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ACÓRDAO EMB TERCEIRO BEM DE FAMÍLIA

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2020.0000834052
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1033597-
94.2019.8.26.0577, da Comarca de São José dos Campos, em que é apelante 
ROSEMARY NOVAES RODRIGUES LEITE, é apelado TREVYS FOMENTO 
MERCANTIL LTDA.
ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de 
São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de 
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOVINO 
DE SYLOS (Presidente sem voto), MIGUEL PETRONI NETO E MAURO CONTI 
MACHADO.
São Paulo, 6 de outubro de 2020. 
SIMÕES DE VERGUEIRO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 1033597-94.2019.8.26.0577 2
VOTO Nº: 43368
APEL.Nº: 1033597-94.2019.8.26.0577
COMARCA: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
APTE. : ROSEMARY NOVAES RODRIGUES LEITE 
APDO. : TREVYS FOMENTO MERCANTIL LTDA
INTDOS.: HOMERO RODRIGUES LEITE, E OUTRO
JUIZ : MATHEUS AMSTALDEN VALARINI
*RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO 
CONTRA R. SENTENÇA PELA QUAL FORAM 
JULGADOS IMPROCEDENTES EMBARGOS DE 
TERCEIRO - ALEGAÇÃO DE INCORREÇÃO, 
COM PEDIDO DE REFORMA INADEQUAÇÃO 
DA R. SENTENÇA ALEGAÇÃO DE 
IMPENHORABILIDADE DO IMÓVEL OBJETO DE 
CONSTRIÇÃO JUDICIAL, POR SE TRATAR DE 
BEM DE FAMÍLIA ELEMENTOS ENCARTADOS 
AO FEITO QUE COMPROVAM O QUANTO 
ALEGADO PELA RECORRENTE 
IMPENHORABILIDADE RECONHECIDA 
PRESENÇA DA FIGURA DO BEM DE FAMÍLIA - 
NECESSÁRIA REFORMA RECURSO 
PROVIDO.*
Tratam os autos de Recurso de Apelação interposto contra R. 
Sentença que vem encartada a fls. 819/821, pela qual foram julgados improcedentes 
Embargos de Terceiro opostos por ROSEMARY NOVAES RODRIGUES LEITE 
contra TREVYS FOMENTO MERCANTIL LTDA, momento em que o Juízo 
afastou o pedido de reconhecimento de impenhorabilidade do imóvel da recorrente, 
uma vez que esta não teria comprovado a contento que nele reside. 
Inconformada com os termos constantes da R. Sentença como 
proferida, dela recorre a embargante, conforme dão conta suas razões juntadas a fls. 
830/837, para tanto clamando pela reforma do posicionamento adotado em 1º Grau, 
pois segundo sustenta, o Juízo não apreciou com a devida correção as questões como 
colocadas em debate no feito, uma vez que o imóvel sobre o qual recaiu a penhora 
determinada na executiva, em verdade se trata de bem de família, ou seja, bem que 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 1033597-94.2019.8.26.0577 3
deve ser protegido pela Lei 8.009/90, uma vez que como tais, no caso os imóveis, 
devem ser considerados aqueles em que a parte reside com sua família, o que se 
amolda ao caso dos autos. Ademais, dá conta de que os elementos encartados ao 
feito se mostraram suficientes para comprovar que reside no imóvel e que este se 
trata, portanto, de bem que deve ser reconhecido impenhorável, sendo fato que, 
ainda que apenas sua genitora nele resida, indiscutivelmente se traduz a coisa em sua 
única propriedade, o que também justifica a incidência da proteção legal como 
evocada, razão pela qual pediu pelo integral acolhimento de seus reclamos, na busca 
de atingir a reforma do entendimento indevidamente aplicado ao caso em 1ª 
Instância.
Processado o recurso, vieram a seguir aos autos as devidas 
contrarrazões (fls. 843/853), momento em que a recorrida pugnou pela manutenção 
da R. Sentença a seu ver indevidamente hostilizada, subindo então o feito a esta E. 
Corte, de sorte a se promover a reapreciação da matéria já regularmente debatida 
junto ao 1º Grau de Jurisdição.
É o relatório.
O recurso como intentado pela embargante deve ser 
merecedor de acolhimento por parte desta Turma Julgadora, isto porque os limites 
definidos quando da prolação da R. Sentença agora submetida a ataque, não se 
mostraram plenamente adequados a realidade como vem estampada no conjunto dos 
autos.
Diante de tal introdução, e agora melhor analisando os 
elementos probatórios encartados ao todo processado, se mostra de rigor firmar 
entendimento no sentido de que não deve prevalecer o posicionamento adotado em 
1ª Instância, uma vez que, ao contrário do quanto reconhecido presente, tanto pelo 
Juízo, quanto pela recorrida, os documentos encartados ao feito comprovam de 
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forma satisfatória que o bem em discussão no feito se constitui de fato em bem de 
família. 
Nessa toada, em verdade se verifica que o presente recurso 
tem por único objetivo o reconhecimento da impenhorabilidade do imóvel objeto de 
constrição no feito executivo, este registrado sob matrícula nº 24.898, do Cartório de 
Registro de Imóveis de Guaratinguetá, sendo de rigor destacar que o Juízo entendeu 
não se tratar de bem de família, porque não demonstrado pela recorrente que esta 
residia no imóvel.
No entanto, forçoso reconhecer que o entendimento adotado 
pelo Magistrado não se mostra adequado aos elementos encartados ao feito, na 
medida em que a inconformada logrou comprovar que o imóvel em questão se 
constitui em bem de família. Tal assertiva encontra lastro nos documentos carreados 
aos autos pela recorrente (fls. 698 e ss.), os quais demonstram o fato de que é a 
proprietária do bem, além de que não conta com outros imóveis registrados em seu 
nome, o que já bastaria a demonstração pretendida. No entanto, tal elemento ainda 
se alia a circunstância que resultou incontroversa no feito, de que ao menos sua 
genitora, esta já idosa, reside no local, o que se mostra suficiente para o 
reconhecimento de que o bem conta com a proteção legal que vem prevista na lei 
8.009/90, a qual, em seu art. 1º, da conta de que “O imóvel residencial próprio do 
casal, ou da entidade familiar, é impenhorável” (grifei). 
 
