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Conservação de Recursos - PETROBRAS

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Conservação de Recursos
1
CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA
CONSERVAÇÃO DE RECURSOS
2
Conservação de Recursos
Conservação de Recursos
3
CURITIBA
2002
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
CONSERVAÇÃO DE RECURSOS
ALMIR JOSÉ ANGELI
4
Conservação de Recursos
621.042 Angeli, Almir José.
A582 Curso de formação de operadores de refinaria: conservação
de recursos / Almir José Angeli. – Curitiba : PETROBRAS :
 UnicenP, 2002.
 26 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
 Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP,
RPBC, RECAP, SIX, REVAP.
1. Conservação de energia. 2. PROCEL. 3. CONPET.
I. Título.
Conservação de Recursos
5
Apresentação
É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.
Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.
6
Conservação de Recursos
Sumário
1 VISÃO GERAL E INFORMATIVA ..................................................................................... 7
1.1 Aspectos históricos, econômicos e legais..................................................................... 7
1.2 O Conceito Exato de Conservação de Energia ............................................................. 7
1.2.1 Energia ............................................................................................................... 7
1.3 O Petróleo como Fonte Primária de Energia ................................................................ 7
1.4 Por que fazer conservação? .......................................................................................... 9
1.5 Os Programas de Conservação de Energia no Brasil ................................................... 9
1.6 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica ........................ 10
1.6.1 O que o PROCEL está fazendo ........................................................................ 10
1.6.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica .............................. 10
1.7 CONPET – Programa Nacional de Uso Racional de Derivados de
Petróleo e de Gás Natural ........................................................................................... 12
1.7.1 Programas Setoriais ......................................................................................... 12
1.7.2 Estrutura do CONPET na Petrobras................................................................. 13
1.7.3 Importância do CONPET para a Petrobras ...................................................... 13
1.8 Importância da Conservação de Energia na Petrobras ............................................... 13
1.9 Consumo de Energia na Petrobras .............................................................................. 13
1.10 Programa Interno de Conservação de Energia ............................................................ 14
1.11 Criação e Estrutura da COMCICE e CICE ................................................................ 14
1.11.1 Composição...................................................................................................... 14
1.11.2 Competência .................................................................................................... 15
1.12 De Organização da Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) ............... 15
1.12.1Composição...................................................................................................... 15
1.12.2Competência .................................................................................................... 16
2 CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NA ÁREA OPERACIONAL.................................... 18
2.1 Conservação de água e outros recursos ambientais .................................................... 18
2.1.1 Distribuição da Água ....................................................................................... 18
2.1.2 Oportunidades de atuação ................................................................................ 19
2.2 Conservação de Energia Térmica – Princípios e Oportunidades de Atuação ............ 20
2.3 Conservação de Energia Elétrica – Princípios e Oportunidades de Atuação ............. 21
3 INDICADORES DE ENERGIA ......................................................................................... 23
3.1 Consumo de energia ................................................................................................... 23
3.2 Fator de complexidade (FC) ....................................................................................... 23
3.2.1 Consumo específico de energia (CEE) ............................................................ 23
3.2.2 Índice de Intensidade de Energia (IIE) ............................................................. 24
3.2.3 Conclusão ......................................................................................................... 24
Conservação de Recursos
7
1Visão Geral eInformativa
1.1 Aspectos históricos, econômicos e
legais
A conservação de energia tem sido um
importante componente de política econômi-
ca, principalmente dos países ricos, marcada-
mente a partir da primeira crise de petróleo,
em 1973. Desde então, as razões para se con-
servar energia vêm se modificando, incorpo-
rando novas motivações. Desde uma das for-
mas de se precaver de oscilações bruscas do
mercado internacional do petróleo, passando
pelo combate ao desperdício, até chegar aos
dias atuais, em que necessidade crescente de
recursos para investimentos no setor energético
e a preocupação com o meio ambiente fazem
do tema uma constante nas discussões sobre
desenvolvimento, qualidade de vida e compe-
titividade das nações.
Na verdade, a conservação de energia
abrange todas essas razões. É uma atitude
moderna, fundamental do ponto de vista es-
tratégico, que diminui, a custos reduzidos, os
impactos ambientais, estimula a pesquisa e o
desenvolvimento tecnológicos, otimiza custos
e gera uma mentalidade antidesperdício. En-
fim, o uso racional de energia significa eficiên-
cia. Num mundo cada vez mais competitivo,
com a demanda crescente de energia, mais do
que nunca é precisa competência no uso da
energia.
1.2 O Conceito Exato de Conservação de
Energia
1.2.1 Energia
Energia é um insumo fundamental para o
desenvolvimento econômico e social. Ao lado
das matérias-primas e da mão-de-obra, ela per-
mite a transformação dos materiais e a produ-
ção dos bens e serviços, que asseguram a sub-
sistência e o conforto dos seres humanos.
Conservação de Energia
Conceito
A conservação e a racionalização de ener-
gia objetivam: a obtenção de produtos e serviços,
com a qualidade adequada, através da mini-
mização das perdas e eliminação de desperdí-
cios, bem comoo desenvolvimento e imple-
mentação de tecnologias de menor intensida-
de energética.
Conceito
Perda
– Não pode ser eliminada totalmente;
– Depende da tecnologia adotada;
– Não pode ser reduzida de imediato;
– Sua redução depende de avaliação eco-
nômica.
Desperdício
– Pode ser eliminado totalmente;
– Depende apenas do comportamento;
– Pode ser combatido de imediato;
– Sua redução não depende de avaliação
econômica.
1.3 O Petróleo como Fonte Primária de
Energia
A civilização desenvolveu-se graças ao
consumo de materiais e energia presentes na
Terra. Antigamente, os seres humanos utiliza-
vam animais, plantas, rios, vento etc. para ge-
rar calor, luz e energia que servissem à ilumi-
nação, ao preparo de alimentos, à agricultura,
ao transporte etc. Isso ocorria porque apenas a
energia solar não era suficiente para servir a
civilização da época.
Na Era Moderna, James Watt aprimorou,
revolucionariamente, o motor movido a vapor,
contribuindo satisfatoriamente para que fosse
utilizado na indústria. Com essa inovação, o
ser humano adquiriu uma forma de energia
muito mais potente que a do Sol. As linhas de
produção foram mecanizadas e os meios de
transporte foram motorizados com a energia
do carvão mineral.
No século XX, o petróleo substituiu o car-
vão mineral em vários setores, como energia
química alternativa. Ambos os materiais provém
8
Conservação de Recursos
de recursos subterrâneos. Entretanto, o petró-
leo, encontrado na natureza em estado líqui-
do, é muito mais útil que o carvão mineral
encontrado em estado sólido. Os automóveis
foram desenvolvidos, os aviões inventados e,
finalmente, apareceram as naves espaciais.
A energia elétrica, que surgiu no século
XIX, iluminou a noite em todo o mundo. Pos-
teriormente, a eletricidade passou a ser utili-
zada amplamente como fonte de energia para
vários tipos de aparelhos. Até a década de
1960, a energia elétrica era gerada, principal-
mente, em usinas hidrelétricas, que usam a
força do fluxo dos rios; e termelétricas, que
geram energia a partir da queima de carvão e
petróleo. As principais usinas elétricas brasi-
leiras são hidrelétricas, devido ao seu relevo
privilegiado. Em geral, uma energia hidrelé-
trica, que em parte é derivada da energia solar
que faz evaporar a água, ocasionando as chu-
vas que enchem nossos rios, tem seu potencial
limitado.
No Brasil, desde a década de 1970, vêm
sendo utilizados carros movidos a álcool. O
álcool é fabricado a partir da fermentação da
cana de açúcar. A plantação de cana, como toda
produção agrícola, é uma forma de captar a
energia solar. Entretanto, apesar de ser uma
forma de energia renovável, a utilização do
álcool é limitada como fonte alternativa de
combustível.
As plantas realizam a fotossíntese, captu-
rando o CO2 atmosférico para criar seu corpo
físico, ou seja, sua biomassa, com o auxílio da
energia solar. Há muito tempo, quando essa
biomassa das plantas foi acumulada em bacias
sedimentares e isolada do oxigênio atmosféri-
co, formaram-se jazidas de carvão mineral. A
partir do acúmulo de plânctons no fundo do
mar, formaram-se jazidas de petróleo. Nesse
sentido, a energia química presente no petró-
leo e no carvão mineral corresponde ao saldo
da energia solar, “depositada” desde o longín-
quo passado. O petróleo e o carvão mineral,
denominados combustíveis fósseis, são fon-
tes de energia que se esgotarão. A civilização
moderna vem gastando essa herança do pas-
sado como um “filho desnaturado”.
