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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Cintura Escapular ...................................................... 3 3. Braço ............................................................................12 4. Antebraço ..................................................................17 5. Mão ..............................................................................29 6. Irrigação Arterial ......................................................34 7. Drenagem venosa e linfática ...............................36 Referências Bibliográficas ........................................40 3MEMBROS SUPERIORES 1. INTRODUÇÃO O esqueleto apendicular superior é caracterizado por sua mobilidade e capacidade de executar atividades motoras finas. Pode ser dividido em 4 segmentos principais: o ombro e cin- tura escapular, formada pelo com- plexo musculoarticular do ombro; o braço, segmento mais longo que vai da articulação do ombro até o cotove- lo; o antebraço, que vai do cotovelo ao punho; e a mão, que consiste no punho, palma, dorso da mão e dedos. Os dois membros superiores estão unidos ao tronco (esqueleto axial) apenas anteriormente pelo esterno e a movimentação de cada membro é independente do outro. MAPA MENTAL – MEMBROS SUPERIORES CINTURA ESCAPULAR ANTEBRAÇO BRAÇOMÃO ESQUELETO APENDICULAR SUPERIOR 2. CINTURA ESCAPULAR A cintura escapular é o segmento mais proximal do esqueleto apendi- cular superior e se superpõe a partes do tórax e dorso. A cintura escapular é formada por dois ossos: a clavícula (componente anterior) e a escápula (componente posterior). Componente ósseo A clavícula é o osso que une o es- queleto apendicular superior com o tronco e funciona como um suporte móvel para a escápula se mover. Em- bora seja longa, não possui canal me- dular (como os ossos longos). Pode ser dividida em corpo e extremidades 4MEMBROS SUPERIORES articulação acromioclavicular. Possui a forma de “S”, sendo os dois terços mediais convexos anteriormente e o terço lateral, côncavo. esternal e acromial: a extremida- de esternal tem forma alargada e triangular, compondo a articulação esternoclavicular; já a extremidade acromial é plana, fazendo parte da Figura 1. Clavícula – visão superior e inferior. Fonte: Netter, 2015. A escápula é um osso plano, triangu- lar, situado na face posterior do tórax, ao nível da 2ª a 7ª costelas. Sua face posterior é convexa e possui a espi- nha da escápula, que a divide em fossa supraespinal e infraespinal. Medialmente, a espinha escapular apresenta o tubérculo deltoide, pon- to de fixação do músculo deltoide. A face anterior é côncava e forma uma grande fossa subescapular. Essas três fossas são superfícies ósseas onde se fixam os múculos. A espinha da escápula se continua lateralmente como o acrômio, que forma o ponto mais proeminente do ombro e se articula com a extremida- de acromial da clavícula. Na superfí- cie lateral há a cavidade glenoidal, uma fossa oval, côncava e rasa, com direção anterolateral que se articula com o úmero. 5MEMBROS SUPERIORES Figura 2. Cintura escapular (anteriormente) Fonte: Netter, 2015. Figura 3. Cintura escapular (posteriormente). Fonte: Netter, 2015. 6MEMBROS SUPERIORES Articulação A articulação esternoclavicular é o único ponto de transmissão de choques do membro superior para o esqueleto axial; é sinovial do tipo selar e dividida em dois comparti- mentos por um disco articular. Esse disco está fixado aos ligamen- tos esternoclaviculares anterior e posterior e ao ligamento intervlaci- vular. O ligamento interclavicular se estende de uma clavícula a ou- tra, na extremidade esternal supe- rior, o que torna a articulação muito forte. MAPA MENTAL – OSSOS DA CINTURA ESCAPULAR CINTURA ESCAPULAR EXTREMIDADE ESTERNAL CLAVÍCULA ESCÁPULA EXTREMIDADE ACROMIAL ESPINHA DA ESCÁPULA FOSSA SUPRA E INFRAESPINAL FOSSA SUBESCAPULAR ACRÔMIO CAVIDADE GLENOIDAL 7MEMBROS SUPERIORES Figura 4. Articulação esternoclavicular. Fonte: Netter A articulação acromioclavicular também é sinovial, plana, formada pela extremidade acromial da clavícu- la e o acrômio da escápula. A mem- brana fibrosa reveste a cápsula arti- cular; internamente, é revestida pela membrana sinovial. Essa articulação é reforçada pelo ligamento acromio- clavicular, ligamento coracoacro- mial e pelo ligamento coracoclavi- cular, que é composto pelo ligamento conoide e trapezoide. Figura 5. Articulações acromioclavicular e glenoumeral. Fonte: Netter, 2015. 