Diante de tais colocações, faz-se necessário reconhecer que os 
reclamos como deduzidos pela recorrente estejam a merecer guarida, na medida em 
que resultou demonstrado pelo conjunto encartado ao feito que o imóvel que vem 
indicado nos autos, em verdade se constitui em bem de família.
Portanto, diante das colocações lançadas aos autos, e da 
simples apreciação das provas encartadas ao todo processado, forçoso que se 
promova ao acolhimento da pretensão recursal deduzida em Apelo dirigido a esta E. 
Corte, razão pela qual deva a R. Sentença hostilizada ser alvo de integral reforma, de 
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sorte a se reconhecer a impenhorabilidade do imóvel objeto de penhora levada a 
cabo no feito principal, este registrado sob o nº de matrícula nº 24.898 do CRI de 
Guaratinguetá, com determinação de levantamento da constrição que recai sobre a 
coisa imóvel, o que se dá com efetivo reflexo nos ônus sucumbenciais, ou seja, nos 
valores relativos a custas, despesas processuais, e honorária, esses que deverão ser 
suportados em sua totalidade pela embargada, ora recorrida, ainda que mantidos os 
Honorários Advocatícios em 10% sobre o valor da causa, o que se dá com base no 
quanto vem previsto termos pelo art. 85, e §§s do CPC em vigor. 
Pelo exposto, é caso de se dar provimento ao recurso, e nos 
exatos termos do Voto.
Simões de Vergueiro
Relator
		2020-10-12T22:45:17+0000
	Not specified

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