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TCC II CRAS

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10
UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
Unidade Cotia
SERVIÇO SOCIAL
JANE SANTOS DE OLIVEIRA 
RA: 23510154
TCC II
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS: AVANÇOS E DESAFIOS
Cotia
2020
JANE S. OLIVEIRA RA: 23510154
TCC II
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS AVANÇOS E DESAFIOS 
Projeto de Trabalho Conclusão Curso II – apresentando a Anhanguera Educacional, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. 
Tutora a distância: Valquíria Dias Caprioli
Cotia
2020
JANE S. OLIVEIRA RA: 23510154
TCC II
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS CRAS: AVANÇOS E DESAFIOS
 
Monografia de Conclusão de Curso apresentada a Universidade Anhanguera – UNIDERP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharelado em Serviço Social sob a orientação da Tutora à Distância Valquíria Dias Caprioli.
Nota ___________________________ 
Data da Aprovação: ____/____/______ 
BANCA EXAMINADORA: 
Tutora a distância: Valquíria Dias Caprioli.
Assinatura_____________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu bom Deus por ter me dado saúde, sabedoria e forças para concluir o curso e este trabalho.
Dedico esta obra as pessoas mais importantes da minha vida, meus pais, Ana e Francisco, que me ensinaram a valor da desigualdade e honestidade e sempre torceram pela minha vitória.
Ao meu amado esposo Ailton que sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis e me incentivou a buscar os meus objetivos.
Em especial agradeço aos meus irmãos (a), sobrinhos (a) que nos momentos difíceis desta jornada me deram palavras de ânimo. 
Agradeço ao corpo docente de Serviço Social da Universidade Anhanguera e em especial minha Tutora presencial Rosa Ribeiros dos Santos Pereira pelo empenho e dedicação dispensada aos alunos, fornecendo suporte acadêmico indispensável à futura trajetória profissional. 
Jane Santos de Oliveira
Nenhum desafio será tão grande se a nossa vontade de vencer for maior.
 José Paulo Neto
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso TCC II, de Serviço Social tem como objetivo fazer um elencado sobre a história, avanços e desafios da Assistência Social no Brasil, como também abordagem sobre o trabalho do profissional no Centro de Referência Assistência Social (CRAS). 
Conforme disposto da decorrente trajetória da assistência, e desde muitos anos os indivíduos menos favorecidos, carentes e necessitados estavam constantemente necessitando de ajuda; e o protagonista, a igreja católica, atuava como um sistema de assistencialismo, ajudando aos pobres e necessitados.
Por muito tempo, a história e o cenário dessa situação não mudava e considerando que até décadas passadas os diretores desse filme trágico sempre mudou; com alguns avanços. A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 e de algumas Leis como a LOAS e diversos outros projetos que tornaram Leis, para um melhor e eficiente conhecimento do profissional do atendimento ao usuário na prática, ético político, teórica metodológica e técnico operativo junto à assistência social.
Palavras chave: História, Serviço Social, Políticas Sociais, Avanços, Desafios.
ABSTRACT
This Course Conclusion Work Social Service aims to list facts about the history, progress and challenges of Social Security in Brazil, as well as the work of professionals in the Reference Center for Social Assistance (CRAS).
As provided in due course of the tour and for many years the less fortunate, underprivileged and needy individuals, constantly needed help; and the protagonist, the Catholic Church, are serving as a system of welfare, helping the poor and needy.
For too long, the history and the scenery did not change this situation and considering that even decades past directors of this tragic film forever changed; with some advances. Since the promulgation of the 1988 Constitution and some laws as LOAS and many other projects that become laws, for better and efficient knowledge of professional service to the user in practice, methodological theory and political ethics with social assistance
Keywords: History, Social Work, Social Policy, Progress, Challenges.
SIGLAS
ABONG		Associação Brasileira de Organizações não Governamentais
ANASSELBA	Associação Nacional dos Servidores da Legião Brasileira de 
Assistência
CAPs			Caixa de Aposentadoria e Pensões
CLT			Consolidação das Leis Trabalhistas
BNH			Banco Nacional de Habitação
BPC			Benefício de Prestação Continuada
CEHAB		Companhia Estadual de Habitação e Obras
CEFAS 		Conselho Federal de Assistentes Sociais
CFESS 		Conselho Federal de Serviço Social
CNAS 		Conselho Nacional de Assistentes Sociais
CNSS 		Conselho Nacional de Serviço Social
CRAS 		Centro de Referência de Assistência Social
CRESS 		Conselho Regional de Serviço Social
FGTS 			Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FHC 			Fernando Henrique Cardoso
FUNRURAL 		Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural
IBGE 			Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPS 			Instituto Nacional da Previdência Social
IPEA			Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada
LBA 			Legião Brasileira de Assistência Social
LOAS 		Lei Orgânica de Assistência Social
MDS 			Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á Fome
MPAS			Ministério da Previdência e Assistência Social
NOB/SUAS 		Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência
Social
PAIF 			Programa de Atenção Integral à Família
PIS			Programa de Integração Social
PBF 			Programa Bolsa Família
PNAS 		Política Nacional de Assistência Social
PTR			Programa de Transferência de Renda
SNAS			Secretária Nacional de Assistência Social
SUAS 		Sistema Único de Assistência Social
SUS 			Sistema Único de Saúde
TCC			Trabalho Conclusão de Curso
Sumário
INTRODUÇÃO	9
CAPÍTULO I 1. A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL: A HISTÓRIA, OS AVANÇOS E OS DESAFIOS.	11
1.1. Histórico da assistência social	11
1.2. As legislações: A Constituição Federal de 1988	17
1.2.1. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS	21
1.2.2. Política Nacional de Assistência Social (PNAS)	27
1.2.3. Sistema único de Assistência Social (SUAS)	34
1.3. Desafios e Avanços da política da Assistência Social	38
CAPIÍTULO II 2. A FAMÍLIA E SUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA	45
2.1 Família e Contextualização	46
2.2. Família e Vulnerabilidade	55
2.3 – O PAPEL DA PNAS COM AS FAMILIAS NO CRAS	60
2.3.1- Proteção Social Especial	64
CAPITULO III 3. Contextualizando sobre o CRAS 	66
3.1. Metodologia da pesquisa	70
3.2. Analise dos dados pesquisados	72
CONSIDERAÇÕES FINAIS	79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	80 
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de Conclusão de Curso TCC II é uma exigência do curso de Serviço Social da Universidade Anhanguera, para obtenção do título de bacharelado em Serviço Social, o presente trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica com ênfase na atuação profissional dos assistentes sociais nos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS. 
A pesquisa bibliográfica é uma etapa da metodologia que me deu subsídios e possibilitou a aquisição de conhecimentos sobre a temática para poder analisar o exercício profissional dos assistentes sociais no CRAS.
A escolha do tema desta pesquisa justifica-se por minha curiosidade e relevância do trabalho realizado pelos Assistentes Sociais no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), sobre quais as intervenções desses profissionais nesses e espaços? Como eles lidam com os limites e desafios impostos no seu cotidianode trabalho? Quais as dificuldades encontradas no CRAS. Quais os principais fatores que interferem na atuação dos assistentes sociais? Qual a postura do profissional aos novos arranjos familiares? Esses profissionais têm autonomia para atuar? Quais as principais demandas desses profissionais? O que mudou na intervenção profissional com a implementação da Política Nacional da Assistência Social-PNAS e do Sistema Único de Assistência Social-SUAS? 
No CRAS a presença dos assistentes sociais é fundamental e sua intervenção profissional é de grande importância para a instituição, mas principalmente para a vida dos usuários, pois através do seu exercício profissional, esses profissionais buscam a garantia dos direitos dos usuários. 
Os assistentes sociais no seu dia-a-dia de trabalho estão inseridos em uma realidade contraditória onde em meio ao aumento da demanda por serviços sociais há a redução do financiamento das políticas sociais promovidas pelo processo de reforma do Estado. 
Identifica-se também que seu exercício profissional e suas condições de trabalho estão cada vez mais precarizadas. As dificuldades são muitas, atuamos numa sociedade em que o Estado trabalha com equipes mínimas, de acordo com a lógica neoliberal, como as relações de poder dentro da instituição e a interferência política dificultam o desenvolvimento das atividades dos diferentes profissionais, e falta de concurso público nesta área para que aumente seu quadro. 
