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Agrário Prova 1

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Prévia do material em texto

⪢ “A História do Direito Agrário remonta 
à aurora da humanidade e suas raízes 
estão relacionadas com o aparecimento 
do homem na terra.” 
 
⪢ Ismael Marinho Falcão in Direito 
Agrário Brasileiro 
 
 
 
 
 
2 
⪢ PRINCIPAL LEGISLAÇÃO 
⪢ Constituição Federal – Art. 184 
a 191 da Constituição Federal 
⪢ Estatuto da Terra – Lei 
4.504/64 
⪢ Lei Complementar nº 76/93 – Lei 
que regula a desapropriação 
para fins de reforma agrária. 
⪢ Lei nº 8.629/93 – Lei que 
Regula a Reforma Agrária – 
Aquisição de terras rurais por 
estrangeiros. 
⪢ Lei nº 8.171/91 – Lei que 
Define a Política Agrícola. 
 
3 
 
⪢ ASPECTOS HISTÓRICOS 
⪢ [...] 
⪢ Código de Hammurabi, do povo 
babilônico, (1.772 a.C.) pode 
ser considerado o primeiro 
Código Agrário da Humanidade” o 
Cap. XII, que cuidava do 
empréstimo e locação de bois; o 
Cap. XIV, que se referia à 
tipificação delituosa da morte 
humana pela chifrada de um boi; 
 
 
 
4 
⪢ Ex. § 48. Se um homem livre tem 
sobre si uma dívida e o seu 
campo foi inundado, ou a 
torrente carregou ou por falta 
de água não cresceu grão no 
campo; naquele ano ele não dará 
grão a seu credor, ele anulará 
o seu contrato e não pagará os 
juros daquele ano; 
 
⪢ (Indícios de suspensão da 
obrigação por caso fortuito e 
força maior). 
 
 
5 
⪢ Na Bíblia Sagrada, por volta do 
Ano de 1.200 a.C. – na Lei de 
Moisés já existia o respeito 
bíblico pela propriedade e pelas 
posses de Terceiros – em 
Deuteronômio 27:17: "Maldito 
aquele que remover os limites do 
seu próximo". 
 
⪢ Um exemplo pelo respeito pela 
divisa de terras e marcos. 
 
 
 6 
⪢ Função Social da Propriedade 
na Bíblia 
 
⪢ “E, quando fizerdes a colheita 
da vossa terra, não acabarás de 
segar os cantos do teu campo, 
nem colherás as espigas caídas 
da tua sega; para o pobre e 
para o estrangeiro as deixarás. 
Eu sou o Senhor vosso Deus.” 
(Levítico 23:22) 
 
 
 
 
7 
⪢ Interpretando: 
⪢ De acordo com a legislação da 
época, se uma pessoa apanhasse o 
Fruto na árvore ele estaria 
cometendo furto, todavia, se o 
fruto houvesse caído no chão, 
ele poderia pegar. 
⪢ Há uma Função Social da 
Propriedade aí, uma preocupação 
com os necessitados, com a 
coletividade. 
 