Quando os combustíveis fósseis serão es-
gotados? Se a tendência de consumo energéti-
co se mantiver e a tecnologia de mineração
for a mesma, o petróleo esgotar-se-á até 2060.
Os Estados Unidos possuem a maior reserva
mundial de petróleo, porém não consomem seu
petróleo, importando-o de outros países, como
a Arábia Saudita. Conseqüentemente, após o
esgotamento das reservas petrolíferas dos ou-
tros países, o pouco petróleo restante no mun-
do será em grande parte dos norte-americanos.
A produção nacional de petróleo do Bra-
sil cobre cerca de 50% do consumo nacional.
Cerca de 80% é produzido no Estado do Rio
de Janeiro. O Brasil não é um país exportador
de petróleo, mas um bom produtor. Entretan-
to, sob o ponto de vista geológico, prevê-se
que, no território nacional, não haja descober-
ta de grandes jazidas. Quando o petróleo do
Oriente Médio esgotar, o do Brasil já haverá es-
gotado. De qualquer forma, o esgotamento do
petróleo mundial ocorrerá num futuro próximo.
Três fatores podem amenizar a escassez
do petróleo: 1) desenvolvimento de fontes al-
ternativas da energia; 2) inovação revolucio-
nária na tecnologia de extração de petróleo; 3)
redução drástica do consumo.
A invenção de uma forma de energia al-
ternativa eficiente é algo extremamente difí-
cil, portanto não há nenhuma previsão nesse
sentido antes de 2060. A inovação da tecnolo-
gia de extração é algo tão difícil quanto a cria-
ção de uma forma de energia alternativa.
Quando a perfuração do poço atinge o len-
çol petrolífero, ele jorra espontaneamente. Esse
tipo de extração, conhecido como primeira
recuperação, é de baixo custo, porém extrai-
se apenas 5% da reserva total. Com o tempo, a
pressão subterrânea diminui e o petróleo não
jorra mais espontaneamente. Quando chega
nesse estágio, é necessário perfurar um outro
poço e injetar água sob alta pressão para ex-
trair o restante da reserva. O custo desse mé-
todo é mais alto, podendo-se extrair cerca de
30% da reserva total. A Bacia de Campos no
Rio de Janeiro, a maior do Brasil, encontra-se
atualmente nesse estágio. Mesmo assim, 2/3
desse petróleo permanecerão no subsolo como
uma reserva irrecuperável. Se o ser humano
conseguir desenvolver uma técnica que possi-
bilite a extração desse tipo de reserva, o con-
sumo de petróleo poderá ser prolongado por
até mais cem anos. Essa tecnologia é denomi-
nada terceira recuperação. Existem, por exem-
plo, certas bactérias primitivas que podem so-
breviver e proliferar dentro de jazidas, consu-
mindo parte do petróleo e transformando-o em
gás. Com o auxílio desse gás biológico, a pres-
são subterrânea do campo petrolífero pode ser
reativada, possibilitando a extração do restan-
te da reserva. Entretanto, atualmente, não há
previsão para o funcionamento desse tipo de
tecnologia.
Conservação de Recursos
9
A última alternativa é a redução drástica
do consumo do petróleo. Isso também é algo
difícil. Simplesmente diminuindo o consumo,
a civilização enfrentaria uma crise financeira
e social. Nos últimos vinte anos, o consumo
de gasolina pelos automóveis diminuiu 50%,
porém, isso ainda não é o suficiente. É neces-
sária, pelo menos, uma reforma fundamental
no sistema de transportes e o uso econômico e
eficiente do combustível. Obviamente, o car-
vão mineral não poderia substituir o petróleo
devido ao seu alto custo e à poluição.
O problema da energia não tem, assim,
uma solução concreta. O tempo está se esgo-
tando e o problema se agravando. A civiliza-
ção enfrenta grandes dificuldades nesse senti-
do, porém esse fato parece não estar sendo bem
considerado.
As tecnologias que deveriam ter sido de-
senvolvidas até o final do século XX, tais como
a do reator nuclear de plutônio, da usina espa-
cial de energia solar e do reator de fusão nu-
clear de hidrogênio, estão longe de se torna-
rem utilizáveis.
Se não houver, então, meios para se pro-
longar o uso do petróleo até a obtenção de uma
forma de energia alternativa, a civilização cor-
rerá o risco de um desmoronamento. A situa-
ção da energia do futuro é realmente crítica.
Desde o passado, a civilização desenvol-
veu-se consumindo muita energia, sem se im-
portar com o desperdício. Neste século XXI,
o ser humano terá de se tornar mais eficaz e
mais econômico, consumindo menos e evitan-
do desperdícios para que a utilização das for-
mas de energia seja mais qualitativa quequan-
titativa.
1.4 Por que fazer conservação?
A conservação de recursos naturais, quer
seja de fontes de energia não renováveis, quer
seja de água, torna-se imprescindível, pois:
– essas fontes são limitadas, ou seja, um
dia virão a acabar;
– a medida que o custo dos combustíveis
e água vai aumentando, elevando o pre-
ço dos outros bens de consumo e ali-
mento;
– é necessário preservar os recursos na-
turais para as novas gerações.
A proteção do meio ambiente, nesta épo-
ca de mudanças por vezes assustadoras, preci-
sa ser encarada como prioridade, a fim de ga-
rantir a sobrevivência da humanidade.
A geração, distribuição e o uso da ener-
gia, assim como todas as formas de atividade
econômica e social, podem causar impactos
negativos ao meio ambiente.
O processamento da energia implica, ne-
cessariamente, na exploração de recursos na-
turais e emissão de rejeitos no meio ambiente.
Os rejeitos das atividades industriais e agríco-
las, despejados nos solos, nas águas e no ar,
modificam a paisagem e o clima, afetam os
ecossistemas, a fauna e a flora.
Quanto maior o nível de atividade econô-
mica, maior tende a ser o uso da energia e
maiores os impactos ambientais deste uso.
A eficiência energética pode trazer mui-
tos benefícios, pois:
– aumenta a segurança no abastecimen-
to de energia;
– contribui para a eficiência econômica;
– melhora a proteção ambiental;
– diminui a energia necessária por uni-
dade de produto econômico, aumentan-
do a eficiência da economia e garan-
tindo que a mesma produção possa ser
obtida com menos energia e, portanto,
com menor uso de recursos naturais e
menores danos ambientais.
1.5 Os Programas de Conservação de
Energia no Brasil
No Brasil, durante muito tempo, a Con-
servação de Energia foi vista como uma ne-
cessidade “patriótica”: poupar energia signifi-
cava poupar investimentos na expansão da
oferta, na sua maioria feitos pelo Estado, per-
mitindo o redirecionamento dos recursos pou-
pados para áreas prioritárias como, por exem-
plo, a saúde, a educação e a habitação. Essa
visão limitada da questão energética fez com
10
Conservação de Recursos
que o esforço empreendido pela sociedade bra-
sileira em busca de uma maior eficiência no
uso da energia fosse pouco expressivo.
A situação agora é outra. Apesar da insta-
bilidade político-administrativa, a economia
brasileira dá sinais de recuperação. As indús-
trias registram seus primeiros balanços positi-
vos, os investidores estrangeiros procuram
novamente oportunidades no país. Enfim, pa-
rece haver luz no fim do túnel. O momento é
importante para refletir sobre a forma com que
deve ser conduzido essa retomada, de modo a
evitar a repetição dos erros cometidos no pas-
sado.
É nesse contexto que se deve situar a con-
servação e o uso racional de energia. Os estu-
dos realizados pelos organismos com atuação
nessa área indicam que, com medidas de racio-
nalização, pode-se reduzir em até 30 % o acrés-
cimo da demanda de energia no Brasil sem
qualquer prejuízo ao desenvolvimento nacio-
nal. Essa ação representa uma poupança de
divisas da ordem de US$ 30 bilhões graças à
redução dos investimentos na expansão da
oferta.