Uma vez que tais relações são permeadas por práticas assistencialistas e clientelistas que ainda persistem nos dias de hoje. 
Ao longo da pesquisa, constataram que são muitos os desafios para atuação profissional dos assistentes sociais nos CRAS, que fatores como, a falta de recursos materiais e humanos, são alguns dos obstáculos enfrentados por esses profissionais no seu cotidiano de trabalho. É diante desse cenário de grandes contradições que o assistente social está inserido e o qual, deve buscar sempre garantir o direito social dos usuários e lutar pela justiça social, buscando ser um profissional ativo e não só um mero executor das políticas sociais. 
Meu objetivo com essa pesquisa é identificar os avanços e desafios enfrentados pelos assistentes sociais no seu exercício profissional dentro da instituição, bem como analisar a precarização das políticas sociais e do trabalho que vem rebatendo no cotidiano desses profissionais e mediante a esses aspectos, quais as possibilidades que esses profissionais encontram para realizarem seu exercício profissional.
Acredito que essa pesquisa poderá contribuir para o debate sobre a intervenção profissional dos assistentes socais no CRAS, além de possibilitar que os profissionais que trabalham nesses espaços possam identificar as principais semelhanças e diferenças encontradas no seu dia-a-dia de trabalho, contribuindo para que os mesmos possam pensar individual e coletivamente sobre sua intervenção profissional e para que novas questões possam surgir e soluções possam ser propostas.
O CRAS por ser uma unidade da Política de Assistência Social, uma pesquisa sobre este equipamento e sobre o trabalho dos assistentes sociais, será bastante relevante para subsidiar debates sobre esta inserção e sobre a política de assistência social, bem como qualificar a atuação destes profissionais. 
CAPÍTULO I 
 1. A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL: A HISTÓRIA, OS AVANÇOS E OS DESAFIOS.
Para compreendermos a forma de organização da Política Pública de Assistência Social no Brasil seus limites e contradições, é importante fazer algumas considerações sobre sua trajetória até chegarmos a Constituição Federal de 1988, para entendermos como se deu esse processo de transformações que culminou com o reconhecimento desta como uma política pública, tornando-se um direito que, junto com a saúde e previdência social, formam o tripé da seguridade social.
1.1. Histórico da assistência social
A assistência social é considerada uma prática antiga na sociedade. Não se limita nem a civilização judaico-cristã nem às necessidades capitalistas. A solidariedade social diante dos pobres, dos viajantes, dos doentes, dos incapazes, dos mais frágeis, se inscreve sob as formas das normas morais em diferentes sociedades. Ao longo do tempo grupos filantrópicos e religiosos foram se entregando as práticas de ajuda e apoio. 
Segundo Sposati et al (1992), esta ajuda se guiou pela compreensão de que na humanidade haverá sempre os mais frágeis, os doentes, etc., que não conseguirão reverter sua condição, necessitando de ajuda. O homem é naturalmente um ser dependente, pleno de necessidade e carecimento. Superar essa necessidade é sempre seu desafio e busca. 
 A filantropia e a caridade sempre foram marca dos serviços, e os usuários não acessavam os direitos, mas um favor “doado” por pessoas de bem que dedicavam suas vidas a ajudar ao próximo. Desde a Idade Média abriam-se instituições de caridade, tanto pelas companhias religiosas como pela caridade leiga. Contudo a benemerência, como um ato de solidariedade, foi se constituindo em práticas de dominação, um conceito que se manteve até meados do século VIII. (Sposat et al, 1992)
De acordo com a expansão do capital e a pauperização da força de trabalho, a assistência foi apropriada pelo Estado sob duas formas: uma que se insinua como privilegiada para enfrentar politicamente a questão social¹; e outra para dar conta de condições agudizadas de pauperização da força de trabalho e da benemerência ao próximo, como força moral de conduta. 
Segundo a história, o Estado se apropria não só da prática assistencial como expressão de benemerência, mas também catalisa e direciona os esforços de solidariedade social da sociedade civil. 
Em 1923 a Lei Elói Chaves (Lei nº 4.682, 24/01/1923), criava a Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAPs) contemplando apenas algumas classes de trabalhadores urbanos. Sendo que antes de 1930 já havia duas outras categorias que recebiam os benefícios do seguro social: Portuários e Marítimos, pela (Lei nº 5.109 de 20/12/1926) e Telegráficos e Radiotelegráficos, pela (Lei nº 5.485 de 30/12/1928). 
No Brasil, até a década de 1930, não havia uma intervenção do Estado na área social, toda prática assistencial que existia até esse momento era desenvolvida pela Igreja Católica e organizações de caridade. As práticas assistenciais tinham um caráter disciplinador, e não havia uma compreensão da pobreza como expressão da questão social¹, ela era vista como uma disfunção individual e tratada como caso de polícia através do aparato repressor do Estado. Somente a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas chega à presidência do país, que o Estado começa a assumir novas funções, deixando de ser apenas coercitivo (Mestriner, 2008).
Na época o Estado aumentou sua atuação na área social. Era uma resposta ao fortalecimento das lutas sociais e trabalhistas.
O Estado passa a fazer a organização e regulação das condições sociais e políticas para o desenvolvimento industrial e econômico, promovendo a ascensão de um projeto de urbanização e industrialização (Ferreira, 2007). 
Dentre os feitos de seu governo, Getúlio Vargas criou as Caixas de Subvenções, onde o governo fornecia uma ajuda financeira às instituições filantrópicas e públicas, afim de que as mesmas dessem assistência à população desassistida socialmente. Através da Lei nº 1.493/51, o Estado institucionalizou definitivamente as subvenções incluindo seus recursos ao Orçamento Geral da República. 
Importante salientar que antes do período do Governo Vargas, já existia a Lei Elói Chaves (Lei Nº 4.682, de 24/01/1923), com base nesta Lei outros tipos de benefícios assistenciais são implantados. Além das Caixas de Subvenções, consolidou as Leis Trabalhistas (CLT), surgiram ainda os Institutos de Aposentadoria e Pensões as (IAPs), visando à produtividade, e o controle das greves e movimentos sociais (Mestriner, 2008). 
As leis trabalhistas representaram um intercâmbio entre os trabalhadoresassalariados e os empresários, além de trazer benefícios para essas duas classes. Peças de um sistema de previdência social baseado na lógica do seguro, onde o acesso aos benefícios era condicionado ao pagamento de contribuição.
Essa consolidação trabalhista criou a carteira de trabalho, instituiu uma jornada de trabalho de oito horas, férias remuneradas, salário-maternidade e criou a área de segurança e medicina do trabalho (Couto, 2006, p.103).
Como se pode observar a consolidação das Leis trabalhistas foi muito importante para a classe trabalhadora, onde se garantiram direitos importantes como férias, redução da carga horária de trabalho e a garantia de um pouco mais de segurança no seu ambiente de trabalho, porém foi também um grande ganho para o empresariado, pois com a criação das leis trabalhistas viu-se a possibilidade de manter a classe trabalhadora “domesticada”, evitando manifestações futuras por parte deles e mantendo-os sob controle. Durante este período onde o cidadão que estivesse com vinculo de trabalho formal, teria algum tipo de benefício previdenciário.
[...] o trabalho é dever de todos, o que implica crime o não trabalho. Assim, como que num movimento de punição, define que não merece garantia de atenção àquele que não trabalha e não produz. (Mestriner, 2008, p.105).
Portanto quem não pertencia ao mercado formal de trabalho ficava a mercê da caridade e da benesse, além de não receber nenhuma atenção previdenciária, sofriam repressão e em função dos movimentos reivindicatórios o Estado se aparelha de justiça e policia se reposicionando frente à sociedade. 
Essa Legislação alcança o trabalhador organizado, o trabalhador do mercado formal o trabalhador com carteira de trabalho. E ela deixa de lado qualquer ação de proteção social para os trabalhadores do mercado informal para os pobres da sociedade naquele momento histórico (Carmelita Yasbeck, 2010).
Segundo Mestriner (2008), em 1938 o Governo de Vargas criou também o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), com suas funções subsidiadas pelas organizações que prestavam amparo social. Uma das funções do CNSS era analisar as adequações das entidades sociais e de seus pedidos de subvenções e isenções.
