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Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Vértebras - A coluna vertebral possui 33 vértebras, organizadas em cinco regiões: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais (fundidas, formam o sacro) e 4 coccígeas (fundidas, formam o cóccix) • Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores. • O ângulo lombossacral está situado na junção dos eixos longos da região lombar da coluna vertebral e do sacro. - As vértebras tornam-se maiores gradualmente, à medida que a coluna vertebral desce até o sacro, e depois tornam-se progressivamente menores em direção ao ápice do cóccix. • A mudança de tamanho está relacionada com o peso que as vértebras têm de suportar. - A coluna vertebral é flexível por conta das vértebras, que são separadas por discos intervertebrais elásticos. • Embora o movimento entre duas vértebras adjacentes seja pequeno, em conjunto as vértebras formam uma coluna bastante flexível. ❖ Estrutura e função das vértebras A vértebra típica consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos. • Corpo Vertebral: é a parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo. O tamanho dos corpos vertebrais aumenta à medida que se desce na coluna. ✓ É formado por osso trabecular (esponjoso) vascularizado, revestido por uma fina camada externa de osso compacto. Os espaços entre as trabéculas são ocupados por medula óssea vermelha. Um ou mais forames grandes na face posterior do corpo vertebral abrigam as veias basivertebrais que drenam a medula óssea ✓ Em vida, a maior parte das faces superior e inferior do corpo vertebral é coberta por discos de cartilagem hialina, que são remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o osso. Em amostras de osso secas, essa cartilagem está ausente e o osso exposto parece esponjoso, exceto na periferia, onde um anel ou margem epifisial de osso liso, derivada de uma epífise anular, está fundida ao corpo. ✓ Além de servirem como zonas de crescimento, as epífises anulares e seus remanescentes cartilaginosos proporcionam alguma proteção aos corpos vertebrais e permitem certo grau de difusão de líquido entre o disco intervertebral e os vasos sanguíneos (capilares) no corpo vertebral. Cauê Oliveira – AD2025 • Arco Vertebral: está situado posteriormente ao corpo vertebral e consiste em dois pedículos e lâminas (direitos e esquerdos). Os pedículos são processos cilíndricos sólidos e curtos que se projetam posteriormente do corpo vertebral para encontrar duas placas de osso largas e planas, denominadas lâminas, que se unem na linha mediana posterior. O arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral formam as paredes do forame vertebral. A sucessão de forames vertebrais na coluna vertebral articulada forma o canal vertebral, que contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, juntamente com as membranas (meninges), a gordura e os vasos que os circundam e servem. ✓ As incisuras vertebrais são entalhes observados em vistas laterais das vértebras acima e abaixo de cada pedículo entre os processos articulares superiores e inferiores posteriormente e as projeções correspondentes do corpo anteriormente. As incisuras vertebrais superiores e inferiores das vértebras adjacentes e os discos que as unem formam os forames intervertebrais. Além disso, os gânglios sensitivos espinais (raiz posterior) estão localizados nesse forame. • Sete processos: há um processo espinhoso mediano que se projeta posteriormente (e em geral inferiormente, e costuma superpor-se à vértebra inferior) a partir do arco vertebral na junção das lâminas, dois processos transversos que se projetam posterolateralmente a partir das junções dos pedículos e lâminas e quatro processos articulares (dois superiores e dois inferiores) que também se originam das junções dos pedículos e lâminas, cada um deles apresentando uma face articular. ✓ Os processos espinhosos e transversos são locais de fixação dos músculos profundos do dorso e servem como alavancas, facilitando os músculos que fixam ou mudam a posição das vértebras. ✓ Os processos articulares estão em aposição aos processos correspondentes de vértebras adjacentes (superiores e inferiores) a eles, formando as articulações dos processos articulares (zigapofisárias). Por meio de sua participação nessas articulações, esses processos determinam os tipos de movimentos permitidos e restritos entre as vértebras adjacentes de cada região. Os processos articulares também ajudam a manter alinhadas as vértebras adjacentes, particularmente evitando o deslizamento anterior de uma vértebra sobre outra. ❖ Vértebras Cervicais - As 7 vértebras cervicais formam o esqueleto do pescoço, estando localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas. - São as que possuem o menor corpo das 24 vértebras móveis, isso reflete o fato de sustentarem menos peso do que as outras vértebras. - Os discos são proporcionalmente maiores do que os corpos vertebrais: embora sejam mais finos, são relativamente espessos em comparação ao tamanho dos corpos vertebrais que unem. - A espessura relativa dos discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a maior amplitude e variedade de movimento de todas as regiões vertebrais. - A característica mais marcante das vértebras cervicais é o forame transversário, local onde passa a artéria vertebral, que se insere a partir de C6, além de servir de passagem para plexos venosos e simpáticos. • Em C7, os forames são menores do que nas outras vértebras cervicais, e algumas vezes estão ausentes 7 Cauê Oliveira – AD2025 - Os processos transversos das vértebras cervicais terminam lateralmente em duas projeções: um tubérculo anterior e um tubérculo posterior. • Os tubérculos dão fixação a um grupo de músculos cervicais laterais (levantadores da escápula e escalenos). • Os ramos anteriores dos nervos espinais cervicais seguem inicialmente sobre os processos transversos nos sulcos do nervo espinal entre os tubérculos. • Os tubérculos anteriores da vértebra C6 são chamados de tubérculos caróticos, porque as artérias carótidas comuns podem ser comprimidas nesse local, no sulco entre o tubérculo e o corpo, para controlar o sangramento desses vasos. O sangramento pode continuar em vista das múltiplas anastomoses de ramos distais da artéria carótida com ramos adjacentes e contralaterais, porém com menor intensidade. - Possuem grandes forames vertebrais para acomodar a intumescência cervical da medula espinal em consequência do papel dessa região na inervação dos membros superiores. - As vértebras cervicais adjacentes articulam-se de um modo que permite flexão e extensão livres e alguma flexão lateral, mas a rotação é restrita. As faces articulares planas, quase horizontais, dos processos articulares também são favoráveis a esses movimentos. A margem superolateral elevada é o unco do corpo da vértebra - Os processos espinhosos das vértebras C3 a C6 são curtos e geralmente bífidos em pessoas brancas, sobretudo homens, mas isso não é tão comum em pessoas de ascendência africana nem nas mulheres. - Vértebras cervicais atípicas: • Atlas (C1): não possui corpo nem processo espinhoso. Esse osso anular tem um par de massas laterais que ocupam o lugar de um corpo, sustentando o peso do crânio globoso. Os processos transversos do atlas originam-se das massas laterais, fazendo com que estejam posicionados lateralmente em relação aos das vértebras inferiores. Essa característica torna o atlas a mais larga das vértebras cervicais, o que proporciona maior alavanca para os músculos fixados. As faces articulares superiores côncavas articulam-se com duas grandes protuberâncias cranianas, os côndilos occipitais (articulação atlanto-occipital). Possui a fóveado dente, onde irá se articular o processo odontóide do áxis. Cauê Oliveira – AD2025 • Áxis (C2): é a mais forte das vértebras cervicais. A característica que mais marcante de C2 é o dente rombo ou processo odontoide (está plenamente formado após os 11 anos), que se projeta do seu corpo para cima e serve como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça, possibilitando o movimento do “não”. O dente é mantido em posição pelo ligamento transverso do atlas, que se estende de uma massa lateral do atlas até a outra, formando a parede posterior do “bocal” que recebe o dente, o impedindo de realizar deslocamento posterior (horizontal) do dente e o deslocamento