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Farmacodinâmica (resposta aos fármacos, alvos e receptores farmacológicos) - Farmacologia

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8 
 
 
A variação das respostas aos fármacos 
muda de acordo com várias situações: 
✓ Raça, grupos étnicos e sexo (polimorfismos 
genéticos e hábitos culturais); 
✓ Cronofarmacologia (horário da administração – 
ciclo circadiano); 
 ex.: pacientes com asma, geralmente tem 
crises asmáticas por volta de 00:00 às 
06:00 devido a diminuição do cortisol. Por 
isso, a administração de medicamentos 
para asma se dá cerca de 8 horas antes do 
pico da crise (ou seja, 8 horas da noite). 
✓ Não obediência à posologia; tanto tomar antes 
ou depois do horário indicado. 
 diminuição da concentração do fármaco no 
sangue. 
 antimicrobianos – resistência. 
 Biodisponibilidade; via da administração 
escolhida. 
 Idade; 
 
 
Os fármacos podem agir nos: 
✓ Ácidos nucléicos 
✓ Enzimas 
✓ Proteínas transportadoras 
✓ Canais iônicos 
✓ Receptores fisiológicos/farmacológicos 
ÁCIDOS NUCLÉICOS 
Em relação aos ácidos nucléicos, podemos usar 
como exemplo, o mecanismo de ação dos 
antimicrobianos utilizados para o tratamento de 
infecções. 
Na figura a seguir, ocorre o mecanismo de ação que 
envolve a inibição da síntese de ácido nucleico. 
 alguns fármacos antimicrobianos utilizados no 
tratamento de infecção têm como objetivo 
entrar no microrganismo e impedir a replicação 
do material genético, e consequentemente a 
proliferação do organismo. 
 O DNA, RNA, ribossomos, metabólitos, 
proteínas são alvos dos fármacos. 
 
ENZIMAS 
As enzimas são estruturas proteicas que 
estão presentes nas células. Quando interferimos na 
atividade da enzima, efeitos farmacológicos podem 
acontecer. 
✓ Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES)  
Inibidores da COX (Ciclooxigenase) 
 O mecanismo de ação dos AINES é a 
interferência na Cascata da inflamação, 
impedindo que a inflamação progrida. Para 
isso, ocorre a inibição da enzima 
ciclooxigenase. 
farmacodinâmica 
ALVOS FARMACOLÓGICOS E MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS. 
 
9 
 ex.: diclofenaco, AAS, nimesulida, dipirona, 
paracetamol, ibuprofeno. 
✓ Inibidores da enzima conversa da angiotensina 
(IECA)  Captopril e enalapril. 
 O captopril é um fármaco anti-hipertensivo 
que reduz a pressão arterial agindo numa 
enzima especifica. 
 Uma das formas do organismo 
aumentar a pressão arterial é a liberação 
da enzima renina pelos rins. A renina 
converte a angiotensinôgenio (proteína 
inativa) em angiotensina I. Essa por sua 
vez, vai ser convertida em angiotensina 
II por uma outra enzima, a ECA. A 
angiotensina II age nos receptores de 
membrana dos vasos sanguíneos, 
estimulando a sua vasoconstrição. 
 Um indivíduo hipertenso pode estar 
com altos níveis de angiotensina II, logo 
faz uso de captopril para inibir a enzima 
ECA. 
 Efeitos colaterais do captopril é a tosse 
seca. Isso porque a ECA tem outro 
papel fisiológico, a degradação da 
bradicinina no organismo. A 
bradicinina é uma substância endógena 
que participa de processos 
inflamatórios. Logo, teremos o acúmulo 
da bradicinina. Se o paciente estiver 
incomodado com a tosse, deve-se trocar 
a medicação. 
 A diferença entre captopril e enalapril: O 
captopril é fármaco, enquanto o enalapril é 
pró-fármaco (substância inativa que precisa 
ser metabolizada pelo fígado). 
PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS 
As proteínas transportadoras estão 
presentes nas células, permitindo a passagem de 
íons. 
✓ O mecanismo de ação da Furosemida é a 
bloqueio da proteína transportadora que existe 
na alça de Henle, impedindo o transporte de 
Na+, K+ e Cl-. Os íons ficam retidos nos túbulos 
renais junto com uma grande quantidade de 
água, assim, promovendo uma intensa diurese. 
 Fisiologicamente, a proteína transportadora 
presente na alça de Henle é responsável por 
transportar Na+, K+ e Cl- de dentro dos 
túbulos renais para o sangue  mecanismo 
fisiológico para o aumento da pressão 
arterial. 
✓ O mecanismo de ação do Omeprazol é inibir a 
bomba próton-potássio, assim reduzindo a 
quantidade de prótons na luz do estômago e 
consequentemente uma diminuição na acidez 
estomacal. 
 Fisiologicamente, o estômago é ácido 
(secreções de ácidos). Existe uma célula na 
mucosa estomacal, a célula parietal, que tem 
uma proteína transportadora na membrana. 
Essa proteína, com o auxilio do ATP, joga 
prótons (H+) na luz do estômago e potássio 
para dentro da célula parietal. O excesso de 
prótons se combina com cloreto, formando o 
ácido clorídrico. 
 Uma acidez estomacal muito alta pode 
causar úlceras na parede estomacal e no 
intestino (na região duodenal). 
 
