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Gabriela de Godoy Semiologia 1 HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE Os hormônios são substancias fisiologicamente ativas secretadas no sangue pelas glândulas endócrinas. Glândulas endócrinas: hipófise, tireoide, paratireoide, supra-renal, ilhotas pancreáticas, ovários e testículos. Distúrbios das Glândulas endócrinas Hipofunção glandular: baixa ou ausência de produção hormonal; Hiperfunção: aumento da secreção hormonal. Primária: se acometimento da glândula periférica. Central: secundária (hipófise) ou terciária (hipotálamo). HIPOTÁLAMO Os neurônios hipotalâmicos secretam hormônios polipeptídicos estimulantes e inibidoras da adenohipófise, além de ADH e ocitocina. Os hormônios liberadores de hormônios produzidos nas áreas hipotalâmicas são: GHRH, TRH, GnRH e CRH. Os núcleos supra – ópticos e paraventriculares originam as fibras nervosas que terminam no lobo posterior da hipófise. HIPÓFISE Localiza-se na base do crânio, numa estrutura escavada no esfenoide (sela túrcica), dividida em adeno e neuro – hipófise. Os hormônios produzidos pela adeno – hipófise são: hormônio de crescimento ou somatotropina (GH), a prolactina (PRL), o hormônio corticotrófico (ACTH), os hormônios gonadotróficos (FSH e LH) e hormônio tireotrófico (TSH). 1) GH Polipeptídio sintetizado pelas células somatotróficas. Cartilagens de crescimento e fígado vão ter receptores para GH. É fundamental para o crescimento, em função de seus efeitos sobre o metabolismo e a proliferação de cartilagens. Efeito indireto do GH: se liga ao fígado e produz IGF1 -> que vão se ligar as células periféricas -> por isso os órgãos internos também crescem. Crianças com doenças no fígado pode não produzir IGF1 adequadamente -> deficiência de crescimento sem deficiência de GH, ou seja, não adianta dar GH para a criança pois não vai funcionar, tem que tratar o fígado. 2) PRL Sintetizadas nas células lactotróficas. Gabriela de Godoy Semiologia 2 O hipotálamo inibe a prolactina a partir da Dopamina; O TRH estimula a prolactina quando estiver alto. Gravidez e lactação = aumento 50%. 3) ACTH São derivados de um pró – hormônio (POMC – pró – opiomelanocortina) que quando ativados por clivagem proteolítica gera o ACTH, o MSH e os opiáceos (endorfinas e encefalinas). O ACTH se liga a receptores das células do córtex suprarrenal, induzindo a secretar os corticosteroides. Hipotálamo libera CRH que vai estimular a POMC (pró-hormônio) -> estimula a liberação de ACTH e MSH (dá a pigmentação na pele). ACTH estimula a liberação de cortisol na adrenal. Baixo cortisol = alta pigmentação da pele. Aumento ACTH = aumento andrógeno = aumento de pelo em mulheres. Aumento dos mineralocorticoides = aumento da pressão. 4) Hormônios Gonadotróficos Secretam hormônios FSH e LH. O FSH estimula o desenvolvimento folicular no ovário e a gametogênese no testículo. O LH na mulher promove a luteinização do folículo e no homem, estimula a função das células e Leydig. A secreção do FSH e LH é estimulada por um decapeptídeo de origem hipotalâmica denominado hormônio estimulante de gonadotropinas GnRH. 5) TSH A regulação do hormônio tireotrófico é feita por um tripeptídeo hipotalâmico, denominado TRH. EXAME CÍNICO Síndromes de hipofunção: Nanismo (GH); Insuficiência SR (ACTH) Puberdade atrasada (GnRH) Síndrome de Sheehan (FSH e LH) DI (ADH) Síndromes de hiperfunção: Acromegalia e gigantismo (GH) Síndrome de Cushing (excesso de cortisol ACTH) Síndromes hiperprolactinêmicas Puberdade precoce Gabriela de Godoy Semiologia 3 a) Gigantismo e Acromegalia Na criança, a hiperprodução de GH e a produção excessiva de IGF-I (somatomedina) provocam o crescimento exagerado, mas harmônico, com aumento da estatura e sem sinais clínicos característicos (gigantismo). No adulto, instala-se a acromegalia, que tem evolução lenta, primeiros sinais, em média, 10 anos entre o aparecimento dos primeiros sinais e a procura do médico. Fáceis acromegálica. Voz rouca e arrastada. Crescimento extremidades e partes moles (dedos de salsicha). Hiperhidrose. Letargia, fraqueza muscular e atralgias. Visceromegalias. Distúrbios do metabolismo glicídico: aumento GH -> diminui a insulina -> aumento da glicemia. Hipertensão: mineralocorticoide (aldosterona) aumentado. Macroglossia: aumento da língua. Separação dos dentes. b) Síndrome De Cushing A Sd. De