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INSUFIÊNCIA CARDÍACA O QUE É? A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade do coração de atuar adequadamente como bomba, quer seja por déficit de contração e/ou de relaxamento, comprometendo o funcionamento do organismo, e quando não tratada adequadamente, reduzindo a qualidade de vida e a sobrevida. Insuficiência cardíaca, também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, ocorre quando seu coração não está bombe- ando sangue suficiente para atender às necessidades do seu corpo. Como resultado, fluido pode se acumular nas pernas, pul- mões e em outros tecidos por todo o corpo. A insuficiência cardíaca se desenvolve quando a ação de contração ou a ação de relaxamento do coração é inadequada, nor- malmente devido à fraqueza ou rigidez do músculo cardíaco (ou ambos). Muitos problemas que afetam o coração podem causar insuficiência cardíaca. A maioria das pessoas não apresenta sintomas inicialmente e a falta de ar e a fadiga se agravam gradualmente ao longo de dias e meses. Pode haver acúmulo de líquido nos pulmões, no abdômen ou nas pernas. Normal- mente, os médicos suspeitam de insuficiência cardíaca com base nos sintomas, porém, normalmente são feitos exames, como ecocardiograma (ultrassom do coração), para avaliar a função cardíaca. A função do coração é bombear sangue. O bombeamento move líquidos de um local para outro. Com o coração, O lado direito do coração bombeia o sangue das veias para os pulmões. Já o lado esquerdo bombeia o sangue que sai dos pulmões pelas artérias para o restante do corpo. O sangue sai do coração quando o músculo cardíaco se contrai (durante a sístole) e entra no coração quando o músculo car- díaco relaxa (durante a diástole). A insuficiência cardíaca se desenvolve quando a ação de contração ou relaxamento do cora- ção é inadequada, normalmente devido à fraqueza ou rigidez do músculo cardíaco (ou ambos). Como resultado, o sangue pode não sair do coração em quantidades adequadas. Também pode haver acúmulo de sangue nos tecidos, o que causa con- gestão. É por esse motivo que a insuficiência cardíaca também é conhecida como insuficiência cardíaca congestiva. O acúmulo de sangue que entra no lado esquerdo do coração provoca congestão pulmonar e dificuldade respiratória. O acú- mulo de sangue proveniente do lado direito do coração provoca congestão e acúmulo de líquidos em outras partes do corpo, como nas pernas e no fígado. Em geral, ambos os lados do coração são em certo grau afetados pela insuficiência cardíaca. Todavia, um dos lados pode ser mais afetado do que o outro. Nesses casos, a insuficiência cardíaca pode ser descrita como insuficiência cardíaca direita ou insuficiência cardíaca esquerda. Na insuficiência cardíaca, o coração não pode bombear sangue suficiente para atender à necessidade do corpo por oxigênio e nutrientes, que são fornecidos pelo sangue. Consequentemente, os músculos dos braços e pernas podem se cansar mais rapi- damente e os rins podem não funcionar normalmente. Os rins filtram líquidos e resíduos presentes no sangue, que são des- pejados na urina, porém, quando o coração não consegue bombear apropriadamente, os rins funcionam de forma incorreta e não conseguem remover o excesso de líquido do sangue. Assim, ocorre aumento da quantidade de líquido na corrente san- guínea, o que aumenta a carga de trabalho do coração debilitado, estabelecendo-se um círculo vicioso. Assim, a insuficiência cardíaca agrava-se ainda mais. TIPOS: Pode ser considerada sistólica, quando existe déficit de contração e/ou diastólica, na presença de alteração de relaxamento das câmaras cardíacas, além disso, pode acometer os ventrículos esquerdo e/ou direito. Existem dois tipos principais de insuficiência cardíaca: Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER - às vezes chamada de insuficiência cardíaca sistólica): O coração se contrai com menos força e bombeia para fora uma porcentagem menor do sangue do que retorna a ele. Como resultado, mais sangue permanece no coração. O sangue, então, acumula-se nos pulmões, veias ou ambos. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP - às vezes chamada de insuficiência cardíaca diastólica): O coração torna-se enrijecido e não relaxa normalmente após sua contração, o que prejudica sua capacidade de se encher de sangue. O coração se contrai normalmente, então é capaz de bombear uma quantia normal de sangue para fora dos ventrículos. Algumas vezes, o coração rígido compensa seu preenchimento inadequado bombeando uma quantidade de sangue ainda maior do que normalmente faz. No entanto, por fim, como na insuficiência cardíaca sistó- lica, o sangue que retorna ao coração se acumula nos pulmões ou nas veias. RESPOSTAS DO CORPO Respostas hormonais A primeira resposta do corpo ao esforço, inclusive o provocado por uma insuficiência cardíaca, é a liberação dos hormônios de “luta ou fuga”, como adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina). Esses hormônios podem, por exemplo, ser liberados imediatamente após um ataque cardíaco danificar o coração. A adrenalina e a noradrenalina fazem com que o cora- ção passe a bombear sangue de modo mais rápido e enérgico. Elas contribuem para aumentar a quantidade de sangue bom- beada pelo coração (débito cardíaco), às vezes até um valor normal, ajudando, dessa forma, a compensar inicialmente a inca- pacidade de bombeamento. Pessoas que não têm doenças cardíacas normalmente são beneficiadas pela liberação desses hormônios em situações em que o coração precisa realizar temporariamente um esforço maior. No entanto, em pessoas com insuficiência cardíaca crô- nica, essa resposta hormonal aumenta a demanda de um coração já lesionado. Em longo prazo, essas demandas maiores le- vam à deterioração adicional da função cardíaca. Respostas renais Outro dos principais mecanismos de compensação do corpo para o fluxo sanguíneo reduzido na insuficiência cardíaca é o aumento da quantidade de sal e de água retidos pelos rins. A retenção de sal e de água, em vez de sua excreção na urina, aumenta o volume de sangue na corrente sanguínea e ajuda a manter a pressão sanguínea. No entanto, o maior volume de sangue também estende o músculo cardíaco, aumentando as câmaras do coração, em particular os ventrículos. Em um pri- meiro momento, quanto mais o músculo cardíaco se estende, mais energicamente ele se contrai, o que melhora a função cardíaca. No entanto, após um certo período de distensão, esta já não contribui para função cardíaca, pois enfraquece con- trações do coração (como quando um elástico é esticado demais). Consequentemente, ocorre agravamento da insuficiência cardíaca. Além disso, a retenção de sal e água aumenta a congestão de líquidos nos órgãos como pulmões, causando piora dos sintomas de insuficiência cardíaca. Aumento do tamanho do coração Outro mecanismo importante de compensação é o espessamento das paredes musculares dos ventrículos (hipertrofia ventri- cular). Quando um esforço mais intenso é exigido do coração, ocorrem espessamento e distensão das paredes cardíacas, se- melhante ao que acontece com os músculos do bíceps após meses de treino com halteres. No início, o aumento de tamanho permite que o coração mantenha o volume de sangue que bombeia para fora (débito cardíaco). No entanto, o coração au- mentado e/ou espessado acaba se enrijecendo, causando ou piorando a insuficiência cardíaca. SINTOMAS: Os sintomas da insuficiência cardíaca podem surgir subitamente, sobretudo quando causados por um ataque cardíaco. Entre- tanto, a maioria das pessoas não apresenta qualquer sintoma quando o coração começa a desenvolver problemas. Os sinto- mas surgem gradualmente e podem levar dias a meses ou anos. A insuficiência cardíaca pode estabilizar durante determina- dos períodos, mas geralmente progride de forma lenta e insidiosa. Alguns sintomas comuns são Falta de ar Fadiga Acúmulode líquidos (edema) nas pernas Incapacidade de realizar exercícios ou outras atividades que exijam esforço Em idosos, a insuficiência cardíaca também pode causar sintomas indefinidos como sonolência, confusão e desorientação. A gravidade da insuficiência cardíaca é normalmente classificada com base em quão bem a pessoa é capaz de realizar ativi- dades cotidianas. A classificação da Associação do Coração de Nova Iorque (New York Heart Association, NYHA) continua sendo uma ferramenta importante para as pessoas e seus cuidadores entenderem a gravidade da doença e seu impacto so- bre a sua vida. Sintomas de insuficiência cardíaca direita O principal sintoma de insuficiência cardíaca direita é o acúmulo de líquidos que causa inchaço (edema) nos pés, tornozelos, pernas, região lombar, fígado e abdômen. Os locais onde o