 
 8 
⪢ Denominação 
⪢ Não é pacífica, entre os 
estudiosos do Direito Agrário, a 
denominação desse ramo do 
direito. É verdade que a mais 
consagrada é “Direito Agrário”, 
porque reflete o aspecto 
dinâmico do seu conteúdo, que 
é, sabidamente, voltado para as 
relações jurídicas entre o 
homem e a terra, visando à 
produção de alimentos. 
⪢ Explica-se que a preferência 
pela denominação “Direito 
Agrário” está no substantivo 
9 
⪢ DEFINIÇÕES 
⪢ Direito Agrário é o conjunto 
sistemático de normas jurídicas 
que visam disciplinar as 
relações do homem com a terra, 
tendo em vista o progresso 
social e econômico do rurícola 
e o enriquecimento da 
comunidade. 
⪢ Direito Agrário é o conjunto de 
princípios e de normas, de 
Direito Público e de Direito 
Privado, que visa a disciplinar 
as relações emergentes da 
atividade rural, com base na 
10 
⪢ Relação com outros ramos do 
Direito 
⪢ Apesar da autonomia legislativa 
do Direito Agrário, não se pode 
abstrair a sua inegável 
vinculação com outros ramos do 
Direito. 
⪢ Diante dessa amplitude e a 
despeito, da natureza 
publicística desse novo ramo do 
direito, não se pode obscurecer 
que a principal fonte do Direito 
Agrário é o Direito Civil, o 
que não significa que seja o seu 
apêndice (acessório), como 
11 
⪢ Também busca subsídios no 
Direito Constitucional, no 
Direito Administrativo, no 
Direito Comercial, no Direito do 
Trabalho, no Direito Penal, no 
Direito Tributário e até mesmo 
no nascente Direito Ambiental. 
⪢ Nas suas formulações 
legislativas e mesmo nos estudos 
e nas pesquisas científicas que 
se desenvolvem, o Direito 
Agrário também busca suporte na 
Agronomia, na Economia, na 
Antropologia, na Geografia, na 
História, na Sociologia e em 
12 
⪢ Objetivo – Compatibilizar uma 
política agrícola com a justa 
distribuição de terras, ou 
seja, compatibilizar política 
agrícola com política fundiária 
e reforma agrária. 
⪢ Política agrícola é só 
agricultura? Pecuária, 
silvicultura, 
hortifrutigranjeiros. 
⪢ Se eu faço reforma agrária eu 
viabilizo a política fundiária. 
⪢ Em resumo: Política Agrícola – 
atividades rurais. 
⪢ Política Fundiária – 
13 
⪢ Competência para legislar 
⪢ Competência Privativa da União 
- Art. 22. Compete 
privativamente à União legislar 
sobre: 
⪢ I - direito civil, comercial, 
penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
⪢ O Município e Estado podem 
legislar sobre política 
agrícola. O que não pode é 
criar uma lei sobre 
desapropriação para fins de 
forma agrária, arrendamento 
14 
⪢ Resumo: os instrumentos de 
viabilização da política 
agrícola são competência da 
união. Já política agrícola, os 
Estados e Municípios podem 
legislar. 
 
 
 
 
 
15 
⪢ ESTRUTURA ADMINISTRATIVA PARA 
VIABILIZAR A POLÍTICA AGRÍCOLA 
E POLÍTICA FUNDIÁRIA 
⪢ Desconcentração -> Orgão 
(Ministério, Secretaria). 
⪢ Descentralização -> Pessoa 
Jurídica, Autarquia. 
⪢ 1 – Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento do 
Brasil -> Conselho Nacional de 
Política Agrícola (CNPA) -> 
EMBRAPA (Empresa Pública) 
⪢ 
 
 
16 
⪢ ESTRUTURA ADMINISTRATIVA PARA 
VIABILIZAR A POLÍTICA AGRÍCOLA 
E POLÍTICA FUNDIÁRIA 
⪢ [...] 
 
⪢ 2 – Secretaria Especial de 
Agricultura Familiar e do 
Desenvolvimento Agrário (Sead) -
> Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Rural 
Sustentável -> INCRA (Autarquia) 
 
 
 
 
17 
⪢ ESTRUTURA ADMINISTRATIVA PARA 
VIABILIZAR A POLÍTICA AGRÍCOLA 
E POLÍTICA FUNDIÁRIA 
⪢ [...] 
 
⪢ 2 – Secretaria Especial de 
Agricultura Familiar e do 
Desenvolvimento Agrário (Sead) -
> Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Rural 
Sustentável -> INCRA (Autarquia) 
 
 
 
 
18 
⪢ DOUTRINA – 
 
⪢ DIREITO AGRÁRIO BRASILEIRO 
⪢ Autor: Benedito Ferreira Marques 
Evolução Histórica 
Direito Agrário teve início com o 
Tratado de Tordesilhas – 07 de 
junho de 1494. 
D. João (Rei de Portugal) e D. 
Fernando e D. Isabel (Reis da 
Espanha) 
 
“as terras a Direita da linha 
imaginária traçada do POLO ÁRTICO 
ao POLO ANTÁRTICO distantes 370 
léguas das ilhas de cabo verde em 
direção ao poente seriam de 
Portugal”. 
 
⪢ Bula papal reconhecendo esse 
tratado, por volta de 1.504 e 
1.506. 
 
 
⪢ O Direito de Propriedade 
decorreu deste tratado, somado 
ao apossamento das terras por 
Cabral. 
 