Somente em 1942 foi criada a primeira grande instituição federal de assistência social no Brasil, conhecida como a Legião Brasileira de Assistência Social (LBA). Getúlio Vargas cria esta instituição como forma de legitimar seu governo através da tática do assistencialismo como um mecanismo de dominação política. Ao colocar sua esposa Darcy Vargas no comando dessa instituição, fez com que a assistência social passasse a ser associada ao primeiro-damismo². Esse ato assegurou estatutariamente à presidência da LBA as primeiras-damas da República ocorrendo à junção entre iniciativa privada e pública conformando assim a relação entre classes subalternas e Estado (Torres, 2002).
Neste período, a assistência social como ação social é um ato de vontade e não direito de cidadania. Do apoio às famílias dos pracinhas, a LBA vai estender sua ação às famílias da grande massa não previdenciária. Passa a atender também as famílias que sofrem em decorrência de calamidades, o que trouxe o vínculo emergencial à assistência social que perdura até os dias de hoje (Sposati, 2007, p.20). 
Segundo Mestriner (2008), a LBA passa a realizar trabalhos a níveis Federal, estaduais e Municipais, ganhando uma ampla estrutura nacional e atuando em quase todas as áreas da assistência social. Programavam centros sociais e regionais de grande relevância os quais eram uma extensão a proteção dada aos trabalhadores. E para realizar essas novas funções mobilizaram as escolas de Serviço Social.
Nesse processo de expansão, procura mobilizar e coordenar as instituições sociais privadas e públicas, ao mesmo tempo em que, por meio de ações próprias, tenta suprir as defasagens apresentadas pelo sistema assistencial existente. [...] Dessa forma, contribui para a organização, ampliação e interiorização da assistência social, levando a assimilação de princípios, métodos e técnicas do Serviço Social, bem como a contratação de profissionais da área, consolidando o ensino especializado (Mestriner, 2008, p.145).
A junção entre a LBA e as escolas de Serviço Social foi importante para ambos, pois a LBA necessitava de profissionais e de uma atuação mais técnica do que a desenvolvida até então, e o Serviço Social enquanto profissão passava naquele momento por um período de legitimação.
Até 1964 manteve-se esse modelo de proteção social, e nesse mesmo ano ocorreu o Golpe Militar que teve como consequência a concentração do poder estatal nas mãos dos militares, forte burocratização, autoritarismo nas relações e mudanças nas relações de trabalho (Ferreira, 2007).
O Estado militarista uniu-se às forças dominantes restringindo as políticas de massa. O governo, visando o desenvolvimento econômico do país, se utiliza da contenção salarial, o que elevou a desigualdade social, provocando ainda mais a pauperização da população. A questão social passa a ser controlada através da coerção e da violência, os conflitos sociais são reprimidos severamente, sendo vistos como caso de polícia. Neste contexto, a demanda social passa a ser atendida pelo binômio repressão x assistência, onde as ações assistenciais passam a ser utilizadas pelo aparato estatal como forma de amenizar o estado de empobrecimento da população e em nome da segurança nacional, evitando que os trabalhadores realizassem alguma mobilização. O Estado procurou aliançar-se a elite para ampliar a ação assistencial através de programas, benefícios e serviços (Ferreira, 2007 e Mestriner, 2008).
A partir de 1966 foram criados o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o Programa de Integração Social (PIS), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL) que possibilitou o início do processo de universalização das políticas sociais e a uniformização de serviços. Criou-se também o Banco Nacional de Habitação (BNH) que foi uma das grandes reivindicações da classe trabalhadora, usavam-se recursos do FGTS, mas na verdade esse financiamento serviu mais para as classes médias e altas da sociedade do que para os trabalhadores que a reivindicaram. (Couto, 2006 e Ferreira, 2007).
Durante esse período autoritário que se consolida o Estado assistencial no País. Os serviços, programas e projetos da área social passam a ser criados de acordo com o problema, idade e necessidade da população, ou seja, através de práticas fragmentadas e setoriais que perduram até a atualidade.
Em 1974 cria-se o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), e ligado a ele a Secretaria de Assistência Social que será um importante instrumento para a criação de políticas voltadas ao ataque a pobreza. Através do MPAS houve uma maior valorização da assistência social, dando margens para vislumbrar a necessidade de fugir do caráter assistencialista que ela carregou ao longo dos anos. Estendeu-se a cobertura previdenciária a quase totalidade da população urbana e uma parte da rural, buscou-se um tratamento inovador para a área da assistência social, fugindo do caráter assistencialista e de simples complementação da previdência social (Mestriner, 2008).
Durante o período militar no Brasil, mesmo diante dos avanços obtidos na área social, ainda continuaram sendo realizadas práticas assistencialistas e de benemerência características de anos anteriores. Outro fator a ser observado é que as condições de vida da população continuaram as mesmas, a pauperização e desigualdade social ainda eram grandes, o que fez com que os trabalhadores e a sociedade de forma geral começassem a lutar por melhores condições de vida, e buscassem seus direitos. Insatisfeitos com essa situação, os membros da sociedade mais prejudicados e pauperizados unem-se e começam a realizar movimentos contestatórios por todo o país. (Mestriner, 2008 e Ferreira, 2007).
Diante de um cenário de grande mobilização e reivindicação de práticas inovadorase eficazes na área social, iniciou-se um processo de discussões sobre a formulação de uma política pública de assistência social que fosse assegurada constitucionalmente.
Chegando ao passo que o Estado se responsabiliza pelas condições de reprodução da força de trabalho, passa a incorporar igualmente a nova técnica política e social. Transformando seus profissionais em agentes fundamentais na execução desta área programática. A presença do técnico introduz procedimentos racionais e científicos e garante a face da justiça social na operação da assistência. Foi assim que a Assistência Social se fez entender durante sua historia. 
 (...) não se baseará, no entanto, em medidas coercitivas emanadas do Estado. Surge da iniciativa particular de grupos e frações de classe, que se manifestam principalmente por intermédio da Igreja Católica. Possui em seu início uma base social bem delimitada e fontes de recrutamento e formação de agentes sociais informados por uma ideologia igualmente determinada. (Carvalho et al, 2000 pag. 129).
Atualmente, a assistência social vive no Brasil um momento instituinte, isto é, grandes mudanças estão ocorrendo e deverão ocorrer com a implantação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e regulamentações decorrentes. 
São mudanças que exigem alteração de culturas e processos historicamente fundados e que propõem novas estruturas de atenção direta e de gestão dos serviços e programas de proteção social. Como indicação principal desse processo está a de que a assistência social saia do lugar das carências para o patamar dos direitos; o que não significa abolir a atenção às necessidades, mas a recolocação delas num plano de exigibilidade pública, reconhecimentos legais que serão tratados a seguir.
1.2. As legislações: A Constituição Federal de 1988 
	A Carta Magna de 1988 reconhece então a Assistência Social como uma política pública de dever estatal. 
A nova política de assistência social brasileira se pauta em um novo formato da gestão das políticas públicas, constituindo-se parte do processo de um recomeço institucional implementado no País na década de 1990. Um novo formato, legitimado pela Constituição Federal de 1988, que instituiu a descentralização e a participação como sustentáculos centrais do processo de democratização da gestão pública brasileira, entre os entes federados: União, Estados Federados, Distrito Federal e Municípios. Com esta perspectiva, os Conselhos Gestores se tornam o novo centro de articulação política em busca da definição e formulação de política pública, através dos quais sujeitos diversos interagem no processo de deliberação, gestão e controle social das políticas públicas, nas diversas áreas sociais. 
O período de 1980 a 1990 foi marcado por um processo de novas configurações nas áreas política e social, com constantes reformas e uma ampliação da democracia (Couto, 2006). Foram também realizados constantes debates sobre a assistência, com a realização de estudos e pesquisas a fim de se formular uma proposta de assistência social que realmente fosse efetiva. Foi então que, através da Constituição Federal de 1988, a assistência social começa a ganhar novos contornos passando a ser discutida como um direito do cidadão e cabendo ao Estado provê-la, em uma tentativa de romper com a lógica da caridade e da benemerência.
Com a concepção para redefinir assim seu perfil, passando a qualifica-la como uma política, o estatuto de política social será composto pelo tripé da seguridade social com a política de saúde e a previdência social, uma concepção que define que a Constituição de 1988 é a atual Carta Magna da República Federativa do Brasil. Promulgada no dia 5 de outubro de 1988, ganhou quase que imediatamente o apelido de Constituição Cidadã, por ser considerada a mais completa entre as constituições brasileiras, com destaque para os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania. 
