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Andressa Marques – Medicina UFR →Requer maior atenção quanto a 3 parâmetros: realização da anamnese; disponibilidade do material para atendimento do RN e presença de equipe treinada em reanimação (pediatra exclusivo para o RN). → Estima-se que 90% dos RN nascem bem, 10 % necessitam de manobras para respirar e 90% desses melhoram com VPP. → Na assistência imediata ao RN, 1 a cada 10 RN necessita de assistência para iniciar a respiração ao nascimento, 1 a cada 100 RN necessita de intubação e/ou massagem cardíaca e 1 a 2 em cada 1000 RN necessita de intubação, massagem e medicações. →A avaliação da vitalidade ao nascer leva em consideração 3 perguntas (ou 4, se for considerar o mecônio já na avaliação inicial): 1. Gestação a termo? 2. Respirando ou chorando? 3. Tônus muscular bom? 4. Ausência de mecônio? → A determinação da necessidade de reanimação depende da avaliação simultânea de dois sinais: • Respiração. • Frequência cardíaca (FC). →A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação. Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular e suficiente para manter a FC acima de 100 bpm. ASSISTÊNCIA AO RN COM NECESSIDADE DE REANIMAÇÃO PASSOS INICIAIS (devem ser realizados em 30 segundos) 1. PROVER CALOR 2. POSICIONAR A CABEÇA EM LEVE EXTENSÃO 3. ASPIRAR VIAS AÉREAS, SE HOUVER EXECESSO DE SECREÇÕES (primeiro a boca e depois narinas) 4. SECAR E DESPREZAR OS CAMPOS ÚMIDOS (se RN > 1500g) 5. Reposicionar a cabeça se necessário. →Em seguida avalia-se a FC e a respiração → Se houver vitalidade adequada, com FC >100 bpm e respiração rítmica e regular, o RN deve receber os cuidados de rotina na sala de parto. → Se o RN, após os passos iniciais, não apresentar melhora, indica-se a ventilação com pressão positiva, que deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida (“minuto de ouro”). → Após os cuidados de rotina na sala de parto os RN em boas condições seguem com a mãe para o alojamento conjunto. →O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente três minutos após o nascimento), para só então realizar-se o clampeamento; →O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26° C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos preaquecidos. Nesse momento, podem-se iniciar a amamentação (OMS recomenda que seja na 1ª hora de vida). CONTINUANDO A REANIMAÇÃO Prematuro com bom estado pode esperar 30 a 60 segundos para Clampear cordão e depois ir para passos iniciais Andressa Marques – Medicina UFR ASSISTÊNCIA AO RN COM LÍQUIDO AMNIÓTICO MECONIAL Os passos iniciais serão os mesmos. Se a frequência e a respiração estiverem normais o RN receberá os cuidados de rotina na sala de parto. → Quando o neonato com líquido amniótico meconial fluido ou espesso, logo após o nascimento, não apresentar ritmo respiratório regular e/ou o tônus muscular estiver flácido e/ou a FC for menor que 100 bpm, o profissional deve: •Iniciar VPP no 1°minuto de vida com máscara+bolsa com O2 a 21%. (atualização 2015). •Se não melhorar em 30s – possível obstrução por mecônio •Realizar a retirada do mecônio residual da hipofaringe e da traqueia sob visualização direta e fonte de calor radiante. →A aspiração traqueal propriamente dita deve ser feita com cânula traqueal conectada a um dispositivo para aspiração de mecônio e ao aspirador a vácuo, com pressão máxima de 100 mmHg. Recomenda-se aspirar o excesso de mecônio uma única vez. →Caso não obtenha sucesso, continuar com os passos normais de uma reanimação. →Após 30 segundos de VPP reavaliar a respiração e FC, caso não tenha melhora do quadro deve-se reavaliar a técnica (a maioria dos casos de insucesso serão por causa de técnica incorreta!) →Caso a técnica esteja adequada e mesmo assim o RN não apresentar melhora, deve-se partir para a intubação orotraqueal, após intubar, reavaliar respiração e FC após 30 segundos do bebê intubado, se não houver melhora e já tiver avaliado o posicionamento da cânula traqueal (colorímetro de CO2), caso a FC caia para menos de 60 bpm deve-se então iniciar a massagem cardíaca (preferencialmente por meio da técnica dos dois polegares e durante 60 segundos). (massagem cardíaca só deve ser iniciada se, após 30 segundos de ventilação com oxigênio suplementar, o RN apresentar ou persistir com FC inferior a 60 bpm.) → A compressão cardíaca é realizada no terço inferior do esterno, preferencialmente por meio da técnica dos dois polegares (maior pico de pressão sistólica, maior perfusão coronariana, além de ser menos cansativa) posicionados logo abaixo da linha intermamilar, poupando-se o apêndice xifoide. (OBS: profundidade= 1/3 do diâmetro ântero-posterior) → De modo eventual, podem-se aplicar a técnica dos dois dedos, posicionando-se os dedos indicador e médio no terço inferior do esterno. →A massagem cardíaca e ventilação são realizadas de forma sincrônica, mantendo-se uma relação de 3:1, ou seja, 3 movimentos de massagem cardíaca para 1 movimento de ventilação, com uma frequência de 120 eventos por minuto (90 movimentos de massagem e 30 ventilações). A massagem deve continuar enquanto a FC estiver < 60bpm OBS: Quando a FC permanecer abaixo de 60 bpm mesmo com ventilação efetiva e massagem cardíaca adequada, o uso de adrenalina, expansor de volume ou ambos está indicado. → A via preferencial para a infusão de medicações na sala de parto é a endovenosa, sendo a veia umbilical de acesso fácil e rápido. Andressa Marques – Medicina UFR CUIDADOS DE ROTINA APÓS ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA →Prevenção da oftalmia gonocócica - retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. Afastar as pálpebras e instilar 1 a 2 gotas de iodo-povidona (PVPI) a 2,5% no fundo do saco lacrimal inferior de cada olho e 2 gotas na vagina. →Realizar antropometria; →Administração profilática da vitamina K - 1mg de vitamina K1 por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento; →Detecção de incompatibilidade sanguínea materno-fetal; →Identificação do RN.
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