8MEMBROS SUPERIORES SAIBA MAIS: A articulação acromioclavicular (AC) propriamente dita é fraca, sendo facilmente lesada por um golpe direto. Em esportes de muito contato, como futebol americado e artes marciais, uma queda sobre o ombro ou sobre o MMSS estendido não raro leva à luxação da articulação AC. Componente muscular MÚSCULOS TORACOAPENDICU- LARES ANTERIORES: juntos mo- vem o cíngulo do membro superior; são eles: peitoral maior, peitoral me- nor, subclávio e serrátil anterior. O peitoral maior origina-se na me- tade medial da clavícula, face anterior do esterno e seis cartilagens costais superiores; insere-se na lateral do sulco intertubercular do úmero; e tem a função de aduzir e rodar medial- mente o úmero e mover a escápula anterior e inferiormente. O Peitoral menor origina-se nas costelas 3 a 5, próximo de suas carti- lagens costais; insere-se na margem medial e face superior do processo coracoide da escápula; e tem a fun- ção de estabilizar a escápula, deslo- cando-a anteroinferiormente. O Subclávio origina-se na junção da 1ª costela e sua cartilagem costal; in- sere-se na face inferior do terço mé- dio da clavícula; e tem a função de fi- xar e deprimir a clavícula. O Serrátil anterior origina-se nas fa- ces externas das laterais das costelas 1 a 8; insere-se na face anterior da margem medial da escápula; e tem a função de pro- trair (ato de empurrar) a escápula, mantê-la contra a parede to- rácica e girá-la. 9MEMBROS SUPERIORES Figura 6. Músculos do ombro – vista anterior. Fonte: Netter, 2015. costelas inferiores; insere-se no asso- alho do sulco intertubercular do úme- ro; e tem a função de estender, aduzir, girar medialmente o úmero e elevar o corpo em direção aos braços durante escaladas. O Levantador da escápula origina- -se nos tubérculos posteriores dos processos transversos das vértebras C1 a C4; insere-se na margem medial da escápula superior; e tem a função de elevar a escápula e girar sua cavi- dade glenoidal inferiormente. O Romboide menor origina-se no li- gamento nucal e processos espinho- sos das vértebras C7 e T1; insere-se na extremidade medial da espinha MÚSCULOS TORACOAPENDICU- LARES POSTERIORES: trapézio, latíssimo do dorso, levantador da es- cápula, romboide menor e romboide maior. O Trapézio origina-se no terço medial da linha nucal superior, protuberância occipital externa, ligamento nucal e processos espinhosos das vértebras C7 a T12; insere-se no terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula; e tem a função de retrair a escápula e girar a cavidade glenoidal superiormente. O Latíssimo do dorso origina-se nos processos espinhosos de T7 a T12, fáscia toracolombar, crista ilíaca e 3 10MEMBROS SUPERIORES da escápula; e tem a função de fi- xar a escápula à parede torácica, re- traí-la e girar sua cavidade glenoidal inferiormente. O Romboide maior origina-se nos processos espinhosos das vértebras T2 a T4; insere-se na margem medial da escápula, da espinha até o ângu- lo; e tem a função de fixar a escápula à parede torácica, retraí-la e girar sua cavidade glenoidal inferiormente. Figura 7. Músculos do ombro – vista posterior. Fonte: Netter, 2015. MÚSCULOS ESCAPULOUMERAIS: deltoide, redondo maior, redondo menor, supraespinal, infraespinal e subescapular. O Deltoide origina-se no terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da es- cápula; insere-se na tuberosidade do úmero; e tem afunção de fletir, esten- der, abduzir e rodar medial e lateral- mente o membro superior. O Redondo maior origina-se na face posterior do ângulo inferior da es- cápula; insere-se no lábio medial do sulco intertubercular; e tem a fun- ção de aduzir e rodar medialmente o braço. O Redondo menor origina-se na parte média da margem lateral da es- cápula; insere-se na face inferior do tubérculo maior; e tem a função de rodar lateralmente o braço. 