Para a implantação dessas medidas, serão
necessários investimentos em máquinas, equi-
pamentos e serviços, que representam um enor-
me mercado a ser explorado pela iniciativa
privada. É aí exatamente que reside a grande
oportunidade: o uso racional e a conservação
de energia, além de seus benefícios diretos para
o Estado e para os consumidores, colocam-se
como opção importante para a realização de
negócios nos setores produtores de bens de
capital e nas empresas prestadoras de serviços
das áreas de engenharia e arquitetura.
Com essa perspectiva, abre-se novo espa-
ço para a discussão das oportunidades de atua-
ção nesse campo. A indústria nacional já tem
acesso a praticamente todas as tecnologias
poupadoras de energia disponíveis no mundo,
assim como as empresas de serviços têm co-
nhecimento dos mais sofisticados métodos de
projeto e avaliação de instalações. Trata-se
agora de viabilizar os instrumentos necessários
à realização desses negócios e definir clara-
mente o papel de cada um dos atores envolvi-
dos. Dentre esses instrumentos, alguns mere-
cem destaque especial, tais como a política
tarifária e os mecanismos de financiamento. É
necessário ter uma política realista e consis-
tente dos preços de energia, permitindo que os
investimentos realizados pelos consumidores,
visando o aumento da eficiência no uso, possam
ser amortizados em prazos condizentes com a
realidade econômica. Quanto aos financiamen-
tos, devem ser implementados sistemas que
vinculem seu pagamento ao resultado efetivo
dos projetos, os performance contracts, mui-
to difundidos nos países mais desenvolvidos.
Para que tudo isso se torne realidade, se-
rão necessárias mais que boas intenções. Ao
setor privado cabe um posicionamento mais
agressivo sobre essas importantes questões. Ao
Estado, não só ao Poder Executivo como igual-
mente ao Legislativo, cabe criar as condições
para que a necessária reformulação do setor
energético venha a se concretizar nessa dire-
ção, garantindo que a retomada do desenvol-
vimento seja feita sem traumas e com a parti-
cipação de toda a sociedade.
1.6 PROCEL – Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica
O PROCEL é uma iniciativa conjunta do
Ministério das Minas e Energia e do Ministé-
rio da Indústria e do Comércio, que conta com
o apoio da Eletrobras, das concessionárias de
energia elétrica, de setores da indústria, do
comércio, de centros de pesquisa, universida-
des, empresas de engenharia, etc. Seu princi-
pal objetivo é a racionalização do uso da ener-
gia elétrica, que começa com a eliminação dos
desperdícios. Para isso, desde 86, o PROCEL
está desenvolvendo mais de 100 projetos em
todas as frentes. A meta é alcançar, até o ano
2010, 88 bilhões de kWh em energia conser-
vada, o correspondente a uma economia de
US$ 25 bilhões.
Desenvolvimento tecnológico implica
pesquisa, desenvolvimento, e transferência de
tecnologia para a melhoria da qualidade de
vida. Segurança energética visa garantir ener-
gia na quantidade e no tempo necessários. Efi-
ciência econômica significa produzir e distri-
buir os bens e serviços da economia com o
melhor uso possível dos insumos necessários
à produção e distribuição dos produtos. A ener-
gia é um dos insumos básicos das atividades
econômicas, assim a eficiência econômica
passa pela eficiência energética.
1.6.1 O que o PROCEL está fazendo
Consumo dos eletrodomésticos
Programa que tem como objetivo tornar
obrigatória a fixação de etiquetas, mostrando
o consumo de eletricidade de cada aparelho.
Conservação de Recursos
11
a colaboração da Companhia Paulista de For-
ça e Luz, desenvolveu o projeto que ensina a
conservar eletricidade através de palestras
educativas para alunos de 1º grau.
Prevê-se o atendimento de 900.000 estu-
dantes a curto prazo.
Iluminação pública
A conservação também
é obtida através da substi-
tuição das lâmpadas exis-
tentes por lâmpadas mais
eficientes, de menor consu-
mo energético. Cerca de
230 mil lâmpadas incandescentes já foram subs-
tituídas por lâmpadas a vapor de mercúrio e de
sódio alta pressão, resultando numa economia
de mais de 84 milhões de kWh de energia.
Divulgando o Procel
Para conscientizar a
sociedade da importância
da conservação de energia,
as campanhas publicitárias
esclarecem os procedi-
mentos da conservação e
convocam a participação do público.
Mais de 5 milhões de manuais específi-
cos, com informações dirigidas aos diferentes
tipos de usuários, já foram produzidos e dis-
tribuídos pelo Procel.
A energia que custa mais caro
é aquela que se joga fora.
Conservação de energia.
Pratique todo dia.
1.6.2 O PROCEL e os impactos ambientais da
energiaelétrica
O PROCEL realiza um poderoso papel de
proteção ambiental no Brasil: os Programas de
Eficiência Energética do Procel permitem aten-
der ao crescimento da demanda de energia elé-
trica, sem que a oferta seja ampliada na mes-
ma proporção. Uma parte da demanda por ele-
tricidade passa a ser atendida pelo que se pode
chamar de energia “virtual” obtida através dos
programas do PROCEL. Isto porque eles per-
mitem fazer mais coisas com a mesma ener-
gia, aumentando a eficiência energética de lâm-
padas, motores, eletrodomésticos e também a
eficiência de prédios públicos.
Há ainda programas para gerenciar a de-
manda de energia e diminuir as perdas na trans-
missão e distribuição, aumentando a efetivi-
dade da oferta.
O conhecimento do
consumo irá influenciar o
público na hora da com-
pra, estimulando-o a esco-
lher os aparelhos mais efi-
cientes, já que eletricida-
de será paga por toda a
vida do equipamento. Hoje, já são obrigatórias
as etiquetas nos refrigeradores de uma e duas
portas. Com o tempo, todos os aparelhos ele-
trodomésticos serão etiquetados.
As tabelas de consumo são divulgadas
através dos Manuais do PROCEL, à disposi-
ção do público nas concessionárias de energia.
Diagnóstico energético
Os diagnósticos auxi-
liam os consumidores in-
dustriais e comerciais a
utilizarem energia de for-
ma mais eficaz. Os des-
perdícios são identificados por pessoal espe-
cializado, que propõe os ajustes necessários à
redução de consumo.
Cerca de 2.400 diagnósticos estão sendo
realizados pelas concessionárias de eletricida-
de, para diversos consumidores espalhados por
todo o país. Na maioria dos casos, medidas
simples, de pouco ou nenhum custo, têm re-
sultados expressivos, podendo representar uma
grande economia.
Programa de edificações
Estabelece padrões
para que os prédios con-
sumam menos energia.
Através deste progra-
ma, o Procel tem feito a
avaliação de projetos e
materiais, estudado a ar-
quitetura bioclimática e a legislação pertinente.
Atualmente, com um bom planejamento,
é possível construir um edifício que consuma
45% menos energia do que outro, com as mes-
mas características. Grandes áreas envidraça-
das, por exemplo, não são recomendáveis.
No manual do Procel para prédios públi-
cos e comerciais, encontram-se informações
para a conservação de energia em edificações.
Procel nas escolas
O Procel sabe que a
educação para o consumo
racional de energia come-
ça pela base. Por isso, com
12
Conservação de Recursos
A partir do momento em que a sociedade
usar a energia elétrica de forma mais eficien-
te, usinas, linhas de transmissão e redes de dis-
tribuição, que teriam de ser construídas para
atender ao crescimento da demanda, poderão
ser evitadas, ou adiadas.
1.7 CONPET – Programa Nacional de
Uso Racional de Derivados de Petróleo
e de Gás Natural
O Programa Nacional da Racionalização
do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás
Natural (CONPET) foi criado por decreto pre-
sidencial em 18 de julho de 1991.
Em linha com as diretrizes do Programa Na-
cional de Racionalização da Produção e do Uso
de Energia, instituído pelo Decreto nº 99.250,
de 11 de maio de 1990, o CONPET é um pro-
grama que envolve órgãos governamentais e en-
tidades privadas, encarregados do seu planeja-
mento, execução e acompanhamento em fun-
ção de um objetivo: o uso eficiente de energia.
1.7.1 Programas Setoriais
Transportes
O transporte foi res-
ponsável por 46,3% do
consumo de derivados no
País em 1990. Esse dado
indica um grande poten-
cial de economia a partir
da mudança dos hábitos dos condutores e da
maior eficiência e racionalização desse setor.