anterior do atlas (qualquer deslocamento comprometeria a parte do forame vertebral de C1 que dá passagem à medula espinal). C2 tem um grande processo espinhoso bífido que pode ser palpado profundamente no sulco nucal, o sulco vertical superficial no dorso do pescoço. O áxis tem duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas. • Proeminente (C7): é uma vértebra saliente caracterizada por um processo espinhoso longo e, em função desse processo saliente, C7 é chamada de vértebra proeminente. ❖ Vértebras Torácicas - A principal característica das vertebras torácicas é a presença de acidentes laterais, chamados fóveas costais, local para articulação das costelas. Ao todo, são 6 fóveas costais: 2 superiores, 2 inferiores e 2 do processo transverso. - Possuem processos espinhosos superpostos, já que esses são inclinados para baixo, além de serem longos e puntiformes. - Orientação vertical das faces articulares: os processos articulares estendem-se verticalmente com duas faces articulares de orientação quase coronal que definem um arco cujo centro é o disco intervertebral. Esse arco permite a rotação (T5 a T8 possuem maior grau de rotação) e algum grau de flexão lateral da coluna vertebral. - São menos móveis (limitada extensão e flexão): a fixação da caixa torácica associada à orientação vertical das faces articulares e aos processos espinhosos superpostos limita a flexão e a extensão, bem como a flexão lateral. - Possuem corpo vertebral de tamanho médio e em formato de coração (codiforme). - Possuem forames mais estreitos (maior risco de lesão medular) - As quatro vértebras torácicas intermediárias (T5 a T8) possuem todos os elementos típicos das vértebras torácicas. - As vértebras T1 a T4 têm algumas características em comum com as vértebras cervicais. • T1 é atípica pois tem um processo espinhoso longo, quase horizontal, que pode ser quase tão saliente quanto o da vértebra proeminente. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ T1 também tem uma fóvea costal completa na margem superior de seu corpo para a costela I e uma hemifóvea em sua margem inferior que contribui para formar a face articular para a costela II. - As vértebras T9 a T12 têm algumas características das vértebras lombares (p. ex., tubérculos semelhantes aos processos acessórios). No entanto, a maior parte da transição nas características da região torácica para a região lombar ocorre ao longo da extensão de uma única vértebra: T12. • Em geral, sua metade superior tem caráter torácico, apresentando fóveas costais e processos articulares que permitem movimento basicamente giratório, enquanto sua metade inferior tem caráter lombar, sem fóveas costais e com processos articulares que permitem apenas flexão e extensão. • Também há processos mamilares (pequenos tubérculos) nessa. • Consequentemente, a vértebra T12 está sujeita a estresses de transição que fazem com que seja a vértebra fraturada com maior frequência. ❖ Anatomia de superfície das vértebras cervicais e torácicas Em geral, é possível ver diversos processos espinhosos, sobretudo quando o dorso é fletido; a maioria deles pode ser palpada até mesmo em um paciente obeso porque normalmente a gordura não se acumula na linha mediana posterior. A extremidade do processo espinhoso de C7 é a mais evidente na superfície. Muitas vezes, quando o paciente está ereto, esse é o único processo espinhoso visível. O processo espinhoso de C2 pode ser palpado profundamente na linha mediana posterior, inferiormente à protuberância occipital externa, uma projeção mediana situada na junção da cabeça com o pescoço. C1não tem processo espinhoso, e seu pequeno tubérculo posterior não é visível nem palpável. Os processos transversos de C1 podem ser percebidos lateralmente por palpação profunda entre os processos mastoides e os ângulos das mandíbulas. Cauê Oliveira – AD2025 Os processos espinhosos bífidos curtos das vértebras C3 a C5 podem ser palpados no sulco nucal entre os músculos do pescoço, mas não é fácil palpá-los porque a lordose cervical, que é côncava posteriormente, os coloca profundamente à superfície da qual são separados pelo ligamento nucal. No entanto, como é bem mais longo, o processo espinhoso bífido da vértebra C6 é palpado com facilidade superiormente à extremidade visível do processo de C7 quando o pescoço é fletido. O tubérculo carótico de C6 pode ser suficientemente grande para ser palpável; a artéria carótida situa-se anteriormente a ele. Durante a flexão do pescoço e do dorso, também podem ser observados os processos espinhosos das vértebras torácicas superiores. Se o indivíduo for bem magro, surge uma crista contínua unindo suas extremidades, o ligamento supraespinal. As extremidades dos processos espinhosos torácicos não indicam o nível dos corpos vertebrais correspondentes porque se superpõem à vértebra inferior. Quando o dorso não está fletido ou quando as escápulas não estão protraídas, as extremidades dos processos espinhosos torácicos situam-se profundamente a um sulco longitudinal mediano. As extremidades dos processos espinhosos normalmente estão alinhadas, mesmo se a linha formada pelo conjunto se desviar um pouco da linha mediana. Na maioria das pessoas, os processos transversos das vértebras torácicas podem ser palpados de cada lado dos processos espinhosos na região torácica. Em indivíduos magros, as costelas podem ser palpadas do tubérculo até o ângulo, ao menos na parte inferior do dorso (inferiormente à escápula). ❖ Vértebras Lombares - As vértebras lombares estão localizadas na região lombar, entre o tórax e o sacro. - Corpos vertebrais maiores (sustentam maior peso) - Articulações facetarias muito ricas e hipertrofiadas - Seus processos articulares estendem-se verticalmente, com as faces articulares orientadas sagitalmente no início (começando abruptamente nas articulações de T12 com L1), mas passando a uma orientação mais coronal à medida que a coluna desce • As faces articulares de L5 e S1 têm orientação nitidamente coronal. - Maior flexão e extensão • Nas articulações superiores com orientação mais sagital, as faces voltadas lateralmente dos processos articulares inferiores da vértebra acima são “seguras” pelas faces voltadas medialmente dos processos superiores da vértebra abaixo, de modo que facilita a flexão e a extensão, permite a flexão lateral, mas impede a rotação - Processo espinhoso horizontalizado e curto (machadinha) - Processo mamilar e processo acessório são locais de fixação de músculos • Na face posterior da base de cada processo transverso há um pequeno processo acessório, que permite a fixação dos músculos intertransversários. • Na face posterior dos processos articulares superiores há pequenos tubérculos, os processos mamilares, que permitem a fixação dos músculos multífidos e intertransversários no dorso. - Os processos transversos projetam-se um pouco posterossuperiormente e lateralmente. Cauê Oliveira – AD2025 - A vértebra L5 é a maior de todas as vértebras móveis e sustenta o peso de toda a parte superior do corpo. Seu corpo é bem mais alto anteriormente; portanto, é o principal responsável pelo ângulo lombossacral. O peso do corpoé transmitido da vértebra L5 para a base do sacro, formada pela face superior da vértebra S1. ❖ Vértebras Sacrais - O sacro é formado por cinco vértebras sacrais fundidas. - Está situado entre os ossos ilíacos e forma o teto e a parede posterossuperior da metade posterior da cavidade pélvica. - O formato triangular do sacro resulta da rápida diminuição do tamanho das massas laterais inferiores das vértebras sacrais durante o desenvolvimento. • A metade inferior do sacro não sustenta peso; portanto, seu volume é bem menor. - O sacro garante resistência e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo do esqueleto axial para o esqueleto apendicular, através do cíngulo do membro inferior. - O canal sacral é a continuação do canal vertebral no sacro. • Contém o feixe de raízes dos nervos espinais originadas abaixo da vértebra L1, conhecido como cauda equina, que desce após o término da medula espinal. - Nas faces e dorsal do sacro há normalmente quatro pares de forames sacrais para a saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais. • Os forames sacrais anteriores (pélvicos) são maiores do que os posteriores (dorsais). - A base do sacro é formada pela face superior da vértebra S1. Seus processos articulares superiores articulam-se