11MEMBROS SUPERIORES O Supraespinal origina-se na fossa supraespinal escapular; insere-se na face superior do tubérculo maior; e tem a função de auxiliar o deltoide na abdução dos MMSS. O Infraespinal origina-se na fossa infraespinal escapular; insere-se na face média do tubérculo maior; e tem a função de rodar lateralmente os MMSS. O Subescapular origina-se na fossa subescapular; insere-se no tubérculo menor; e tem a função de rodar me- dialmente os MMSS. SE LIGA! Os músculos redondo menor, supraespinal, infraespinal e subescapu- lar fazem parte do manguito rotador. Esses 4 músculos formam um compo- nente musculotendíneo ao redor da ar- ticulação do ombro, que protege e esta- biliza a articulação. A contração desses músculos mantém a cabeça do úmero na rasa cavidade glenoidal durante a movimentação do braço. Figura 8. Músculos do manguito rotador – vista superior. Fonte: Netter, 2014. 12MEMBROS SUPERIORES 3. BRAÇO O braço é a parte mais móvel do es- queleto apendicular superior e a mais longa, unindo a articulação do ombro com a do cotovelo. Componente ósseo O úmero é o maior osso do membro superior e articula-se com a escápula na articulação do ombro e com o rá- dio e a ulna, no cotovelo. Na sua par- te proximal, há a cabeça do úmero, que se articula com a cavidade gle- noidal; o colo anatômico do úmero, formado pelo sulco que divide a ca- beça em tubérculos maior e menor; e o colo cirúrgico, que corresponde MAPA MENTAL – MUSCULATURA DA CINTURA ESCAPULAR MÚSCULOS DA CINTURA ESCAPULAR SUBCLÁVIO SERRÁTIL ANTERIOR TRAPÉZIO PEITORAL MAIOR E MENOR SUPRA E INFRA ESPINAL LEVANTADOR DA ESCÁPULA LATÍSSIMO DO DORSO REDONDO MAIOR E MENOR DELTOIDE ROMBOIDE MAIOR E MENOR SUBESCAPULAR à parte estreira distal da cabeça, local frequente de fraturas. Os tubérculos maior e menor fazem a transição da cabeça para o corpo do úmero e são locais de fixação e ala- vanca para alguns músculos escapu- loumerais. O tubérculo maior é mais lateral, enquanto o menor encontra- -se anteriormente ao osso. O corpo do úmero possui 2 pontos importantes: a tuberosidade para o músculo deltoide (lateralmente), onde este músculo se fixa; e o sulco do ner- vo radial oblíquo (posteriormente). A extremidade inferior do corpo se alar- ga, terminando no epicôndilo medial e lateral, locais de fixação muscular. A parte mais distal do úmero inclui algumas estruturas importantes: a 13MEMBROS SUPERIORES tróclea, proeminência que faz articu- lação com a ulna; o capítulo, que faz articulação com a cabeça do rádio; e as fossas do olécrano. As fossas anteriores são: fossa coronoidea, que recebe o processo coronoide da ulna durante a flexão completa do cotovelo; e a fossa radial, que se en- contra acima do capítulo, é mais rasa e recebe a cabeça do rádio durante a flexão. Posteriormente, há a fossa do olécrano, que recebe o olécrano da ulna durante a extensão total. Figura 9. Parte distal do úmero – vista anterior e posterior. Fonte: Netter, 2015. 14MEMBROS SUPERIORES que impede o deslocamento superior da cabeça do úmero. Componente muscular Dos 4 principais músculos do braço, 3 deles são flexores (bíceps braquial, braquial e coracobraquial) e estão no compartimento anterior; o extensor (tríceps braquial) está posterior, jun- tamente com o músculo ancôneo (au- xiliar do tríceps braquial). O Bíceps braquial origina-se na ex- tremidade do processo coracoide (ca- beça curta) e tubérculo supraglenoidal da escápula (cabeça longa); insere-se na tuberosidade do rádio e fáscia do antebraço; e tem a função de supinar e flexionar o antebraço. O Coracobraquial origina-se na ex- tremidade do processo coracoide; in- sere-se no terço médio da face medial Articulação A articulação do ombro, por sua vez, é sinovial do tipo esferoide, que per- mite uma grande amplitude de mo- vimentos, porém é menos estável do que as anteriores. Composta pela ca- beça do úmero e a cavidade glenoidal da escápula, que acomoda apenas cerca de 1/3 da cabeça do úmero. Al- guns músculos são responsáveis por manter essas estruturas unidas: o músculo supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular, que juntos formam o manguito rotador, como veremos adiante. Os ligamentos glenoumerais, trans- verso umeral e cocacoumeral fazem parte da membrana fibrosa que cir- cunda a articulação e reforçam a cáp- sula anterior. O arco coracoacromial é uma estrutura muito importante que contém o ligamento coracoacromial, MAPA MENTAL - ÚMERO ÚMERO TUBÉRCULOS MAIOR E MENOR COLO ANATÔMICO E CIRÚRGICO CORPO DO ÚMERO FOSSA CORONOIDEA E RADIAL FOSSA DO OLÉCRANO CAPÍTULO CABEÇA DO ÚMERO TRÓCLEA EPICÔNDILOS MEDIAL E LATERAL 15MEMBROS SUPERIORES do úmero; e tem a função de ajudar a flexionar e aduzir o braço. O Braquial origina-se na meta- de distal da face anterior do úmero; insere-se no processo coronoide e tuberosidade da ulna; e tem a fun- ção de fletir o antebraço em todas as posições. Figura 10. Músculos anteriores do braço. Fonte: Netter, 2015. 