Entre as conquistas trazidas pela nova carta, destacam-se o restabelecimento de eleições diretas para os cargos de presidente da república, governadores de estados e prefeitos municipais, o direito de voto para os analfabetos, o fim à censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes, teatro e similares. (Brasil, 1993) 
A Constituição Federal de 1988 possibilitou trazer uma nova concepção para a Assistência Social, redefinindo assim seu perfil histórico no país, passando a qualificá-la como uma política de seguridade social trazida no art.194 da Constituição Federal: 
O Art.194 que dispõe que a Seguridade Social³ compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência à assistência social (Brasil, 2003, p. 193).
Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. 
A Constituição Federal de 1988 dedica, no capítulo da seguridade social, uma seção específica para a Assistência Social, prevendo, inicialmente, em seu artigo 203, os destinatários deste segmento da ordem social. Já o artigo seguinte – 204, não somente indica a fonte primária dos recursos que custearão tais ações, mas, sobretudo as diretrizes a serem adotadas na política de assistência social. No que diz respeito às ações a serem desenvolvidas neste setor, dois princípios contidos, no artigo 204 da Constituição, são inovadores e de indiscutível importância para o seu completo êxito, ou seja, o que se refere à descentralização político-administrativa e o relativo à participação da sociedade brasileira na discussão dos temas relativos ao setor. José Paulo Neto 1997 afirmou, durante sua palestra na II Conferência Nacional de Assistência Social que:
Como componente da seguridade social, a assistência social é medida legal e legítima que visa oferecer segurança social aos cidadãos não cobertos (ou
Como componente da seguridade social, a assistência social é medida legal e legítima que visa oferecer segurança social aos cidadãos não cobertos (ou precariamente cobertos) pelo lado contributivo da seguridade social. A assistência social visa livrar esses cidadãos não só dos infortúnios do presente, mas também das incertezas do amanhã, protegendo-os das adversidades causadas por enfermidades, velhice, abandono, desemprego, desagregação familiar, exclusão social. (Anais da II Conferência Nacional de assistênciasocial1997)www.mds.gov.br/http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/eventos/assistencia-social/ii-conferencia-nacional-de
assistência-social.
A Constituição Federal de 1988 foi aprovada no dia 5 de outubro e traz a Política de Assistência Social inscrita nos artigos 203 e 204: 
Art. 203: A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência, e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
A inserção da assistência social no tripé da seguridade social³ representou uma inovação, consolidando-a como uma política pública. A partirda Constituição
Federal 1988 passasse a garantir os direitos básicos de cidadania, ampliando a cobertura dos serviços de assistência social principalmente, as pessoas que até então estavam desprotegidas.
(....) Essa inserção, bastante inovadora, introduz o campo da assistência social como política social, dirigindo-se a uma população antes excluída do atendimento na ótica dos direitos. Sua definição impõe compreender o campo assistencial como provisão necessária para enfrentar a dificuldade que podem ser interpostas a qualquer cidadão e que deve ser cobertas pelo Estado (Couto, 2006,p.170).
O Artigo 204 vai falar sobre a organização da assistência social, sendo as ações voltadas para essa área custeadas pela seguridade social. 
Art.204: As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo à coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estaduais e municipais, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis (BRASIL, 2003, p. 13);
Até a promulgação da Constituição Federal só tinha direito a acessar a política quem fazia parte do mercado formal de trabalho. Através da inserção da assistência social como política integrante da seguridade social há a possibilidade que pessoas em situação de vulnerabilidade social passem a ter seus direitos sociais garantidos independentemente da sua inserção no mercado de trabalho. Passa a caber ao Estado prover as condições necessárias para que essas pessoas possam enfrentar as mais variadas expressões da questão social. 
Dentre os avanços alcançados com a Constituição Federal 1988 houve a responsabilização do Estado na condução das políticas sociais, já que anteriormente o papel do Estado sempre foi secundário, ou subsidiado pelas entidades filantrópicas. A população passa a participar da formulação das políticas e controlar as ações assistenciais, por meio das instâncias de controle social. Para regulamentar todos os avanços alcançados através da Constituição Federal de 1988 foi preciso criar e aprovar sua legislação própria: Lei Orgânica4.
Após o veto de Collor ao projeto de Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o Ministério do Bem-Estar Social começou a promover encontros regionais em todo o país a fim de discutir-se essa Lei. Teve como principais participantes os representantes da sociedade civil, do Poder Legislativo, integrantes da LBA, da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), entre outros. Esses encontros culminaram com a Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em junho de 1993, em Brasília, muitas discussões foram feitas, houve algumas reformulações na lei visando ganhos para assistência social (MPES, 2010).
Foi diante desse cenário de debates e grande pressão popular dos organismos de classe (dentre eles os assistentes sociais e do Ministério Público que ameaçou processar a União pelo descuido com a área) que finalmente, no dia 07 de 
dezembro de 1993, foi sancionada pelo presidente Itamar Franco a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742 que propõe mudanças estruturais e conceituais na assistência social pública (Couto, 2006).
1.2.1. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS
A construção do direito a Assistência Social é recente na história do Brasil. Durante muitos anos a questão social esteve ausente nas formulações de políticas sociais no país. Mesmo sendo uma prática realizada de longa data, a assistência só 
foi reconhecida como politica pública, no final do século XX, em 1988. O grande marco é a Constituição Federal de 1988, chamada de Constituição Cidadã, a qual definia a Assistência Social como dever do estado e como Seguridade Social que confere, pela primeira vez, a condição de política pública à assistência social, constituindo, no mesmo nível da saúde e previdência social, o tripé da seguridade social. 
A ansiedade pela efetivação da LOAS gera novas forças na sociedade brasileira, os movimentos pro assistência social passam a ser articulados com presença de órgão da categoria de assistentes sociais que, através do então Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e Centro de Formação e Assistência à Saúde (CEFAS), hoje Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e Conselho Federal de Serviço Social (CEFESS) vão se movimentar Associação Nacional dos Servidores da Legião Brasileira de Assistência (ANASSELBA), Frente Nacional de Gestor Municipais e Estaduais, movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência, dos idosos, das crianças e adolescentes, pesquisadores de varias Universidades pleiteando a regulamentação da assistência social.
O Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA), através de comissão própria, inicia o trabalho de construção do projeto de Lei Orgânica da Assistência Social. Potyara Pereira, analista de políticas sociais, elabora os princípios e diretrizes da assistência social até hoje vigentes.
O primeiro projeto aprovado pelo Legislativo para a LOAS em 1990 foi vetado por Fernando Collor, que teve sua promulgação adiada. Com impeachment de Collor, Itamar Franco assume a presidência, juntamente com o Ministro Juthay Magalhães, o Ministério de Bem Estar Social aprovam a LOAS.
Na Câmera Federal emergem projetos de lei pró-regulamentação da LOAS.
Isto ocorreu após a apresentação, discussão e negociação de vários projetos e emendas, a LOAS foi sancionada pelo Presidente Itamar Franco em 7 de dezembro de 1993 e publicada no Diário Oficial da União em 8 de dezembro de 1993, sem o consenso dos órgãos gestores quanto ao reordenamento ou extinção das instituições gestoras da Assistência Social no Brasil. A história da LOAS não termina com sua promulgação. Pelo contrário, a partir deste momento começa-se uma grande luta para a sua implementação. 
	A LOAS inaugura uma nova era para a assistência social brasileira, consignando-a enquanto Política Pública. Ela propõe romper com uma longa tradição cultural e política. Considerando os níveis de desigualdade que o Brasil vem acumulando nessas últimas décadas, a LOAS foca suas diretrizes no atendimento aos cidadãos em situação de vulnerabilidade e pobreza. Sabe-se que problemas provenientes dessa exclusão social jamais poderão ser enfrentados por meio de um assistencialismo meramente complementar e emergencial. 	 A promulgação desta lei abriu caminho para o reconhecimento da Assistência Social como política pública de Seguridade Social, responsável pela oferta de proteção social como política pública de Seguridade Social, não contributiva voltada à população que se encontra em vulnerabilidade e risco social.
	De acordo com o Artigo 1° da LOAS:
A assistência social, é um direito do cidadão e dever do Estado, é política de seguridade social não contributiva que prevê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento ás necessidades básica (Lei 8.742, de 07/12/1993).