 
 
 
 
10 
CANAIS IÔNICOS 
 Os canais iônicos são proteínas presentes na 
membrana plasmática das células que permitem a 
passagem de íons. 
✓ O mecanismo de ação dos anestésicos locais é 
o bloqueio dos canais iônicos de sódio 
presentes nas células, impedindo a entrada de 
sódio na célula neuronal. Se não entra sódio, a 
célula não despolariza, e consequentemente o 
indivíduo não sente dor. 
 lidocaína e procaína. 
✓ As hipoglicemiantes orais agem nos canais 
iônicos de potássio das células do pâncreas (β 
pancreática). Ocorre o fechamento dos canais 
de potássio, aumentando a concentração de 
potássio dentro da célula (fica retido), 
despolarizando a célula e abrindo os canais de 
cálcio. O cálcio entra, estimulando a liberação 
de insulina. 
 são fármacos utilizados em pacientes 
com diabetes do tipo II. 
 ex.: Glibenclamida. 
✓ Os anti-hipertensivos vasodilatadores atuam 
nos canais iônicos dos vasos sanguíneos. Os 
canais iônicos permitem a entrada de cálcio no 
músculo liso vascular, gerando uma contração 
(vasoconstrição). Logo, o fármaco irá fechar os 
canais de cálcio para que não ocorra a 
contração. 
 ex.: Nifedipino e anlodipino. 
 
 
 
Os receptores são estruturas molecular 
(proteínas) localizados na membrana plasmática ou 
citoplasma, que pode interagir com substâncias 
endógenas (fisiológica) e exógenas, sendo estas 
responsáveis pelas ações farmacológicas ou 
tóxicas. 
Os receptores farmacológicos e fisiológicos 
são classificados em quatro: 
1. Canais iônicos ou receptores ionotrópicos; 
2. Receptores metabotrópicos ou receptores 
acoplados a proteína G; 
3. Receptores enzimáticos ou catalíticos; 
4. Receptores intracelulares; 
RECEPTORES IONOTRÓPICOS 
Um dos mecanismos de ação envolvendo os 
receptores farmacológicos é o mecanismo dos 
anestésicos locais, que envolve o canal iônico; 
MECANISMO DE AÇÃO DOS 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
Na célula neuronal, a entrada de sódio pelos 
canais iônicos permite a despolarização celular e 
consequentemente a percepção de dor. O 
anestésico local passa pela membrana plasmática, 
entra na célula neuronal e fecha o canal de sódio 
por dentro, bloqueando a sensação de dor. 
 também chamado de receptor ionotrópico. 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS 
BENZODIAZEPÍNICOS 
 Também conhecido como Diazepam, é 
usado para diversas situações clínicas como 
insônia, convulsão, ansiedade e até mesmo em 
quadros de dores. O que essas situações tem em 
comum? são patologias despolarizantes do sistema 
nervoso. 
Os benzodiazepínicos atuam nos canais iônicos (ou 
receptores ionotrópicos) de cloreto (Cl-). O 
fármaco se liga ao canal iônico e aumenta a 
afinidade do GABA (neurotransmissor endógeno) 
com o receptor, ou seja, irá estimular a interação do 
receptor com o neurotransmissor. Assim, quanto 
 