16MEMBROS SUPERIORES estender o antebraço e resistir à luxa- ção do úmero durante a abdução. O Ancôneo origina-se no epicôndilo lateral do úmero; insere-se na face late- ral do olécrano e parte superior da face posterior ulnar; e tem a função de auxi- liar o tríceps na extensão do antebraço e estabilizar a articulação do cotovelo. O Tríceps braquial origina-se no tu- bérculo infraglenoidal da escápula (ca- bela longa), face posterior do úmero, superior ao sulco do nervo radial (ca- beça curta) e inferior ao sulco do ner- vo radial (cabeça medial); insere-se na extremidade proximal do olécrano e fáscia do antebraço; e tem a função de Figura 11. Músculos posteriores do braço. Fonte: Netter, 2015. 17MEMBROS SUPERIORES 4. ANTEBRAÇO O antebraço se estende do cotovelo ao punho e consiste nas regiões an- tebraquiais anterior e posterior, com- postas pelo rádio e ulna. Componente ósseo A ulna é o osso mais medial e mais longo, responsável pela estabilização do antebraço. Na sua extremidade proximal, faz articulação com o úmero e com a cabeça do rádio (lateralmen- te). Para a articulação com o úmero, existem duas proeminências impor- tantes: o olécrano, que se projeta da sua face posterior; e o processo coro- noide, que se projeta anteriormente. Inferiormente ao processo coronoide há a tuberosidade da ulna, onde se fixa o tendão do músculo braquial; la- teralmente, há a incisura radial, que recebe a parte larga da cabeça do rádio. O corpo da ulna é cilíndrico e MÚSCULOS ANTERIORES DO BRAÇO BÍCEPS BRAQUIAL MAPA MENTAL – MÚSCULOS DO BRAÇO CORACOBRAQUIAL BRAQUIAL MÚSCULOS POSTERIORES DO BRAÇO TRÍCEPS BRAQUIAL ANCÔNEO se torna mais fino no sentido distal, mas na sua extremidade distal, vol- ta a se alargar, constituindo a cabeça da ulna, porém não participa direta- mente da articulação com os ossos do carpo. 18MEMBROS SUPERIORES Figura 12. Rádio e ulna com a membrana interóssea. Fonte: Netter, 2015. O rádio encontra-se lateralmente no antebraço e é o osso mais curto des- se segmento. Na sua porção proximal apresenta 3 proeminências impor- tantes: a cabeça do rádio, que se ar- ticula com o capítulo do úmero e com a incisura radial da ulna; o colo; e a tuberosidade do rádio, que separa a cabeça e o colo do corpo do rádio. O tubérculo dorsal do rádio está entre os sulcos dos tendões dos músculos que do antebraço. 19MEMBROS SUPERIORES Figura 13. Úmero distal e rádio e ulna proximais. Fonte: Netter, 2015. Diferentementeda ulna, o rádio au- menta sua espessura no sentido distal, terminando com o processo estiloide, que faz parte da articulação com os ossos do carpo. ULNA • Mais medial e longo; • Principais estruturas: - Olécrano - Processo coronoide - Tuberosidade da ulna - Incisura radial - Cabeça da ulna MAPA MENTAL - ULNA E RÁDIO RÁDIO • Mais lateral e curto; • Principais estruturas: - Cabeça do rádio - Tuberosidade do rádio - Tubérculo dorsal - Processo estiloide X 20MEMBROS SUPERIORES Articulação A articulação do cotovelo é sinovial, constituída pela articulação ume- roulnar e umerorradial. A cápsula articular é reforçada nas laterais por ligamentos colaterais e sua membra- na fibrosa reveste todas as estruturas articulares. Os principais ligamentos são: ligamento colateral radial (se ori- gina no epicôndilo lateral do úmero e se funde com o ligamento anular do rádio) e o ligamento colateral ulnar (que se origina no epicôndilo medial). Figura 14. Articulação do cotovelo.Fonte: Netter, 2015. A articulação radioulnar proximal é sinovial e permite o movimento da cabeça do rádio sobre a incisura radial da ulna através do ligamento anular do rádio, que circunda a articulação. Já a articulação radioulnar distal, também sinovial, permite o movimen- to da extremidade do rádio sobre a cabeça da ulna e a estrutura de união é o ligamento triangular. 