação: ramo recorrente do nervo mediano (C8, T1 – cabeça superficial); ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1 – cabeça profunda) • Ação: flete o polegar 4) Adutor do Polegar • Fixação proximal (origem): base dos ossosmetacarpais II e III, capitato e carpais adjacentes (cabeça oblíqua); face anterior do corpo do osso metacarpal III (cabeça transversa) • Fixação distal (inserção): fface medial da base da falange proximal do polegar • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) • Ação: para opor o polegar, leva o osso metacarpal I em sentido medial até o centro da palma e gira-o medialmente - Músculos Hipotenares 1) Abdutor do Dedo Mínimo • Fixação proximal (origem): osso pisiforme • Fixação distal (inserção): face medial da base da falange proximal do dedo mínimo • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) • Ação: abduz o dedo mínimo; ajuda na flexão de sua falange proximal 2) Flexor Curto do Dedo Mínimo • Fixação proximal (origem): hâmulo do osso hamato e retináculo dos músculos flexores • Fixação distal (inserção): face medial da base da falange proximal do dedo mínimo • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) • Ação: flete a falange proximal do dedo mínimo 3) Oponente do Dedo Mínimo • Fixação proximal (origem): hâmulo do osso hamato e retináculo dos músculos flexores • Fixação distal (inserção): margem medial do osso metacarpal V • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) Cauê Oliveira – AD2025 • Ação: desloca o osso metacarpal V em sentido anterior e gira-o, opondo e gira-o, opondo o dedo mínimo ao polegar - Músculos Curtos 1) Lumbricais • Fixação proximal (origem): dois tendões laterais do músculo flexor profundo dos dedos (1º e 2º lumbricais); três tendões mediais do músculo flexor profundo dos dedos (3º e 4º lumbricais) • Fixação distal (inserção): faces laterais das expansões extensoras do 2º ao 5º dedo • Inervação: nervo mediano (C8, T1 – 1º e 2º lumbricais); ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1 – 3º e 4º lumbricais) • Ação: fletem as articulações metacarpofalângicas; estendem as articulações interfalângicas do 2º ao 5º dedo 2) Interósseos dorsais, 1º ao 4º • Fixação proximal (origem): faces adjacentes de dois ossos metacarpais • Fixação distal (inserção): bases das falanges proximais; expansões extensoras do 2º ao 4º dedo • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) • Ação: abduzem os 2º e 4º dedos em relação à linha axial; atuam em conjunto com os músculos lumbricais na flexão das articulações metacarpofalângicas e extensão das articulações interfalângicas 3) Interósseos palmares, 1º ao 3º • Fixação proximal (origem): faces palmares dos ossos metacarpais II, IV e V • Fixação distal (inserção): bases das falanges proximais; expansões extensoras do 2º, 4º e 5º dedos • Inervação: ramo profundo do nervo ulnar (C8, T1) • Ação: aduzem os 2º, 4º e 5º dedos em relação à linha axial; atuam em conjunto com os músculos lumbricais na flexão das articulações metacarpofalângicas e extensão das articulações interfalângicas; expansões extensoras dos 2º a 4º dedos Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Aplicações Clínicas - Contratura de Dupuytren da fáscia palmar: doença da fáscia palmar que resulta em encurtamento, espessamento e fibrose progressivos da fáscia e da aponeurose palmar. A degeneração fibrosa das faixas longitudinais da aponeurose palmar na face medial da mão coloca o quarto e o quinto dedos em flexão parcial nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas proximais. Cauê Oliveira – AD2025 - Tenossinuvite: inflamação do tendão e da bainha sinovial causa edema do dedo e dor ao movimento. Como os tendões dos 2º, 3º e 4º dedos quase sempre têm bainhas sinoviais separadas, a infecção geralmente é limitada ao dedo infectado. Como a bainha sinovial do dedo mínimo geralmente é contínua com a bainha comum dos músculos flexores, a tenossinovite nesse dedo pode disseminar-se para a bainha comum dos músculos flexores e, assim, através da palma e túnel do carpo até a região anterior do antebraço, drenando para o espaço entre o músculo pronador quadrado e os tendões dos músculos flexores sobrejacentes (espaço de Parona). Do mesmo modo, a tenossinovite no polegar pode disseminar-se através da bainha sinovial contínua do músculo FLP (bolsa radial). - Laceração dos arcos palmares: em geral, causa hemorragia vultosa. Pode não ser suficiente ligar apenas uma artéria do antebraço quando os arcos são lacerados, porque esses vasos costumam ter várias comunicações no antebraço e na mão e, portanto, sangram nas duas extremidades. Para obter um campo cirúrgico sem sangue para tratamento de lesões complicadas da mão, pode ser necessário comprimir a artéria braquial e seus ramos proximais ao cotovelo (p. ex., por meio de um torniquete pneumático). Este procedimento impede que o sangue chegue às artérias ulnar e radial através das anastomoses ao redor do cotovelo. - Isquemia dos dedos: crises bilaterais intermitentes de isquemia dos dedos, caracterizadas por cianose e não raro acompanhadas por parestesia e dor, costumam ser causadas por frio e estímulos emocionais. O distúrbio pode resultar de uma anormalidade anatômica ou de uma doença subjacente. Quando a causa do distúrbio é idiopática (desconhecida) ou primária, é denominada síndrome (doença) de Raynaud. - Síndrome do Túnel do Carpo: é causada por qualquer lesão que reduza significativamente o tamanho do túnel do carpo ou, na maioria das vezes, aumente o tamanho de algumas das nove estruturas, ou de seus revestimentos, que o atravessam (p. ex., inflamação das bainhas sinoviais). A retenção hídrica, a infecção e o excesso de exercício com os dedos podem causar edema dos tendões ou de suas bainhas sinoviais. O nervo mediano é a estrutura mais sensível do túnel. O nervo mediano tem dois ramos sensitivos terminais que suprem a pele da mão; portanto, pode haver parestesia (formigamento), hipoestesia (diminuição da sensibilidade) ou anestesia (ausência de sensibilidade) nos três dedos e meio laterais. Para aliviar a compressão e os sintomas resultantes, pode ser necessária a divisão cirúrgica parcial ou completa do retináculo dos músculos flexores, um procedimento chamado de liberação do túnel do carpo. A incisão para liberação do túnel do carpo é feita em direção à região medial do punho e ao retináculo dos músculos flexores para evitar possível lesão do ramo recorrente do nervo mediano.
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