líquido se acumula dependem da quantidade de líquido exce- dente e dos efeitos da gravidade. Quando a pessoa está em pé, o líquido se acumula nas pernas e nos pés. Quando a pessoa está deitada, o líquido acumula-se, geralmente, na região lombar. Se a quantidade de líquido excedente for grande, ele tam- bém se acumula no abdômen. O acúmulo de líquido no fígado ou no estômago pode provocar náuseas e perda de apetite. A insuficiência cardíaca direita grave pode resultar em perda de peso e de massa muscular. Esse quadro clínico é denominado caquexia cardíaca. Sintomas de insuficiência cardíaca esquerda A insuficiência cardíaca esquerda provoca acúmulo de líquido nos pulmões e, consequentemente, falta de ar. Inicialmente, a falta de ar só ocorre durante o esforço, mas, à medida que a insuficiência cardíaca avança, a falta de ar passa a ocorrer com menor esforço e, por fim, até mesmo em repouso. Pessoas com insuficiência cardíaca esquerda grave podem sentir falta de ar quando deitadas (um quadro clínico chamado ortopneia), uma vez que a gravidade faz com que mais líquido entre nos pulmões. Essas pessoas muitas vezes acordam ofegantes ou com chiado ao respirar (um quadro clínico chamado dispneia paroxística noturna). Quando se sentam, parte do líquido é drenada para a parte inferior dos pulmões, o que facilita a respi- ração. Pessoas com insuficiência cardíaca esquerda sentem-se cansadas e debilitadas durante atividades físicas porque seus músculos não estão recebendo sangue suficiente. Sintomas de insuficiência cardíaca grave Quando a insuficiência cardíaca está avançada, pode se desenvolver respiração de Cheyne-Stokes (respiração periódica). Nesse padrão respiratório incomum, a pessoa respira rapidamente e profundamente, depois mais lentamente e, então, para de respirar por alguns segundos. A pessoa, então, começa a respirar de forma mais rápida e profunda, repetindo irregular- mente esse padrão uma ou duas vezes por minuto durante um determinado período. A respiração de Cheyne-Stokes desen- volve porque o fluxo sanguíneo para o cérebro é reduzido e as áreas do cérebro que controlam a respiração, portanto, não recebem oxigênio suficiente. A respiração de Cheyne-Stokes é considerada uma forma de apneia do sono central. A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório diferente e mais comum que pode ocorrer em pessoas com insufici- ência cardíaca porque a obesidade, que é um importante fator de risco para apneia obstrutiva do sono, é muito comum em pessoas com insuficiência cardíaca. Além disso, pessoas com insuficiência cardíaca acumulam excesso de líquido ao redor da garganta, especialmente quando estão deitadas. Esse líquido pode bloquear (obstruir) parcialmente as vias aéreas durante o sono, quando ocorre relaxamento das vias aéreas superiores. A obstrução das vias aéreas interrompe o sono, resultando em sonolência durante o dia. Edema pulmonar agudo é um acúmulo repentino de grande quantidade de líquido nos pulmões. Ele causa dificuldade respi- ratória extrema, respiração acelerada, pele azulada e sensações de inquietação, ansiedade e asfixia. Algumas pessoas têm espasmos graves das vias aéreas (broncoespasmo) e apresentam chiado ao respirar. O edema pulmonar agudo é uma emer- gência de risco à vida que pode ocorrer quando pessoas com insuficiência cardíaca desenvolvem pressão arterial muito alta, têm um ataque cardíaco, ou, às vezes, simplesmente param de tomar seus medicamentos para insuficiência cardíaca ou inge- rem alimentos salgados. Coágulos de sangue podem se formar nas câmaras do coração quando este estiver seriamente lesionado. Os coágulos sanguí- neos podem se formar porque o fluxo sanguíneo no interior das câmaras cardíacas torna-se mais lento. Os coágulos podem se desprender (convertendo-se em êmbolos) e viajar pelo fluxo sanguíneo, obstruindo parcial ou totalmente uma artéria em qualquer parte do corpo. Quando um coágulo obstrui uma artéria do cérebro, pode ocorrer um acidente vascular cerebral. Depressão e redução da função mental são comuns em pessoas com insuficiência cardíaca grave, particularmente em idosos, e esse quadro clínico exige avaliação e tratamento cuidadosos. ECG Quase sempre é feito um eletrocardiograma (ECG) para determinar se o ritmo cardíaco está normal, se as paredes dos ventrí- culos estão mais espessas e se a pessoa sofreu um ataque cardíaco. O