 
⪢ História da Ocupação do 
Território Nacional 
⪢ 1º Regime de Sesmarias - Martim 
Afonso de Souza – Cartas de 
Sesmarias (1531-1822) 
⪢ 2º Regime das Posses (1822-1850) 
– Invasão das Terras Devolutas 
(minifúndios) 
⪢ 3º Regime de Lei de Terras – 
Lei nº 601/1850 – Legitimação 
de Posse (Primeira Lei de 
Regularização Fundiária). 
 
Cartas de Sesmarias – Criada em 
1374 em Portugal pelo Rei D. 
Fernando Formoso. 
Em Portugal as Sesmarias tiveram 
natureza jurídica de CONFISCO 
sobre as terras improdutivas. 
No Brasil as Sesmarias tiveram 
natureza jurídica de Enfiteuse ou 
Aforamento. 
- Posse Direta e Posse Indireta; 
 
No Brasil vieram acompanhadas das 
Capitanias Hereditárias. 
- Descentralização, transferência 
de custos. 
Martin Afonso de Souza, com poderes 
outorgados por D. João III para a 
Concessão de Carta de Sesmaria 
(transferência do domínio útil ao 
sesmeiro impondo obrigações de): 
 1) colonizar a terra; 
2) ter morada habitual e cultura 
permanente; 
3) demarcar seus limites; e 
4) pagar tributos. 
⪢ 
 
⪢ Sesmaria não gerava alienação 
do território nacional, apenas 
entregava o domínio útil do bem 
para uso dos particulares. Seria 
semelhantea uma concessão de 
uso. 
⪢ Coroa ficava com o Domínio 
Direto e entregava o domínio 
útil ao sesmeiro. 
 
⪢ Existia Cláusula Resolúvel – 
geradora de comisso (resolução 
do contrato). 
 
 
⪢ Durou quase 300 anos de 
existência – 1531 a 1822. 
 
⪢ Benefícios – Colonização e 
Povoamento do Interior do País 
(vide. entradas e bandeiras). 
 
⪢ Malefícios – Nepotismo, 
clientelismo e Latifúndios 
⪢ REGIME DAS POSSES - 1822 a 1850 
– em 17 de julho de 1822, com a 
suspensão oficial do regime de 
sesmarias, não foi criado nenhum 
regime para substituir. 
⪢ Regime extralegal ou das posses. 
⪢ Ausência de segurança jurídica. 
⪢ Nem mesmo a nossa primeira 
Constituição (1824) regulou a 
matéria. 
 
⪢ Nesta época (no final do regime) 
surgiu a Certidão Paroquial, 
Registro do Vigário. 
⪢ Durante o regime das posses eram 
encontrados: 
⪢ 1. Proprietários legítimos de 
sesmarias adimplidas (que deram 
certo) 
⪢ 2. Possuidores de terras 
originárias – sesmarias 
inadimplidas 
⪢ 3. Possuidores em nenhum título 
hábil – posseiros (minifúndios) 
- (típico do regime das posses) 
⪢ 4. Terras devolutas – sesmeiro 
em comisso (não cumpriu as 
obrigações/abandonou e a coroa 
pegou de volta). 
⪢ LEI DE TERRAS – Lei nº 601/1850 
- Decreto Regulamentar nº 
1.318/1854 
⪢ 1. Aquisição de Terras apenas 
por Compra e Venda 
⪢ 2. Outorga de Títulos de 
Domínio aos detentores de 
sesmarias não confirmadas 
⪢ 3. Outorga de Título de Domínio 
aos portadores de qualquer outro 
tipo de concessão de terras 
(regime de posses, certidão 
paroquial, registro do vigário) 
⪢ 4. Assegurar a aquisição de 
terras devolutas por meio de 
⪢ O Objeto da Lei 601/1850 foi 
regularizar a situação já 
existente. 
⪢ A legitimação de posse é 
utilizada desde a primeira lei 
de terras. Art. 17 da 8.666/93. 
⪢ OBS: Assegurar o domínio das 
terras devolutas, assim, a 
aquisição de terras no brasil 
ocorreriam somente por compra e 
venda. 
⪢ Ocasionou a elitização das 
aquisições de terras no Brasil. 
Não haveria mais posse, invasão 
e dilapidação do patrimônio da 
⪢ Conclui-se que a lei de terras 
gerou a regularização das 
sesmarias não confirmadas e 
outorga da legitimação de posse 
aos que tinham apenas ocupação 
(invasão das áreas). 
 
⪢ O próprio Art. 3º da Lei 
601/1850 conceitua as terras 
devolutas. Toda terra devoluta é 
pública. Não existe essa 
história de terra de ninguém. 
Se alguém tem que provar que é 
dono é o particular. 
 