Ao analisarmos tal afirmação, pode-se dizer que, a LOAS, cria uma proteção social não contributiva no âmbito da política de Assistência Social, a que oferece ao cidadão o maior número de mecanismo de proteção social, o qual visa proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice, buscando a integração ao mercado de trabalho, habilitando e reabilitando pessoas com deficiência, promovendo-as no que se denomina de vida comunitária. 
A LOAS vai prever a efetivação dos direitos nela garantidos através de serviços, programas e projetos de forma não contributiva, onde responsabiliza o Estado por assegurar o acesso de toda a população a política de assistência social. A LOAS explicita que as pessoas não precisam, não devem e não podemse humilhar para conseguir um direito, definindo-se a responsabilidade de cada esfera de governo nesta área. Incorpora a concepção de mínimos sociais, exigindo a construção de uma ética em sua defesa, mostrando que a pobreza e a miséria não são solucionadas apenas com a concessão de benefícios. Vai estabelecer a descentralização político-administrativa entre os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com comando único na realização das suas ações, sendo fundamental a participação da população na formulação das políticas e no controle social. Apesar de ainda haverem fatores que dificultem a compreensão da assistência social como um direito. (Brasil, 1994).
O principal Benefício conquistado com a LOAS foi o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que prevê o pagamento de um salário mínimo mensal a pessoas com deficiência e aos idosos a partir dos 65 anos ou mais e que comprovem não possuir meios de se prover sua própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos previstos na Lei estão condicionados aos recursos da União, Estado, Municípios e Distrito cujo repasse será fundo a fundo.
Cria-se também o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) que passa a ter uma grande importância a partir de agora, pois terá como tarefa monitorar as ações da política de assistência social e aprovar a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), objeto de discussão do próximo subitem, normatizando suas ações e regulando a prestação de serviços tanto de natureza pública quanto privada na área da assistência social, zelar pela efetivação do sistema de descentralização, aprovar propostas orçamentárias da assistência social, dentre outras funções. Seus membros são nomeados pelo presidente da República tendo mandato de dois anos podendo ser prorrogado por mais dois.
 A regulamentação da LOAS significou um passo muito importante para Assistência Social no Brasil, mais não ficou somente nessa conquista, a partir dessa regulamentação novas necessidades foram surgindo e por isso viu-se a importância de criar uma Política Nacional para a área de assistência social, pois a LOAS é um instrumento legal que regulamentou os pressupostos trazidos na Constituição Federal, instituindo programas, serviços, benefícios e projetos destinados ao enfrentamento da questão social. A aprovação da Política Nacional de Assistência Social estabelece normas e critérios para organização da assistência social, que é um direito, e este exige definição de leis, normas e critérios objetivos. (BRASIL, 1994)
Essa estrutura legal vem sendo aprimorada desde 2003, a partir da definição do governo para estabelecer uma rede de proteção social, que faz cumprir as determinações legais. Dentre as iniciativas, destacamos a implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), instituída em 2004 conforme determinação da LOAS e da Política Nacional de Assistência Social. É o mecanismo que permite interromper a fragmentação que até então marcou as ações do setor e instituir, efetivamente, as políticas públicas da área e a transformação efetiva da assistência social em direito. (Brasil, 1994)
 A LOAS, Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, está sendo materializada através de um Sistema Único de Assistência Social ( SUAS), diante da aprovação da nova PNAS 2004. Este sistema, cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo, regula os serviços socioassistenciais em todo território nacional. Enquanto materialização da LOAS, o SUAS define e organiza elementos importantes para a execução das ações, consolidando princípios, diretrizes e objetivos, sendo um sistema articulado e integrado de ações com direção para a Proteção Social.
 O atendimento no SUAS é com centralidade na família, pois é nela que se encontram todo os segmentos, permitindo um atendimento na totalidade. Isto se dá tendo em vista a forte pressão que os processos de exclusão geram sobre as famílias, acentuando suas fragilidades e contradições. Ao tratarmos da execução no âmbito da LOAS percebeu que, tais medidas compõem o Sistema de Garantia de Direitos, favorecendo ao usuário e sua família o acesso aos serviços disponíveis na Assistência Social, organizações conveniadas e parcerias.
 A família é um espaço de socialização e proteção primária para seus membros, por isso, é primordial que seja centro prioritário de atenção para as ações de Assistência Social, independente dos formatos que assume, considerando que o sistema imposto na sociedade não dá condições humanas para uma vida cidadã.
 A sociedade está em movimento, é dinâmica, assim, a cada dia solicita novas formas. 
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) apresenta seis capítulos, orientados pelos princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
No capítulo VI trata da questão do financiamento da Assistência Social, que deverá contar com recursos da União, do Estado e do Município para o desenvolvimento da política. (www.planalto.gov.br)
Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comunitária (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970, de 22 de novembro de 1985, ratificado pelo Decreto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990, transformado no Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). (www.planalto.gov.br)
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos estabelecidos nesta lei far-se-á com os recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das demais contribuições sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal, além daqueles que compõem o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). (www.planalto.gov.br) 
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social nas 3 (três) esferas de governo gerir o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), sob a orientação e controle dos respectivos Conselhos Nacional de Assistência Social (CNAS) (Redação dada pela Lei nº 12435, de 2011). (www.planalto.gov.br)
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de publicação desta lei, sobre o regulamento e funcionamento do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). (www.planalto.gov.br)
§ 3º O financiamento da assistência social no SUAS deve ser efetuado mediante cofinanciamento dos 3 (três) entes federados, devendo os recursos alocados nos fundos de assistência social ser voltados à operacionalização, prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços, programas, projetos e benefícios desta política, fica incluído pela Lei nº 12.435, de 2011. (www.planalto.gov.br)
A Lei nº 12.435/11 tem por objetivo alterar a Lei nº 8.742/93, que dispõe sobre a organização da Assistência Social, onde a Presidente da República faz saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º os Arts. 2º, 3º, 6º, 12º, 13º, 14º, 15º, 16º, 17º, 20º, 21º, 22º, 23º, 24º, 28º e 36º da nº 8.742, de dezembro de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 2º A assistência social tem por objetivo:
I – a proteção social que visa à garantia da vida, à redução de danos e a prevenção da incidência de riscos, especialmente:
a) A proteção à família, maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
b) O amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) À promoção da integração ao mercadode trabalho;
d) A habilitação e a reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de beneficio mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família; 
Conforme a alteração na Lei nº 8742, de 1993 pela Lei 12.435, de 2011 correspondentes ao financiamento da Assistência Social.
Art. 28-A Constitui receita do Fundo Nacional de Assistência Social, o produto de alienação dos bens imóveis da extinta Fundação Legião Brasileira de Assistência. (Incluído pela medida provisória nº 2.187-13 de 2001). (www.planalto.gov.br)
A LOAS foca suas diretrizes de atendimento aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social e risco, protegendo as situações de ausência de renda, de autonomia e de convívio, independentemente de sua caracterização como pobre, indigente, carente ou necessitado, tendo seu direito de cidadania garantido pelas políticas públicas da assistência social. (Brasil, 2003) 
Sendo assim, a história da política social não termina com promulgação da LOAS, visto que esta Lei introduziu uma realidade institucional propondo mudanças estruturais e conceituais, garantindo a assistência social, saúde e previdência social como dever do Estado e direito aos cidadãos brasileiros.
Art.2° parágrafo único: A assistência social realiza-se de forma integrada ás políticas setoriais, visando o enfrentamento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos direitos sociais. (LEI 8.742, de 07.12.1993) (www.planalto.gov.br)
Um grande avanço na história brasileira, quanto á garantia dos direitos dos cidadãos, foi a aprovação da PNAS 2004, política pautado em critérios e objetivos que serão aprofundados no próximo item.
1.2.2. Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
É uma política pública que junto com as demais políticas setoriais consideram desigualdades sócio territoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, o provimento de condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos sociais. Foi construída para firmar a importância do estabelecimento de diretrizes que norteiam as ações da Assistência Social e ao mesmo tempo para estabelecer princípios e estratégias de ação. Segundo o qual seus destinatários saem das condições de “assistidos” para a de cidadãos de direito. Adotando estratégias de gestão calçadas no princípio de descentralização político administrativas, buscando a participação da população por meio de suas organizações representativas. Tendo com princípio.
Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitar, contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos que deles necessitar, contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistênciais básicos e especiais, em áreas urbanas e rurais assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária (PNAS, 2004-p19).