O meio ambiente também sairá ganhando com
isso, com a redução da poluição causada pe-
los veículos.
Residências e Comércio
O GLP (gás de cozi-
nha) é o derivado com a
mais alta dependência do
exterior (54% em 1990).
Utilizado por 84% da
população brasileira, razão
pela qual seu preço tem sido sensivelmente infe-
rior ao de importação, seu baixo preço tem leva-
do ao uso indevido e indesejável do produto.
Indústrias
Os projetos voltados
para o aumento da eficiên-
cia nesse setor, que con-
sumiu 20% dos derivados
de petróleo do País e 67%
de gás natural em 1990,
reduzem custos, aumentam a produtividade e
a competitividade e geram redução dos impac-
tos ambientais.
A implementação de programas de con-
servação ajuda, ainda, a desenvolver as indús-
trias de bens de capital e serviços, estimulan-
do a criação de novos empregos, produtos,
processos produtivos e equipamentos, ou seja,
novas oportunidades de negócio.
Agropecuária
Em 1990, este setor
consumiu 5,5% dos deri-
vados consumidos no
País. Devido a seu alcan-
ce social, é uma priorida-
de para o CONPET, por
possibilitar redução nos custos de produção
dos alimentos.
Geração de Energia Elé-
trica
A contribuição da ge-
ração termoelétrica a par-
tir de derivados do petró-
leo e do gás natural para
o sistema elétrico brasilei-
ro ainda não é significativa. Porém, em 1990,
60% desta geração foi produzida a partir do
óleo diesel, que é um derivado crítico em ter-
mos de abastecimento.
CONPET e o Gás Natural
O CONPET dará es-
pecial atenção à questão do
gás natural. Mesmo com
participação ainda discreta
na matriz energética na-
cional, esse combustível
nobre proporciona uma série de vantagens, prin-
cipalmente em relação ao meio ambiente.
Organização
De acordo com o decreto que criou o
CONPET, as ações do programa estão sob a
supervisão de um Grupo Coordenador (GCC),
liderado pelo Secretário Nacional-Adjunto de
Energia do Ministério da Infra-estrutura.
Cabe àPetrobras o apoio técnico e admi-
nistrativo de sua estrutura administrativa, que
exerce as funções de Secretaria Executiva.
Prioridades do CONPET
– Atender às áreas críticas em forneci-
mento e abastecimento de derivados do
petróleo e gás natural;
Conservação de Recursos
13
– Induzir os consumidores ao uso racio-
nal dessas fontes de energia;
– Permitir ganhos de eficiência energéti-
ca a partir do desenvolvimento tecnoló-
gico e da incorporação de novas tecno-
logias;
– Envolver o maior número de segmen-
tos beneficiários, através de programas
de aplicação imediata.
Atuação
O CONPET vai atuar:
– nos aspectos tecnológicos voltados para
o uso da energia e o desenvolvimento
de novos equipamentos e métodos de
consumo;
– na regulamentação da produção e uso
de energéticos;
– em programas de educação e conscien-
tização dos consumidores para adoção
de novos conceitos e práticas, sempre
buscando apoiar o desenvolvimento e a
implantação de projetos que levem em
conta as características regionais.
Meta do CONPET
A meta fixada para o CONPET é obter um
ganho de eficiência energética de 25% no uso
dos derivados de petróleo e do gás natural nos
próximos 20 anos sem afetar o nível de ativi-
dades. Esta é uma meta ambiciosa, porém per-
feitamente viável.
1.7.2 Estrutura do CONPET na Petrobras
Conservação de Energia
 Petrobras
1.7.3 Importância do CONPET para a Petrobras
– Redução de Custos;
– Ganho marginal maior do que o obtido
com a atividade fim;
– Maneira mais barata de se aumentar a
oferta e de se fazer proteção ambiental;
– Aumenta a produtividade e a competi-
tividade;
– Melhora a imagem da companhia pe-
rante a sociedade;
– Dá respaldo para o sucesso do CONPET.
1.8 Importância da Conservação de
Energia na Petrobras
Pratica-se a conservação de energia na
Petrobras, provavelmente, desde que ela nas-
ceu. Assim a preocupação com a minimiza-
ção do consumo energético é um dos proble-
mas de engenharia mais cuidadosamente en-
focados na indústria. Assinala-se, porém, o ano
de 1974, como o ano zero para a análise que
será apresentada.
A consciência que se seguiu à crise do
petróleo deu à conservação de energia um novo
status. Não setratava simplesmente de redu-
zir os custos de produção, pela redução do
consumo energético, mas de incorporar dois
outros argumentos com estes últimos objeti-
vos: preservar as reservas de fontes não re-
nováveis e reduzir a dependência nacional,
no Brasil caracterizada por severo desequilí-
brio no balanço de pagamentos.
1.9 Consumo de Energia na Petrobras
O consumo de energias naPetrobras ocor-
re nos campos de produção de petróleo em ter-
ra, plataformas de produção no mar e nas refi-
narias.
A participação do item energia na estrutu-
ra de custos operacionais da campanha para
citar apenas o caso do refino, representa cerca
de 1/3 do seu custo operacional.
Nas refinarias, a energia consumida é
oriunda, basicamente, das seguintes fontes:
– Combustível Líquido: podendo ser óleo
combustível de refinaria (OCREF), re-
síduo de vácuo (RV) ou resíduo asfál-
tico (RASF);
– Gás Combustível de Refinaria: trata-se
de gás residual oriundo da unidade de
craqueamento catalítico, que sofreu tra-
tamento para a retirada de H2S;
– Gás Natural: recebido dos campos de
produção nacionais ou da Bolívia, o gás
natural representa hoje expressiva parcela
PROGRAMA
PETROBRAS
COMCICE
PROGRAMA
NACIONAL
CONPET
COORDENADORIA DE APOIO
AO CONPET
DIRETOR
14
Conservação de Recursos
da matriz de consumo de combustíveis
das refinarias;
– Coque de Craqueamento: consiste de
um combustível gerado no processo de
craqueamento catalítico, sendo ali mes-
mo consumido para a regeneração e
aquecimento do catalisador utilizado
naquele processo.
– Energia Elétrica Comprada: fornecida
pela concessionária de energia elétri-
ca, naqueles casos em que a refinaria
não tem condições de gerar o suficien-
te para as suas necessidades.
1.10 Programa Interno de Conservação
de Energia
A energia é um insumo fundamental para
garantir o desenvolvimento econômico e so-
cial de um país. Portanto, seu suprimento se-
guro e contínuo é uma questão estratégica da
maior importância para toda a sociedade.
Os diversos aspectos ligados a essa ques-
tão têm sido debatidos por especialistas, pes-
quisadores e entidades não-governamentais,
em particular nos países desenvolvidos, consti-
tuindo-se, portanto, um tema atual e de gran-
de relevância.
Como exemplo, podem-se destacar algu-
mas projeções sobre a questão:
– O petróleo e o gás natural, hoje suprin-
do cerca de 60% da energia primária
mundial, continuarão sendo as princi-
pais fontes de energia primária no mun-
do pelo menos nos próximos 30 anos;
– Por volta do ano 2000, a demanda de
energia dos países em desenvolvimento
será maior do que aquelas dos países
desenvolvidos. Como conseqüência,
poderá haver fortes pressões no mer-
cado mundial de petróleo, acarretando
escassez e aumento de preços;
– Haverá uma demanda elevada de recur-
sos para investimentos no setor ener-
gético nos países em desenvolvimen-
to. Estes países serão capazes de aten-
der a somente cerca de 35% desta de-
manda, enquanto os outros 30% pode-
rão ser obtidos através de financiamen-
tos de organismos internacionais. Con-
tudo, para concessão destes financia-
mentos, serão exigidas mudanças
institucionais profundas no setor ener-
gético desses países. Observa-se que
nessas condições faltarão, ainda, 35%
dos recursos necessários para garantir
o suprimento de energia;
– Por problemas ambientais, serão im-
postas, cada vez mais, limitações quan-
to ao uso dos combustíveis fósseis.
Nesse contexto, a racionalização de ener-
gia apresenta-se como alternativa de baixo
custo e de curto prazo de implantação e em
alguns casos, economias podem ser obtidas
apenas com mudanças de procedimentos e de
hábitos.
