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Peças Prática Penal - Anderson - 9° semestre (1) - Copia

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PEÇA 01 - Jorcileide Soraya
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Jorcileide Soraya, 29 anos, brasileira, casada, inscrita no CPF 005.111.888-09, manicure no salão “Silvana Cabeleireiros”, reside na QI 10, conjunto 23, casa 102, no Guará-DF, com seus dois filhos e seu marido.
No dia 28 de abril de 2018, Jorcileide encontrava-se em sua residência, quando bateram na porta e a manicure foi atender. Neste instante, Jorcileide recebeu, por uma vizinha, a notícia de que sua honra estava abalada na vizinhança, pois estavam afirmando que Jorcileide era uma “mulher que mesmo casada corria atrás dos maridos das outras, sendo de dia manicure, mas que a noite era ‘mulher da vida’, sendo que os filhos que possuía sequer eram do marido, pois eram frutos de relações extraconjugais” e “que explorava os homens cobrando preços altos pelos programas que fazia na vizinhança”.
Revoltada, Jorcileide foi se informar acerca da veracidade e autoria dos fatos, concluindo que quem estava a difundir as histórias odiosas a seu respeito era Maricreuza Ozózino, brasileira, 32 anos, solteira, merendeira, vizinha de Jorcileide que residia na casa 104. Tal informação foi descoberta no dia 19 de maio de 2018, oportunidade em que Jorcileide foi tirar satisfações com Maricreuza que lhe proferiu os seguintes dizeres: “Sua gorda estúpida! Você é uma vaca e não me arrependo de nada do que disse na rua e falo agora na sua cara, sai imunda!”.
Por esta razão, Jorcileide lhe procurou em 10 de junho de 2018 para, na qualidade de advogado, apresentar a medida processual privativa cabível, bem como para as teses a serem utilizadas e último dia de prazo para a propositura da medida.
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Excelentíssimo senhor juiz de direito do juizado especial criminal da… vara Guará-DF do TJ-DFT.
(pular uma linha)
Jorcileide Soraya, brasileira, casada, inscrita no CPF 005.111.888-09, manicure no salão “Silvana Cabeleireiros”, residente e domiciliada à QI 10, conjunto 23, casa 102, Guará-DF, vem perante vossa excelência, por meio de seu advogado constituído com os poderes especiais que lhe outorgam o artigo 44 do Código de Processo Penal - CPP, bem como Com fulcros nos artigos 30, 41 e seguintes do CPP c/c 100 §. 2° e 145, ambos do código penal - CP, oferecer:
QUEIXA-CRIME
Em desfavor de Maricreuza Ozózino, brasileira, 32 anos, solteira, merendeira, vizinha de Jorcileide, residente e domiciliada à QI 10, conjunto 23, casa 104, Guará-DF, por conta da prática da conduta delituosa abaixo alinhavada.
I. Preliminares
Os fatos narrados abaixo chegaram ao conhecimento da autora no último dia 19 de maio de 2018, e de acordo com o CP em seu artigo 103, “...o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime...”, tornando o dia 18 de novembro de 2018 o prazo final para oferecer a queixa-crime. O que faz da presente peça tempestiva.
II. Dos Fatos
A autora, por meio de uma vizinha, ficou sabendo que a Senhora Maricreuza Ozózino, ora ré, divulgou informações à vizinhança de que a Autora era “mulher que mesmo casada corria atrás dos maridos das outras, sendo de dia manicure, mas que a noite era ‘mulher da vida’, sendo que os filhos que possuía sequer eram do marido, pois eram frutos de relações extraconjugais” e “que explorava os homens cobrando preços altos pelos programas que fazia na vizinhança”, com objetivo de destruir a imagem da autora.
Buscou satisfação e conciliação por seus próprios meios no dia 19 de maio de 2018, oportunidade em que esclareceu de quem vinham tais ofensas, e foi recebida com injúrias e palavras de baixo calão como: “Sua gorda estúpida! Você é uma vaca e não me arrependo de nada do que disse na rua e falo agora na sua cara, sai imunda!”
Motivos pelos quais fizeram a autora buscar seu direito frente à justiça a fim de que pudesse restringir a divulgação de tais mentiras por parte da ré e naturalmente ser indenizada pelo dano moral sofrido.
