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Cauê Oliveira – AD2025 São proteínas especializadas que atuam como catalisadores biológicos. ❖ Classificação - As enzimas são classificadas de acordo com o tipo de reação que podem catalisar. • Oxirredutases: transferência de elétrons (íons hidreto ou átomos H) • Transferases: reações de transferência de grupos • Hidrolases: reações de hidrólise • Liases: adição de grupos em ligas duplas ou remoção de grupos com a formação de ligas duplas • Isomerases: transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros • Ligases: ormação de ligações C-C, C-S, C-O, C- N pelo acoplamento da clivagem do ATP - Algumas enzimas precisam de outras moléculas ligadas à porção proteica para sua atividade enzimática. Assim, apoenzima refere-se à fração proteica de uma enzima na ausência do seu cofator ou coenzima, enquanto holoenzima caracteriza-se como o conjunto da enzima com o seu cofator e/ou coenzima ❖ Conceitos - Substrato: é uma molécula sobre a qual atua uma enzima, combinando-se com ele e ativando-se de tal modo que o substrato sofre uma alteração química posterior, ao mesmo tempo que deixa de se combinar com a enzima. Por esta razão, a enzima não se consome na reação, e no fim desta está novamente livre para atuar sobre mais substrato - Complexo Enzima-Substrato (ES). quando as enzimas interagem com os substratos, forma-se, temporariamente, o chamado complexo enzima- substrato. Assim que ocorre a reação química com os substratos, desfaz-se o complexo enzima-substrato, liberam-se os produtos e a enzima volta a atrair novos substratos para a formação de outros complexos - Sítio Ativo ou Catalítico: consiste em um arranjo tridimensional de aminoácidos de uma determinada região da molécula em que ocorre a reação enzimática. Geralmente, o sítio é complementar espacial e eletricamente à molécula do substrato, tornando-se ideal para a ligação dele. - Cofatores: são substâncias inorgânicas ou orgânicas indispensáveis para o funcionamento das enzimas. • Os cofatores orgânicos são chamados de coenzimas; elas têm como característica o fato possuírem, entre si, ligações fracas. ❖ Propriedades - Eficiência catalítica: as enzimas atuam em pequenas concentrações sendo altamente eficientes, assim, aumentam muito a velocidade da reação quando comparado com reações não catalisadas. - Número de renovação: é o número máximo de moléculas de um substrato que uma molécula de enzima pode converter em produto por unidade de tempo. - Especificidade: as enzimas são altamente específicas interagindo com um ou alguns poucos substratos relacionados e catalisando apenas um tipo de reação. - Localização na célula: muitas enzimas estão localizadas em organelas específicas dentro das células. Isso garante com que meio seja favorável para a reação e, também, auxilia a organizar as milhares de enzimas presentes nas células dentro de vias definidas ❖ Mecanismos da ação enzimática - Alteração da energia de ativação: • Reações químicas têm uma barreira de energia separando reagentes e produtos, denominada energia de ativação, que representa a diferença de energia dos reagentes. • No ponto de máxima energia, se encontra o estado de transição, que é definido como um Cauê Oliveira – AD2025 aglomerado de átomos que pode tanto passar para o lado dos produtos, como retornar para o lado dos reagentes. • Uma enzima permite que uma reação ocorra mais rapidamente (ou seja, aumenta a velocidade da reação) oferecendo uma rota alternativa, com uma menor energia livre de ativação. • A energia necessária para baixar a energia de ativação é, em geral, derivada das interações fracas e não covalentes durante a formação do complexo enzima-substrato (ES). • A formação de cada interação fraca no complexo ES é acompanhada pela liberação de uma pequena quantidade de energia livre que estabiliza a interação., assim, a energia livre total liberada pela interação entre o substrato e a enzima é a energia de ligação. • Essa energia pode ser usada para superar a barreira para a reação ocorrer de diversas maneiras: diminuindo a entropia, dessolvatando o substrato, compensando termodinamicamente qualquer distorção e provocando mudança conformacional na enzima quando esta se liga ao substrato. - Química do sítio ativo: • O sítio ativo não é um receptáculo passivo para a ligação do substrato, uma vez que ele emprega uma diversidade de mecanismos químicos para facilitar a conversão de substrato em produto. • Como, por exemplo, estabilizando o estado de transição (o sítio ativo, em geral, atua como um molde flexível que se liga ao substrato em uma estrutura geométrica similar ao estado de transição ativado da molécula). • Ou, então, fornecendo grupos catalíticos que aumentem a probabilidade de se formar o estado de transição (em algumas enzimas estes grupos podem participar de uma catálise ácido/básica geral na qual resíduos de aminoácidos doam ou aceitam prótons em outras a catálise pode envolver a formação transitória de um complexo covalente enzima- substrato). • A ligação da enzima ao substrato pode ocorrer baseando-se em dois modelos: ✓ Chave-fechadura: complexo enzima- substrato obedeceria a um modelo “chave-fechadura”, assim, a especificidade da enzima se dá pelo fato de o sítio ativo ter um formato complementar ao seu substrato, promovendo um encaixe perfeito. ✓ Encaixe induzido: há casos em que tanto enzima quanto substrato apresentam certa plasticidade e podem mudar sua configuração. Dessa forma, um se adapta ao outro para uma melhor ligação. ❖ Fatores que afetam a velocidade da reação enzimática - A velocidade de uma reação é calculada pela quantidade de produto formado ou quantidade de substrato formado sobre o tempo. - Fatores que alteram a velocidade: • pH: exerce grande influência na atividade enzimática, assim, há um pH ótimo de funcionamento para cada enzima e quanto mais próximo ao pH ótimo, maior a atividade enzimática • Temperatura: com o aumento da temperatura, ocorre ativação térmica e, consequentemente, maior atividade enzimática; essa atividade é mantida até o ponto ótimo de temperatura, após esse ponto, caso seja elevada a temperatura, a enzima corre o risco de ser desnaturada, fazendo com que ela deixe de exercer sua função. • Concentração de enzima: a adição de enzima, com substrato em excesso, faz com que a velocidade da reação seja aumentada linearmente, até que haja substrato suficiente para a reação. • Concentração do substrato: em baixas concentrações de substrato a velocidade de reação é de primeira ordem, isto é, é proporcional a concentração de substrato. Já, Cauê Oliveira – AD2025 em altas concentrações de substrato, a velocidade da reação é de ordem zero, ou seja, é constante e independente da concentração de substrato. ❖ Cinética - As enzimas alostéricas apresentam curva sigmoide e não hiperbólica, demonstrando que a afinidade da enzima pelo substrato se altera com a variação da concentração de substrato., o que configura a elas um comportamento não-Michaeliano. Isso ocorre, pois elas são mais sensíveis em sua resposta a mudanças nas concentrações do substrato que outras enzimas e apresentam uma transição "do tipo interruptor" da taxa de reação baixa para alta à medida que a concentração do substrato aumenta. - Logo, uma enzima de Michaelis e Menten não tem sua afinidade pelo substrato alterada pela variação da concentração deste. Devido a isso, é possível estimas o Km das enzimas, coeficiente que mede essa afinidade. - Km: é característico da enzima e de seu substrato específico, não varia com a concentração da enzima e é numericamente igual à concentração de substrato em que a velocidade é ½ da Vmáx da reação. • Quanto menor o Km, será necessáriauma menor concentração de substrato para atingir metade da velocidade máxima, o que revela uma maior a afinidade ES. ❖ Inibição enzimática - A inibição da atividade enzimática refere-se a qualquer substância ou fator que possam diminuir a velocidade de uma reação catalisada por uma enzima. - As inibições enzimáticas podem ser classificadas de diversas maneiras: 1) As inibições podem atuar em diversas enzimas, como é o caso dos agentes desnaturantes, fazendo com que sejam classificadas como inespecíficas. Também, há casos de inibições específicas. 2) Essa inibição, ainda, pode ser reversível, que ocorre quando o inibidor e enzima formam complexo instável e não há formação de ligação covalente, ou irreversível, quando há combinação do inibidor com o sítio ativo da enzima formando um complexo estável, também, geralmente, há ligação covalente entre o inibidor e a enzima 3) A inibição competitiva ocorre quando o inibidor se liga à enzima ocupando o sítio que seria ocupado pelo substrato. Logo, nesse tipo de inibição há competição entre inibidor e substrato. Há formação de um complexo entre a enzima e o inibidor, porém ele nunca resultará num produto. A presença do inibidor competitivo basicamente diminui a afinidade da enzima pelo substrato, aumentando o Km aparente da enzima e, consequentemente, a concentração de substrato necessária que a enzima funcione normalmente. Na inibição não-competitiva, a reação ocorre como se houvesse uma concentração menor de enzima, e, sendo a velocidade da reação proporcional à concentração de enzimas ativas, a velocidade será menor do que na ausência de inibidor para qualquer concentração de substrato, logo a Vmáx será reduzida. ✓ Reversibilidade: a inibição competitiva pode ser evertida aumentando-se a concentração do substrato, e a não- competitiva, com o consumo do inibidor. ❖ Regulação enzimática - A regulação enzimática ocorre, basicamente, em três tipos: • Inibição por feedback: tipo de regulação enzimática em que o produto de uma via metabólica inibe a atividade de uma enzima envolvida na sua síntese, a fim de manter a concentração em níveis ideais do produto formado. • Regulação Alostérica: nesse tipo de regulação, a atividade da enzima é controlada pela ligação de pequenas moléculas em sítios regulatórios sobre a enzima. O termo "regulação alostérica" vem do fato de que a molécula reguladora não se liga ao Cauê Oliveira – AD2025 sítio catalítico, mas em um outro local sobre a proteína. A ligação da molécula reguladora muda a conformação da proteína, que por sua vez altera a forma do sítio ativo e sua atividade catalítica. • Regulação por fosforilação: a atividade das enzimas pode, também, ser regulada por modificações covalentes, tais como a adição de grupos fosfato a resíduos de serina, treonina ou tirosina. A fosforilação é um mecanismo muito comum na regulação da atividade enzimática, já que a adição de grupos fosfato estimula ou inibe as atividades de muitas enzimas
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