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Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas .Processamento e apresentação de antígenos extracelulares e intracelulares. • Mecanismos de processamento de antígenos: o Chamamos de processamento antigênico, pois a geração de peptídeos de um antígeno intacto, inclui a modificação da proteína nativa. o A apresentação deste peptídeo na superfície celular pela molécula de MHC/HLA é chamada de apresentação antigênica. o MHC é o complexo principal de histocompatibilidade, com importante função nas respostas imunes contra tecidos transplantados. Refere-se a uma região no genoma. o Em humanos, o MHC chama-se HLA (human leukocyte antigen), fornece a identidade dos indivíduos (somente gêmeos monozigóticos possuem HLA idêntico. • Função das moléculas de HLA: apresentar peptídeos para os linfócitos o Nas respostas imunes mediadas por células, os macrófagos apresentam os antígenos de microrganismos fagocitados para células T efetoras, que respondem ativando os macrófagos para matar os microrganismos. o Nas respostas imunes humorais, os linfócitos B internalizam as proteínas antigênicas e apresentam peptídios derivados destas proteínas para células T auxiliares. o Todas as células nucleadas são capazes de apresentar peptídios derivados de proteínas antigênicas citossólicas para CTL CD8 +. o Outros tipos de células que expressam moléculas do MHC de classe II e podem apresentar antígenos a células T incluem as células endoteliais e algumas células epiteliais. • Observação: o Linfócitos B reconhecem antígenos nativos, por ex: proteínas de superfície do patógeno não-processado o Linfócitos T reconhecem antígenos processados, por ex: peptídeos. • Base do reconhecimento de antígenos: o Células devem apresentar antígenos (epitopos) para os linfócitos; o Linfócitos T devem apresentar receptores (TCR) para reconhecer os epitopos; o Existe variabilidade genética (polimorfismo) nos receptores para garantir o reconhecimento e diferenciação de antígenos próprios/não-próprios. • Propriedades Gerais das Moléculas do MHC: o Cada molécula do MHC é constituída por uma fenda de ligação a peptídios extracelulares, seguida de domínios tipo imunoglobulina (Ig) e domínios transmembrana e citoplasmáticos. o Os resíduos de aminoácidos polimórficos de moléculas do MHC estão localizados no interior e nas adjacências da fenda de ligação do peptídio. o Os domínios tipo Ig não polimórficos das moléculas do MHC contêm locais de ligação para as moléculas CD4 e CD8 das células T. As células T auxiliares CD4 + reconhecem moléculas do MHC da classe II que apresentam peptídios, ao passo que as células T CD8 + reconhecem moléculas do MHC da classe I com peptídios ligados. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • As Moléculas do MHC da Classe I o As moléculas da classe I são compostas por duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não covalente, por uma cadeia α (ou cadeia pesada) de 44 a 47 kD codificada no MHC e uma por uma subunidade de 12 kD não codificada no MHC chamada de microglobulina β2. o Cada cadeia α está orientada de modo que cerca de três quartos do polipeptídio é extracelular, um curto segmento hidrofóbico atravessa a membrana plasmática e os resíduos carboxiterminais ficam localizados no citoplasma. o A molécula da classe I totalmente montada corresponde a um trímero constituído por uma cadeia α, uma microglobulina β2 e um peptídio ligado, e a expressão estável das moléculas da classe I nas superfícies celulares requer a presença dos três componentes do complexo trimérico. • Moléculas do MHC da Classe II o As moléculas do MHC da classe II são compostas por duas cadeias polipeptídicas não covalentemente associadas, uma cadeia α de 32 a 34 kD e uma cadeia β de 29 a 32 kD. Ao contrário das moléculas da classe I, os genes que codificam ambas as cadeias de moléculas da classe II são polimórficos e estão presentes no lócus do MHC. o Quatro cadeias da base da fenda e uma das paredes de α-hélice são formadas pelo segmento α1, e as outras quatro cadeias da base e a segunda parede são formadas pelo segmento β1. Os resíduos polimórficos estão localizados nos segmentos α1 e β1, dentro e em torno da fenda de ligação do peptídio, tal como nas moléculas da classe I. o A molécula da classe II totalmente montada corresponde a um trímero constituído por uma cadeia α, uma cadeia β e um peptídio antigênico ligado, e a expressão estável das moléculas da classe II na superfície das células requer a presença de todos os três componentes do trímero. • Estrutura da molécula de MHC classe 1 Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas o MHC I apresentam peptídeos (8-10 aminoácidos), gerados no citoplasma para os linfócitos T CD8+. • Estrutura da molécula de MHC classe 2 o MHC II apresentam peptídeos (13-17 aminoácidos) degradados em vesículas celulares para linfócitos T CD4+. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • Restrição de linfócitos T pelo MHC o Linfócitos T reconhecem, APENAS,antígenos estranhos, complexados ao MHC do próprio indivíduo, para prosseguir com a resposta imune. o Quando um camundongo é infectado por um vírus, células T CD8+ específicas para o vírus são ativadas e se diferenciam em CTLs no animal. Quando a função dessas células é analisada in vitro, vê-se que reconhecem e matam as células infectadas pelo vírus somente se essas células expressam moléculas MHC que são expressas no animal do qual os CTLs foram extraídos. Portanto, as células T devem ser específicas não somente para o antígeno, como também para as moléculas do MHC, e o reconhecimento antigênico pela célula T é restrito pelas moléculas do MHC que a célula T “enxerga”. Estudos subsequentes estabeleceram que o reconhecimento de antígenos por CTLs CD8+ é restrito por moléculas do MHC de classe I, enquanto as respostas dos linfócitos T CD4+ aos antígenos são restritas por moléculas do MHC de classe II. o Uma única célula T pode reconhecer um peptídeo específico exibido por apenas uma em meio a um amplo número de diferentes moléculas do MHC existentes. Esse fenômeno é chamado restrição do MHC. o Os receptores antigênicos das células T reconhecem ambos, peptídeo antigênico e moléculas do MHC, sendo o peptídeo responsável pela especificidade fina do reconhecimento antigênico e os resíduos de MHC respondendo pela restrição das células T ao MHC. Uma parte do peptídeo ligado é exposta a partir da abertura superior da fenda da molécula de MHC, e as cadeias laterais de aminoácidos desta porção do peptídeo são reconhecidas pelos receptores antigênicos das células T específicas. O mesmo receptor da célula T também interage com resíduos polimórficos das α-hélices da própria molécula de MHC. De maneira previsível, variações no antígeno peptídico ou na fenda de ligação ao peptídeo da molécula de MHC irão alterar a apresentação do peptídeo ou seu reconhecimento pelas células T. De fato, é possível aumentar a imunogenicidade de um Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas peptídeo incorporando a este um resíduo que fortaleça sua ligação às moléculas do MHC comumente herdadas em uma população. o Como as moléculas do MHC podem se ligar somente a peptídeos, contudo a maioria dos antígenos são proteínas grandes, é necessário haver um mecanismo pelo qual essas proteínas sejam quebradas em peptídeos capazes de se ligar às moléculas do MHC.
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