21MEMBROS SUPERIORES Figura 15. Cápsula articular do cotovelo. Fonte: Netter, 2015. O rádio e a ulna são ossos paralelos e unidos pela membrana interóssea, que tem suas fibras no sentido oblí- quo (superior e medialmente). Cons- titui-se como uma espécie de arti- culação fibrosa, que permite alguns movimentos entre os ossos, como o de prono supinação. Componente muscular O compartimento anterior pode ser dividido em superficial, intermediário e profundo; os músculos que com- põem a camada ³superficial são o pronador redondo, o flexor radial do carpo, o palmar longo e o flexor ulnar do carpo. O músculo da camada in- termediária é o flexor superficial dos dedos; já os que compõem a camada profunda são o flexor profundo dos dedos, o flexor longo do polegar e o pronador quadrado. Já no compartimento posterior, na camada superficial temos o braquir- radial, o extensor radial longo do car- po, o extensor radial curto do carpo, o extensor dos dedos, o extensor do dedo mínimo e o extensor ulnar do carpo. Já na camada profunda, há o supinador, o extensor do indicador, o abdutor longo do polegar, o extensor longo do polegar e o extensor curto do polegar. Músculos do compartimento anterior superficial: O Pronador redondo origina-se no processo cornoide (cabeça ulnar) e epicôndilo medial (cabeça umeral); in- sere-se na convexidade da face late- ral do rádio; e tem a função de fazer a pronação e flexão do antebraço. O Flexor radial do carpo origina-se no epicôndilo medial; insere-se na 22MEMBROS SUPERIORES O Flexor ulnar do carpo origina-se no epicôndilo medial (cabeça ume- ral) e olécrano e margem posterior da ulna (cabeça ulnar); insere-se no osso pisiforme, hâmulo do hamato e 5º metacarpal; e tem a função de fletir e aduzir a mão. base do 2º metacarpal; e tem a fun- ção de fletir e abduzir a mão. O Palmar longo origina-se no epi- côndilo medial; insere-se na meta- de distal do retináculo dos flexores e ápice da aponeurose palmar; e tem a função de fletir a mão e tensionar a aponeurose palmar. Figura 16. Músculos do compartimento anterior do antebraço – camada superficial. Fonte: Netter, 2015 23MEMBROS SUPERIORES O Flexor longo do polegar origina- -se na face anterior do rádio e mem- brana interóssea; insere-se na base da falange distal do polegar; e sua função é fletir as falanges do polegar. O Pronador quadrado origina-se no quarto distal da face anterior da ulna; insere- no quarto distal da face ante- rior do rádio; e sua função é unir rádio e ulna e fazer a pronação do antebraço. Músculo do compartimento anterior intermediário: O Flexor superficial dos dedos ori- gina-se no epicôndilo medial e pro- cesso coronoide (cabeça umeroulnar) e metade superior da margem ante- rior (cabeça radial); insere-se nos cor- pos das falanges médias dos quatro dedos mediais; e tem a função de fle- tir as falanges nas articulações inter- falangeanas proximais, podendo atu- ar sobre as metacarpofalangeanas também. Músculos do compartimento anterior profundo: O Flexor profundo dos dedos origi- na-se nos ¾ proximais das faces me- dial e anterior da ulna e membrana interossea; insere-se nas bases das falanges distais do 2º ao 5º dedos; e tem a função de fletir as falan- ges distais dos dedos nas articu- lações interfalangeanas distais. 24MEMBROS SUPERIORES Figura 17. Músculos do compartimento anterior do antebraço – camada intermédia e profunda. Fonte: Netter, 2015. 25MEMBROS SUPERIORES Músculos do compartimento posterior superficial O Braquiorradial origina-se 2/3 pro- ximais da crista supraepicondilar late- ral; insere-se na face lateral da porção distal do rádio; e sua função é fazer a flexão do antebraço, mais fortemente em pronação média. O Extensor radial longo do carpo origina-se na crista supraepicondilar lateral; insere-se na face dorsal da base do 2º metacarpal; e sua função é estender e abduzir a mão na articu- lação radiocarpal. O Extensor radial curto do car- po origina-se no epicôndilo lateral; insere-se na face dorsal da base do 3º metacarpal; e sua função é esten- der e abduzir a mão. O Extensor dos dedos origina-se no epicôndilo lateral; insere-se