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Conversão Eletromecânica de Energia AULA 4: Transformadores – Parte 1 Introdução � Embora o transformador estático não seja um dispositivo de conversão de energia, é um componente indispensável em muitos sistemas de conversão de energia. � Pois a conversão eletromecânica de energia envolve a troca de energia entre um sistema elétrico e um mecânico, ao passo que o transformador envolve troca de energia entre dois ou mais sistemas elétricos. Introdução � O transformador é um componente signficativo de um sistema CA, ele torna possível a geração elétrica e a transmissão da energia na tensão mais econômica, e a utilização da energia na tensão mais adequada de operação de um determinado dispositivo. Introdução � Com eles, podemos transportar a mesma potência com uma corrente mais baixa, diminuindo as perdas � P = VI � Podemos ainda abaixar a tensão para valores mais seguros para que possa ser utilizada � Os transformadores só funcionam com corrente alternada Introdução � OS FIOS DE ENTRADA: PRIMÁRIA � OS FIOS DE SAÍDA: SECUNDÁRIA Introdução � Os transformadores transformam valores de tensão e corrente Introdução � ELEVAR A TENSÃO � E � ABAIXAR A CORRENTE TRANSFORMADOR PRIMÁRIO SECUNDÁRIO 110 V 220 V 10 A 5 A Introdução � ABAIXAR A TENSÃO � E � ELEVAR A CORRENTE Introdução TRANSFORMADOR PRIMÁRIO SECUNDÁRIO 220 V 110 V 5 A 10 A Introdução Os transformadores monofásicos possuem � Um núcleo de ferro � Enrolamentos (primário e secundário) � Isolamento entre os enrolamentos Prim. Sec. V1 = 50 V V1 = 100 V 600 Esp 1.200 Esp PRIMÁRIO SECUNDÁRIO Elevador de tensão � Mais espiras no secundário que no primário Abaixador de tensão � Mais espiras no primário que no secundário V1 = 100 V 1.200 Esp PRIMÁRIO V1 = 50 V 600 Esp SECUNDÁRIO = 110 V1 550 1.100 V1 V2 = N1 N2 Exemplo � 550 Espiras no primário � 1.100 Espiras no secundário � Tensão no secundário – 110V � Tensão no primário – ? Tensão do primário: V1 = 55 V Um trafo com: Introdução � Um transformador consiste em dois ou mais enrolamentos acoplados por meio de um fluxo magnético comum. � Se um dos enrolamentos, o primário, for conectado a uma fonte de tensão alternada, então será produzido um fluxo alternado cuja amplitude dependerá da tensão do primário, da frequência da tensão aplicada e do número de espiras. � Uma porção desse fluxo, denominado fluxo mútuo, concatena um segundo enrolamento, o secundário, induzindo nesse uma tensão, cujo valor depende do número de espiras do secundário, da magnitude do fluxo comum e da frequência. Condições sem carga (a vazio) � A fig.1 mostra um transformador com o circuito secundário aberto, e uma tensão alternada v1 aplicada aos terminais do primário. � Uma pequena corrente de excitação, iø, circula no primário e estabelece um fluxo alternado no circuito magnético. � Esse fluxo induz uma FEM no primário igual a : � onde: Em geral, a corrente de excitação corresponde ao valor líquido de ampères-espiras (fmm) que atua no circuito magnético, não sendo possível distinguir se circula no e n r o l a m e n t o p r i m á r i o , n o secundário ou parcialmente em cada um deles. Fig1. Transformador com secundário aberto. (1.1) Condições sem carga (a vazio) � A FEM e1, junto com a queda de tensão na resistência do primário R1, deve igualar-se à tensão aplicada v1. Assim: � Na maioria dos transformadores de grande porte, a queda de tensão a vazio (sem carga) na resistência do primário é muito pequena. � Logo: R1iø ~ 0 � Assim, teremos: v1 = e1 Fig1. Transformador com secundário aberto. (1.2) Condições sem carga (a vazio) � Como as formas de onda de tensão e fluxo são quase senoidais. � Se o fluxo instantâneo ø for: � A tensão induzida e1 será: � Onde: � ømax é o valor máximo do fluxo e � w = 2πf, onde a frequência é f (em Hz). Fig.2 - Fenômenos de excitação, tensão, f luxo e corrente de excitação (1.3) (1.4) Condições sem carga (a vazio) � Em re lação aos sent idos de referência da corrente e da tensão mostrada na fig. 1, a FEM e1 induzida está adiantada de 90˚ em relação ao fluxo. � O valor eficaz da FEM induzida e1 é: � Como: V1(ef) ≈ E1(ef), para R1 ≈ 0, em (1.2) Fig1. Transformador com secundário aberto. O valor máximo do fluxo senoidal, ømax , é: (1.2) (1.5) (1.6) Condições sem carga (a vazio) � O f luxo do núcleo (Φmax) é estabelecido pela tensão aplicada (v1) e a corrente de excitação (iø) necessária é determinada pelas propriedades magnéticas do núcleo. � A corrente de excitação (iø) ajusta- se sozinha de tal forma que a FMM necessária é produzida criando o fluxo definido pela eq.