Além dos aspectos econômicos envolvi-
dos na atividade de racionalização de energia
daPetrobras, deve-se destacar a importância de
que a mesma se reveste quando analisada sob
a ótica estratégica e da imagem da empresa,
haja vista a atribuição institucional, determi-
nada àPetrobras, de exercer as funções de Se-
cretaria Executiva do Programa Nacional da
Racionalização do Uso dos Derivados de Pe-
tróleo e do Gás Natural – CONPET.
1.11 Criação e Estrutura da COMCICE
e CICE
Organização do Comitê de Coordenação
das Comissões Internas de Conservação de
Energia (COMCICE)
O Comitê de Coordenação das Comissões
Internas de Conservação de Energia tem por
finalidade estabelecer diretrizes a serem ado-
tadas pelas Comissões Internas de Conserva-
ção de Energia (CICE) do SistemaPetrobras,
bem como atuar como pólo de articulação ex-
terna com os órgãos governamentais respon-
sáveis pelo assunto, para atendimento ao que
dispõe o Decreto n.° 99.656 de 26/10/90 de
criação das CICEs.
1.11.1 Çomposição
O Comitê de Coordenação das Comissões
Internas de Conservação de Energia (COMCICE)
é constituído por representantes dos seguintes
órgãos do SistemaPetrobras:
– C-CONPET (Coordenador e Secretá-
rio);
– Abastecimento – Refino (ABAST-
REF);
– Abastecimento – Transporte (ABAST-
TRAN);
– Exploração & Produção (E&P);
– Petrobras Distribuidora S.A. (BR);
– Outros membros especialmente convi-
dados, quando, a critério do Coorde-
nador, sua participação for relevante
para o exame ou decisão de assuntos
em pauta.
Conservação de Recursos
15
• A Coordenação do COMCICE é exer-
cida pelo Chefe da Coordenadoria de
Apoio ao CONPET (C-CONPET), Pro-
grama Nacional da Racionalização do
Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás
Natural.
• Os representantes desses órgãos, no Co-
mitê, devem ser os titulares das Gerên-
cias responsáveis pelo assunto Conser-
vação de Energia.
• O COMCICE ficará sob a orientação do
Diretor de Contato de seu Coordenador.
• Os membros efetivos e seus suplentes
são propostos pelos titulares de seus
respectivos órgãos ao Coordenador do
Comitê.
• As CICEs, dos órgãos que não tiverem
representantes no COMCICE, recebe-
rão orientação de um membro do
COMCICE designado pelo Coordenador.
1.11.2 Competência
Ao Comitê de Coordenação das Comis-
sões Internas de Conservação de Energia
(COMCICE) compete:
– orientar os trabalhos desenvolvidos pe-
las Comissões Internas de Conservação
de Energia (CICE) do Sistema Petro-
bras, padronizar metodologias e unifor-
mizar critérios de conversão de ener-
géticos;
– consolidar as informações recebidas no
âmbito do Sistema Petrobras, para
encaminhá-las aos órgãos governamen-
tais responsáveis pelo assunto;
– promover, coordenar e orientar a ela-
boração dos programas de trabalho das
CICEs;
– acompanhar e avaliar os programas de
conservação de energia implementados
pelas CICEs;
– promover ajustes, quando necessário,
no regulamento do Prêmio Petrobras de
Conservação de Energia.
 Ao Coordenador do COMCICE compete:
– convocar e coordenar as reuniões do
Comitê;
– aprovar a pauta dos trabalhos e as atas
das reuniões do Comitê;
– orientar e manter informados os órgãos
e Companhias do Sistema Petrobras
que não integram o COMCICE sobre
o andamento dos trabalhos do Comitê;
– promover o apoio administrativo neces-
sário às reuniões do Comitê;
– articular-se com os órgãos governa-
mentais responsáveis pelos programas
de conservação de energia, com vistas
à obtenção de orientação e ao forneci-
mento de informações;
– gerenciar o relacionamento entre as
CICEs do Sistema Petrobras;
– elaborar relatório anual consolidado so-
bre conservação de energia, bem como
estabelecer outros mecanismos de di-
vulgação dos resultados alcançados.
Ao Secretário do COMCICE compete:
– elaborar as atas das reuniões do Comitê;
– auxiliar o Coordenador nos trabalhos
relativos ao COMCICE.
Aos representantes dos órgãos no COMCICE
compete:
– consolidar as informações recebidas no
âmbito de seu órgão, para encaminhá-
las ao Coordenador;
– manter cadastro atualizado dos mem-
bros das CICEs de seu órgão;
– coordenar comissão,designada pelo
respectivo Superintendente, para pré-
classificar as medidas de conservação/
racionalização de energia de autoria de
empregados de seu órgão, concorren-
tes ao PrêmioPetrobras de Conserva-
ção de Energia.
1.12 De Organização da Comissão Interna
de Conservação de Energia (CICE)
A Comissão Interna de Conservação de
Energia tem por finalidade elaborar, implan-
tar e acompanhar as metas do Programa de
Conservação de energia e divulgar seus resul-
tados no âmbito do órgão ou Companhia do
Sistema Petrobras à qual está vinculada.
1.12.1 Composição
A Comissão Interna de Conservação de
Energia (CICE) será composta, no mínimo, de
6 (seis) membros do próprio órgão ou Com-
panhia do Sistema Petrobras, todos com man-
dato de 2 (dois) anos, dentre os quais pelo
menos, um representante dos empregados in-
dicado pelo respectivo sindicato, e, na falta
deste, um representante dos empregados, por
eles escolhido, e um da Comissão Interna de Pre-
venção de Acidentes (CIPA), quando houver.
 • A Ordem de Serviço do Superintenden-
te do órgão ou do principal Adminis-
trador da Companhia do Sistema Pe-
trobras que designar os membros da
16
Conservação de Recursos
CICE deverá indicar o Presidente, o
Vice-Presidente – sendo este o repre-
sentante dos empregados indicado pelo
Sindicato – e o Secretário Executivo.
• Os mandatos dos membros indicados
pelo Sindicato e CIPA extinguir-se-ão,
em qualquer hipótese, com os manda-
tos de seus respectivos Presidentes.
• A função de Secretário Executivo de-
verá ser exercida por um empregado ní-
vel profissional (engenheiro, arquiteto,
etc.), com conhecimentos de conserva-
ção de energia. Sempre que possível,
deverá haver entre os membros da
CICE – não investidos nas funções de
Presidente, Vice-Presidente e Secretá-
rio Executivo – um especialista em se-
gurança no trabalho, um técnico de co-
municação social e um administrador.
• Nos órgãos que apresentarem consumo
anual de combustível superior a
500.000 tEP (tonelada equivalente de
petróleo), o Secretário Executivo da
CICE deverá desempenhar suas funções
em regime de dedicação exclusiva.
• A critério de cada CICE e quando a área
de atuação da mesma no órgão ou Com-
panhia do Sistema Petrobras mais de
uma localidade, poderão ser criadas,
preferencialmente, subcomissões de
conservação de energia, para fornece-
rem suporte técnico-operacional à CICE,
ficando, no entanto, sempre subordina-
das à mesma.
1.12.2 Competência
À CICE compete:
– levantar o potencial de redução de con-
sumo e/ou despesas com energia, arti-
culando-se com o Comitê de Coorde-
nação das Comissões Internas de Con-
servação de Energia (COMCICE), caso
necessário;
– elaborar, anualmente, de acordo com as
diretrizes emanadas do COMCICE, o
Programa de Conservação de Energia
de sua área de atuação, com metas e
justificativas no sentido da redução do
consumo e/ou despesas;
– elaborar, de acordo com as diretrizes
emanadas do COMCICE, o orçamento
dos empreendimentos que envolvam
conservação de energia, de modo a in-
tegrar o mesmo ao processo de plane-
jamento da Companhia;
– empreender ações com o objetivo de
conscientizar e envolver todos os em-
pregados no Programa de Conservação
de Energia (seminários, palestras, con-
cursos, etc.);
– participar da elaboração das especifi-
cações técnicas para projetos, constru-
ção e aquisição de bens e serviços, bem
como das conseqüentes licitações que
envolvam consumo de energia;
– manter permanente análise dos consu-
mos de energéticos através do acom-
panhamento por planilhas padroniza-
das, que deverão ser posteriormente
encaminhadas ao COMCICE, para con-
solidação do relatório sobre conserva-
ção de energia do Sistema Petrobras;
– calcular os consumos específicos dos di-
ferentes energéticos e submetê-los ao
COMCICE, que estabelecerá índices má-
ximos de consumo a serem respeitados;
– participar da elaboração do Programa
de Manutenção Preventiva, com vistas
à otimização do consumo de energéticos;
– promover avaliação anual dos resulta-
dos obtidos, destacando as medidas im-
plantadas e a respectiva quantificação
dos ganhos e recursos utilizados para a
obtenção dos mesmos;
– articular-se com o COMCICE no tocan-
te ao encaminhamento dos resultados
de suas atividades;
– coordenar, de acordo com as diretrizes
emanadas do COMCICE, a realização de
estudos específicos voltados para a redu-
ção de consumo e/ou despesas com energia;
– incentivar e coordenar a inscrição dos
empregados do órgão no Prêmio Petro-
bras de Conservação de Energia.