III. Do Mérito
O CP, em seu artigo 139, classifica a conduta da ré como fato criminoso. O ordenamento jurídico recrimina tal conduta e espera do “homem médio” hábitos diversos dos ora praticados. Especialmente quando a ré divulga que a autora “corria atrás dos maridos das outras”, que é “mulher da vida” e que “os filhos que possuía sequer eram do marido”. De forma que tais declarações demonstram indubitavelmente que a parte Ré teve nítida intenção de destruir a reputação da autora quando divulgou entre os vizinhos tais mentiras, de maneira a atacar um desafeto.
A Autora em que nenhum momento se rebaixou a retribuir o mesmo nível de ofensas que a ré, preferiu buscar a justiça para dirimir seus problemas, conduta correta e ética, encorajada pela sociedade.
A ré praticou conduta descrita como crime também quando a autora buscou satisfação ao entrar em contato com a ré, oportunidade em que a ré cometeu crime ao injuriar a autora quando se refere a esta como: “Sua gorda estúpida! Você é uma vaca e não me arrependo de nada do que disse na rua e falo agora na sua cara, sai imunda!”. A Injúria é qualificada no artigo 140 do CP e discorre que: “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro…”. Novamente é de clareza solar a intenção da ré em cometer ato descrito como crime no diploma mencionado acima. Atacando novamente a dignidade da autora de forma a causar-lhe um constrangimento absolutamente não provocado e portanto injusto.
De maneira que a autora ofereceu oportunidade da parte ora ré se retratar, e a mesma continuou a atacá-la, restando infrutífera a autocomposição e ensejando a busca da justiça para dirimir a rivalidade. De acordo com a legislação vigente a conduta é de competência da vara do juizado especial criminal, fato pelo qual a autora busca a última ratio perante a justiça criminal.
Fato típico: Conduta voluntariosa, Nexo Causal, Resultado e Tipicidade, discorrer...
Em seu livro Direito Penal: Parte Especial, o autor Mário Luiz Sarrubbo, estabelece que a honra pode ser atacada em seus aspectos subjetivo e objetivo, sendo, “Subjetiva: é o sentimento de cada um a respeito de seus atributos. É aquilo que cada um pensa a respeito de si mesmo.” e “Objetiva: é a reputação, aquilo que os outros pensam a respeito do cidadão no tocante a seus atributos.”. Importante ressaltar aqui que no caso em tela a ré conseguiu atacar todos os aspectos da honra da vítima, ora autora da presente queixa-crime. Quando da difamação, atacou a honra objetiva na primeira conduta e no momento do encontro com a autora atacou sua honra subjetiva com a Injúria irresponsavelmente proferida.
Ainda na doutrina, temos que… (faltando)
Na jurisprudência temos que…(faltando)
Conclui-se que as condutas praticadas pela ré caracterizam-se como fatos típicos segundo o CP em seus artigos 139 e 140 e que como foram praticados em momentos distintos e com desígnios autônomos, como destruir a reputação no primeiro difamando a autora e atacar a dignidade e o decoro na Injúria, tem-se que foram cometidos em concurso material, e, conforme o CP no artigo 69 disciplina, “aplicam-se cumulativamente as penas”.
Por fim temos que o fato é culpável, haja vista que se consubstanciam todos os elementos da culpabilidade segundo a doutrina dominante. Vale dizer, o fato é Imputável, já que o agente, assim como dispõe os artigos 26 e 27 do CP, é psicologicamente capaz de orientar-se pelas circunstâncias do fato e maior de 18 anos, características que foram descritas pelo ordenamento jurídico como condição bio-psicológico necessário para que o fato pudesse ser imputável a alguém. Assim como a exigibilidade de conduta diversa, onde fica muito claro nas circunstâncias descritas no caso em tela de que as injustiças concretizadasna conduta da ré foram totalmente descabidas e desvinculadas de qualquer provocação por parte da autora. Logo a expectativa jamais poderia ser no sentido da agressão sofrida pela autora, e sim contrária, uma vez que não cometeu nenhuma injustiça à parte ré que justificasse tais condutas. Consequentemente, espera-se da ré, como parte integrante da sociedade, haja vista que passou por processo de educação e socialização, que detém, com margem, potencial consciência da ilicitude que cometeu, fatos pelos quais consolidam a culpabilidade da conduta.
