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Distinção entre auditoria

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Distinção entre auditoria, inspeção administrativa e fiscalização
A auditoria, de uma forma geral, pode ser definida como o conjunto de procedimentos ou técnicas aplicadas de maneira completamente independente. Tais procedimentos ocorrem a respeito de uma relação que envolve obrigação de responder por uma responsabilidade conferida e que ainda tem o objetivo de emitir um relatório. 
O relatório de auditoria, que contém o parecer do auditor, mostra como essa obrigação está sendo cumprida. Assim sendo, verificar se os relatórios e as informações decorrentes deles são justos e adequados (PEREZ JUNIOR, 2012).
Já a Auditoria Governamental é aquela voltada para a Administração Pública, seja ela Direta ou Indireta, ou seja, que irá envolver o Patrimônio Público. 
A Administração Direta abrange os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário e órgãos integrados responsáveis pela condução da administração da União, como os ministérios. Já a Administração Indireta é aquela composta pelo conjunto de entes vinculados a cada Ministério, como as autarquias, empresas públicas ou estatais, fundações públicas e sociedades de economia mista.
Segundo Castro (2018), a exemplo do que ocorria nas empresas, notou-se no setor público, que a Auditoria Governamental, poderia se beneficiar do Controle Interno, então essa passou a ser vista como uma atividade de assessoramento para que esses fossem adequados, executados de forma correta e as informações fossem fidedignas. 
Assim, a auditoria interna passou a ser mais um mecanismo de controle no setor público revisando a eficiência e adequação dos controles existentes e auxiliando a administração pública em seu processo de tomada de decisões. 
A auditoria interna, principalmente quando ocorre a delegação das funções e recursos pelo governo, irá atuar na verificação de normas e procedimentos, conforme disposto na Constituição Federal (BRASIL, 1988)
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Ainda em relação à questão do controle interno este está relacionado à 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Já a inspeção Administrativa que é uma outra forma de atuação difere da Auditoria, seja ela externa ou interna já que é utiliza conforme afirma a Resolução CNJ 171 (CNJ, 2013) para prevenir omissões e lacunas. A inspeção é usada na questão de denúncias para a verificação de legalidade e legitimidade de fatos de agentes que estão ligados a tribunais. 
Ainda de acordo com a Resolução esse tipo de procedimento deve ser solicitado pela presidência do Tribunal, e a solicitação de inspeção administrativa fica a cargo do titular da Coordenadoria de Controle Interno. 
Já a fiscalização, diferentemente da auditoria e da inspeção, é uma forma de comprovação. Nela são feitas confirmações se os objetos de programas institucionais existem, por exemplo, conforme o Resolução 171 (CNJ, 2013) observando à realidade, legislação, coerência, características e outros mecanismos de controle. 
Conclui-se então que as três formas de ação são bastante diferentes já que a auditoria é uma verificação, do entendido, por exemplo, se as informações que estão sendo prestadas são fidedignas. No caso da inspeção administrativa ela previne lacunas ou omissões, podendo ser aplicada em caso de dúvidas ou denúncias. Por fim, a fiscalização, comprova algo, programas, normas, coerências e mecanismos de controles, entre outros existentes no ambiente público. 
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 28/10/2020
BRASIL. Emenda Constitucional No. 45, de 30 de Dezembro, de 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc45.htm>. Acesso em: 28/10/2020
CASTRO, D. P. Auditoria, contabilidade interno no setor público: integração das áreas do ciclo de gestão: contabilidade orçamento e auditoria e organização dos controles internos, como suporte à governança corporativa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
CNJ. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/quem-somos-e-visitas/>. Acesso em: 28/10/2020
ROBL FILHO, I. N. Conselho Nacional de Justiça: estado democrático de direito e accountability. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. 
TOMIO, F. R. DE L.; ROBL FILHO, I. N. Accountability e independência judiciais: uma análise da competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Revista de Sociologia e Política, v. 21, n. 45, p. 29–46, mar. 2013.

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