com os processos articulares inferiores da vértebra L5. • O sacro é inclinado de forma que se articula com a vértebra L5 no ângulo lombossacral, que varia de 130° a 160°. - A margem projetada anteriormente do corpo da vértebra S1 é o promontório da base do sacro, um importante ponto de referência obstétrico, também, é o local onde ocorre divisão da artéria aorta abdominal em artéria ilíaca esquerda e direita. - O ápice do sacro, sua extremidade inferior afilada, tem uma face oval para articulação com o cóccix. - O sacro frequentemente é mais largo em relação ao comprimento na mulher do que no homem, mas o corpo da vértebra S1 geralmente é maior nos homens. - A face pélvica do sacro é lisa e côncava e apresenta quatro linhas transversas que indicam onde houve fusão das vértebras sacrais. • Durante a infância, as vértebras sacrais individuais estão unidas por cartilagem hialina e separadas por discos intervertebrais. A fusão das vértebras sacrais tem início após os 20 anos de idade; entretanto, a maioria dos discos intervertebrais permanece não ossificada até a metade da vida ou por mais tempo ainda. - A face dorsal do sacro é rugosa, convexa e caracterizada por cinco cristas longitudinais proeminentes. • A crista sacral mediana, central, representa os processos espinhosos rudimentares fundidos das três ou quatro vértebras sacrais superiores; S5 não tem processo espinhoso. • As cristas sacrais mediais representam os processos articulares fundidos. • As cristas sacrais laterais são as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas. Cauê Oliveira – AD2025 - As características clinicamente importantes da face dorsal do sacro são o hiato sacral em formato de U invertido e os cornos sacrais. • O hiato sacral resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S5 e, às vezes, de S4. O hiato sacral leva ao canal sacral. Sua profundidade varia, dependendo do tamanho do processo espinhoso e das lâminas de S5. • Os cornos sacrais, que representam os processos articulares inferiores da vértebra S V, projetam-se inferiormente de cada lado do hiato sacral e são úteis como guia para sua localização. - A parte superior da face lateral do sacro assemelha-se a uma aurícula; em razão de seu formato, essa área é chamada de face auricular. É o local da parte sinovial da articulação sacroilíaca entre o sacro e o ílio. Em vida, a face auricular é coberta por cartilagem hialina. ❖ Vértebras Coccígeas - O cóccix é formado por quatro vértebras coccígeas fundidas. • As três últimas vértebras coccígeas frequentemente se fundem no meio da vida. • A primeira vértebra coccígea (Co 1) pode permanecer separada do grupo fundido. Porém, com o avanço da idade, Co I frequentemente se funde ao sacro, formando um único osso. • O cóccix é o remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária (presente em embriões humanos do fim da 4ª semana até o início da 8ª semana) - A face pélvica do cóccix é côncava e relativamente lisa, e a face dorsal tem processos articulares rudimentares. - Co 1 é a maior e mais larga das vértebras coccígeas. • Seus processos transversos curtos estão unidos ao sacro, e seus processos articulares rudimentares formam os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais. - O cóccix não participa na sustentação do peso do corpo na posição ortostática; • Entretanto, na posição sentada, ele pode sofrer alguma flexão anterior, indicando que está recebendo algum peso. - O cóccix permite a fixação de partes dos músculos glúteo máximo e coccígeo e do ligamento anococcígeo. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Anatomia de superfície das vértebras lombares, sacro e cóccix - Os processos espinhosos das vértebras lombares são grandes e fáceis de observar quando o tronco é fletido. Também podem ser palpados no sulco mediano posterior. - O processo espinhoso de L2 permite fazer uma estimativa da posição da extremidade inferior da medula espinal. - Uma linha horizontal que une os pontos mais altos das cristas ilíacas atravessa a extremidade do processo espinhoso de L4 e o disco entre L 4 e L 5. Este é um ponto de referência útil ao se realizar uma punção lombar para colher uma amostra de líquido cerebrospinal (LCS). - O processo espinhoso de S2 está situado no meio de uma linha traçada entre as espinhas ilíacas posterossuperiores, indicadas pelas depressões cutâneas. As depressões são formadas pela fixação da pele e da fáscia muscular a essas espinhas. Esse nível indica a extensão inferior do espaço subaracnóideo (cisterna lombar). - A crista sacral mediana pode ser palpada inferiormente ao processo espinhoso de L5. A região sacral é formada pelas linhas que unem as duas espinhas ilíacas posterossuperiores e a parte superior da fenda interglútea entre as nádegas. A região sacral que delimita o sacro é uma área comum de dor resultante de entorses lombares. O hiato sacral pode ser palpado na extremidade inferior do sacro, localizada na parte superior da fenda interglútea (é o local onde se aplica a anestesia peridural) - Os processos transversos das vértebras torácicas e lombares são cobertos por músculos espessos e podem ou não ser palpáveis. - O cóccix pode ser palpado na fenda interglútea, abaixo do ápice do trígono sacral. O ápice do cóccix pode ser palpado aproximadamente 2,5 cm posterossuperiormente ao ânus. O exame clínico do cóccix é feito com um dedo enluvado no canal anal. - Nutação é movimento do sacro para frente. No parto, há contranutação. ❖ Ossificação das vértebras A ossificação das vértebras ocorre tipicamente a partir dos três centros de ossificação primários em um modelo cartilaginoso: uma região central que dá origem à maior parte do corpo e um centro em cada metade do arco neural. Assim, por ocasião do nascimento, a maioria das vértebras é formada por três partes ósseas unidas por cartilagem hialina. A fusão ocorre durante os primeiros 6 anos em um padrão centrífugo a partir da região lombar. Durante a puberdade, surgem cinco centros de ossificação secundários em cada vértebra em geral: um na extremidade do processo espinhoso; um na extremidade de cada processo transverso; e duas epífises anulares, uma na margem superior e outra na margem inferior de cada corpo vertebral. Os elementos costais formados em associação com o centro de ossificação do processo transverso geralmente formam costelas apenas na região torácica. Eles formam componentes dos processos transversos ou seus equivalentes em outras regiões. Cauê Oliveira – AD2025 As exceções ao padrão típico de ossificação ocorrem nas vértebras C1 (não tem região central),C2 (possui duas regiões centrais), C7 e no sacro e cóccix. ❖ Aplicação Clínica - Osteoropose do corpo vertebral: é uma doença óssea metabólica comum, causada pela desmineralização óssea decorrente do comprometimento do equilíbrio normal da deposição e reabsorção de cálcio. Consequentemente, a qualidade do osso é reduzida e há atrofia do tecido ósseo. Esses ossos tornam-se enfraquecidos e frágeis, e estão sujeitos a fratura. • Radiografias feitas na osteoporose inicial a moderada mostram desmineralização, que é observada na forma de diminuição da radiodensidade do osso trabecular dos corpos vertebrais, fazendo com que o osso cortical adelgaçado pareça relativamente proeminente. • As radiografias em fases posteriores podem mostrar colapso vertebral (fraturas por compressão) e aumento da cifose torácica. • A osteoporose do corpo vertebral ocorre em qualquer vértebra; porém, é mais frequente nas vértebras torácicas, sobretudo em mulheres após a menopausa. Cauê Oliveira – AD2025 - Laminectomia: excisão cirúrgica de um ou mais processos espinhosos e das lâminas vertebrais adjacentes de sustentação em uma determinada região da coluna vertebral. O termo também é usado com frequência para designar a retirada da maior parte do arco vertebral por meio da transecção dos pedículos. São realizadas cirurgicamente para obter acesso ao canal vertebral, permitindo exposição posterior da medula espinal (se realizada acima do nível de L2) e/ou raízes de nervos espinais específicos e, também, para aliviar a pressão sobre a medula espinal ou raízes nervosas causada por tumor, hérnia de disco intervertebral ou hipertrofia óssea. - Luxação de vértebras cervicais: devido às suas faces articulares mais horizontais, as vértebras cervicais estão interligadas menos firmemente do que as outras vértebras.Devido ao grande canal