 Ao final, imperioso que se leve em consideração as circunstâncias em que foram praticadas as condutas da ré. Como foi explorado acima os elementos da culpabilidade na conduta da ré se encontram plenamente satisfeitas e a conduta é culpável. Quanto aos motivos da ré, temos que o fato não foi provocado e cometidos em sangue frio, tornando o crime ainda mais reprovável. Os crimes cometidos têm enorme impacto na vida de qualquer pessoa, e é exatamente por isso que se torna reprovável, já que afronta a reputação e dignidade da pessoa, tornando sua vida em sociedade mais difícil, em algumas ocasiões até mesmo insuportável. No caso em questão afeta não só a vítima, autora da queixa em tela, como seu marido e filhos que sofrerão as consequências da reputação da família abalada com tais mentiras propagadas.
IV. Dos Pedidos
Por todo o exposto, pugna a autora pela designação de audiência preliminar, com a finalidade de buscar uma conciliação com a ré, sendo a mesma intimada nos termos dos artigos 70 a 76 da lei 9.099/95.
Infrutífera a audiência, que seja recebida a queixa e citada a querelada para apresentar resposta à acusação, bem como seja intimada para a audiência de instrução e julgamento, conforme artigos 77 a 81 da lei 9.099/95.
Seja a querelada condenada nas penas do crime de Difamação e Injúria, conforme, respectivamente os artigos 139 e 140 do código penal, bem como nas custas e honorários advocatícios.
Que seja fixado um valor de R$..., conforme artigo 387, inciso IV, do CPP.
Seja intimado o Ministério Público para acompanhar o feito.
Por fim, arrolar as testemunhas indicadas no rol abaixo.
Dá à causa o valor de R$...
Termos em que pede deferimento.
Brasília, 18 de novembro de 2018.
Advogado/OAB
Rol de testemunhas
1. nome… , qualificação…
2. nome… , qualificação…
3. nome… , qualificação…
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PEÇA 02 - Elenilde Maridélia
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Elenilde Maridélia, brasileira, casada, policial civil, residente e domiciliada na SQS 315, Bloco W, Apartamento 1001, Asa Sul, estava em sua casa em 15 de fevereiro de 2019, quando, avistando uma sombra passando pela sala, dirigiu-se sorrateiramente até o cômodo, momento em que presenciou um meliante arrombando a maçaneta da porta com um maçarico e portando na cintura uma pistola semiautomática.
Apavorada, Elenilde foi até o quarto e pegou seu revólver calibre 38, se dirigindo até o citado elemento para afastá-lo de sua residência. Neste instante, o indivíduo já adentrava a sala de Elenilde e lhe apontava a arma, quando, para evitar a injusta agressão que seria perpetrada contra sua vida, Elenilde desferiu um único tiro no indivíduo, atingindo-lhe o peito, fato que levou o meliante a óbito.
Após colocar o corpo no automóvel e dirigir-se à Delegacia de Polícia mais próxima, Elenilde entregou, perante a autoridade policial, o cadáver e a arma, narrando os fatos da forma como se deram. O delegado, não convencido da versão apresentada por Elenilde, decretou sua prisão em flagrante, lavrando o respectivo auto.
Em 18 de fevereiro de 2019, Elenilde recebeu sua nota de culpa, tendo informado que não possuía defensor constituído e que desejava comunicar sua prisão ao seu marido. A autoridade policial, munida do auto de prisão em flagrante, enviou uma cópia do auto, exclusivamente ao ministério público, entendo que este por ser o dominus litis, era o maior interessado na causa, comunicando, em seguida, a prisão de Elenilde à seu esposo. A audiência de custódia foi designada para o dia 19 de fevereiro do ano em voga, visto ser esse um prazo razoável para realização do procedimento.
Diante dos fatos, como advogado de Elenilde, apresente a medida processual privativa, se atentando para as teses possíveis a serem alegadas em favor de Elenilde.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA _____VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA – DF. 
