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LASER CO2 FRACIONADO (LASER DE ALTA PONTÊNCIA) Tratamento ablativo onde remove a epiderme (camada mais superficial) e estimula a derme termicamente para a indução da produção de colágeno. Excelente procedimento não cirúrgico e não invasivo para o rejuvenescimento cutâneo e tratamento de cicatrizes de maneira geral. Melhora as rugas. Assim como todos os lasers possui feixe colimado, monocromático e coerente. PROPRIEDADES DO LASER LEI DE GROTHUS-DRAPER: primeira lei da fotobiologia; estipula que a absorção luminosa é necessária para a ativação de um efeito no tecido (Todo tecido, para que se tenha efeito, tem que absorver um campo luminoso). Tal absorção é dependente da presença de um cromóforo. Cada cromóforo responde a um comprimento de onda específico. → CROMÓFOROS: ● Água: vaporização, ablação; ● Hemoglobina: lesões vasculares; ● Melanina: lesões pigmentadas e remoção de pelos; ● Tinta: tatuagens. FÍSICA BÁSICA DO LASER A onda do laser pode ser emitida de diferentes maneiras: continuada, pulsada, superpulsada, ultrapulsada. Na CONTÍNUA a emissão de energia é feita sem interrupção, geralmente em baixas fluências. Pode ser utilizada para incisão, excisão, vaporização. Promove necrose, coagulação e até carbonização do tecido. (Extremamente agressiva) No PULSO há interrupção da onda com o objetivo de fazer a energia ficar acumulada e liberada em grande quantidade de uma só vez, reduzindo o dano térmico. (Interrompe a onda, mas dispara uma energia mais acumulativa) Há 2 tipos de laser para resurfacing, os ablativos e os não-ablativos. Resurfacing → Remove a camada mais superficial da pele (epiderme), fazendo com que outra pele nova, sem marcas, surja no lugar, surgindo um novo tecido. Promove o estímulo de colágeno na derme, melhorando rugas, cicatrizes, além de clarear e eliminar manchas. A. Laser ablativo convencional que provoca ablação completa da epiderme e derme. (faz uma varredura) B. Laser não ablativo: não remove a epiderme e causa lesão térmica na derme. C. Resurfacing fracionado não ablativo: deixa a epiderme intacta e cria colunas microscópicas de lesão epidérmica e dérmica. D. Laser ablativo fracionado: forma colunas de ablação epidérmica e dérmica. LASER CO2 O laser de CO2 foi um dos primeiros que se empregou gás, idealizado por Kumar Patel em 1964. Emite raios de comprimento de onda de 10.600nm que são fortemente absorvidos pela água (cromóforo). Podem ser usados de modo contínuo ou pulsado. Com pulso de duração de aproximadamente 01ms (não observável a olho nu). Seu mecanismo de ação é a produção de calor. A vaporização ocorre quando o raio atinge a pele com consequente aquecimento super-rápido, ebulição e vaporização da água, gerando ablação. (A molécula de água vai absorver a onda de calor do CO2 fracionado, vai formar ebulição, evaporar e assim, na vaporização irá formar o dano no tecido) Esta transferência de calor é a provável responsável pela desnaturação do colágeno. (Vai desnaturar, refazer e estimular uma inflamação para começar a produção de colágeno novamente; na maioria dos casos o colágeno já está deficiente) Em resumo: CO2 produz rejuvenescimento da pele através da contração colágeno, ablação epidérmica, lesão térmica periférica com remodelação da derme e neocolagênese. As primeiras versões foram utilizadas nos lábios para tratamento de queilite actínica (lesões de padrões solares, pessoas com pele clara, trabalhadores que ficam expostos ao Sol em trabalhos exaustivo e excessivo – lesões em volta da boca, avermelhada, queratinosas e grossas). Rapidamente a técnica se estendeu para toda a face e deu origem ao resurfacing ablativo, permitindo uma dermoabrasão de profundidade rigorosamente controlada. Porém, o procedimento era muito doloroso, com consideráveis efeitos colaterais e um pós-operatório difícil e longo. A partir de 1990 foram desenvolvidos os aparelhos baseados no fototermólise seletiva, com ultrapulsos, altas energias e scanner para minimizar os problemas. Laser contínuo Laser fracionado Laser continuo – remove todo o tecido; dano bem profundo; recuperação pós procedimento mais cautelosa, mais traumática. Laser fracionado – várias colunas; tempo de recuperação mais rápido; seleciona e fraciona a energia. LASER FRACIONADO ABLATIVO Foi introduzido em 2006 com o objetivo