 O público dessa política são os cidadãos e grupos que se encontram em situações de risco. Ela significa garantir a todos, que dela necessitar, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. A Política de Assistência Social vai permitir a padronização, melhoria e ampliação dos serviços de assistência no país, respeitando as diferenças locais (Couto 1988, Yasbek e Raichelis, 2010).
A referida política propõe mecanismos de controle social, que na expectativa do Sistema Único de Assistência Social, passou a ressaltar o campo do monitoramento, avaliação e informação, trazendo novas tecnologias da informação e ampliando as possibilidades de comunicação, que são considerados meios estratégicos para melhor atuação no tocante ás políticas sociais e a nova concepção do uso da informação do monitoramento e da avaliação no campo da política da assistência social.
Tendo em vista que a política de Assistência Social sempre foi espaço privilegiado para operar benefícios, serviços, programas e projetos de enfrentamento à pobreza, considera-se a erradicação da fome componente fundamental nesse propósito. A experiência acumulada da área mostra que é preciso articular distribuição de renda com trabalho social e projetos de geração de renda com as famílias (PNAS, 2004-pg. 33)
O Ano de 2003 foi marcado pelo início do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Criou-se uma expectativa muito grande em relação a esse governo por se tratar da eleição de um partido político com forte apelo popular que pregava em seu discurso a democracia, e no qual se acreditava que poderia haver mudanças significativas para o Brasil. O país no momento da posse se encontrava num cenário de crise com a redução dos direitos sociais, desregulação financeira, constantes privatizações, todos esses processos herdados de mandatos anteriores, mas principalmente do governo de Fernando Henrique Cardoso. Esta realidade acabou dificultando o mandato do novo presidente, sendo dificultadas as mudanças num primeiro momento. (Ferreira, 2007). 
Ainda segundo a autora, apesar da crise foi diante deste contexto, que a assistência social começa a alcançar um novo patamar. Por meio do CNAS foi realizada em Brasília a IV Conferência Nacional de Assistência Social. Em 2004 se aprovou uma nova agenda política que diz respeito ao ordenamento da gestão participativa e descentralizada de assistência social no Brasil. Nessa conferência aprovou-se a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) a qual veio atender a principal deliberação da IV Conferência Nacional de Assistência Social que acorreu em dezembro de 2003. A presente Política Nacional de Assistência Social – PNAS buscou incorporar as demandas presentes na sociedade brasileira no que tange à responsabilidade política, objetivando tornar claras suas diretrizes na efetivação da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado. (PNAS, 2004).
Em 2004 a PNAS irá tratar a Política de Assistência Social como política de proteção social afiançadora de garantias, dentre outras a de que todos tenham uma forma monetária de sobrevivência:
A proteção social deve garantir as seguintes seguranças: Segurança de sobrevivência (de rendimentos e autonomia); de acolhida; e, convívio ou vivência familiar. A segurança de rendimentos não a garantia de que todos tenham uma forma monetária de garantir sua sobrevivência, independentemente de suas limitações para o trabalho ou do desemprego. È o caso de pessoas com deficiência, idosos, desempregados, famílias numerosas, famílias desprovidas das condições básicas para sua reprodução social em padrão digno e cidadã (PNAS 2004, www.mds.gov.br/assistenciasocial).
	Todavia a assistência social configura-se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo. (PNAS, 2004)
	Neste sentido, a Política Pública de Assistência Social marca sua especificidade no campo das políticas sociais, pois configura responsabilidades de Estado próprias a serem assegurados aos cidadãos brasileiros na consagração de direitos sociais, também determina política de caráter civilizatório presente na consagração de direitos. (PNAS, 2004)
Em conformidade com (Brasil, 1999) a Assistência Social como política de proteção social configura-se como uma nova situação para o País. Ela significa garantir a todos, que dela necessitar, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. Esta perspectiva significaria aportar quem, quantos, quais e onde estão os brasileiros demandatários de serviços e atenções de assistência social. Numa nova situação, não dispõe de imediato e pronto à análise de sua incidência. A opção que se construiu para exame da política de assistência social na realidade brasileira parte então da defesa de certo modo de olhar e quantificar a realidade, a partirde:
• Uma visão social inovadora, dando continuidade ao inaugurado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, pautada na dimensão ética de incluir “os invisíveis”, os transformados em casos individuais, enquanto de fato é parte de uma situação social coletiva; as diferenças e os diferentes, as disparidades e as desigualdades. (BRASIL, 1999)
• Uma visão social de proteção, o que supõe conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos, bem como os recursos com que conta para enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível. Isto supõe conhecer os riscos e as possibilidades de enfrentá-los. (BRASIL, 1999)
• Uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo que as circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo e dele em sua família são determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura macro social com a leitura micro social. (BRASIL, 1999)
• Uma visão social capaz de entender que a população tem necessidades, mas
também possibilidades ou capacidades que devem e podem ser desenvolvidas.
Assim, uma análise de situação não pode ser só das ausências, mas também das presenças até mesmo como desejos em superar a situação atual. (BRASIL, 1999).
• Uma visão social capaz de identificar forças e não fragilidades que as diversas situações de vida possuam. Tudo isso significa que a situação atual para a construção da política pública de assistência social precisa levar em conta três vertentes de proteção social: as pessoas, as suas circunstâncias e dentre elas seu núcleo de apoio primeiro, isto é, a família. A proteção social exige a capacidade de maior aproximação possível do cotidiano da vida das pessoas, pois é nele que riscos, vulnerabilidades se constituem. (BRASIL, 1999).
Sendo assim, diante do exposto e no âmbito da garantia do mínimo social por meio de ações e serviços à proteção social se divide em básica e especial de média e alta, conforme a complexibilidade das demandas. 
Desta forma, verifica-se que a proteção básica está voltada ao atendimento sobre as famílias, seus membros e indivíduos, em condições vulneráveis, mas que não tiveram os vínculos familiares e comunitários rompidos.
No que se refere á proteção especial, ao tratarmos de situações que se encaixam em um atendimento de média complexidade, consideramos a existência de violação de direitos, mas os vínculos familiares ainda estão preservados, ou seja, não foram rompidos.
 Quanto à alta complexidade, além da violação de direitos, os vínculos familiares se romperam, sendo o indivíduo retirado do seio de sua família e inserido em serviços de acolhimento. (PNAS 2004). 
Para desenvolver as referidas proteções em consonância com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) estabelece que os serviços de proteção básica sejam realizados de forma direta pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), uma unidade pública estatal, instalado nos municípios com finalidade de atender famílias, seus membros e indivíduos, cuja atuação deva se focar em trabalhos preventivos. 
 Os serviços oferecidos pelo CRAS têm objetivo de prevenir situações de vulnerabilidade de risco através do desenvolvimento de potencialidades, prevê a oferta de serviços, programas e projetos, locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias, conforme a situação de vulnerabilidade apresentada, aquisições, fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. Destina-se a população que vive em vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo ao acesso aos serviços públicos). Fragilização de vínculos afetivos relacionais e de pertencimento social, descriminação de gênero e tímicos, por idade, por deficiência. (Responsável por executar os serviços socioassitenciais no âmbito territorial e voltado ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade). São unidades de serviços de apoio socioassitenciais e fazendo encaminhamentos ás redes de proteção social, sendo referenciadas cerca de 5.000(cinco mil) famílias. 
 O CRAS deve se localizar nas áreas de maior vulnerabilidade social, próximo aos possíveis usuários dos serviços. Dessa forma, os municípios devem identificar os locais de maior risco social e neles implantar um CRAS, com isso, procura-se romper com as ações que são feitas de cima para baixo, pois as demandas existentes no território devem ser identificadas e levadas em conta no momento do planejamento das ações.
 No princípio de matricialidade familiar à família é o núcleo básico da acolhida, devendo ela ser apoiada e ter acesso a condições que lhe possibilite o sustento. A territorialização vai passar a reconhecer os diversos fatores sociais e econômicos que levam uma família a uma situação de vulnerabilidade e risco social, além de orientar a proteção social da Assistência Social na perspectiva do alcance da universalidade de cobertura aos indivíduos e famílias.
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), opera de forma descentralizada em corresponsabilidade com os municípios, mediante aporte técnico financeiro, faz a articulação da rede socioassistencial e integração das famílias, visando o enfrentamento as desigualdades através da oferta de serviços, programas, projetos benefícios de proteção social básica e ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Tem como público famílias em situação de vulnerabilidade social.