Distribuição por dependência ao auto de prisão em flagrante nº…
	Elenilde Maridélia, casada, policial civil, inscrita no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada à “SQS 315, Bloco ‘W’, Apartamento 1001, Asa Sul”, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), com fulcro no art. 5º, LXV da Constituição Federal - CF de 1988, c/c art. 310, I do Código de Processo Penal - CPP, requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
com base nos fatos que a seguir expõe: 
I. Dos Fatos
Estava em casa, no dia 15/02/2019, quando ouviu um barulho em sua porta, e ao checar, nota um indivíduo com um maçarico tentando arrombar a porta e de posse de uma pistola. Assustada pegou seu revólver no seu quarto e foi tentar fazer com que o indivíduo abandonasse a tentativa, infelizmente, antes que pudesse dissuadir o elemento da tentativa de invasão, o mesmo já havia entrado em sua casa apontando-lhe uma arma, em ato contínuo a mesma sacou e disparou um único tiro no intuito de se defender. O tiro acertou o intruso fatalmente no peito. 
Se apresentou espontaneamente no mesmo dia à delegacia relatando os fatos narrados acima e apresentando: corpo e arma usada. O Delegado então, equivocadamente, a prende em flagrante pela prática de crime de homicídio.
No momento da prisão solicitou comunicar ao seu marido e alegou não ter advogado. Porém, somente 3 (três) dias depois, entrega a nota de culpa à requerente, comunica a prisão ao Ministério Público e ao seu marido.
II. Do Direito
Em primeira análise deve-se levar em conta que a autora compareceu voluntariamente à delegacia, fato que, por si só, afasta o flagrante. Conforme preconiza o artigo 304, caput e parágrafos, do Código Penal - CP, a prisão em flagrante implica em haver um condutor, indivíduo que deverá ser ouvido e receberá o recibo de entrega do preso. O fato de não haver tal agente descaracteriza o flagrante, tornando assim a prisão ilegal.
O fato de a requerente ser servidora pública também deveria ter sido considerado, uma vez que o servidor público goza de fé pública,mormente que a função desempenhada pela autora é de agente de polícia, vale dizer, que o policial está em função em tempo integral, e por isso sua palavra deve gozar de presunção de veracidade, fato ignorado pelo delegado, ainda mais quando consideramos que a própria se apresentou espontaneamente à Delegacia.
O artigo 302 do CP elenca 4 hipóteses de prisão em flagrante, quais sejam: 1, está cometendo a infração penal; 2 acaba de cometê-la; 3 é perseguido, logo após, o cometimento da infração; ou 4, é encontrado, logo depois. Vejamos, se a autora não foi vista cometendo o ato, não se enquadra na primeira hipótese. No segundo caso, conforme Luiz Flávio Gomes, a requerente não pode ser enquadrada na hipótese de “acaba de cometê-la”, porque esse inciso pressupõe que o sujeito esteja no local ou nas proximidades do delito. No terceiro cenário, implica perseguição e a presunção de que a notitia criminis já foi realizada e a autoridade policial já teria indícios de autoria, obviamente, não é o caso. E por fim teríamos necessariamente que a requerente teria que ser encontrada, o que não aconteceu em absoluto, pois a mesma compareceu à Delegacia. Logo, a autora não se enquadra em nenhuma das hipótesesdo rol taxativo do 302, uma vez que se apresentou voluntariamente à Delegacia, descaracterizando de forma cabal o flagrante e por consequência constituindo sua prisão em evidente ilegalidade.
No tocante à comunicação da prisão, temos restrições ao poder de polícia do estado nos moldes da Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso LXII, que estabelecem parâmetros de comunicação imediata à família e ao juiz competente, garantias constitucionais violadas, em clara ilegalidade e abuso de poder por parte do Delegado. No mesmo sentido temos no CP, artigo 306, caput e § 1°, os mesmos requisitos que também não foram cumpridos. Como mencionado temos que a comunicação ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou pessoa por ele indicada, devem ser imediatamente comunicados, requisitos que foram desrespeitados pela autoridade policial e que maculam o ato, ensejando o relaxamento como medida necessária, conforme CF, artigo 5°, inciso LXV, que estabelece claramente que a prisão ilegal será imediatamente relaxada. 
As ilegalidades no caso em tela não param por aí, assim como pauta o § 2° do artigo 306, a nota de culpa deveria ter sido entregue ao preso em até 24 horas após a prisão, o que ocorreu apenas 3 dias após o fato.
A autora também informou ao Delegado que não tinha advogado, o que implica responsabilidade da autoridade policial em comunicar à Defensoria Pública no mesmo prazo de 24 horas, pois o preso não pode ficar sem defesa.
