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REFERÊNCIA: CUPERTINO, C. M. B. O habitar confinado e o aprender “com”. In: Criação e Formação: fenomenologia de uma oficina. São Paulo: Arte e Ciência, 2001. Cap. 10, p 205- 226. Texto 2 Nome: RA: Data: 03/09/2020 Aprender “sobre” nos indica que todo o conhecimento está a dispor do usuário. No campo da experiência com a alteridade, a surpresa, tratamos do aprender “com”. Devido a sua multiplicidade profissional e ao contato em constante confronto com o outro o profissional da psicologia é visto como um profissional do encontro. Esse encontro trata- se de uma experiência prática e de comunhão. Essa união desenvolvida no grupo proporciona o nascimento de questionamentos com respeito à questões particulares, que contribui também para o amadurecimento dos participantes e do grupo, possibilitando ainda o encontro com a diferença, condição básica para o psicólogo. Dá-se o objetivo da Oficina de Criatividade, que tem como função possibilitar o experimentar o inesperado na prática da atividade e em patamar de igualdade. A oficina de criatividade possibilita ao aluno a experiência de familiaridade com o externo, a proximidade com o outro e o questionamento embrionário do profissional, que no amadurecimento é conduzido para o encontro com o diferente e avesso. Essa transformação fundamenta a Oficina de Criatividade, que é vivenciar o inesperado, rompendo com a ideia de permanência ao longo do tempo. A lida com a surpresa constituirá o aprender "com", de forma que o sujeito e objetos em suas totalidades apresentam sua alteridade e de forma mútua abalam a zona de conhecimento um do outro. Se há uma relação auto-referente, o novo é impedido de surgir. Mesmo na surpresa podemos notar dois movimentos, sendo um pendente à categorizar a aparente contrariedade com suas preconcepções, deixando de ser novidade; mantendo-se no que é seguro e no aprender sobre e alternativamente aceitar o estranhamento como possibilidades da experiências, surgindo o aprender com, rompendo com o habitual. Ao situar-se no habitual podemos nos lançar para fora do mesmo, abrindo assim a oportunidade de conhecimento, não pelo teórico, mas pela ética (hábitos e costumes). Conhecendo o outro na mesma circunstância, do ser-a-conhecer em sua alteridade irredutível. Dessa forma há a possibilidade de nos afetar pelo outro também apresenta a questão do acolhimento ao outro, que por ser inexorável pode apresentar aspereza, ao mesmo tempo que nos aponta seus mistérios, nos aponta nossos próprios aspectos. Esse movimento propicia a auto percepção e nos possibilita enxergar o outro como tal, ponto de vista esse da relação sujeito-objeto. Fronte ao outro se apresenta a igualdade do ponto de vista do esforço para entender o ente, o que não se realiza em sua totalidade. Na Oficina de Criatividade, esse desvendar da alteridade se dá em forma de tradução. Essa tradução, enquanto processo incompleto se abre para a construção conjunta de histórias sem término, sendo essa uma premissa do fazer psicológico em constante transformação.
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