nas ex- pansões extensoras dos quatro de- dos mediais; e sua função é estender os dedos nas articulações metacar- pofalangeanas e interfalangeanas. O Extensor do dedo mínimo origi- na-se no epicôndilo lateral; insere-se na expansão do músculo extensor do 5º dedo; e sua função é estender o 5º dedo. O Extensor ulnar do carpo origina- -se no epicôndilo lateral e margem COMPARTIMENTO ANTERIOR DO ANTEBRAÇO SUPERFICIAIS MAPA MENTAL – MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO ANTERIOR DO ANTEBRAÇO Pronador redondo Flexor radial do carpo Palmar longo Flexor ulnar do carpo Flexor superficial dos dedos Flexor profundo dos dedos Flexor longo do polegar Pronador quadrado INTERMEDIÁRIO PROFUNDOS 26MEMBROS SUPERIORES posterior da ulna; insere-se na face dorsal da base do 5º metacarpal; e sua função é estender e aduzir a mão na articulação radiocarpal. Figura 18. Músculos do compartimento posterior do antebraço – camada superficial. Fonte: Netter, 2015. 27MEMBROS SUPERIORES interóssea; insere-se na base do 1º metacarpal; e sua função é estender e abduzir o polegar na articulação carpometacarpal. O Extensor longo do polegar origi- na-se na face posterior do terço mé- dio da ulna e membrana interóssea; insere-se na face dorsal da base da falange distal do polegar; e sua fun- ção é estender as articulações in- terfalângica, metacarpofalângica e carpometacarpal. O Extensor curto do polegar origi- na-se na face posterior do terço dis- tal do rádio e membrana interóssea; insere-se na face dorsal da base da falange proximal do polegar; e sua função é estender as articulações me- tacarpofalângica e carpometacarpal. Músculos do compartimento posterior profundo O Supinador: origina-se no epicôn- dilo lateral, ligamentos colaterais e anular do rádio, “fossa” e crista do supinador; insere-se nas faces late- ral, posterior e anterior do terço pro- ximal do rádio; e sua função é supinar o antebraço e girar a palma anterior e superiormente. O Extensor do indicador origina-se na face posterior do terço distal da ulna e membrana interóssea; insere- -se na expansão do extensor do 2º dedo; e sua função é estender de for- ma independente o indicador e auxi- liar na extensão da mão. O Abdutor longo do polegar origi- na-se na face posterior das metades proximais da ulna, rádio e membrana 28MEMBROS SUPERIORES Figura 19. Músculos do compartimento posterior do antebraço – camada superficial. Fonte: Netter,2015. 29MEMBROS SUPERIORES MAPA MENTAL – MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO POSTERIOR DO ANTEBRAÇO COMPARTIMENTO POSTERIOR DO ANTEBRAÇO SUPERFICIAIS Braquiorradial Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do carpo Extensor dos dedos Extensor do dedo mínimo Extensor ulnar do carpo Supinador Extensor do indicador PROFUNDOSAbdutor longo do polegar Extensor longo do polegar Extensor curto do polegar 5. MÃO A mão é a parte mais distal do es- queleto apendicular superior, forma- da pelo carpo, metacarpo e falanges, é uma região muito rica em termina- ções nervosas sensitivas (tato, dor e temperatura). Componente ósseo Os ossos do carpo são em número de 8, dispostos em duas fileiras, que deslizam entre si, ampliando os movi- mentos da articulação do punho. Na fileira proximal, de lateral para medial encontram-se: escafoide, que apre- senta o tubérculo do escafoide; se- milunar, que possui uma forma de lua; piramidal, osso em forma de pi- râmide; e pisiforme, situado na face palmar do piramidal. Na fileira distal do carpo, também de lateral para medial, encontra- mos: trapézio, que tem quatro faces; 30MEMBROS SUPERIORES que apresenta uma proeminência em gancho na porção anterior, o hâmulo do hamato. trapezoide, um osso cuneiforme; ca- pitato, o maior osso carpal; e o hama- to, também de formato cuneiforme, Figura 20. Ossos do carpo – vista anterior. Fonte: Netter, 2015. O metacarpo é constituído por 5 os- sos, formando o esqueleto da palma da mão. Esses ossos têm uma base, que se relaciona com os ossos car- pais, um corpo e uma cabeça, que se articula com as falanges proximais. Cada dedo possui três falanges, a proximal, a média e distal, com exceção do primeiro quirodáctilo, que possui apenas a falange proximal e a distal. As falanges, assim como os metacarpos, possuem uma base pro- ximal, um corpo e uma cabeça distal; as proximais são maiores e as ter- minais, achatadas nas extremidades sob os leitos ungueais. 