vertebral na região cervical, pode haver pequena luxação sem danos à medula espinal. As luxações graves, ou luxações associadas a fraturas, causam lesão da medula espinal. • Estágio I: entorse por flexão (figura A) • Estágio II: subluxação anterior com translação anterior de 25% (figura B) • Estágio III: translação de 50% (figura C e E) • Estágio IV: luxação completa (figura D) Se a luxação não resultar em “cavalgamento das faces articulares” com travamento dos processos articulares deslocados, pode haver autorredução das vértebras cervicais, de modo que uma radiografia pode não indicar que houve lesão da medula. A RM, porém, pode mostrar a consequente lesão dos tecidos moles. Em F, a RM de uma luxação em estágio IV com lesão raquimedular mostra fratura do corpo de C7 (ponta de seta branca aberta). O ligamento amarelo é rompido (seta preta curva) e o processo espinhoso é avulsionado (seta preta reta). Já, em G, a imagem transversal de TC (a mesma mostrada em F) mostra a posição invertida dos processos articulares das vértebras C6 e C7 devido à “superposição das faces articulares”. Cauê Oliveira – AD2025 - Fratura e luxação do atlas: O atlas é um anel ósseo com duas massas laterais cuneiformes unidas por arcos anterior e posterior relativamente finos e um ligamento transverso. Como o lado mais alto da massa lateral está voltado lateralmente, forças verticais (como ocorreria no choque contra o fundo da piscina em um acidente de mergulho) que comprimem as massas laterais entre os côndilos occipitais e o áxis causam seu afastamento, fraturando um ou ambos os arcos (anterior e posterior). Se a força for suficiente, também há ruptura do ligamento transverso que os une. A consequente fratura de Jefferson ou explosiva não resulta necessariamente em lesão da medula espinal, porque, na verdade, há aumento das dimensões do anel ósseo. Entretanto, a lesão da medula espinal é mais provável se também houver ruptura do ligamento transverso, indicada radiologicamente por grande separação das massas laterais. - Fratura e luxação do áxis: em geral, a fratura ocorre na parte interarticular, gerando espondilólise traumática de C2, que geralmente ocorre em virtude da hiperextensão da cabeça sobre o pescoço. Já, a fratura do enforcado ocorre quando há hiperextensão associada da cabeça e pescoço. Nas lesões mais graves, o corpo da vértebra C2 é deslocado anteriormente em relação ao corpo da vértebra C3., ou seja, é provável que haja lesão da medula espinal, podendo resultar em tetraplegia ou morte. As fraturas do dente do áxis também são lesões comuns em C2, podendo ser decorrentes de um golpe horizontal na cabeça ou pela perda patológica de massa óssea. Podem ser de três tipos, sendo o tipo I e II instáveis e o tipo III estável. • Até os 11 anos o áxis não está totalmente formado. Em um exame radiológica de uma criança, pode, portanto, parecer que esta fraturou o atlas. Cauê Oliveira – AD2025 - Ruptura do ligamento transverso do atlas: Quando o ligamento transverso do atlas se rompe, o dente do áxis é libertado, resultando em subluxação atlantoaxial, luxação incompleta da articulação atlantoaxial mediana. Na ausência de um ligamento competente, a região cervical superior da medula espinal pode ser comprimida entre o arco posterior aproximado do atlas e o dente do áxis, causando quadriplegia, ou no interior do bulbo do tronco encefálico, resultando em morte. - Estenose vertebral lombar: é o estreitamento do forame vertebral em uma ou mais vértebras lombares. Os nervos espinais lombares aumentam de tamanho à medida que a coluna vertebral desce, mas, paradoxalmente, o tamanho dos forames intervertebrais diminui. Em geral, o estreitamento é máximo no nível dos discos intervertebrais. O tratamento cirúrgico da estenose lombar pode consistir em laminectomia descompressiva. As RM lombar sagital (C) e transversal (D) mostram estenose acentuada causada por hipertrofia dos processos articulares e ligamentos amarelos, além de saliência periférica moderada do disco entre L4 e L5. - Costelas cervicais: é uma anomalia relativamente comum, em que o elemento costal que participa do desenvolvimento de C7 sofre aumento anormal. Essa estrutura pode variar em tamanho, de uma pequena protuberância até uma costela completa presente bilateralmente em cerca de 60% dos casos. A costela supranumerária pode elevar e comprimir estruturas que emergem da abertura superior do tórax, principalmente a artéria subclávia ou o tronco inferior do plexo braquial, e pode causar a síndrome do desfiladeiro torácico. - Anestesia peridural (epidural) caudal: um anestésico local é injetado na gordura do canal sacral que circunda as partes proximais dos nervos sacrais. Isso pode ser feito por meio do hiato sacral ou dos forames sacrais superiores. A solução anestésica difunde-se em direção superior e extradural, atuando sobre os nervos espinais S2–Co1 da cauda equina. A ascensão do anestésico é controlada pelo volume injetado e pela posição do paciente. Há perda da sensibilidade abaixo do bloqueio peridural. - Lesão do cóccix: uma queda abrupta sobre as nádegas pode causar equimose subperiosteal dolorosa ou fratura do cóccix, ou uma fratura–luxação da articulação sacrococcígea. O deslocamento é comum, e pode ser necessária a retirada cirúrgica do osso fraturado para aliviar a dor. Às vezes, um parto muito difícil causa Cauê Oliveira – AD2025 lesão do cóccix materno. Uma síndrome dolorosa, a coccigodinia, costuma suceder o traumatismo coccígeo; o alívio da dor geralmente é difícil - Fusão anormal das vértebras: em alguns casos, a vértebra L5 pode se fundir total (sacralização) ou parcialmente (hemissacralização) ao sacro. Em outros, S1 está mais ou menos separada do sacro e está parcial ou completamente fundida à vértebra L5, o que é chamado de lombarização da vértebra S1. - Fraturas por PAF: geralmente ocorre trauma raquimedular - Efeitos do envelhecimento nas vértebras: há diminuiçãoda densidade e resistência óssea., ocasionando modificação no formato dos corpos vertebrais, que pode causar estreitamento aparente do “espaço” intervertebral. O envelhecimento dos discos intervertebrais associado à modificação do formato das vértebras acarreta o aumento das forças compressivas na periferia dos corpos vertebrais, onde se fixam os discos. Em resposta, costumam surgir osteófitos, “pequenos ossos” ao redor das margens do corpo vertebral, ao longo das fixações das cápsulas articulares e ligamentos acessórios, enquanto extensões da cartilagem articular se desenvolvem ao redor das faces articulares dos processos inferiores. Não podem ser considerados patológicos. - Anomalias das vértebras: • Ás vezes a epífise de um processo transverso não se funde, portanto, deve-se ter cuidado para não confundir uma fratura vertebral em uma radiografia. • Uma anomalia congênita comum da coluna vertebral é a espinha bífida oculta, na qual os arcos neurais de L5 e/ou S1 não se desenvolvem normalmente e se fundem posteriormente ao canal vertebral. Esse defeito ósseo é oculto pela pele sobrejacente, mas seu local frequentemente é indicado por um tufo de pelos. A maioria das pessoas com espinha bífida oculta não tem problemas no dorso. Ao examinar um recém-nascido, as vértebras adjacentes Cauê Oliveira – AD2025 devem ser palpadas em sequência para se ter certeza de que os arcos vertebrais estão intactos e contínuos desde a região cervical até a região sacral. • Nos tipos graves de espinha bífida, espinha bífida cística, pode haver desenvolvimento incompleto de um ou mais arcos vertebrais. A espinha bífida cística está associada à herniação das meninges e/ou da medula espinal. Geralmente há alterações neurológicas em casos graves de meningomielocele. Formas graves de espinha bífida são causadas por defeitos do tubo neural, como a anomalia do fechamento do tubo neural durante a 4ª semana do desenvolvimento embrionário. ❖ Articulações e ligamentos da coluna vertebral - Articulações dos corpos vertebrais: as articulações são sínfises (articulações cartilagíneas secundárias) destinadas a sustentação de peso e resistência. • Discos intervertebrais: Os 23 discos intervertebrais oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral. Além de possibilitarem o movimento entre vértebras adjacentes, sua deformabilidade elástica permite que absorvam o choque. Não há disco intervertebral entre as vértebras C1 e C2; o disco funcional mais inferior está entre