· Fortalecer a função protetiva da família é prevenir a ruptura dos seus vínculos, sejam estes familiares ou comunitários, contribuindo para melhoria da qualidade de vida nos territórios;
· Promover aquisições materiais e sociais, potencializando o protagonismo e autonomia das famílias e comunidade;
· Promover acesso aos serviços setoriais contribuindo para a promoção de direitos, apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de cuidados, espaços coletivos de escuta e troca de vivencia familiar.
 São prioritários no atendimento os beneficiários que atendem aos critérios de participação de programas de transferência de renda e benefícios assistenciais e pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de fragilidade. Suas ações são desenvolvidas por meio do trabalho social com famílias, apreendendo as origens, os significados atribuídos e as possibilidades de enfrentamento das situações de vulnerabilidade vivenciadas, contribuindo para sua proteção de forma integral.
 No que se refere à proteção social. A PNAS terá como princípios fundamentais a matricialidade sócio familiar; territorialização; proteção proativa; integração à seguridade social; integração às políticas sociais e econômicas. Vai indicar como garantias dessa proteção à segurança de acolhida, a segurança social de renda, a segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social, a segurança do desenvolvimento da autonomia individual, familiar e a segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais (NOB/SUAS, 2005).
A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS 2012) tem como principal objetivo de estratificar na Lei da LOAS as adequações nas alterações fundamentadas que sofreu no último ano focando nos 4 eixos estruturante do SUAS, as maiores alterações que são na Gestão do SUAS, o financiamento, o controle social e a rede socioassistencial. 
Uma nova versão da NOB/SUAS que foi publicada em 03 de janeiro de 2013 e representa um marco fundamental na estruturação do SUAS, imprimindo um salto qualitativo na sua gestão e na oferta de serviços socioassitenciais em todo o território nacional, tendo como base a participação e o controle social.
Esses 3 eixos que estrutura o sistema entendendo que não tem como fazer a Gestão da Política de Assistência Social se não for nesse modelo unificado que o sistema implementa a Norma Operacional Básica,de 2012, que vem fazer com que os Municípios aprimorem a Gestão do SUAS.
Nesta gestão da NOB/SUAS, de 2012 trazem as principais alterações, pois os municípios vão fazer um acordo que a norma chama de pacto de aprimoramento de gestão com o Governo Federal, no sentido de colocar no pacto quais são as ações que o município vai assumir com sistema Nacional qualificando a Gestão do SUAS no âmbito do território do município, onde vai receber um diagnóstico feito pelo sistema de acordo com a gestão que o município se encontra, gestão básica ou plena e de que forma será planejado suas ações para melhorar e qualificar seu atendimento em curto e médio prazo. A NOB/SUAS, de 2012 traz em seu pacto ainda onde os municípios farão uma assinatura eletrônica constando uma matriz, onde contém dados do diagnóstico do município e a capacidade instalada que se tem hoje, vai constar como e quando ele vai galgar os patamares de melhor nível de gestão. Essa matriz de aprimoramento de Conselho Municipal de Assistência Social vai aprovar, a partir daí o financiamento do município vai ser de acordo com o cumprimento ou não do pacto de aprimoramento de gestão. 
Uma das maiores inovações de gestão de aprimoramento da NOB/SUAS, onde seu objetivo é qualificar o serviço daquele município com maior eficiência e eficácia. 
A NOB/SUAS, de 2005 o financiamento era feito por piso já a NOB/SUAS, de 2012 tem com Lei que a partir de julho de 2013 estará disponível a assinatura eletrônica do pacto de aprimoramento de gestão onde o financiamento vai ser disponibilizado por blocos facilitando para a gestão do município, pois os pisos estando no bloco os municípios terão maior flexibilidade de gastar esse recurso, onde se encontra bloco de proteção básica e bloco de proteção especial, que estará inserido os recursos pisos, para cada serviço e ainda o bloco de gestão onde o recurso transferido para aprimorar a gestão SUAS. 
Esta nova versão passa a vigorar a partir de 03/01/2013. A Resolução CNAS nº 130, de 15 de julho de 2005, que aprovou a NOB/SUAS 2005 foi revogada pela Resolução CNAS nº33/2012 que aprova a NOB/SUAS 2012.
A Norma Operacional Básica do SUAS representa um estágio importante para a consolidação do SUAS e é produto de ampla discussão nacional com diversos segmentos do setor.
 Mapear e conhecer o território são elementos fundamentais para a atuação do CRAS, ou de qualquer instituição que execute um trabalho dentro de um determinado território. Para a execução de qualquer política pública é de extrema importância o conhecimento das particularidades e dos pontos mais vulneráveis do território, propondo um trabalho junto à rede socioassistencial. A apropriação e a identificação com o território por parte dos órgãos executores das políticas contribuirão grandemente com a redução dos impactos da violência na cidade e na efetivação das políticas públicas.
 A noção de território incorporada pela política territorialidade e, portanto, está obrigado a se adequar aos requisitos territoriais. Isso tem consequências concretas: uma delas, por exemplo, é de que estar habilitado a realizar a vigilância social, ou seja, dedicar-se, de forma continuada, a produção, sistematização de informações, indicadores e índices das territorialidades, das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem sobre famílias, a compreensão dessa dinâmica e ao monitoramento e avaliação dos padrões de serviços de assistência social (BRASIL, 2004), funções que demandam, naturalmente, espaços físicos e equipamentos compatíveis.
Nessa perspectiva de melhorias sociais dentro do território, espera-se que as políticas públicas façam valer o que lhe compete, como saber trabalhar com a diversidade, com princípios de cada cidadão. A identidade do território, que o longo dos anos passou a refletir de maneira diferente em cada ser humano. Diante dessa questão, almeja-se um maior desempenho dos setores institucionais para alcançar uma efetivação política que dê respaldo às relações cidadão/território5.
1.2.3. Sistema único de Assistência Social (SUAS)
 Dando continuidade aos avanços conquistados no campo da assistência social no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, tem-se a construção do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que representou uma grande mudança para a área no país. O marco inicial para a implementação do SUAS é julho de 2005, ocasião em que foi aprovada, por meio do Conselho Nacional de Assistência Social, a Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS).
O SUAS é um sistema não contributivo, descentralizado e participativo que regula e organiza os elementos contidos na Política Nacional de Assistência Social. Esse sistema vai apontar para uma ruptura com o assistencialismo, benemerência, ações fragmentadas e interesses eleitoreiros características de anos anteriores. 
Entende-se por SUAS: 
Conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios no âmbito da Assistência social prestado diretamente ou por meio de convênios como organizações sem fins lucrativos, por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. É modo de gestão compartilhada que divide responsabilidades para instalar, regular, manter e expandir as ações da assistência social (SPOSATI, 2006, p. 130).
 
Estabelece ainda como diretriz a centralidade da rede primária, da família para a concepção e da implementação da gestão de serviços (benefícios, serviços, programas e projetos), para assegurar a convivência familiar e comunitária. Conforme os dados da Pesquisa de Informações básicas, municipais 2013. As atividades predominantes nos municípios brasileiros são: 
· Visita domiciliar: 93,1%; 
· Atendimento sócio familiar: 89,68 
· Atendimento familiar: 89,3%; 
· Cadastramento socioeconômico: 88,4%; 
· Provisão de benefícios eventuais: 79,4%; 
· Atividade de geração de trabalho e renda: 77%; 
· Atividade de capacitação e preparação para o mundo do trabalho: 58,5%. 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) consiste na organização em todo território nacional das ações socioassitenciais e a hierarquização dos serviços por níveis de complexidade, porte dos municípios, estrutura uma rede de serviços específica e continuada e estabelece a gestão compartilhada. O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) tem o objetivo de identificar os problemas sociais, focando as necessidades de cada município, ampliando a eficiência dos recursos financeiros e da cobertura social.