⪢ “Tenho uma carta de sesmarias e 
cumpri minha parte e essa área 
é minha”. Recebe propriedade. 
⪢ “Tenho uma carta de sesmarias, 
não cumpri minha parte e estou 
afim de ficar “em dia”. Recebe 
a revigoração do foro. 
⪢ “Não tenho título, mas estou 
aqui a mais de 30 anos, Certidão 
paroquial”. Legitimação da 
Posse. 
⪢ “Não tenho título nenhum”. 
Então voltou a ser pública, 
somente poderá ser adquirida 
mediante Compra e Venda. 
⪢ Certidões Paroquiais, Registro 
do Vigário (Lei 601/1850). 
⪢ A igreja católica tinha/tem 
maior presença no local que 
qualquer órgão público. 
⪢ O Vigário comunicava a 
comunidade, reunia a 
documentação, escrevia no livro 
e encaminhava para o Governo. 
Isso não substitui título de 
propriedade, mas é um 
indicativo, uma prova. 
 
⪢ Registro: Nome do Possuidor, 
Designação da Área (Freguesia), 
Extensão da Posse e o nome 
particular da situação 
(sesmaria, posse, ocupação). 
⪢ O Diretor Geral de Terras da 
Província para formar o Registro 
de Terras Possuídas no Império 
faria a decisão com base no que 
lhe foi entregue Registro do 
Vigário/Certidão Paroquial 
(Art. 107 do Decreto 1318/1854). 
 
 
⪢ As cópias ficavam no arquivo da 
paróquia e os livros eram 
encaminhados ao Delegado da 
Província, para enviar para o 
Diretor. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS 
 
⪢Segurança Jurídica 
 
⪢Contrapeso das normas. Ética e Moral. 
 
⪢ Com base em Lei nossos governantes já fizeram muitas 
barbaridades. 
 
 
 
⪢1) Princípio do monopólio legislativo da União 
⪢O Direito Agrário é um direito nacional, não se permitindo, 
sequer, legislação supletiva dos Estados. 
⪢Trata-se do reflexo dos comandos do art. 22, incisos I e II da 
CF, que estabelecem a competência privativa da União para 
legislar em matéria de direito agrário, especialmente, sobre o 
instituto da desapropriação estruturante para o direito agrário. 
 
 
⪢2) A utilização da terra se sobrepõe à titulação dominial 
⪢O Direito agrário compreende a disciplina jurídica dos 
interesses e obrigações concernentes à terra e aos bens imóveis 
rurais para fins de execução da Reforma Agrária; e o controle 
dos fatos e atos administrativos pertinentes. Daí interessa ao 
Direito Agrário o fator “utilização” da terra e não a “titulação” 
do proprietário ou possuidor, o que faz com que para se evitar 
tensões exista o escopo da norma agrária. 
 
 
⪢3) A propriedade da terra é garantida, mas 
condicionada ao cumprimento da função social 
⪢Função Social da Propriedade. Significa, conforme vimos no 
art. 186 da CF, que o imóvel deve atender a requisitos para não 
ser desapropriado. 
⪢O art. 2º do Estatuto da Terra repete o comando 
constitucional: 
 
 
“Art. 2° É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, 
condicionada pela sua função social, na forma prevista nesta Lei.” 
§ 1° A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social 
quando, simultaneamente: 
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela 
labutam, assim como de suas famílias; 
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade; 
c) assegura a conservação dos recursos naturais; 
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho 
entre os que a possuem e a cultivem.”. 
 
 
[...] 
O instituto da desapropriação penaliza o proprietário que não 
obedece ao conjunto de ações para utilização do bem. Também 
existe mesma determinação para a função social da posse 
agrária. 
 
 
4) O direito agrário é dicotômico: compreende política 
de reforma (reforma agrária) e política de 
desenvolvimento (política agrícola) 
A função do direito agrário é direcionada para as duas 
finalidades essenciais e estruturantes: a reforma agrária e a 
política agrícola 
 
 
4) O direito agrário é dicotômico: compreende política 
de reforma (reforma agrária) e política de 
desenvolvimento (política agrícola) 
A função do direito agrário é direcionada para as duas 
finalidades essenciais e estruturantes: a reforma agrária e a 
política agrícola 
 
 
5) As normas jurídicas primam pela prevalência do 
interesse público sobre o individual 
Releitura do princípio administrativo da predominância do 
interesse público sobre o privado. Este princípio reflete a 
necessidade de proteção dos trabalhadores rurais 
balanceando-o com a propriedade particular, também 
incentiva ações para implementação de cooperativas de 
trabalhadores. 
 