Conclui-se que a prisão da requerente fere garantias e dispositivos constitucionais, como dignidade da pessoa humana, restrição de liberdade que deve somente deve ser decretada em ultima ratio, ferindo também frontalmente o devido processo legal, conforme esclarecido acima quanto às restrições ao poder de polícia do estado. Portanto a prisão deve ser imediatamente relaxada, nos moldes da CF, artigo 5°, inciso LXV.
III. Dos Pedidos
Por todo o exposto, pugna a requerente pelo relaxamento de prisão ora vergastada, nos termos do art. 310, inciso I, do CPP, visto que as ilegalidades maculam o feito. Consequentemente pugna-se pela imediata expedição de alvará de soltura à Elenilde Maridélia. 
Nestes Termos Pede Deferimento.
Brasília, data. 
Advogado/OAB
 
Rol de documentos:
- Procuração
- Cópia do auto de prisão em flagrante
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PEÇA 03 - Marcolino Jorgito
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Marcolino Jorgito, técnico em enfermagem do hospital Anchieta, em Taguatinga-DF, profissional regular da instituição há 13 anos, reside na SQS 100, Bloco H, apartamento 701 (há 6 anos, sendo proprietário do referido imóvel) com sua esposa e seus três filhos pequenos, sendo um de 3 anos e dois de 6 anos, cada.
No dia 15 de fevereiro de 2019, Marcolino foi desrespeitado por um paciente dentro do hospital em que labora. Altamente alterado, Viníciusley Romério pegou um bisturi e tentou agredir o referido técnico em enfermagem que lhe prestava atendimento, momento em que Marcolino teve que quebrar o braço do agressor visivelmente transtornado para desarmá-lo, causando-lhe as lesões que foram descritas no laudo de exame de corpo de delito lavrado no mesmo dia, sendo que em tal documento constava que o agredido iria ficar afastado de suas ocupações habituais por no mínimo 45 dias.
Uma enfermeira que estava no momento do ocorrido e uma secretária que estava
presenciando o fato, prestaram declarações na DP, informando que se o técnico não agisse da forma que agiu, o paciente poderia ter lhe ferido letalmente, pois demonstrou inequívoca intenção de atentar contra a vida do Sr. Marcolino, tendo em vista este ter pedido que o paciente aguardasse mais alguns minutos para ser atendido.
Dois enfermeiros que chegaram ao local logo após o ocorrido informaram que o Sr.
Marcolino possui um temperamento difícil, sendo “grosso” com os pacientes do hospital, afirmando que o técnico quebrou o braço do paciente de forma desnecessária, pois é uma pessoa de temperamento difícil e de convivência insuportável dentro do hospital.
Diante de tal situação, Marcolino foi preso em flagrante delito pelo crime de lesão corporal grave, pois logo em seguida a prática do ato, o autor tentou se evadir do hospital, além do fato de dois enfermeiros não corroborarem a versão das duas outras testemunhas. Lavrado o auto de prisão em flagrante em 24 horas, a autoridade policial o encaminhou à autoridade judicial, ao Ministério Público e ao Defensor Público para verificação, comunicando no prazo a prisão aos familiares do enfermeiro e entregando-lhe antes das 24 horas sua nota de culpa.
Diante da situação de Marcolino e dos fundamentos legais que possam interessar para sua defesa, redija a peça processual privativa de advogado, que seja cabível na situação exposta, se atentando para as formalidades atinentes ao caso.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA-DF.
Distribuição por dependência ao auto de prisão em flagrante n...
Marcolino Jorgito, casado, técnico em enfermagem, inscrito no CPF n°..., endereço eletrônico… , domiciliado e residente à “SQS 100, Bloco H, apartamento 701”, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme procuração acostada, com fulcro no art. 310, inciso III e § 1°, e art. 321, ambos do Código de Processo Penal - CPP, combinado com o artigo art. 5°, inciso LXVI, da Carta Constitucional, requerer:
LIBERDADE PROVISÓRIA
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
1. BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
Marcolino Jorgito, técnico em enfermagem do hospital Anchieta em Taguatinga-DF, profissional regular da instituição há 13 anos, no dia 15 de fevereiro de 2019, foi desrespeitado por Viníciusley Romério, paciente, dentro do hospital em que labora. Na oportunidade Viníciusley pegou um bisturi e tentou agredir Marcolino que teve que quebrar o braço do agressor visivelmente transtornado para desarmá-lo, causando-lhe as lesões que conforme laudo de exame médico, iria afastá-lo de suas ocupações habituais por no mínimo 45 dias.