11 
mais benzodiazepínico se liga ao canal iônico, mais 
GABA se liga ao receptor. 
A ligação do GABA com o receptor (GABA A) vai 
estimular a abertura dos canais de cloreto, o Cl- 
entra e hiperpolariza a célula neuronal (negativo 
dentro). Quando o neurônio hiperpolariza, não 
consegue se comunicar com os outros. Assim, 
revertendo o quadro patológico. 
 
RECEPTORES METABOTRÓPICOS 
 Ou receptores acoplados a proteína G. 
Estruturalmente, são receptores que atravessa e 
membrana plasmática sete vezes. 
O receptoracoplado a proteína G é uma proteína de 
membrana que está acoplado a uma proteína G na 
parte interna da célula. Essa proteína G tem três 
subunidades: cadeia α, β e γ. Irá ficar ligada à 
subunidade α no estado inativo do receptor quando 
não houver ninguém interagindo com ele, ficando 
ligando a uma molécula de GDP. 
ATIVAÇÃO DAS PROTEÍNAS G. 
 Quando um fármaco agonista interage com 
o receptor acoplado a proteína G, ocorre a ativação 
da proteína. A proteína G, uma vez ativada, faz com 
que a subunidade α troque o GDP que tem acoplado 
pelo GTP. A subunidade α irá se separar das 
subunidades β e γ. Com essa troca, a subunidade α 
começa a fazer o seu trabalho dentro da célula. 
 
 
VIA DE TRANSDUÇÃO DA 
CICLASE DE ADENIL 
 Onde acontece a via de transdução da 
ciclase de adenil? Coração! Nas nossas células 
cardíacas, temos receptores acoplado a proteína G. 
Estes são responsáveis pelo batimento cardíaco. 
Quando o fármaco interage com esse receptor, a 
subunidade α da proteína G irá ativar a enzima 
adenil ciclase (αs – α estimulatória). A enzima 
ativada irá converter ATP em cAMP (segundo 
mensageiro, dando continuidade a cascata). A 
formação de cAMP permite a ativação de PKA 
(proteína quinase A), iniciando uma cascata de 
fosforilação de proteínas. Na fosforilação de 
proteína é adicionado um fosfato a proteína, assim 
ativando ou inibindo as proteínas. 
Uma das proteínas fosforiladas pela PKA, é 
um canal de cálcio na membrana plasmática da 
célula cardíaca. O canal abre e o cálcio entra, com 
a entrada de cálcio na célula cardíaca ocorre 
contração. 
 
VIA DA TRANSDUÇÃO DA 
FOSFOLIPASE C 
 O inicio é o mesmo, o fármaco ativa o 
receptor acoplado a proteína G. A subunidade α 
ativa (αq = estimulatória) irá induzir a atividade da 
enzima fosfolipase, estimulando-a. A enzima retira 
os fosfolipídios da membrana plasmática e 
converte em dois segundos mensageiros: DAG e 
IP3. Esses mensageiros continuam a cascata de 
eventos intracelulares, no sentido de aumentar o 
cálcio. 
 
12 
O IP3 estimula a saída de cálcio do reticulo 
endoplasmático para o citoplasma, enquanto o 
DAG ativa a proteína quinase C (PKC). A PKC 
inicia a cascata de fosforilação de proteínas, uma 
das proteínas é o canal de cálcio na membrana 
plasmática (entra cálcio na célula). O aumento de 
cálcio resulta a contração de músculo liso. 
Casos: brônquio constrição, glândulas 
salivares = salivação. 
 
RECEPTORES CATALÍTICOS 
 Ou enzimáticos, são receptores de 
membrana, uma parte fica dentro e outra parte fica 
fora da célula. Alguns possuem somente um 
domínio transmembrana e outros dois domínios 
transmembranas (caso do receptor da insulina). 
 