as vértebras L5 e S1. A variação de formatos é responsável pelas curvaturas secundárias da coluna vertebral. ✓ Anel fibroso: parte fibrosa externa do disco intervertebral, composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem que formam a circunferência do disco intervertebral. A vascularização do anel diminui progressivamente em direção central, e apenas o terço externo do anel recebe inervação sensitiva. ✓ Núcleo pulposo: é a massa central gelatinosa do disco intervertebral. Sua natureza semilíquida é responsável por grande parte da flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo, além de absorver o choque. O núcleo pulposo é avascular; é nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibroso e do corpo vertebral. É uma estrutura remanescente da notocorda. • “Articulações” uncovertebrais (fendas de Luschka): costumam se desenvolver entre os uncos dos corpos das vértebras C3 ou C4–C6 ou C7 e as faces inferolaterais biseladas dos corpos vertebrais superiores a elas após os 10 anos de idade. As articulações estão situadas nas margens lateral e posterolateral dos discos intervertebrais. As faces articulares dessas estruturas semelhantes a articulações são cobertas por cartilagem umedecida por líquido contido em um espaço virtual interposto, ou “cápsula”. Alguns as consideram articulações sinoviais; outros, espaços degenerativos (fendas) nos discos ocupados por líquido extracelular. As “articulações” uncovertebrais são locais frequentes de surgimento de osteófitos numa idade mais avançada, podendo causar dor cervical. Cauê Oliveira – AD2025 - Ligamento longitudinal anterior: faixa fibrosa externa anterolateral nos corpos e discos intervertebrais; impede a hiperextensão da coluna; é o único ligamento que limita a extensão da coluna; se estende desde a região occipital até a face pélvica sacral. - Ligamento longitudinal posterior: faixa fibrosa estreita dentro do arco vertebral que vai de C2 até o sacro, forrando o canal vertebral na parte interna; auxilia a conter o núcleo pulposo quando em flexão de coluna; é mais forte medialmente (logo, a hérnia de disco ocorre com frequência lateralmente).; é bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor). - Articulações dos arcos vertebrais: são as articulações dos processos articulares ou zigapofisárias (articulações facetárias), ou seja, são as articulações sinoviais planas entre os processos articulares superiores e inferiores de vértebras adjacentes. As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares; o formato e a disposição das faces articulares determinam os tipos de movimento possíveis. Nas regiões cervical e lombar essas articulações sustentam algum peso, compartilhando a função com os discos intervertebrais, sobretudo durante a flexão lateral. As articulações dos processos articulares são inervadas por ramos articulares que se originam dos ramos mediais dos ramos posteriores dos nervos espinais. Cada ramo articular inerva duas articulações adjacentes; portanto, cada articulação é suprida por dois nervos. - Ligamentos acessórios das articulações intervertebrais: • Ligamento Amarelo: faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico que unem as lâminas de arcos vertebrais adjacentes, formando seções alternadas da parede posterior do canal vertebral. Esses ligamentos estendem-se quase verticalmente entre a lâmina superior e a lâmina inferior, e os ligamentos de lados opostos encontram-se e fundem- se na linha mediana. São ligamentos longos, finos e largos na região cervical, tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar. Os ligamentos amarelos ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão. Cauê Oliveira – AD2025 • Ligamentos Interespinais: são finos e fracos, muitas vezes membranáceos; unem os processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo. • Ligamentos Supraespinais: são fortes e fibrosos e semelhantes a cordões; unem extremidades dos processos espinhosos desde C7 até o sacro e fundem-se na parte superior com o ligamento nucal na região cervical posterior. • Ligamento Nucal: forte e largo, é constituído de tecido fibroelástico espesso, que se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital externa e a margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais. Em razão do curto comprimento e da profundidade dos processos espinhosos de C3 a C5, o ligamento nucal é o local de fixação dos músculos que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis. Ajuda a conter a flexão exagerada da coluna cervical. • Ligamentos intertransversários: unem processos transversos adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar esses ligamentos são finos e membranáceos. - Articulações craniovertebrais • Atlantoccipitais: essas articulações permitem fazer o “sim” com cabeça e, também, possibilitam a inclinação lateral da cabeça. O principal movimento é de flexão, com leve flexão lateral e rotação. São articulações sinoviais do tipo elipsóideoe têm cápsulas articulares finas e frouxas. ✓ O crânio e C1 também estão unidos por membranas atlantoccipitais anterior (fibras largas e densamente entrelaçadas) e posterior (largas e fracas), que se estendem dos arcos anterior e posterior de C1 até as margens anterior e posterior do forame magno. As membranas atlantoccipitais ajudam a evitar o movimento excessivo das articulações atlantoccipitais. • Atlantoaxiais: existem três articulações atlantoaxiais: duas articulações atlantoaxiais laterais (direita e esquerda), que ficam entre as faces inferiores das massas laterais de C1 e as faces superiores de C2, e uma articulação atlantoaxial mediana (entre o dente de C2 e o arco anterior do atlas). As articulações atlantoaxiais laterais são sinoviais planas, enquanto a articulação atlantoaxial mediana é trocóidea . As três, em conjunto, realizam o movimento do “não”. Durante esse movimento, o dente de C2 é o pivô e é mantido anteriormente pelo arco anterior do atlas e posteriormente pelo ligamento transverso do atlas. Cauê Oliveira – AD2025 - Fascículos Longitudinais (superiores e inferiores): têm orientação vertical, porém são muito mais fracos, seguem do ligamento transverso do atlas até o occipital superiormente e até o corpo de C2 inferiormente. - Ligamento Cruciforme do Atlas: é formado pelo ligamento transverso do atlas junto com os fascículos longitudinais. - Ligamentos Alares: estendem-se das laterais do dente do áxis até as margens laterais do forame magno. Esses cordões arredondados e curtos fixam o crânio à vértebra C1 e servem como ligamentos de contenção, evitando a rotação excessiva nas articulações. - Membrana Tectória: é a forte continuação superior do ligamento longitudinal posterior que se alarga e segue posteriormente sobre a articulação atlantoaxial mediana e seus ligamentos. Segue superiormente a partir do corpo de C2, atravessa o forame magno e se fixa à parte central do assoalho da cavidade craniana, formado pela face interna do osso occipital. ❖ Movimentos da coluna vertebral - A amplitude de movimento da coluna vertebral tem relação principal com os discos intervertebrais, variando de acordo com a região e com o indivíduo, e reduz com o envelhecimento. A coluna faz movimentos de flexão, extensão, flexão e extensão laterais (movimento para esquerda/direita), e rotação. A amplitude de movimento da coluna vertebral é limitada por: • Espessura, elasticidade e compressibilidade dos discos intervertebrais. • Formato e orientação das articulações dos processos articulares • Tensão das cápsulas articulares das articulações dos processos articulares • Resistência dos músculos e ligamentos do dorso (p. ex., os ligamentos amarelos e o ligamento longitudinal posterior) • Fixação à caixa torácica • Volume de tecido adjacente. - Os movimentos não são produzidos exclusivamente pelos músculos do dorso, eles são auxiliados pela gravidade e pela ação dos músculos anterolaterais do abdome. - Com exceção talvez de C1-C2, nunca há movimento isolado em um único segmento da coluna. Embora os movimentos entre vértebras adjacentes sejam relativamente pequenos, sobretudo na região torácica, a soma de todos os pequenos movimentos produz considerável amplitude de movimento da coluna vertebral como um todo. Os movimentos da coluna vertebral são mais livres nas regiões cervical e lombar do que nas outras partes. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Curvaturas da coluna vertebral - As cifoses torácica e sacral são côncavas anteriormente, enquanto as lordoses cervical e lombar são côncavas posteriormente. Quando se observa a face posterior do tronco, principalmente em vista lateral, as curvaturas normais da coluna vertebral são mais aparentes. - As cifoses torácica e sacral são curvaturas primárias que se desenvolvem durante o período fetal em relação à posição fetal. As curvaturas primárias estão na mesma direção que as principais curvaturas da coluna vertebral fetal. As curvaturas primárias são mantidas durante toda a vida em consequência de diferenças na altura entre as partes anterior e posterior das vértebras. - As lordoses cervical e lombar são curvaturas secundárias que resultam da extensão a partir da posição fetal fletida. Elas começam a aparecer durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância. As curvaturas secundárias são mantidas basicamente por diferenças de espessura entre as partes anterior e posterior dos discos intervertebrais. - As curvaturas da coluna vertebral proporcionam flexibilidade adicional (resiliência com absorção de choque), aumentando ainda mais a flexibilidade proporcionada pelos discos. Quando a carga sustentada pela coluna vertebral é muito aumentada, há compressão dos discos e das curvaturas flexíveis. ❖ Vascularização - As vértebras são irrigadas por ramos periosteais e equatoriais das principais artérias cervicais e segmentares e por seus ramos espinais, que tendem a formar um arco na vértebra. - A porção cervical torácica alta é irrigada pelas artérias vertebrais e artérias cervicais ascendentes - As principais artérias segmentares do tronco: • Artérias intercostais posteriores, na região torácica. • Artérias subcostais e lombares, no abdome. • Artérias iliolombar e sacrais lateral e mediana, na pelve. - Os ramos periosteais e equatoriais originam-se dessas artérias enquanto cruzam as faces externas das vértebras. Os ramos espinais entram nos forames intervertebrais e se dividem. Os ramos anteriores e posteriores do canal vertebral, menores, seguem até o corpo vertebral e arco vertebral, respectivamente, e dão origem aos ramos ascendentes e descendentes que se anastomosam com os ramos do canal vertebral de níveis adjacentes. Os ramos anteriores do canal vertebral enviam artérias nutrícias anteriormente para os corpos vertebrais que suprem a maior parte da medula óssea vermelha do corpo vertebral central. Os ramos maiores dos ramos espinais continuam como artérias medulares radiculares ou segmentares terminais distribuídas para as raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos e para a medula espinal, respectivamente. - As veias espinais formam plexos venosos internos e externos ao longo da coluna vertebral dentro e fora do canal vertebral. Esses plexos comunicam-se através dos forames intervertebrais. Ambos os plexos são mais densos nas porções anterior e posterior, e são relativamente esparsos lateralmente. • As veias basivertebrais formam-se nos corpos vertebrais, emergindo dos forames nas faces dos corpos vertebrais e drenam para os plexos venosos vertebrais externos anteriores e principalmente para os plexos venosos vertebrais internos anteriores. Cauê Oliveira – AD2025 • As veias intervertebrais recebem veias da medula espinal e dos plexos venosos vertebrais enquanto acompanham os nervos espinais através dos forames intervertebrais para drenar nas veias vertebrais do pescoço e veias segmentares do tronco. - No sistema nervoso há uma comunicação muito rica do sistema de drenagem venosa desde a base do crânio até o cóccix, isso explica por que patologias conseguem sair da fossa abdominal e atingir a fossa posterior do SNC. ❖ Inervação - Com exceção das articulações dos processos articulares e dos elementos externos do arco vertebral, as estruturas osteofibrosas da coluna vertebral (e as meninges) são supridas pelos ramos recorrentes meníngeos dos nervos espinais. • As fibras nervosas para o periósteo, anéis fibrosos e ligamentos proveem receptores de dor. • As fibras para os anéis fibrosos e ligamentos também suprem os receptores de propriocepção (sensibilidade sobre a própria posição). • As fibras simpáticas para os vasos sanguíneos estimulam a vasoconstrição - Estruturas neurais: • Dura-máter: meninge que protege a medula • Medula: parte do SNC • Nervos espinais: parte do SNP (saem pelos forames intervertebrais)❖ Aplicação Clínica - Envelhecimento dos discos intervertebrais: com a idade, os núcleos pulposos desidratam e perdem elastina e proteoglicanas enquanto ganham colágeno. Consequentemente, os discos intervertebrais perdem seu turgor, tornando-se mais rígidos e mais resistentes à deformação. À medida que o núcleo desidrata, as duas partes do disco parecem fundir-se, pois a distinção entre elas torna-se cada vez menor. - Hérnia de disco: quando o núcleo pulposo se projeta para além do anel fibroso, ou seja, para o canal vertebral, comprimindo a medula espinal ou as raízes nervosas da cauda equina. Ocorre mais lateralmente, pois é onde os ligamentos são mais fracos. Cauê Oliveira – AD2025 • Os discos intervertebrais também podem ser lesados por rotação violenta (p. ex., durante o jogo de golfe) ou flexão da coluna vertebral. A regra geral é que a protrusão do disco intervertebral geralmente comprime a raiz nervosa de número inferior ao do disco herniado; por exemplo, o nervo L5 é comprimido pela hérnia do disco entre L4 e L5. Lembre-se de que nas regiões torácica e lombar o disco intervertebral forma a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral e que a metade superior é formada pelo osso do corpo da vértebra superior. • A hiperflexão da região cervical crônica ou subitamente forçada pode causar ruptura posterior do disco intervertebral sem fraturar o corpo vertebral. Nessa região, os discos intervertebrais estão posicionados centralmente na margem anterior do forame intervertebral, e a hérnia de disco comprime o nervo que sai naquele nível (e não no nível abaixo, como ocorre na região lombar). - Fraturas e luxações das vértebras: o movimento excessivo ou violento súbito ou um tipo de movimento não permitido em uma região específica tende a provocar fraturas, luxações ou fraturas–luxações da coluna vertebral. • A flexão forçada súbita costuma causar fratura por esmagamento ou compressão do corpo de uma ou mais vértebras. Em caso de movimento anterior violento da vértebra associado a compressão, pode haver deslocamento anterior da vértebra sobre a vértebra inferior (p. ex., luxação das vértebras C6 ou C7) Em geral, esse deslocamento causa luxação e fratura das faces articulares entre as duas vértebras e rompe os ligamentos interespinais. Lesões irreparáveis da medula espinal estão associadas às lesões mais graves por flexão da coluna vertebral. • A extensão forçada e súbita do pescoço também pode lesar a coluna vertebral e a medula espinal. Essa hiperextensão violenta tende a ocasionar lesão das partes posteriores das vértebras, com fratura por esmagamento ou compressão dos arcos vertebrais e de seus processos. Nas fraturas das vértebras cervicais pode haver irradiação da dor para a parte posterior do pescoço e região escapular porque os gânglios sensitivos espinais e segmentos da medula espinal que recebem impulsos álgicos das vértebras também participam da inervação dos músculos cervicais. • Também pode haver lesão por hiperflexão da coluna vertebral quando a cabeça “retorna” após a hiperextensão, indo para a frente sobre o tórax. Pode haver “superposição das faces articulares” ou entrelaçamento das vértebras cervicais causado por luxação dos arcos vertebrais. • A transição da região torácica para a região lombar é abrupta. Consequentemente, a vértebra T11 e, sobretudo, T12 são as vértebras não cervicais fraturadas com maior frequência. A luxação das vértebras nas regiões torácica e lombar é rara devido ao encadeamento de seus processos articulares. Cauê Oliveira – AD2025 • Espondilólise: a fratura da coluna de ossos que unem os processos articulares superiores e inferiores (a parte interarticular). • Espondilolistese: entre vértebras adjacentes. - Lesão e doença das articulações dos processos articulares (zigapofisárias): As articulações dos processos articulares são de interesse clínico porque estão próximas dos forames intervertebrais, através dos quais os nervos espinais emergem do canal vertebral. Quando há lesão dessas articulações