Ao Presidente da CICE compete:
– convocar e presidir as reuniões da Co-
missão;
– aprovar a pauta dos trabalhos da Co-
missão;
– designar um dos membros da Comis-
são para redigir e submeter aos demais
membros as atas das reuniões;
– convocar empregados do órgão para
participar de reuniões da Comissão, in-
clusive por solicitação e indicação dos
membros da CICE;
– promover o apoio administrativo neces-
sário ao funcionamento da CICE, inclu-
sive a manutenção de arquivo centrali-
zado dos documentos relativos à mesma;
Conservação de Recursos
17
– propor as pautas das reuniões da CICE;
– elaborar relatório anual sobre conser-
vação de energia, abordando, no míni-
mo, os aspectos de competência da CICE
relacionados no item 2.1;
– manter articulação com o COMCICE
para o encaminhamento, à Coordena-
doria de Apoio ao CONPET (C-
CONPET), de informações e docu-
mentação relativas à execução dos pro-
gramas de conservação de energia de
sua área de atuação.
– coletar e organizar todas as informações
que servirão de base aos pronunciamen-
tos da Comissão;
– Submeter ao Superintendente do órgão
ou ao principal Administrador da Com-
panhia do Sistema Petrobras o Progra-
ma de Conservação de Energia e divulgá-
lo após sua aprovação;
– autorizar o encaminhamento, ao repre-
sentante do seu órgão no COMCICE,
da proposta de empreendimentos que
envolvam conservação de energia;
– encaminhar ao representante do seu ór-
gão no COMCICE as inscrições dos
empregados concorrentes na Categoria
“B” do Prêmio Petrobras de Conserva-
ção de Energia;
– representar o CONPET e/ou a Petro-
bras, quando formalmente indicado,
nas Comissões instituídas, em nível
local, para avaliar a concessão do Prê-
mio Nacional de Conservação e Uso
Racional de Energia.
Ao Secretário Executivo da CICE compete:
– levantar o potencial de redução de con-
sumo e/ou despesas com energia, para
o que poderá solicitar suporte técnico
no próprio órgão ou Companhia do Sis-
tema Petrobras, ou mesmo fora dele;
– elaborar o Programa de Conservação
de Energia de sua área de atuação, in-
cluindo projetos com investimento;
– elaborar e acompanhar, de acordo com
as diretrizes emanadas do COMCICE,
o orçamento dos empreendimentos que
envolvam conservação de energia;
– empreender ações com o objetivo de
conscientizar e envolver todos os em-
pregados no Programa de Conservação
de Energia (seminários, palestras, con-
cursos, etc.);
– manter permanente análise dos consu-
mos de energéticos através do acom-
panhamento por planilhas padronizadas;
– promover avaliação permanente dos re-
sultados obtidos, destacando as medi-
das implantadas e a respectiva quanti-
ficação dos ganhos e recursos utiliza-
dos para a obtenção dos mesmos;
– coordenar a realização de estudos es-
pecíficos voltados para a redução de
consumo e/ou despesas com energia;
– incentivar e coordenar a inscrição dos
empregados do órgão no Prêmio Petro-
bras de Conservação de Energia.
Anotações
18
Conservação de Recursos
2Conservação deRecursos na ÁreaOperacional
2.1 Conservação de água e outros recursos ambientais
2.1.1 Distribuição da Água
100.000 litros água
97.500 litros salgada
2.500 litros doce
1.772,5 litros de água em calotas polares
747,5 litros de águasubterrânea
22,5 litros de água em outras formas como chuva, neve, neblina, evaporação, etc.
7,5 litros de água nos rios e lagos, água de superfície
Escassez e mal uso da água doce representam sérios e crescentes problemas que ameaçam o
desenvolvimento sustentável e a proteção do ambiente.
Saúde humana e bem-estar, produção segura de comida, desenvolvimento industrial e
ecossistemas dos quais esses dependem estão todos ameaçados, a menos que os recursos de
água doce e solo sejam utilizados de forma mais eficiente nas próximas décadas, muito mais do
que têm sido até agora.
Conservação de Recursos
19
Décadas de 50/60 – aparece o problema da água
resultante da nova organização produtiva e
urbana da sociedade
a) Demanda concentrada de água;
b) Disponibilidade de água segundo con-
ceitos de qualidade e quantidade entram
em risco;
c) Necessidade de recursos financeiros
para implementação da nova gestão de
recursos hídricos.
Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997
Institui a Política Nacional de Recursos Hí-
dricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamen-
to de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso
XIX do art. 21 da Constituição Federal, e alte-
ra o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, que modificou a Lei nº7.990, de 28 de
dezembro de 1989.
Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei
nº 9.433
Fundamentos
– a água é um bem de domínio público;
– a água é um recurso natural limitado,
dotado de valor econômico;
– a bacia hidrográfica é a unidade terri-
torial para implementação da política
Nacional de Recursos Hídricos;
– o uso prioritário da água é para consu-
mo humano, especialmente nas estia-
gens e outras situações de escassez;
– a gestão de recursos hídricos deve pro-
porcionar usos múltiplos da água, deve
ser descentralizada e contar com a parti-
cipação do poder público, dos usuários
e da comunidade.
Objetivos
– assegurar em padrões de qualidade, uti-
lização racional e prevenção.
Diretrizes
– a integração da gestão de recursos hí-
dricos com a gestão ambiental;
– a articulação da gestão de recursos hí-
dricos com o uso do solo;
– a integração da gestão das bacias
hidrográficas com a dos sistemas
estuarinos e zonas costeiras;
– a adequação da gestão de recursos hí-
dricos às diversidades físicas, bióticas,
demográficas, econômicas, sociais e
culturais do país e
– a articulação do planejamento de recur-
sos hídricos como dos setores usuários
regional, estadual e nacional.
Instrumentos
– planos regionais, estaduais e nacional
de recursos hídricos;
– enquadramento dos corpos d’água em
classes;
– outorga dos direitos de uso da água;
– cobrança pelo uso da água;
– compensação financeira aos municípios;
– sistema nacional de informações sobre
recursos hídricos.
Composição do Sistema Nacional de Recursos
Hídricos
– Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
– conselhos de recursos hídricos dos Es-
tados e do Distrito Federal;
– comitês de bacias hidrográficas;
– agências de água;
– órgãos competentes na gestão de recur-
sos hídricos em âmbito federal, esta-
dual e municipal.
Órgão executivo da lei das águas
Lei Nº 9.984, de 17 de julho de 2000 –
Dispõe sobre a criação da Agência Nacional
de Águas – ANA, entidade federal de imple-
mentação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e de coordenação do Sistema Nacio-
nal de Gerenciamento de Recurso Hídricos, e
dá outras providências.
Em seu artigo 4 diz que a atuação da ANA
obedecerá aos fundamentos, objetivos, di-
retrizes e instrumentos da Política Nacio-
nal de Recursos Hídricos e será desenvolvi-
da em articulação com órgãos e entidade pú-
blicas e privadas integrantes do Sistema Nacio-
nal de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
2.1.2 Oportunidades de atuação
A minimização do consumo de água na
indústria, com a conseqüente redução da cap-
tação em corpos d’água (rios, lagos e outros
manancias) de água IN NATURA é a principal
atuação que se pode realizar, reduzindo assim
o impacto desse importantíssimo recurso am-
biental.