Quando os níveis de glicose no sangue estão 
altos, o pâncreas libera insulina. Essa insulina vai 
para os tecidos periféricos e para outros locais do 
sistema nervoso central. A insulina atua nos 
receptores enzimáticos da membrana plasmática 
das células, quando a insulina se liga ao receptor e 
esse receptor é ativado, inicia-se uma cascata de 
fosforilação de proteína dentro da célula, 
aumentando a síntese de proteínas (entra elas, o 
GLUT). O GLUT é sintetizado dentro da célula, 
este se desloca e vai para a membrana plasmática, 
captando a glicose para dentro da célula. 
 
RECEPTORES INTRACELULARES 
 São receptores que estão dentro da célula, 
podendo se encontrado no citoplasma ou no núcleo. 
O fármaco que interage com esse receptor tem que 
ser lipofílico para poder atravessar a membrana. 
Sem o fármaco, o receptor está inativo, devido a 
proteína Chaperona. Quando o fármaco interage, o 
receptor fica ativo, fármaco-receptor vai para o 
núcleo e estimula a síntese de proteínas ou inibi a 
síntese. 
 
 ex.: corticoides, anti-inflamatórios esteroidais, 
anticoncepcionais. 
Em alguns casos, o fármaco faz efeito sem interagir 
com o receptor: 
 
13 
• Agem em algumas regiões inespecíficas; 
• Podem ser administrados em grandes 
doses; 
• Dependem das características físico-
químicas do fármaco. 
 ex.: diuréticos osmóticos (manitol); Laxantes 
formadores de massa (fibras); Antiácido; 
EDTA. 
 
 
Potência é a quantidade de fármaco necessária 
para produzir um determinado efeito. Enquanto 
eficácia é a reposta máxima produzida. 
No gráfico abaixo, ambos os fármacos são 
eficazes porquê gerarem resposta máxima, mas o 
fármaco A é mais potente. Isso, porque o fármaco 
A gerou resposta máxima em uma concentração 
menor. 
 
 
 
 A ocupação de um receptor por uma 
molécula de um fármaco pode ou não resultar na 
ativação desse receptor. 
• Agonista: Ligam-se e ativam receptores; 
• Antagonistas: Ligam-se e não ativam 
receptores; 
O antagonista só ocupa o espaço no receptor, 
impedindo que o agonista se ligue ao receptor e o 
ative. 
 
 
 
TIPOS DE LIGANTES 
ANTAGONISTA 
Existe diversos tipos de antagonistas: 
 
C. O sítio de ligação do agonista é o mesmo do 
antagonista, ganha quem tiver em maior 
concentração. 
D. Tem dois sítios de ligação, um para o agonista e 
outro para o antagonista. Nesse caso, quem ganha 
é o antagonista porque este diminui a afinidade do 
agonista pelo receptor. 
 
No gráfico A: Em uma dada concentração, o 
agonista é quem se liga ao receptor, gerando 
resposta máxima. Quando adiciona o antagonista, 
as linhas mudam e o agonista só volta a apresentar 
resposta máxima quando aumenta a sua 
concentração. 
No gráfico B: Na presença do antagonista, ele 
quem ganha. O agonista sozinho consegue gerar 
resposta máxima, mas quando adicionado o 
antagonista ele não consegue mais. Então mesmo 
que aumenta a concentração do agonista, ele não 
consegue mais apresentar resposta máxima porque 
está na presença do antagonista. 
 
 
14 
AGONISTAS PARCIAIS 
 É a substância que, mesmo que ela se ligue 
a 100% dos receptores, só consegue gerar uma 
eficácia de 50%. 
 
 
AGONISTAS INVERSOS 
 O agonista inverso desliga o receptor. É 
usado em casos de patologias em que o receptor nas 
células fica ligados na ausência de qualquer ligante 
e somente um agonista inverso consegue desligar. 
 
 
 
 É um dado que toda substancia química tem 
que indica o quanto ela é segura ou o quanto é 
tóxica. Essa faixa terapêutica é uma relação entre a 
dose letal e a dose eficaz, quanto mais estreita for 
essa relação mais perigosa é a droga; e quanto mais 
larga é a relação, mais segura é a droga.

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