ou surgimento de osteófitos (osteoartrite), os nervos espinais são afetados com frequência. Isso causa dor ao longo dos padrões de distribuição dos dermátomos e espasmo nos músculos derivados dos miótomos associados. O miótomo é formado por todos os músculos ou partes de músculos que recebem inervação de um nervo espinal. - Dorsalgia: Cinco categorias de estruturas são inervadas e podem ser fontes de dor: estruturas osteofibrosas (periósteo, ligamentos e anéis fibrosos dos discos intervertebrais), meninges, articulações sinoviais, músculos e tecido nervoso (nervos espinais ou raízes nervosas). A lombalgia localizada (dor percebida como originada nas costas) geralmente é muscular, articular ou osteofibrosa. - Curvaturas anormais da coluna vertebral: • Hipercifose torácica: é caracterizada por acentuação anormal da curvatura torácica; a coluna vertebral curva-se posteriormente. • Hiperlordose lombar: é caracterizada por inclinação anterior da pelve, com aumento da extensão das vértebras lombares, o que acarreta acentuação anormal da lordose lombar. A obesidade também pode causar hiperlordose lombar. • Escoliose: é caracterizada por curvatura lateral anormal acompanhada por rotação das vértebras. Cauê Oliveira – AD2025 ❖ Conteúdo do Canal Vertebral - Medula Espinal: • Principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo. • Estrutura cilíndrica, ligeiramente achatada anterior e posteriormente, protegida pelas vértebras, por seus ligamentos e músculos associados, pelas meninges espinais e pelo líquido cerebrospinal (LCS). • A medula espinal estende-se do forame magno no osso occipital até o nível da vértebra L1 ou L2. Entretanto, sua extremidade inferior afilada, o cone medular, pode terminar em posição tão alta quanto a vértebra T12 ou tão baixa quanto a vértebra L3. ✓ Assim, a medula espinal ocupa apenas os dois terços superiores do canal vertebral. • A medula espinal é alargada em duas regiões relacionadas com a inervação dos membros: ✓ A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 a T1 da medula espinal, e a maioria dos ramos anteriores dos nervos espinais originados dela forma o plexo braquial de nervos que supre os membros superiores. ✓ A intumescência lombossacral estende-se do segmento T11 ao segmento S1 da medula espinal, abaixo do qual a medula continua até diminuir e formar o cone medular. Os ramos anteriores dos nervos espinais que se originam dessa intumescência formam os plexos lombar e sacral de nervos que suprem os membros inferiores. - Nervos espinais e raízes nervosas: • Os nervos espinais cervicais (exceto C8) têm a mesma designação alfanumérica que as vértebras formadoras da margem inferior dos forames intervertebrais através dos quais o nervo sai do canal vertebral. • Os nervos espinais inferiores (T1 a Co1) têm a mesma designação alfanumérica que as vértebras formadoras da margem superior de sua saída. • Os primeiros nervos cervicais não têm raízes posteriores em 50% das pessoas, e o nervo coccígeo pode estar ausente. • Em embriões, a medula espinal ocupa toda a extensão do canal vertebral; assim, os segmentos da medula situam-se aproximadamente no nível vertebral de mesmo número, e os nervos espinais seguem lateralmente para sair no forame intervertebral correspondente. ✓ No fim do período embrionário (8ª semana), a eminência caudal já desapareceu, e o número de vértebras coccígeas é reduzido de seis para quatro segmentos. ✓ A medula espinal no canal vertebral do cóccix atrofia. ✓ Durante o período fetal, a coluna vertebral cresce mais rápido do que a medula espinal; consequentemente, a medula “ascende” em relação ao canal vertebral. ✓ Ao nascimento, a extremidade do cone medular está situada no nível de L4–L5. • Assim, na vida pós-natal, a medula espinalé mais curta do que a coluna vertebral; consequentemente, há obliquidade progressiva das raízes dos nervos espinais. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ Como a distância entre a origem das raízes de um nervo na medula espinal e a saída do nervo do canal vertebral aumenta à medida que se aproxima da extremidade inferior da coluna vertebral, o comprimento das raízes nervosas também aumenta progressivamente. • Originando-se da extremidade do cone medular, o filamento terminal desce entre as raízes dos nervos espinais na cauda equina. Ele é o remanescente vestigial da parte caudal da medula espinal existente na eminência caudal do embrião. ✓ Parte pial: extremidade proximal; consiste nos vestígios de tecido neural, tecido conectivo e tecido neuroglial cobertos por pia-máter. ✓ Parte dural: ocorre quando o filamento terminal perfura a extremidade inferior do saco dural, ganhando uma camada de dura-máter e continuando através do hiato sacral para se fixar no dorso do cóccix. O filamento terminal serve como ponto de fixação para a extremidade inferior da medula espinal e para as meninges espinais. NÍVEL Nº DE NERVOS NÍVEL DE SAÍDA Cervical 8 (C1-C8) Nervo C1 (nervo suboccipital) passa superiormente ao arco da vértebra C I Nervos C2–C7 atravessam os forames intervertebrais acima das vértebras correspondentes Nervo C8 atravessa o forame intervertebral entre as vértebras C VII e T I Torácico 12 (T1-T12) Esses nervos atravessam os forames intervertebrais inferiormente às vértebras correspondentes Lombar 5 (L1-L5) Esses nervos atravessam os forames intervertebrais inferiormente às vértebras correspondentes Sacral 5 (S1-S5) Nervos S1–S4 dividem-se em ramos anterior e posterior no sacro, com os respectivos ramos atravessando os forames sacrais anteriores e posteriores O nervo S5 atravessa o hiato sacral Coccígeo 1 (Co1) O nervo coccígeo atravessa o hiato sacral. Cauê Oliveira – AD2025 - Meninges espinais e líquido cerebrospinal: circundam, sustentam e protegem a medula espinal e as raízes dos nervos espinais. • Parte espinal da dura-máter: ✓ Formada principalmente por tecido fibroso resistente com algumas fibras elásticas, é a membrana de revestimento mais externa da medula espinal. ✓ Espaço extradural (epidural): separa a parte espinal da dura-máter do osso coberto por periósteo e dos ligamentos que formam as paredes do canal vertebral. o Esse espaço é ocupado pelo plexo venoso vertebral interno incrustado em matriz adiposa (gordura extradural). o O espaço extradural segue por toda a extensão do canal vertebral, terminando superiormente no forame magno e lateralmente nos forames intervertebrais, quando a dura-máter adere ao periósteo que circunda cada abertura, e inferiormente, quando o hiato sacral é fechado pelo ligamento sacrococcígeo. ✓ A dura-máter espinal forma o saco dural espinal, uma longa bainha tubular dentro do canal vertebral. Esse saco adere à margem do forame magno do crânio, onde é contínuo com a parte encefálica da dura-máter. o O saco dural espinal é evaginado por cada par de raízes posteriores e anteriores que se estendem lateralmente em direção à sua saída do canal vertebral. Assim, extensões laterais afiladas da dura-máter espinal circundam cada par de raízes nervosas posteriores e anteriores como bainhas durais da raiz. o Distalmente aos gânglios sensitivos de nervos espinais, essas bainhas fundem-se ao epineuro (tecido conectivo externo que reveste os nervos espinais) que adere ao periósteo que reveste os forames intervertebrais • Parte espinal da aracnoide-máter: ✓ É uma membrana avascular delicada, formada por tecido fibroso e elástico que reveste o saco dural espinal e as bainhas durais da raiz. ✓ Envolve o espaço subaracnóideo preenchido por LCS, que contém a medula espinal, raízes dos nervos espinais e gânglios sensitivos de nervos espinais. ✓ A parte espinal da aracnoide-máter não está fixada à dura-máter espinal, mas é mantida contra sua face interna pela pressão do LCS. ✓ No cadáver, em virtude da ausência de LCS, a parte espinal da aracnoide-máter está distante da face interna da dura-máter e posicionada frouxamente sobre a medula espinal. ✓ A parte espinal da aracnoide-máter é separada da pia-máter na superfície da medula espinal pelo espaço subaracnóideo, que contém LCS. o O aumento do espaço subaracnóideo no saco dural, caudalmente ao cone medular e contendo LCS e a cauda equina, é a cisterna lombar. Estende-se da vértebra L2 até o segundo segmento do sacro. o As bainhas durais da raiz, que revestem as raízes dos nervos espinais em extensões do espaço subaracnóideo, protraem-se das laterais da cisterna lombar. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ Filamentos delicados de tecido conectivo, as trabéculas aracnóideas, transpõem o espaço subaracnóideo unindo a aracnoide-máter e a pia-máter. • Parte espinal da pia-máter: ✓ É a membrana mais interna de revestimento da medula espinal, é fina e transparente. ✓ A parte espinal da pia-máter também cobre diretamente as raízes dos nervos espinais e os vasos sanguíneos espinais. ✓ Abaixo do cone medular, a parte espinal da pia-máter continua como filamento terminal. ✓ A medula espinal fica suspensa no saco dural pelo filamento terminal e pelos ligamentos denticulados direito e esquerdo, que seguem longitudinalmente de cada lado da medula espinal. ✓ O ligamento denticulado consiste em uma lâmina fibrosa de pia- máter que se estende a meio caminho entre as raízes nervosas posteriores e anteriores, a partir das faces laterais da medula espinal. - Artérias:. • Artéria espinal anterior: formada pela união dos ramos das artérias vertebrais, segue inferiormente na fissura mediana anterior. ✓ As artérias dos sulcos originam-se da artéria espinal anterior e entram na medula espinal através dessa fissura. As artérias dos sulcos irrigam aproximadamente dois terços da área de corte transversal da medula espinal. • Artérias espinais posteriores: cada uma é um ramo da artéria vertebral ou da artéria cerebelar posteroinferior. ✓ Costumam formar canais que se anastomosam na pia- máter. ✓ Sozinhas, as artérias espinais anteriores e posteriores irrigam apenas a parte superior curta da medula espinal. • Artérias medulares segmentares anteriores e posteriores: são derivadas de ramos espinais das artérias cervicais ascendentes, cervicais profundas, vertebrais, intercostais posteriores e lombares. ✓ As artérias medulares segmentares são encontradas principalmente em associação com as intumescências cervical e lombossacral, regiões nas quais a necessidade de uma boa vascularização é maior. ✓ Elas entram no canal vertebral através dos forames intervertebrais. • Artéria radicular anterior (de Adamkiewicz): reforça a circulação para os dois terços da medula espinal, inclusive a intumescência lombossacral. A artéria radicular anterior, muito maior do que as outras artérias medulares segmentares, geralmente se origina, via um ramo espinal, de uma artéria intercostal inferior ou lombar superior e entra no canal vertebral através do forame intervertebral no nível torácico inferior ou lombar superior. ✓ As raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos são supridas pelas artérias radiculares posteriores e anteriores, que seguem ao longo das raízes nervosas. ✓ As artérias radiculares não alcançam as artérias espinais posteriores ou anteriores. ✓ As artérias medulares segmentares substituem as artérias radiculares nos níveis irregulares em que ocorrem. Cauê Oliveira – AD2025 ✓ A maioria das artérias radiculares é pequena e irriga apenas as raízes nervosas; entretanto, algumas delas ajudam na irrigação das partes superficiais da substância cinzenta nos cornos posterior e anterior da medula espinal. - Veias: em geral, as veias que drenam a medula espinal têmdistribuição semelhante à das artérias espinais. • Geralmente há três veias espinais anteriores e três posteriores. • As veias espinais estão dispostas longitudinalmente, comunicam-se livremente entre si e são drenadas por até 12 veias anteriores e posteriores do bulbo e veias radiculares. • As veias da medula espinal unem-se aos plexos venosos vertebrais internos (extradurais) no espaço extradural. Os plexos venosos vertebrais internos seguem superiormente através do forame magno para se comunicarem com os seios durais e as veias vertebrais no crânio. ✓ Os plexos vertebrais internos também se comunicam com os plexos venosos vertebrais externos na face externa das vértebras ❖ Aplicações Clínicas - Compressão das raízes dos nervos espinais lombares: os nervos espinais lombares aumentam de tamanho da região superior para a inferior, enquanto os forames intervertebrais diminuem de diâmetro. Consequentemente, as raízes do nervo espinal L5 são as mais espessas, e seus forames, os mais estreitos. Isso aumenta o risco de compressão dessas raízes nervosas caso surja algum osteófito ou caso haja hérnia de um disco intervertebral. - Mielografia: é um exame com contraste radiopaco que permite ver a medula espinal e as raízes dos nervos espinais. Nesse procedimento, o LCS é retirado por punção lombar e substituído por um material de contraste injetado no espaço subaracnóideo. A técnica mostra o espaço subaracnóideo e suas extensões ao redor das raízes dos nervos espinais nas bainhas durais da raiz. A RM de alta resolução substituiu amplamente a mielografia. - Punção Lombar: a punção lombar (PL), a retirada de amostra de LCS da cisterna lombar, é uma importante técnica de diagnóstico para avaliar vários distúrbios do sistema nervoso central (SNC). A meningite e as doenças do SNC podem alterar as células no LCS ou modificar a concentração de seus elementos químicos. O exame do LCS também pode verificar se há sangue. A PL é realizada com o paciente em decúbito lateral, com o dorso e os quadris fletidos (posição genupeitoral). A Cauê Oliveira – AD2025 flexão da coluna vertebral facilita a introdução da agulha, pois afasta as lâminas vertebrais e os processos espinhosos, distendendo os ligamentos amarelos. - Anestesia: na raquianestesia um anestésico é injetado no espaço subaracnóideo. A anestesia geralmente ocorre em 1 minuto. Pode haver cefaleia após a raquianestesia, o que provavelmente resulta do extravasamento de LCS através da punção lombar. Já, na anestesia epidural um agente anestésico é injetado no espaço extradural usando-se a mesma posição descrita para punção lombar, ou através do hiato sacral (anestesia/bloqueio peridural caudal). - Isquemia da medula espinal: fraturas, luxações e fraturas–luxações podem interferir com a vascularização da medula espinal pelas artérias espinais e medulares. A isquemia da medula espinal afeta sua função e pode causar fraqueza muscular e paralisia. • A medula espinal também pode sofrer comprometimento circulatório se as artérias medulares segmentares, sobretudo a artéria radicular anterior (de Adamkiewicz), forem estreitadas por doença arterial obstrutiva. • Às vezes a aorta é intencionalmente ocluída (clampeada transversalmente) durante a cirurgia. • Os pacientes submetidos a esses tipos de cirurgia e aqueles com aneurismas rotos da aorta ou oclusão da artéria radicular anterior podem sofrer paraplegia em razão da morte de neurônios na parte da medula espinal suprida pela artéria espinal. ✓ Os neurônios com corpos celulares distantes do local de isquemia da medula espinal também morrem, em razão da degeneração de axônios que atravessam o local. ✓ A probabilidade de paraplegia iatrogênica depende de fatores como a idade do paciente, a extensão da doença e a duração do clampeamento da aorta. • Quando a pressão arterial sistêmica cai muito durante 3 a 6 minutos, pode haver redução ou interrupção do fluxo sanguíneo das artérias medulares segmentares para a artéria espinal anterior, que supre a região torácica média da medula espinal. ✓ Essas pessoas também podem perder a sensibilidade e o movimento voluntário nas áreas inervadas pelo nível afetado da medula espinal. - Lesões da medula espinal: a transecção da medula espinal resulta em perda de toda a sensibilidade e dos movimentos voluntários abaixo do nível da lesão. A transecção entre os níveis a seguir causará os efeitos indicados: • C1–C3: ausência de função abaixo do nível da cabeça; é necessário o uso de ventilador para manter a respiração • C4–C5: tetraplegia (ausência de função dos membros superiores e inferiores); há respiração Cauê Oliveira – AD2025 • C6–C8: perda da função dos membros inferiores associada a perda da função da mão e grau variável de perda da função dos membros superiores; o indivíduo pode ser capaz de se alimentar sozinho ou impulsionar a própria cadeira de rodas • T1–T9: paraplegia (paralisia de ambos os membros inferiores); o grau de controle do tronco varia com a altura da lesão • T10–L1: o paciente tem alguma função dos músculos da coxa, o que pode permitir que caminhe com órteses longas da perna • L2–L3: há preservação da maior parte da função muscular da perna; pode ser necessário usar órteses curtas da perna para caminhar.
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