cushing é um conjunto de sinais e sintomas resultantes da exposição inadequada, excessiva e prolongada ao cortisol ou a corticoides. Ganho ponderal com distribuição típica do tecido adiposo, em face, pescoço ou tronco. Fáceis cushingóide ou de “lua cheia”. “Giba de búfalo”. Estrias violáceas. Equimoses. Fraqueza muscular. Tolerância anormal a glicose. Pessoa fica com o rosto vermelho. Obesidade com atrofia de membros. c) Hiperprolactinemia Ação direta da PRL sobre as mamas e inibição da produção FSH, LH, progesterona e testosterona. Aumento da PRL inibe LH, FSH, progesterona e testosterona. Na mulher: galactorréia, irregularidade menstrual, amenorréia, infertilidade. Homem: disfunção erétil, infertilidade. A mulher, ao amamentar em intervalos curtos de 2 em 2 hrs a prolactina fica baixa e ela não ovula = não engravida, se for em intervalos longos ela acaba ovulando e a probabilidade de gravidez é alta. d) Puberdade precoce Surgimento de características sexuais secundarias antes do 8 anos em meninas e 9 anos em meninos. A partir de 7 anos as meninas negras já começam a se desenvolver. Não confundir com lipomastia: aumento da mama por excesso de tecido adiposo. Gabriela de Godoy Semiologia 4 Meninas: arredondamento das formas, aparecimento de pelos pubianos e axilares, desenvolvimento de mamas, odor axilar forte. Meninos: delineamento muscular, pilificação axilar e pubiana, aumento do pênis e testículo. e) SIADH Hiponatremia hipotônica, concentração urinaria aumentada. QC: hipotonacidade, fraqueza, anorexia, vômitos, convulsões e até coma. f) Nanismo Na infância: distúrbios mais frequentes decorrem deficiência TSH e GH. Nanismo por deficiência de GH: proporções normais entre os membros, tronco e cabeça, sem comprometimento intelectual. Nanismo por deficiências TSH: voz rouca, deficiência intelectual, lentidão dos movimentos, macroglossia, pele seca. g) Insuficiência SR central Produção deficiente de ACTH e CRH. QC: astenia, anorexia, perda de peso, hipopigmentacão, hipotensão, hipoglicemia, hipoNA e hiperK. h) Puberdade atrasada Menina com 13 anos ou mais e meninos com 14 anos ou mais ao apresentam quaisquer sinais de desenvolvimento puberal. i) Diabetes insípido central Secreção diminuída do ADH pela neuro – hipófise, que se caracteriza pela incapacidade dos rins de concentrar urina na presença de uma concentração aumentada de solutos no plasma. Deficiência progressiva de ADH. Poliúria, polidpsia e sede. DIABETES MELLITUS É um grupo de doenças metabólicas, caracterizado por hiperglicemia que resulta de uma deficiente secreção de insulina pelas células beta, resistência periférica a insulina, ou ambas. Resistência periférica a ação da insulina é quando a insulina não consegue se ligar ao receptor, pois a célula não permite, a pessoa tem receptor, produz insulina mas fica com muita glicose no sangue. O tratamento para melhorar essa resistência periférica a ação da insulina é o exercício (utilizar a glicose libera o receptor). Causas são multifatoriais. É dividido em diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2. Gabriela de Godoy Semiologia 5 DM tipo 1 = resultada destruição autoimune, levando a deficiência total de insulina. DM tipo 2 = resistência periférica a insulina, produção maior de glicose e secreção inadequada de insulina. Beta bloqueadores: sintomas adrenérgicos mascarados. Complicações do DM Agudas = cetoacidose diabética; estado hiperglicêmico hiperosmolar; hiperglicemia. Crônicas = microvasculares; macrovasculares. CETOACIDOSE DIABÉTICA Poliúria, polidipsia. Fraqueza, letargia, náusea e anorexia. Dor abdominal, vômito. Desidratação. Respiração de Kussmaul. Halito cetônico. HIPOGLICEMIA Tremor, sensação de fome, palidez, palpitações/taquicardia, náuseas/vômitos. NEFROPATIA DIABÉTICA Estagio I = fase inicial: hipertrofia renal e hiperfiltração glomerular. Estagio II = fase silenciosa: microalbuminúria apenas após os exercícios. Estagio III = fase de nefropatia incipiente: microalbuminúria persistente. Estagio IV = fase de nefropatia clinica: proteinúria no exame de urina, hipertensão arterial. Estagio V = fase de doença renal em estagio terminal: proteinúria + hipertensão. RETINOPATIA DIABÉTICA Escurecimento do campo da visão. PÉ DIABÉTICO Formigamento: parestesia Hiperestasia: “queimação” nos pés. Hipoestasia: dormência.
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