objetivo é ver se há alguma falha na condução elétrica pelo coração. Ou seja, se existem bloqueios ou partes do músculo que não estão se movendo como deveriam, o que pode sinalizar problemas cardíacos. O eletro é muito utilizado para flagrar arritmias e taquicardias ou bradicardias, quando o peito bate rápido ou devagar demais, respectivamente. Mas é um teste inicial. Ou seja, ele aponta possíveis suspeitas, que devem ser confirmadas com outros exa- mes. Como é feito um ECG Para realizar o ECG, um examinador coloca eletrodos (sensores redondos e pequenas que aderem à pele) nos braços, pernas e tórax da pessoa. Esses eletrodos não contêm agulhas e são indolores. Se houver pelos espessos presentes, as áreas nas quais os eletrodos são aplicados podem ter que ser depiladas primeiro. Esses eletrodos medem a magnitude e a direção das correntes elétricas no coração durante cada batimento cardíaco. Os elétrodos são ligados por cabos a uma máquina que pro- duz um registro (traçado) para cada eletrodo. Cada traço mostra a atividade elétrica do coração a partir de ângulos diferen- tes. No ECG são produzidos esses traços. O ECG leva cerca de três minutos e não tem riscos. Resultados normais Ritmo sinusal, frequência cardíaca de 71 batimentos por minuto. Eixo de ativação elétrica ventricular aproximado de 60º. Intervalo PR de 0,16 segundos, intervalo QT de 0,38 segundos. Ausência de arritmias, sobrecargas ou isquemias agudas importantes. ECOCARDIOGRAMA Ecocardiograma transtorácico (ETT): é o tipo mais comum. Imagens do coração são obtidas conforme o médico move o aparelho para locais diferentes do peito ou parede abdominal Acompanhar e diagnosticar cardiopatias congênitas, bem como observar os efeitos de uma cirurgia feita para o trata- mento dessas doenças Checar o funcionamento do coração após um infarto Identificar as causas de insuficiência cardíaca Diagnosticar doenças do pericárdio Para acompanhamento do feto durante a gravidez. Um ecocardiograma, que usa ondas sonoras para produzir uma imagem do coração, é um dos melhores procedimentos para a avaliação da função cardíaca, incluindo a capacidade de bombeamento do coração e o funcionamento das vál- vulas cardíacas. O ecocardiograma pode indicar: Se houve enrijecimento das paredes cardíacas e se essas são capazes de relaxar normalmente Se as válvulas funcionam normalmente Se as contrações ocorrem normalmente Se há contração anormal em alguma área do coração A ecocardiografia pode ajudar a determinar se a insuficiência cardíaca é devida à disfunção sistólica ou diastólica, pois per- mite que os médicos estimem a espessura e a rigidez das paredes do coração e sua fração de ejeção.A fração de ejeção, uma importante medida da função cardíaca, indica a porcentagem de sangue bombeada pelo coração a cada batimento. Um ven- trículo esquerdo normal ejeta cerca de 55 a 60% do sangue de seu interior. Se a fração de ejeção for baixa (menos de 40%), a insuficiência cardíaca sistólica é confirmada. Se a fração de ejeção for normal ou alta em uma pessoa com sintomas de insufi- ciência cardíaca, a insuficiência cardíaca diastólica é mais provável. As ondas de ultrassom são emitidas por uma sonda que emite e detecta ondas de ultrassom (transdutor). Na maioria das ve- zes, o transdutor é portátil e é colocado no tórax sobre o coração. O examinador coloca gel no tórax sob o transdutor para ajudar a transmitir as ondas sonoras no tórax. O transdutor é conectado a um computador que exibe uma imagem em um monitor e a armazena como imagem digital. Ao variar o posicionamento e ângulo do transdutor, os médicos podem visualizar o coração e os grandes vasos sanguíneos adjacentes de vários ângulos e, assim, obter uma imagem precisa da estrutura e função do coração. Durante várias partes do exame, as pessoas terão que prender a respiração por cerca de dez segundos para garantir a obtenção de imagens nítidas. O ecocardiograma é indolor e leva de 20 a 30 minutos. Pode ser utilizado um ecocardiograma transesofágico se os médicos precisarem obter maior clareza para analisar a aorta ou estruturas na parte de trás do coração (particularmente no átrio esquerdo ou ventrículo esquerdo). Para esse procedimento, um tubo pequeno flexível com um transdutor de ultrassom na extremidade é inserido pela garganta da pessoa até seu esô- fago para que fique precisamente atrás do coração. Como esse