de ser uma técnica tão eficiente e segura na remoção de rugas como o resurfacing ablativo. No caso do fracionamento há rupturas localizadas da epiderme por grande quantidade de energia cercadas de pele intacta (são as colunas, ilhotas na qual o laser não atingiu, e que irá promover a recuperação e cicatrização mais rápido da pele, tornando a janela de recuperação mais rápida). Graças ao fracionamento, consegue-se atingir camadas mais profundas do que o resurfacing não- fracionado. ● O laser CO2 é executado em centro cirúrgico, atinge toda a superfície e é aplicado com um único feixe intenso contínuo e em varredura acarretando em lesões maiores e longo tempo de recuperação. ● O laser CO2 fracionado é um procedimento ambulatorial realizado com anestesia tópica, amenizando a dor do paciente. Emite vários “microfeixes” e os fragmentos intactos de pele atuarão como pontes para a reestruturação do tecido. LASER CO2 X LASER CO2 FRACIONADO Resurfacing cutâneo fracionado – Tempo de recuperação curto. Resurfacing cutâneo tradicional – Tempo de recuperação longo. Com a ponteira do laser, conseguimos escolher o formato, a densidade. Fracionado: Aplicar o laser com vários furinhos, com pontos de inserção bem distanciados. Tradicional: remove de 100% da camada da pele LASER FRACIONADO ABLATIVO ● EFEITO TIGHTENING: remodelação do colágeno com contração visível da pele acarretando na diminuição da flacidez. INDICAÇÕES: → Rugas de diferentes profundidades; → Alterações mais severas na textura como elastose solar (envelhecimento causado pelo Sol na pele – aspecto morto, sem vida, opaco, pele fina); → Cicatrizes de acne ou pós-traumáticas; → Cicatrizes hipertróficas e queloide; → Alterações pigmentares; → Lesões proliferativas como queratose actínica, verrugas; → Estrias; → Hiperplasia sebácea; → Resurfacing cutâneo (rejuvenescimento). CONTRA-INDICAÇÕES: → Doenças autoimunes → Vitiligo; → Rosácea e telangectasias (pode aumentar a vascularização); → Uso de anticoagulantes, fotossensibilizantes; → Herpes ativa; → Poiquiloderma (inflamações vermelhas de colo de pescoço, provenientes de vasos inflamados); → Fototipo VI e V (morenos e negros); → Uso anterior de isotretinoína (roacutan) no intervalo de 6 meses; → Gestantes; → Sensibilidades à luz como LES, pênfigos; → Exposição recente ao sol; → Tratamentos de esfoliação recente ou cirúrgicos. ORIENTAÇÕES GERAIS ● Fotos antes do procedimento (documento muito importante no prontuário do paciente para evitar problemas futuros); ● Termo de Consentimento Informado; ● Planejar procedimentos mais leves com mais repetições para fototipos mais altos. Avaliar custo x benefício; ● Medicações tópica prévia como FPS (protetor solar), cremes antioxidantes e/ou despigmentantes; ● Profilaxia oral para pacientes portadores de herpes recorrente ou sempre que se pensar em fazer um procedimento mais agressivo (paciente pode ser portador do vírus, mas não está expressando); ● Tratamento para prevenção de hiperpigmentação (cuidado para não manchar); ● Orientações e medicamentos pós procedimentos por escrito (receita); ● Como a barreira cutânea será removida, são esperadas secreções e crotas; ● Lembrar que as regiões extra-faciais são mais susceptíveis aos efeitos colaterais (nessa região possui poucas glândulassebáceas). ● Orientações pós-procedimentos; ● Não se recomenda o uso de atb profiláticos; ● Corticoides 1 dia – Retração muito grande da pele; indica-se muito uso de água termal, hidratar bastante a pele 1 a 10 idas – Cicatrização; formação de casquinhas SMARTXIDE DOT Possível fazer feixes de vários tamanhos, tipos, modelos. SMARTXIDE – PROTOCOLO CLÍNICO . Creme anestésico pelo menos 40 min seguido de boa higienização na hora da aplicação; . Protetor intraocular (proteção da retina); . Ajustes dos parâmetros antes de iniciar a sessão de acordo com o fototipo, área a ser tratada e aplicação. Alterá-los de acordo com a sensação dolorosa do paciente; . Orientar sobre a sensação de calor na hora do procedimento e sua duração por horas após. RESURFACING CUTÂNEO TRADICIONAL COM SMARTXIDE DOT - Cada unidade estética deve ser tratada integralmente; - Escolha do formato e tamanho da área de varredura; - Ajuste da potência e tempo de permanência de acordo com a área a ser tratada; - A maioria das áreas é tratada na segunda passagem, lembrando que a remoção