 São eixos estruturantes da gestão do SUAS: a. precedência da gestão pública da política; b. alcance de direitos socioassistenciais pelos usuários; c. matricialidade sociofamiliar; d. territorialização e. descentralização político-administrativa; f. financiamento, partilhado entre os entes federados; g. fortalecimento da relação democrática entre estado e sociedade civil; h. valorização da presença do controle social; i. participação popular/cidadão usuário; j. qualificação de recursos humanos; k.iInformação, monitoramento, avaliação e sistematização de resultados (BRASIL, 2005, p.14). 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) ainda prevê a organização da Assistência Social em dois níveis de proteção, divididos em proteção social básica e Proteção social especial de média e alta6 complexidade. Enquanto que a proteção especial atua quando os direitos já foram violados. Ambos os níveis de proteção têm nas suas ações centralidade na família. “A ação da rede socioassistencial de proteção básica e especial é realizada diretamente por organizações governamentais ou mediante convênios, ajustes ou parcerias com organizações e entidades de Assistência Social” (BRASIL, 2005, p. 22). 
Nessa perspectiva, 
[...] o SUAS, deve voltar-se especialmente para um campo distinto das demais políticas sociais, ao implementar, desde medidas de transferência direta não-contributiva de valores materiais (no nosso caso o Bolsa Família) reforçando corretamente o protagonismo da população, até emancipação e autonomia dos segmentospopulacionais a ela vinculados (PAIVA, 2006, p.10)
Na atualidade brasileira, os cumprimentos dos direitos bem como as funções da Proteção Social básica e especial não se efetivam plenamente, fato que contribui para fragilizar o grupo familiar. Levando esta análise para um âmbito regional, percebemos que a realidade da cidade de São Paulo é apenas um recorte do que acontece em grande parte dos pais, retratando a existência de famílias com diversas situações econômicas e sociais.
Desta forma, as famílias, que são vítimas do processo de exclusão, não conseguem romper plenamente com este ciclo e não encontra muitas vezes nas 
Na árdua e lenta trajetória rumo à sua efetivação como política de direitos, permanece na Assistência Social, brasileira uma imensa fratura entre o anúncio do direito e sua efetivação, uma possibilidade de reverter o caráter cumulativo dos riscos e as possibilidades que permeiam a vida de seus usuários. (YASBEK,2004,p.26).
 
políticas públicas um subsídio suficiente para a mudança de sua realidade. O SUAS, vai implementar também o sistema de vigilância sócio assistencial que consistiu no desenvolvimento da capacidade e de meios de gestão que serão assumidos pelo órgão público gestor da assistência social para conhecer a presença de pessoas em situação de vulnerabilidade social, tendo como função a produção e sistematização de informações, a criação de indicadores e índices territorialidades das situações de vulnerabilidade. Esse sistema de vigilância sócio assistencial é responsável também por detectar as características das famílias.
 O SUAS consolida e garante à proteção Básica e a proteção Especial, a segunda divide-se em média a alta Complexidade, de acordo com o grau de proteção tem-se maior prioridade para desenvolver os serviços através de projetos, programas, benefícios e o principal a proteção social.
 O SUAS vai indicar a gestão compartilhada dos serviços, seu objetivo é transformar a política de Assistência Social em uma política federativa, havendo assim uma cooperação entre a União, Estados, Municípios e o Distrito Federal. Utilizando para realizar a gestão em todas essas áreas, fazendo desta gestão compartilhada instrumentos caracterizados como ferramentas de planejamento técnico e financeiro do SUAS e da PNAS, de 2004 nas três esferas do governo. Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Diante desta junção, promoveu-se a autonomia de cada município, que passou a ser responsável pelo seu monitoramento e diagnóstico, o qual aumentou e aproximou os cidadãos, que fazem parte de uma rede especifica para serem cuidados e atendidos quanto as suas demandas dentro do território.
Dentro da concepção do SUAS, cada órgão tem a sua função, em diferentes níveis: no nível federal a administração é realizada pela Secretaria Nacional de Assistência Social(SNAS), órgão do Ministério de Desenvolvimento Social(MDS), por intermédio do Departamento de Gestão do SUAS-Sistema Único de Assistência Social, Departamento de Proteção Social Básica, Departamento Social Especial, Departamento de Benefícios Assistenciais e Diretoria Executiva do FNAS; no estadual e municipal, a administração e realizada pelo Secretário de Desenvolvimento Social de Poder Executivo e Distrito Federal.
O plano Nacional de Assistência Social (Resolução n° 145 de 15/10/2004) traz em si uma proposta de criar uma gestão pública autônoma com a participação da sociedade civil para priorizar o atendimento a família e o território dos municípios brasileiros. Do mesmo modo a LOAS juntamente com a Constituição Federal destacam a participação da sociedade civil na formulação, na integração e nas ações visando a garantia da proteção social da população de maneira participativa. 
O SUAS tem como base primordial a prestação de Serviços Socioassitenciais, segundo a (NOB-SUAS,2005 p.33)
Considera o cidadão e a família não como objeto de intervenção, mas. Como sujeito protagonista da rede de ações e serviços abre espaços e oportunidades para o exercício da cidadania ativa no campo social, atuando sob o princípio da reciprocidade baseada na identidade e reconhecimento concreto, sustenta a auto-organização cidadão e da família no desenvolvimento da função pública. 
No ano de 2003, na IV Conferência Nacional de Assistência Social, ficou determinado uma nova implementação quanto aos serviços prestados aos cidadãos de todo território nacional, essas mudanças são para atender com maior eficácia níveis de complexidade, que consistem na Proteção Social Básica e na Proteção Social Especial de Média e Alta complexidade. 
A assistência Social no país ainda tem grandes desafios para sua materialização e efetividade, diante desta conjuntura em que vivemos muitas das propostas trazidas pelo SUAS, conforme apresentadas possuem ainda grandes dificuldades em sua implementação, conforme veremos a seguir.
 No entanto, tanto a PNAS quanto o SUAS são muito importantes e traz propostas interessantes, sendo preciso ir além, se necessário ir ao foco do problema para que problemas sociais e desigualdades sejam dissipados. Estas Políticas têm como objetivo alcançar e criar propostas e ações que visem o enfrentamento no âmbito do capitalismo, propondo a emancipação dos sujeitos.
1.3. Desafios e Avanços da política da Assistência Social
Ao abordarmos as políticas públicas de assistência social, seus avanços, e desafios, é imprescindível pontuar a concepção da qual se parte acerca das políticas públicas. As políticas públicas são compostas por políticas de cunho social e econômico e foram construídas ao longo do desenvolvimento da ordem burguesa, com a emergência do Estado-Nação, a partir do século XVI.
A transição de uma sociedade de organização feudal para a ordem burguesa teve no Estado um sujeito fundamental, que permitiu a territorialização da política, o controle monetário, a garantia de proteção à propriedade privada dos meios de produção e o disciplinamento brutal de homens “livres como pássaros” para a venda de sua força de trabalho à futura indústria capitalista. O Estado, desde sua origem, nasce voltado para o fortalecimento da nascente ordem burguesa e promove ações para a sua consolidação, (Marx, 1988).
Com o enfraquecimento da Ditadura Militar inicia-se a redemocratização do Brasil e a conquista da constituição de 1988 através das lutas dos movimentos sociais, trabalhadores e sindicatos, mas a partir dos anos 90 com a chegada do ideário neoliberal no país, as políticas sociais sofreram uma obstaculizasão e/ ou redirecionamento por parte do Estado, transferindo-as para o terceiro setor e se desresponsabilizando delas para se preocupar somente com as políticas econômicas.
 No Brasil quando se fala sobre a Reforma do Estado está se referindo ao processo iniciado com o mandato Presidencial de Collor. Neste período, começaram as tentativas de desregulamento aos direitos sociais inscritos na Constituição de 1988. Os argumentos utilizados para justificar a redução de direitos eram os de que o Estado entrara numa irreversível crise fiscal1.
Na Assistência Social, vetou-se a LOAS em 1990, desrespeitando a 
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1- Termo que se remete para o estudo de James O´Connor (1977), para o autor é produto do perigoso e contraditório papel que o Estado tentou desempenhar para obtê-lo níveis expressivos de desenvolvimento econômico. Isso exigiu que o Estado se comprometesse em garantir, simultaneamente, o equilíbrio entre as funções de acumulação e legitimação política. E a crise tem início, justamente, quando se torna evidente o encolhimento dos fundos públicos.
Constituição Federal de 1988. A Carta Magna insere a Assistência Social no conjunto do sistema de Seguridade Social e afirma como uma política pública, direito de todos, dever do Estado e da sociedade. Para que o artigo 203 tornasse política pública de Assistência Social, foi necessário ser vetado pelo governo Collor e após seu impeachment quando Itamar, em 1993 assume o governo e com as intensas mobilizações sociais, é sancionada a LOAS. Após

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