31MEMBROS SUPERIORES Figura 21. Ossos da mão. Fonte: Netter, 2015. MAPA MENTAL – OSSOS DA MÃO OSSOS DA MÃO • Fileira Proximal: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme • Fileira Distal: trapézio, trapezoide, capitato e hamato. METACARPO FALANGESCARPO • 5 ossos • Base, corpo e cabeça • Proximal, média e distal. • Exceção: 1º quirodáctilo (polegar): só tem falanges proximal e distal 32MEMBROS SUPERIORES Articulação A articulação radiocarpal é sinovial e une a extremidade distal do rádio com a fileira proximal dos ossos carpais, exceto o pisiforme (que se relaciona apenas com o osso piramidal). A ulna não participa diretamente dessa arti- culação, apenas auxilia na fixação da membrana fibrosa. A cápsula é refor- çada por ligamentos dorsais e pal- mares, que permitem os movimentos de pronação e supinação, respectiva- mente. Os ligamentos colaterais ul- nar e radial se fixam nos processos estiloides e nos ossos carpais. Figura 22. Mão em flexão e estensão. Fonte: Netter, 2015. 33MEMBROS SUPERIORES As articulações intercarpais são planas, divididas em fileiras proximal e distal. A articulação mediocarpal é complexa e une as fileiras proximal e distal; já a articulação do pisiforme ocorre entre o osso pisiforme e a face palmar do osso piramidal. Há uma cavidade articular única que envolve todas as articulações inter- carpais, além das capometacarpais, com exceção da articulação carpo- metacarpal do polegar, que é inde- pendente. A maior parte dos movi- mentos de flexão e adução ocorrem na articulação radiocarpal, enquanto os de extensão e abdução ocorrem principalmente na mediocarpal. A articulação carpometacarpal e intermetacarpais são envolvidas por uma cápsula articular comum e são planas, com exceção da carpometa- carpal do polegar. O movimento prin- cipal envolve a oposição do polegar. As articulações metacarpofalângi- cas permitem os movimentos de fle- xão-extensão e adução-abdução; já as interfalângicas têm cápsulas ar- ticulares únicas e apenas permitem flexão e extensão. Componente muscular Músculos intrínsecos da mão – tenares O Oponente do polegar origina-se no retináculo dos músculos flexores e tubérculos do escafoide e trapézio; insere-se na face lateral do 1º meta- carpal; e sua função é levar o 1º meta- carpo em sentido medial, para o cen- tro da palma. O Abdutor curto do polegar origi- na-se no retináculo dos músculos flexores e tubérculos do escafoide e trapézio; insere-se na face lateral da base da falange proximal do polegar; e sua função é abduzir o polegar e ajudar na oposição. O Flexor curto do polegar origina-se no retináculo dos músculos flexores e tubérculos do escafoide e trapézio; insere-se na face lateral da base da falange proximal do polegar; e sua função é fletir o polegar. O Adutor do polegar origina-se nas bases do 2º e 3º metacarpais e ca- pitato e face anterior do corpo do 3º metacarpal; insere-se na face medial da base da falange proximal; e sua função é aduzir o polegar em direção à margem lateral da palma. Músculos intrínsecos da mão – hipotenares O Abdutor do dedo mínimo: origina- -se no osso pisiforme; insere-se na face medial da base da falange proximal do dedo mínimo; e tem a função de abdu- zir o dedo mínimo e ajudar na flexão da falange proximal do dedo mínimo. O Flexor curto do dedo mínimo ori- gina-se no hâmulo do hamato e reti- náculo dos flexores; insere-se na face 34MEMBROS SUPERIORES medial da base da falange proximal do dedo mínimo; e sua função é fletir a falange proximal do dedo mínimo. O Oponente do dedo mínimo ori- gina-se no hâmulo do hamato e retináculo dos flexores; insere-se na margem medial do 5º metacarpal; e sua função é deslocar o 5º metacar- pal anteriormente, opondo o dedo mí- nimo ao polegar. MAPA MENTAL – MÚSCULOS DA MÃO TENARES OPONENTE DO POLEGAR ABDUTOR CURTO DO POLEGAR FLEXOR CURTO DO POLEGAR HIPOTENARES ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO FLEXOR CURTO DO DEDO MÍNIMO OPONENTE DO DEDO MÍNIMO ADUTOR CURTO DO POLEGAR 6. IRRIGAÇÃO ARTERIAL A irrigação arterial do membro supe- rior se inicia através