Várias são as maneiras de se atingir esse
objetivo, podendo ser destacadas:
– eliminação ou minimização do desper-
dício;
– eliminação ou minimização de perdas;
– reaproveitamento de águas já servidas
em atividades do processo produtivo
que não requeiram uma pureza tão ele-
vada da água;
20
Conservação de Recursos
– reuso de águas já servidas através de
tratamentos tais como: decantação, fil-
tração, microfiltração, centrifugação e
osmose reversa, entre outros, que per-
mitam recuperar a qualidade da mes-
ma à níveis daqueles encontrados na
natureza.
Como exemplo, pode-se citar a utilização
do efluente de sistemas de tratamento de efluen-
tes que, através de tratamento adequado, pode
retornar à cadeia produtiva, reduzindo as ne-
cessidades de água bruta IN NATURA.
– Modificações ou substituições tecnoló-
gicas no processo produtivo que venham a re-
duzir o consumo de água.
2.2 Conservação de Energia Térmica –
Princípios e Oportunidades de Atuação
Quando se fala em energia térmica, refe-
re-se à energia necessária para alterar a tem-
peratura (para cima ou para baixo) de deter-
minado corpo físico ou substância. Essa ener-
gia, na maior parte das vezes, é obtida através
da queima de combustíveis fósseis (derivados
de petróleo) ou não (biomassa ou nuclear).
A conservação de energia, em uma indús-
tria, pode ser classificada em 3 categorias:
1. Sem Investimentos – são aquelas me-
didas de conservação que propiciam
economias de energia sem necessida-
de de dispêndios de capital.
Podem ser citados como exemplo:
– ajustes da relação ar/combustível em
caldeiras e fornos;
– reprogramação dos sistemas de carga.
2. Pequenos Investimentos – esses pro-
jetos exigem um investimento de capi-
tal relativamente pequeno, normalmen-
te, com retorno inferior a um ano. São
exemplos desses projetos:
– sistemas de controle de temperatura
de fornos;
– recuperação de condensado de vapor.
3. Projetos de Custo Elevado – requer
maiores investimentos e envolvem,
normalmente, a substituição e/ou ins-
talação de novos equipamentos. Por
isso, requer estudos detalhados de via-
bilidade técnico-econômica.
São exemplo:
– verificação e reestudo da estrutura e
isolamento térmico de fornos;
– aproveitamento do conteúdo energé-
tico dos gases de saída de fornos e
caldeiras.
Não há quem duvide hoje de que um
programa de conservação de energia tem que
ser conduzido em detrimento de comodidade
operacional, exigindo a atenção do operador,
aliada à um equipe eficiente de manutenção.
Uma indústria pode estar operando mal, do
ponto de vista de conservação de energia, de-
vido aos vícios de operação ou às deficiências
de manutenção.
A seguir estão listadas algumas oportuni-
dades de atuação com o objetivo de economi-
zar energia.
01. Operar fornos e caldeiras com exces-
so de ar adequado;
02. Operar o sistema termoelétrico com o
balanço fechado (sem alívio de vapor
para a atmosfera e sem abertura de vál-
vulas redutoras de pressão de vapor);
03. Maximizar a recuperação de conden-
sado de vapor;
04. Manter em boas condições o isola-
mento térmico de tubulações e equi-
pamentos;
05. Sanear vazamentos de vapor;
06. Recuperar/substituir purgadores de
vapor com defeito;
07. Substituir purgadores tipo termodinâ-
mico pelo tipo panela invertida (tam-
bém denominada balde invertido);
08. Operar os sopradores de fuligem
(ramonadores) de fornos e caldeiras;
09. Instalar/operar sistemas de preaqueci-
mento de ar de fornos e caldeiras;
10. Manter os queimadores (de óleo com-
bustível e/ou gás combustível) em
boas condições de queima;
11. Evitar manter turbinas em baixa ro-
tação;
12. Evitar a queima de combustível em
tochas (flare);
13. Buscar operar as unidades de proces-
so próximas da carga em que a eficiên-
cia energéticaseja máxima;
14. Manter limpa a superfície de troca de
calor em permutadores de calor e
aquecedores;
15. Minimizar a temperatura dos gases de
combustão de fornos e caldeiras para
a chaminé;
16. Ajustar a tiragem de fornos e caldei-
ras para o valor ótimo.
Conservação de Recursos
21
2.3 Conservação de Energia Elétrica –
Princípios e Oportunidades de Atuação
A seguir, serão abordadas medidas de ca-
ráter operacional e administrativo visando à
conservação de energia elétrica.
1. Utilizar motores com rendimento ele-
vado;
2. Utilizar banco de capacitores para ele-
var o fator de potencia;
3. Utilizar variadores de velocidade em
motores que operam com cargas variá-
veis;
4. Desligar equipamentos em períodos
ociosos;
5. Evitar o uso de motores superdimensio-
nados;
6. Instalar sistemas de iluminação adequa-
dos ao serviço a ser executado, obser-
vando:
– usar reatores de alta eficiência;
– utilizar luminárias e difusores de
bom desempenho;
– usar lâmpadas adequadas para cada
tipo de ambiente;
– ligar a luz elétrica somente onde não
existir iluminação natural suficiente
para o desenvolvimento das atividades;
– instruir os empregados a desligarem
as lâmpadas de dependências deso-
cupadas, salvo aquelas que contri-
buem para a segurança;
– reduzir a carga de iluminação nas
áreas de circulação, garagem, depó-
sitos, etc., observando sempre as
medidas de segurança;
– evitar pintar os tetos e paredes com
cores escuras as quais exigem lâm-
padas de maior potência para a ilu-
minação do ambiente;
– manter limpas as luminárias. A su-
jeira reduz o fluxo luminoso, exigin-
do maior número de lâmpadas acesas;
– usar luminárias abertas, para melho-
rar o nível de iluminamento;
– verificar a possibilidade de instalar
timer para controle de iluminação
externa, letreiros e luminosos;
– limpar regularmente as paredes, ja-
nelas, forros e pisos. Uma superfície
limpa reflete melhor a luz de modo
que menos iluminação artificial se
torne necessária;
– instalar interruptores. objetivando fa-
cilitar as operações liga/desliga con-
forme a necessidade local, inclusive
através da instalação de timers;
– utilizar telhas transparentes para
aproveitamento da iluminação natural;
– dividir os círculos de iluminação, de
tal forma a utilizá-los parcialmente
sem prejudicar o conforto;
– percorrer os diversos setores da in-
dústria, a fim de verificar se há lu-
minárias desnecessárias ou com ex-
cesso de iluminação;
A rotina pela qual são executadas as
tarefas de limpeza e conservação in-
flui no consumo de energia elétrica.
Assim sendo, recomenda-se a ado-
ção das seguintes providências:
– fazer a limpeza, preferencialmente
durante o dia, em cada setor;
– iniciar a limpeza por um setor, man-
tendo todos os demais apagados,
caso a mesma seja realizada após o
encerramento do expediente;
– programar o serviço, de forma que o
ambiente ou andar tenha a respecti-
va iluminação e outros equipamen-
tos desligados imediatamente após a
sua conclusão.