Duas testemunhas que presenciaram o incidente, uma enfermeira e outra secretaria do Hospital, prestaram declarações na DP, informando que se o técnico não agisse da forma como agiu, o paciente poderia ter lhe ferido letalmente, pois demonstrou inequívoca intenção de atentar contra a vida do Sr. Marcolino, tendo em vista este ter pedido que o paciente aguardasse mais alguns minutos para ser atendido.
Dois enfermeiros que chegaram ao local logo após o ocorrido informaram que o Sr.
Marcolino possui um temperamento difícil, sendo “grosso” com os pacientes do hospital, afirmando que o técnico quebrou o braço do paciente de forma desnecessária, pois é uma pessoa de temperamento difícil e de convivência insuportável dentro do hospital.
Marcolino foi preso em flagrante delito pelo crime de lesão corporal grave.
2. DO DIREITO
2.1. Da Exclusão de Ilicitude
A priori é imprescindível apontar que o ocorrido, conforme testemunhado por duas funcionárias do hospital onde o fato ocorreu, que a conduta se deu quando o autor, usando moderadamente dos meios necessários, repeliu injusta agressão por parte do paciente, que estava visivelmente transtornado, e que se assim não o tivesse feito teria sido gravemente ferido. Tendo as testemunhas presentes acrescentado inclusive que possivelmente teria sido morto por tais golpes que conseguiu evitar quando conseguiu com sucesso, e de mãos vazias, desarmar o agressor em clara atitude de legítima defesa.
Desta forma se impõe ao caso em tela a aplicação do disposto no artigo 310, §1° do CPP, uma vez que o agente praticou o fato em uma das condições do artigo 23 do Código Penal - CP, especificamente pelo inciso II, por legítimadefesa. Conforme definida no artigo 25 o autor agiu moderadamente com os meios necessários para repelir injusta agressão.
Logo é razoável solicitar a vossa excelência que conceda ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, condições que o requerente se compromete em realizar.
Ressalta-se que o acusado tem residência conhecida, um emprego formal, esposa e três filhos pequenos, condições que nos impõe o crer que tem boa conduta social e deve gozar da presunção de inocência. Fatores que corroboram para que o acusado responda em liberdade o presente processo, visto que não tem antecedentes criminais, nem muito menos é reincidente em que quer que seja.
2.2. Da ausência dos requisitos da prisão preventiva
	Os requisitos para a prisão preventiva são: a segurança da ordem pública e/ou econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, critérios estabelecidos no art. 312 do CPP. 
	Como notamos no caso em tela não
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
2.3. Da Liberdade Provisória
CPC 321 - Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
CF 5°, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
3. DO PEDIDO
Por todo o exposto, solicita-se:
A imediata concessão da liberdade provisória conforme o artigo 310 § 1°, mediante compromisso de comparecer a todos os atos do processo, com a consequente expedição de alvará de soltura em favor do requerente.
Subsidiariamente, se for do entendimento do juízo, que seja concedida a liberdade
provisória pleiteada condicionada à imposição de uma das medidas cautelares elencadas no art. 319, observadas as disposições expressas no art. 282, e conforme artigo 321, todos do Código de Processo Penal.
Nesses termos pede deferimento
Taguatinga-DF, data...
ADVOGADO…
OAB…
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PEÇA 04 - Ryana Rux
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Ryana Rux, brasileira, solteira, atendente da farmácia “Saúde Sempre” há 6 anos, residente e domiciliada na SQN, Quadra 1122, Bloco W, apartamento 1122, Asa Norte, agrediu, com uma barra de ferro o Síndico de seu Prédio, o senhor Jonisval Lacerda. Era a primeira vez na vida que Ryana se via diante de uma situação “contra legem”.
O fato ocorreu durante uma reunião de condomínio, momento em que Ryana e Jonisval passaram a discutir de forma exacerbada. Após se sentir afrontada com as palavras de Jonisval, Ryana pegou uma barra de ferro que estava perto da portaria em que mora e desferiu dois golpes certeiros na cabeça de Jonisval, tendo este desmaiado e sido encaminhado pra o HRAN, ficando afastado de suas ocupações habituais por cerca de 40 dias.