da artéria axi- lar, continuação da subclávia. No seu trajeto, essa artéria é dividida em 3 partes: a primeira, na margem da 1ª costela, dá origem à artéria torácica superior; na segunda, posterior ao músculo peitoral menor, dá origem às artérias toracoacromial e torácica lateral; e a terceira, que dá origem à artéria subescapular, circunflexas an- terior e posterior do úmero. Na sequência, a artéria axilar dá ori- gem à artéria braquial, principal artéria do braço, que origina ramos musculares e a artéria braquial pro- funda. Esta segue posterior ao corpo do úmero e termina se dividindo em artérias colaterais média e radial, que participam das anastomoses periar- ticulares do cotovelo, junto com as artérias colaterais ulnares superior e inferior. No antebraço existem duas artérias principais, a ulnar e a radial, que dão origem a ramos que participam das anastomoses do cotovelo. Ambas, em sua porção final, dão origem aos ar- cos palmares profundos e superficial, que fazem parte da anastomose do 35MEMBROS SUPERIORES punho. Esses arcos dão origem às ar- térias metacarpais palmares, digitais palmares comuns e digitais próprias, que suprem a mão e os dedos. Figura 23. Irrigação arterial do membro superior. Fonte: Netter, 2015. 36MEMBROS SUPERIORES 7. DRENAGEM VENOSA E LINFÁTICA A drenagem venosa do membro é di- vidida em rede superficial e profunda; as veias perfurantes fazem a comu- nicação entre essas redes. As prin- cipais veias superficiais do membro superior, as veias cefálica e basílica, originam-se no dorso da mão a partir da rede venosa dorsal. A veia basílica surge na extremidade medial da rede dorsal da mão e conti- nua na face medial do antebraço; em seguida, entre o terço inferior e mé- dio do braço, passa profundamente, MAPA MENTAL – IRRIGAÇÃO ARTERIAL MMSS PRINCIPAIS ARTÉRIAS DOS MMSS ART. AXILAR ART. BRAQUIALART. ULNAR ART. RADIAL ANASTOMOSES DO COTOVELO ANASTOMOSES DO PUNHO perfurando a fáscia e seguindo até a axila para formar a veia axilar. A veia cefálica se origina na face la- teral da rede dorsal, prosseguindo la- teralmente ao punho e se tornando anterolateral no antebraço e braço. Segue superiormente entre os mús- culos deltoide e peitoral maior e entra no trígono clavipeitoral, unindo-se à parte terminal da veia axilar. A veia intermédia do antebraço é va- riável, mas surge na base do dorso do polegar e ascende no meio da face anterior do antebraço, entre as veias cefálica e basílica. 37MEMBROS SUPERIORES Figura 24. Drenagem venosa superficial. Fonte: Moore, 2011. 38MEMBROS SUPERIORES A rede venosa profunda está situada internamente à fáscia muscular e as veias geralmente são pares, seguindo as principais artérias do membro e re- cebendo o nome das mesmas. A drenagem linfática também é sub- dividida em superficial e profunda. Os vasos linfáticos superficiais se originam de plexos linfáticos na pele dos dedos, palma e dorso da mão, e sobem junto com as veias superficiais (cefálica e basílica). Em relação à rede de linfonodos, há os linfonodos cubi- tais (próximos ao epicôndilo medial) e os linfonodos axilares umerais. Os vasos linfáticos profundos são menos numerosos e acompanham as veias profundas, terminan- do também nos linfonodos axilares umerais. Drenam a linfa das cápsulas articulares, periósteo, tendões, ner- vos e músculos. Os linfonodos axi- lares drenam para o tronco linfático subclávio. MAPA MENTAL – DRENAGEM VENOSA DOS MMSS PRINCIPAIS VEIAS DOS MMSS VEIA AXILAR VEIA CEFÁLICA VEIA BASÍLICA REDE VENOSA PROFUNDA 39MEMBROS SUPERIORES MAPA MENTAL – MEMBROS SUPERIORES Ulna Distal Úmero CINTURA ESCAPULAR ANTEBRAÇO BRAÇOMÃO ESQUELETO APENDICULAR SUPERIOR Rádio Clavícula Escápula Carpo Falanges Metacarpos Média Proximal Trapézio Trapezoide Capitato Hamato Escafoide Semilunar Piramidal Pisiforme 40MEMBROS SUPERIORES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. DRAKE, R.L. Greay’s Anatomia para estudantes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. GRAAF, K.M.V.D. Anatomia Humana. 6ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2013. MOORE, K.L. Moore Anatomia Orientada para a Clínica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 41MEMBROS SUPERIORES
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