da pele não é igual aos danos térmicos; - Cuidado para formação de cicatrizes. LASER CO2 FRACIONADO – CUIDADOS PÓS- PROCEDIMENTO - Compressas frias (aliviar a sensação de calor), spray de água termal gelada, gazes úmidas resfriadas para diminuir o edema e a inflamação; - Pomadas enzimáticas, antibióticas ou emolientes 3 a 4x ao dia até que a cicatrização clínica seja observada; - Limpeza com gaze estéril e solução fisiológica; - É sugerido esperar um dia para tomar banho (tomar banho na água fria, nunca na água quente); - Evitar esfoliação tópica por até 4 semanas; - Cremes a base de vitamina C; - Filtro solar de amplo espectro; - Evitar exposição ao sol por até 4 semanas; - Uso de maquiagem ou fazer a barba somente após 3 dias do procedimento; - Bioestimulação com laser de baixa potência ou fontes de luz e/ou LEDs. COMPLICAÇÕES PÓS PROCEDIMENTO * EDEMA: de leve a moderado com pico na manhã seguinte ao procedimento. *ERITREMA (VERMELHIDÃO): acontece em 100% dos casos podendo durar até 6 meses sem configurar uma complicação. É diretamente proporcional à fluência e densidade utilizadas. Pode ser mais persistente em pacientes com dermatites ou infecções no período de reepitelização, portadores de rosácea, uso de retinóides durante o preparo da pele, imaturidade da epiderme, aumento do fluxo sanguíneo secundário à reposta inflamatória gerada pelo procedimento. Maioria de resolução espontânea. São efeitos esperados, podendo ser uma complicação caso perdure além do tempo esperado. * PRURIDO: normalmente secundário ao processo de cicatrização. Descartar infecções, dermatite de contato ou reações alérgicas. Iniciar tratamento imediato para evitar evolução para outras complicações como cicatrizes e discromias (manchas brancas). * HIPERPIGMENTAÇÃO PÓS-INFLAMATÓRIA (HPI) MANCHA NEGRA: geralmente aparece entre 3 a 4 semanas após o procedimento. Está indicado o uso de corticoides de baixa potência ou hidroquinona pura para aqueles pacientes com risco conhecido para o desenvolvimento de HPI. * HIPOPIGMENTAÇÃO: rara, tardia (até 6 a 12 meses após o tratamento). Pode ser relativa ou verdadeira. É dependente da destruição ou não de melanócitos pelo procedimento. No caso da verdadeira, o uso de 8-MOP (usado para voltar a pigmentação da pele) ou imunomoduladores está indicado com a intenção de promover a migração de melanócitos para a periferia. * INFECÇAO: pode ser bacteriana secundária ao procedimento ou viral herpética. Se promovemos a remoção da pele, ficamos com uma área descoberta ficando propício a uma lesão secundária ou herpes viral. * LESÕES ACNÉICAS: ocorrem pelo processo de reepitalização dos folículos. rara Apresentam resolução espontânea, sem necessidade de tratamento. * CICATRIZES: podem ocorrer por pré-disposição individual ou pelo uso anterior de isotretinoína (roacutan) aguardar 6 meses. Pode ser usados corticoides de baixa potência, fitas de silicone ou corticoides intra lesional. * DERMATITE DE CONTATO: aparecimento de eritema (irrita quando se faz o uso de pomada cicatrizante) e prurido na região tratada, normalmente pelo uso tópico de produtos no pós- procedimento. O tratamento é a suspensão do uso dos mesmos, aplicação de água termal, corticoides de baixa potência, corticoides via oral ou anti-histamínicos. * ECTRÓPIO: transitório ou permanente. O tratamento das pálpebras deve ser feito mais superficialmente que o resto da face. Deve-se diminuir sempre a fluência e a densidade. Raro de acontecer. O tratamento pode ser feito com massagens com corticoide tópico, intra lesional ou intervenção cirúrgica. Complicações pós procedimento: queimaduras e formação de crostas Cicatrizes hipertróficas cervicais pós-laser de CO2 contínuo. (cicatrização extra facial é mais lenta e mais difícil) Técnica de CROLL - Spot size em hexágono, Distância entre os pontos 200μm e profundidade do laser de 2000μs. (cicatriz de acne; concentrada e pontual) RESULTADOS CONCLUSÃO O fracionamento do laser CO2 trouxe sem dúvidas enormes benefícios, mas também uma falsa ideia da ausência de efeitos colaterais. O resurfacing é um procedimento que veio para ficar, mas o laser CO2, mesmo fracionado, continua sendo um tratamento eficaz e agressivo. E como tal deve ser tratado, requerendo treinamentos constantes e cautela para sua execução.
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