Ryana, assustada com o ocorrido, resolveu passar uma semana na casa de sua genitora na Vicente Pires. Após tal época, resolveu voltar para seu apartamento, a fim de saber como as coisas estavam. Ryana não foi à delegacia para prestar depoimentos e nem fornecer informações cruciais requeridas pela autoridade policial, razão pela qual esta representou pela custódia cautelar da acusada.
No dia seguinte, Ryana foi presa preventivamente, sobre a fundamentação de que se solta, poderia se eximir da responsabilidade de cumprir pena em caso de condenação pelo crime de lesão corporal grave, visto sua total falta de comprometimento quando de sua intimação para comparecer à delegacia de polícia. Ainda, conforme a decisão que decretou a prisão preventiva, proferida pelo Juízo da Segunda Vara Criminal, a indiciada poderia desestabilizar o bom andamento da instrução criminal coagindo testemunhas, pois outras pessoas presenciaram a agressão e poderiam se sentir coagidas pela indiciada. Ainda conforme a decisão proferida, Ryana ofertava enorme risco à garantia da ordem pública, visto a agressividade e periculosidade de sua conduta delitiva.
Como advogado de Ryana, apresente a medida processual privativa cabível, se atentando para todas as teses pertinentes ao caso.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE (LOCAL DO FATO).
OBS: Observar se a competência é do Juiz da Vara do Tribunal do Júri ou do juizado especial de violência doméstica e familiar contra a mulher, visto a possibilidade de decretação de prisão preventiva nestes casos)
Distribuição por dependência ao IP no ou
Distribuição por dependência aos autos do processo no
Fulano de Tal, (qualificar na íntegra, visto tratar-se de petição que vai apartada aos autos),
vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, conforme instrumento de mandato em anexo, com fulcro nos arts. 316 e 282, § 5o, ambos do Código de Processo Penal, requerer:
REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
Com base nos fatos que a seguir expõe:
OBS: Se for revogação de prisão temporária, fundamenta-se no art. 7o da Lei 7960/89 c/c 282 § 5° do CPP;
I- BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
Neste momento, devemos falar dos requisitos do art. 312 do CPP e fundamentar que a prisão foi decretada com base em algum (uns) deles. Porém, devemos citar o motivo pelo qual o motivo porventura deixou de existir.
EX: O cara foi preso e não se tem informações verdadeiras acerca do endereço onde ele mora. A fundamentação do juiz para decretação é a possível fuga do acusado, caso haja condenação, tendo em vista a desconfiança de o cara ter dado endereçoerrado quando intimado. Com base nisso, informamos que a defesa junta documentos que comprovam onde ele mora, trabalha e estuda e também que ele compareceu voluntariamente a todos os atos do processo, razão pela qual a eventual aplicação da lei penal em caso de condenação, em hipótese alguma restará prejudicada.
II – DO DIREITO
Neste momento vamos debater e confrontar todos aqueles motivos que podem ter ensejado a prisão, mostrando ao juízo que não há necessidade de o indiciado ficar preso. Falar, neste momento, da liberdade como regra e dissertar acerca dos requisitos do 312 do CPP confrontando os com os argumentos da defesa, e documentos juntados, a fim de tornar a prisão desnecessária.
Como tese subsidiária, falamos de alguma(s) medida(s) do art. 319 do CPP por serem mais adequadas ao requerente.
III– DO PEDIDO
Aqui, fazemos o pedido de revogação da prisão preventiva decretada, tendo em vista a ausência dos requisitos autorizadores do art. 312 do CPP, com a consequente expedição de alvará de soltura em favor do requerente (se tiver outra medida mais favorável, pedimos neste momento a substituição da medida).
EX: Ex positis, (Pelo exposto), requer o suplicante a revogação da prisão preventiva, ante a total ausência dos requisitos autorizadores do art. 312 do CPP, com a consequente expedição do alvará de soltura em favor do mesmo. Entendo pena necessidade, bem como se atentando para a conveniência e oportunidade, requer, subsidiariamente, que se for necessário revogue a prisão, condicionando a liberdade à imposição de medidas cautelares, nos termos aventados no art. 282 c/c 319 do código de processo penal.
Nestes Termos Pede Deferimento
Local, data.
Advogado.
OAB.
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