7. Garantir eficiência adequadas dos sis-
temas de refrigeração, aplicando os se-
guintes procedimentos:
– Regular sempre o termostato, no caso
de câmaras frigoríficas, para a tem-
peratura de armazenamento relativa
aos produtos armazenados e período
de armazenamento;
– Procurar sempre armazenar na mes-
ma câmara produtos que necessitem
a mesma temperatura, percentual de
umidade e mesmo período de arma-
zenagem;
– Manter sempre em bom funciona-
mento termostato e resistência de
aquecimento das unidades evapora-
doras que operem em faixas de con-
gelamento, pois o gelo é isolante e
dificulta a troca de calor;
– Manter, sempre que possível, as por-
tas das câmaras frigoríficas fechadas
e completamente fechadas e vedadas
as portas das ante-câmaras;
– Manter sempre em bom funciona-
mento e limpos os termostatos que
operam com válvulas de três vias e/
ou com válvulas de expansão;
– Manter sempre, para cada trocador
de calor de processo, o fluxo correio
de água gelada, fluido frigorígeno e
vazão de ar;
22
Conservação de Recursos
– Usar, nas câmaras frigoríficas, so-
mente lâmpadas mais eficientes, pre-
ferencialmente fria, manter o nível
de iluminamento adequado (200 lux);
– Evitar, sempre que possível, instalar
condensadores ao alcance de raios
solares ou próximos a fornos, estu-
fas, etc., ou seja, equipamentos que
irradiem calor;
– Utilizar cortina de ar, quando não
houver ante-câmara;
– Recuperar, sempre que houver simul-
taneidade ou possibilidade de acu-
mulação, o calor rejeitado em torres
de resfriamento para aquecimento ou
preaquecimentode fluidos envolvi-
dos em outros processos. Esta recu-
peração pode ser realizada por tro-
cadores ou bombas de calor;
– Para os sistemas de refrigeração de
expansão indireta de médio ou gran-
de porte, que utilizam a água gelada
como volante térmico e operem nas
faixas de temperatura compatíveis,
estudar a possibilidade de termoacu-
mulação em gelo ou água gelada;
8. Dimensionar os condicionadores de ar,
adequadamente, ao porte e tipo de am-
biente, tomando as seguintes medidas
para conservar energia:
– Regule o termostato para uma tem-
peratura ambiente de forma a aten-
der as condições de conforto;
– Utilize maior ou menor entrada de
ar exterior, quando a temperatura at-
mosférica estiver baixa ou alta, res-
pectivamente;
– Sempre que possível, ligue o apare-
lho de ar condicionado uma hora
após o início do expediente e desli-
gue uma hora antes do seu término;
– Limpe periodicamente os filtros, tro-
cando-os quando necessário;
– Verifique se o tratamento de água ge-
lada e de condensação está sendo
adequado;
– Verifique se as correias dos ventila-
dores estão ajustadas e perfeitas;
– Utilize, preferencialmente, lâmpadas
fluorescentes em ambientes climati-
zados;
– Orientar os usuários para:
– Desligar aparelhos elétricos, loca-
lizados em ambientes condiciona-
dos, quando não estiverem sendo
utilizados;
– Manter fechadas as portas e jane-
las nos ambientes condicionados;
– Não obstruir ou alterar a regula-
gem das grelhas de insuflamento
e retorno de ar existentes nos am-
bientes;
– Regular os termostatos dos apare-
lhos individuais, de forma a evitar
frio em excesso e, ao se ausentar por
longo tempo, desligá-los sempre.
Anotações
Conservação de Recursos
23
3Indicadoresde Energia
Em uma refinaria de petróleo, é possível
avaliar se o consumo de energia é adequado
utilizando-se de dois tipos de indicadores: o
Consumo Específico de Energia (CEE) e o
Índice de Intensidade de Energia (IEE) da So-
lomon.
Antes de se passar para os indicadores pro-
priamente ditos, é necessário conhecer duas
definições básicas:
3.1 Consumo de energia
Quando se fala do consumo de energia
de uma determinada planta de produção de
uma indústria ou de uma refinaria, não se re-
fere apenas ao consumo de energia elétrica,
mas sim à somatória de todas as fontes de
energia utilizadas, tais como os combustíveis.
Como cada combustível possui determi-
nada quantidade de energia (calor) para cada
unidade de massa (kilo ou tonelada) consumi-
da, não é correto apenas somar as quantidades
utilizadas de combustível entre si.
Antes de efetuar essa soma, faz-se ne-
cessário traduzir cada combustível em uma
unidade comum, expressa em metros cúbi-
cos de Óleo Combustível Padrão Equivalente
(m3 OCPE). Isso também vale para a energia
elétrica.
Logo, o consumo total de energia de uma
refinaria pode ser expresso em m3 OCPE por
determinado espaço de tempo (hora, dia, mês,
ano, etc).
3.2 Fator de complexidade (FC)
O Fator de Complexidade (FC) de uma
refinaria representa quantas vezes essa refina-
ria gasta energia, quando comparada com uma
refinaria padrão que tivesse apenas uma uni-
dade de destilação atmosférica e vácuo, com amesma capacidade de processamento de pe-
tróleo.
Uma refinaria com FC = 2, como a Repar,
por exemplo, consome 2 vezes mais energia
que uma refinaria padrão.
Para se calcular o FC da refinaria, utiliza-
se a seguinte expressão:
FC = 
m
i 1=
∑ Carga processada da Unidade i X Fci
Carga processada de petróleo da Refinaria
em que:
Unidade i = cada unidade de processo da Re-
finaria
 FCi = fator de complexidade da Uni-
dade i (tabelada)
Por exemplo:
Destilação Atmosfera/Vácuo FCi = 1,000
Craqueamento Catalítico FCi = 2,284
Desasfaltação à Solvente FCi = 1,800
Deve-se tomar cuidado para expressar as
cargas processadas na mesma unidade de tem-
po (m3/hora, m3/dia, m3/mês ou m3/ano).
Serão abordados novamente os indicado-
res de energia:
3.2.1 Consumo específico de energia (CEE)
Representa a quantidade de energia neces-
sária para se processar 100 unidades de volu-
me de petróleo em determinada refinaria, em
dado intervalo de tempo, sendo expressa nor-
malmente por:
CEE = 
 Energia Consumida (m3 OCPE)
 X 100
 Volume de Petróleo Processado (m
3)
Pode-se notar que quanto maior for o nú-
mero de unidades de processo em dada refina-
ria, maior será a energia consumida, mas o
volume de petróleo consumido não precisa ser
necessariamente maior. Isso dificulta a com-
paração entre refinarias.
Para contornar essa dificuldade, utiliza-se
o consumo específico corrigido com a com-
plexidade da refinaria, sendo expresso por;
CEEC = 
CEE
FC
24
Conservação de Recursos
que a segurança, meio ambiente e saúde são
os únicos caminhos para se atingir os indica-
dores de excelência.
3.2.2 Índice de Intensidade de Energia (IIE)
A Solomon Associates é uma empresa
americana que faz o levantamento de dados
de refinarias das Américas e Europa e desen-
volveu indicadores para as diversas áreas, tais
como mão-de-obra, custos, manutenção, etc e
também energia.
Os dados são fornecidos sob sigilo e o
benefício para as refinarias é terem conheci-
mento de sua posição relativa, em cada indi-
cador, em relação às demais refinarias.
Saber os resultados das refinarias de me-
lhor desempenho em determinada área (deno-
minadas de vanguardeiras ou benchmarking)
torna-se importante em um mundo globalizado
e de concorrência.
Para cada tipo de unidade de processo,
utilidades e off-sites, a Solomon desenvolveu
expressões que calculam o consumo padrão
de energia, que levam em consideração o vo-
lume e a qualidade de carga processada nes-
sas unidades.
A somatória dos consumos padrão das
unidades, utilidades e off-sites resulta no con-
sumo padrão da refinaria.
O índice de intensidade de energia é ca-
racterizado pela relação percentual entre o con-
sumo de energia efetivo da refinaria e o con-
sumo padrão, sendo definido por:
IIE = 
Consumo de energia da Refinaria
 X 100
 Consumo de energia Padrão
Os consumos padrão foram desenvolvidos
pela Solomon na década de 80, representando
a tecnologia da época.
Com o avanço da técnica de construção
de unidades de processo mais eficientes em
termos de energia, atualmente, as refinarias
vanguardeiras já conseguem alcançar índices
de intensidade de energia ao redor de 85%.
3.2.3 Conclusão
Diante de um tema tão abrangente e
interativo com o cotidiano, não se poderia de
acrescentar os horizontes anunciados pelos
estudiosos da área científica. Com a crescente
demanda por recursos minerais e escassez de
matrizes energéticas, é latente a necessidade
de se buscar alternativas ecologicamente po-
sicionadas. A conscientização pela postura
proativa com este delicado ecossistema, trará a
raça humana para um novo patamar ambiental.
No âmbito de prospequição e refino, a
busca pela otimização das unidades de produ-
ção é uma constância, sem sombra de dúvidas,
Anotações
Conservação de Recursos
25
26
Conservação de Recursos
Principios Éticos da Petrobras
A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o
decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
éticos são os valores maiores que orientam a relação da
Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,
parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais
segmentos da sociedade.
A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes
de competitividade e lucratividade, sem descuidar da
busca do bem comum, que é traduzido pela valorização
de seus empregados enquanto seres humanos, pelo
respeito ao meio ambiente, pela observância às normas
de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento
nacional.
As informações veiculadas interna ou externamente pela
Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma
relação de respeito e transparência com seus
empregados e a sociedade.
A Petrobras considera que a vida particular dos
empregados é um assunto pessoal, desde que as
atividades deles não prejudiquem a imagem ou os
interesses da Companhia.
Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do
julgamento, considerando a justiça, legalidade,
competência e honestidade.

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