(1.6). Fig1. Transformador com secundário aberto. (1.6) Condições sem carga (a vazio) � Na fig. 3 apresenta um diagrama fasorial em forma vetorial, as relações de fase entre as várias tensões e correntes de um sistema. � Onde os fasores E1 e Φ representam as amplitudes complexas da FEM eficaz induzida e do fluxo. � O fasor Iø representa a amplitude complexa da corrente senoidal equivalente eficaz de excitação. Fig3. Diagrama fasorial sem carga (a vazio) Condições sem carga (a vazio) � O fasor E1 está atrasada de um ângulo θc � O fasor Ic está em fase com E1. � Ic – componente de perdas no núcleo da corrente de excitação � A corrente Im está em fase com o fluxo Φ � Im – corrente de magnetização � A componente em fase (Ic) fornece a potência absorvida no núcleo pelas perdas por histerese e por correntes parasitas. � O valor das perdas no núcleo (Pnúcleo) é: Fig3. Diagrama fasorial sem carga (a vazio) Pnúcleo = E1Iø cosθc = E1Ic A corrente de magnetização é o resultado de: Im = Iø – Ic Iø é a corrente total de excitação (1.7) Exemplo (1) Exemplo (1): As perdas no núcleo e os volts-ampères de excitação do núcleo da fig.4 para Bmax = 1,5 T e 60Hz, foram calculados obtendo–se: Pnúcleo = 16 W e (VI)ef = 20 VA e a tensão induzida foi Vef = 274/√2 = 194 V eficaz, quando o enrolamento tinha 200 espiras. Encontre o fator de potência, a corrente Ic das perdas no núcleo e a corrente de magnetização Im. Fig4. Núcleo de chapas de aço com um enrolamento Exemplo (1) – Solução Fig4. Núcleo de chapas de aço com um enrolamento cosθc = 16 20 = 0,80 (atrasado), assim : θc = −36,9º i) Fator de Potência: Sabemos que o fator de potência está atrasado porque o sistema é indutivo Iø = (VI )ef V = 20 194 = 0,10 A eficazCorrente de excitação: ii) Componente de perdas no núcleo: iii) Componente de magnetização: Ic = Pnúcleo V = 16 194 = 0,082 A eficaz Im = Iø × senθc = 0,060 A eficaz Transformador Ideal � Resistências dos enrolamentos são desprezíveis; � Todo o fluxo está confinado ao núcleo enlaçando completamente ambos os enrolamentos; � O fluxo disperso é considerado desprezível; � Não há perdas no núcleo; � A permeabilidade do núcleo é alta ( µ –> ∞ ); � Apenas a FMM de excitação insignificante é requerida para criar o fluxo ø. Trafo ideal: Fig5. Trafo ideal com carga Transformador Ideal � Quando uma tensão v1 variável no tempo é aplicada aos terminais do primário, então um fluxo ø dever ser estabelecido no núcleo de modo que a FEM e1 seja a tensão aplicada v1 (e1 = v1); � O fluxo do núcleo também enlaça o secundário produzindo uma FEM induzida e2 = v2; � Da razão entre as equações (1.8) e (1.9), temos: � . (1.10) (1.8) (1.9) Fig5. Trafo ideal com carga Transformador Ideal � Uma carga consome uma corrente i2 conectada ao secundário; � A corrente de carga i2 produzirá FMM N2i2 no secundário; � O fluxo no núcleo não se altera pela presença deuma carga no secundário. � A FMM líquida que atua no núcleo (= N1i1 – N2i2) deve permanecer desprezível, as correntes i1 e i2 devem satisfazer a equação: � . (1.8) (1.9) (1.10) (1.11) (1.12) Fig5. Trafo ideal com carga Transformador Ideal � Assim, qualquer mudança na FMM do secundário, resultante de uma carga, se faz acompanhada de uma mudança correspondente na FMM do primário. � Observe que, para os sentidos de referência mostrados na fig.4, os valores de FMM de i1 e i2 estão em sentidos opostos e, portanto, compensam–se: � Assim, um trafo ideal transforma correntes na razão inversa das espiras de enrolamento. (1.8) (1.9) (1.10) (1.12) Fig5. Trafo ideal com carga (1.13) (1.14) Transformador Ideal � Na eq.(1.14), a potência instantânea de entrada do primário é igual à potência instantânea de saída do secundário, uma condição necessária porque todos os mecanismos dissipativos e de armadura de energia foram desconsiderados. (1.8) (1.9) (1.10) (1.12) Fig5. Trafo ideal com carga (1.13) (1.14) Transformador Ideal Fig6. Três circuitos que são idênticos nos terminais a-b para um transformador ideal Mas: Então: As tensões V1 e V2 estão em fase, fig(6.a), assim como as correntes I1 e I2 também estão em fase, eq. (1.12) (1.12) (1.14) � Observe que, a polaridade de I1 é definida como entrando no terminal marcado e a polaridade de I2, como saindo do terminal marcado. � Os circuitos da fig.6 nos permitirão investigar as propriedades da transformação de impedâncias de um transformador. Fig6. Três circuitos que são idênticos nos terminais a-b para um transformador ideal As tensões V1 e V2 estão em fase, fig(6.a), assim como as correntes I1 e I2 também estão em fase, eq. (1.12) Transformador Ideal (1.12) (1.14) Exemplo (2) Exemplo (2) : fig. 2.2(a) Exemplo (2) Exemplo (2) : fig. 2.2(a) Exemplo (2) – Solução na fig2.2(b) (2.19) Fig.2.2 (b) Fig.2.2 (b) BIBLIOGRAFIAS � FITZGERALD, Arthur Eugene; KINGSLEY, Charles; KUSKO, Alexander. Máquinas elétricas: conversão eletromecânica da energia, processos, dispositivos e sistemas. São Paulo: McGraw-Hill, c1975. � TORO, Vincent Del. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Editora LTC. � SIMONE, Gilio Aluisio. Máquinas de corrente contínua: teoria e exercícios. São Paulo: Érica, 2000. � SIMONE, Gilio Aluisio. Máquinas de indução trifásicas. São Paulo: Érica, 2000. � NASAR, S. A. Máquinas elétricas. São Paulo: Makron, 1984.
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