procedimento é desconfortável, a pessoa é sedada e a gar- ganta anestesiada com um vaporizador anestésico. Também se utiliza o ecocardiograma transesofágico quando o ecocardio- grama regular for difícil de realizar em decorrência de obesidade, distúrbios pulmonares ou outros problemas técnicos ou quando os médicos estiverem procurando doenças específicas, como endocardite da válvula mitral ou da válvula aórtica ou um coágulo no coração. Resultados normais: coeficientes de correlação de Pearson (grau da correlação entre duas variáveis de escala métrica) de 0,94 para espessura do septo e diâmetro diastólico do VE; 0,92 para espessura da parede posterior e 0,89 para diâmetro sistólico do VE. EXAMES LABORATORIAIS Exames Laboratoriais: Visam identificar e quantificar condições clínicas associadas. Exames básicos: Hemograma, glicemia, crea- tinina, sódio, potássio e urina-rotina. Hemoglobina Hematrócrito Leucócito Plaquetas Sódio Potássio Ureia Creatinina Protrombina Tromboplastina Sorologia para sífilis Exame de urina: proteinúria VALVOPATIAS Os sintomas das valvulopatias são a presença de sopros no coração, fadiga, falta de ar, dor no peito ou inchaço. Muitos indiví- duos têm valvulopatias, mas não apresentam sintomas, nem têm qualquer tipo de problema cardíaco. Porém, em outros indiví- duos, a valvulopatia pode piorar lentamente ao longo da vida, provocando problemas cardíacos graves como insuficiência cardí- aca, derrame, coágulos sanguíneos ou morte súbita por parada cardiorrespiratória. O objetivo do tratamento das valvulopatias é reduzir a evolução da insuficiência cardíaca e prevenir complicações. O médico cardiologista é o especialista indicado para diagnosticar e indicar o melhor tratamento para o indivíduo com valvulopatia. VALVULOPATIA AÓRTICA A valvulopatia aórtica é uma lesão na válvula aórtica, localizada no lado esquerdo do coração, que permite a passagem de san- gue entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta. Os sintomas da doença vão piorando ao longo do tempo, sendo que nas fases iniciais podem ser palpitações e falta de ar, enquanto nas fases mais avançadas pode surgir insuficiência cardíaca, dificuldade para respirar, perda de consciência, angina de peito e náuseas. O tratamento consiste em repouso, alimentação sem sal e uso de remédios diuréticos, digitálicos e antiarrítmicos. Nos casos mais graves, pode ser necessário a cirurgia para substituir a válvula aórtica. VALVULOPATIA MITRAL A valvulopatia mitral é a mais comum e surge devido a lesões na válvula mitral, que se localiza entre o ventrículo e a aurícula esquerda do coração. Os sintomas mais comuns desta doença podem ser sensação de falta de ar, tosse, fadiga, náuseas, palpita- ções e aparecimento de inchaço nos pés e pernas. Alguns medicamentos como diuréticos, anticoagulantes, antibióticos e antiarrítmicos estão indicados no tratamento da doença pois regularizam a frequência e a função cardíaca. A reparação da válvula danificada através de cateterismo cardíaco e a substi- tuição cirúrgica da válvula por uma prótese, podem ser usadas como tratamento nos casos mais graves. VALVULOPATIA PULMONAR A valvulopatia pulmonar surge devido a lesões na válvula pulmonar que se localiza no lado direito do coração e que permite a passagem de sangue do coração para o pulmão. Esta doença é menos frequente e normalmente deve-se a defeitos cardíacos de nascença. Os sintomas da doença só surgem em estados avançados e podem ser inchaço das pernas, cansaço muscular, falta de ar e episó- dios de paragem do coração. O tratamento consiste sempre em cirurgia para tratar a lesão ou substituir a válvula. VALVULOPATIA TRICÚSPIDE A valvulopatia tricúspide ocorre na válvula tricúspide localizada entre o ventrículo e a aurícula direita que permite a passagem de sangue entre estes dois locais do coração. As valvulopatias tricúspides normalmente surgem devido a infecções como febre reumática ou endocardite e a hipertensão arterial pulmonar. Os sintomas mais comuns desta doença são aumento do peso, inchaço das pernas, dor de barriga, cansaço e, em casos mais avançados, sensação de falta de ar, palpitações e angina do peito. O seu tratamento consiste no uso de medicamentos diuréti- cos, antibióticos e, em casos graves, pode ser necessária cirurgia para reparar ou substituir a válvula.
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