5) As normas jurídicas primam pela prevalência do 
interesse público sobre o individual 
Releitura do princípio administrativo da predominância do 
interesse público sobre o privado. Este princípio reflete a 
necessidade de proteção dos trabalhadores rurais 
balanceando-o com a propriedade particular, também 
incentiva ações para implementação de cooperativas de 
trabalhadores. 
 
6) A reformulação da estrutura fundiária é uma 
necessidade constante 
O próprio Estatuto da Terra (art.1º, § 1o) reflete a intenção de 
se adotar medidas para melhor realizar a distribuição de terras: 
§ 1° Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas 
que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante 
modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender 
aos princípios de justiça social e ao aumento de 
produtividade. 
⪢ 
 
7) O fortalecimento do espírito comunitário, atravésde 
cooperativas e associações 
O cooperativismo é entendido como uma condição 
facilitadora, por meio da união de esforços e interesses dentro 
de um espírito comunitário, visando a melhor realização das 
atividades agrárias. Há a possibilidade de cooperativas 
ingressarem com ações civis públicas para defesa de interesses 
agrários comuns para aquela coletividade. 
 
8) O combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo 
rural, à exploração predatória e aos mercenários da terra 
(especulação) 
Significa que o direito agrário tem como suas funções evitar a 
ocorrência de propriedades improdutivas, no caso, os 
chamados latifúndios por exploração e também tem como 
finalidade combater os minifúndios, ou seja, áreas que por 
serem tão pequenas impossibilitam a realização da atividade 
agrária. 
 
8) O combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo 
rural, à exploração predatória e aos mercenários da terra 
(especulação) 
Significa que o direito agrário tem como suas funções evitar a 
ocorrência de propriedades improdutivas, no caso, os 
chamados latifúndios por exploração e também tem como 
finalidade combater os minifúndios, ou seja, áreas que por 
serem tão pequenas impossibilitam a realização da atividade 
agrária. 
 
9) A privatização dos imóveis rurais públicos 
Significa que prioritariamente a atividade agrária deve ser 
realizada pela iniciativa privada. Neste sentido, bens públicos 
(especialmente terras devolutas) que não possuem funções 
públicas especiais, estratégicas ou ambientais, devem ser, 
prioritariamente, destinados à reforma agraria, cabendo ao 
poder público realizar o papel principal de fomentador da 
política agrícola. 
 
10) A proteção à propriedade familiar, à pequena e à 
média propriedade 
Esse princípio significa que o direito agrário dispensa um 
tratamento diferenciado para as pequenas e médias 
propriedades rurais e também para a propriedade produtiva. 
Em linhas gerais, via de regra, esses propriedades são imunes a 
desapropriação para fins de reforma agrária, visto que, a 
propriedade é produtiva e está cumprindo a função social da 
propriedade. 
 
 
10) A proteção à propriedade familiar, à pequena e à 
média propriedade 
Esse princípio significa que o direito agrário dispensa um 
tratamento diferenciado para as pequenas e médias 
propriedades rurais e também para a propriedade produtiva. 
Em linhas gerais, via de regra, esses propriedades são imunes a 
desapropriação para fins de reforma agrária, visto que, a 
propriedade é produtiva e está cumprindo a função social da 
propriedade. 
 
 
11) O fortalecimento da empresa agrária 
O direito agrário considera a empresa agrária, pessoa jurídica 
criada para exercer e auferir lucro com atividade agrária, uma 
via fundamental para o desenvolvimento da função social da 
propriedade e para o aprimoramento e melhora da 
produtividade agrária. 
12) A proteção da propriedade consorcial indígena 
O princípio decorre da previsão constitucional do art. 231, que 
traz proteção especial para a propriedade indígena, no sentido 
que são reconhecidos aos índios sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições, bem como o direito 
originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam, 
competindo à União demarca-las, proteger e fazer respeitar 
todos os seus bens. Princípio da “Indigenato”. 
13) O dimensionamento eficaz das áreas exploráveis 
(módulo) 
Trata-se de se definir qual é a medida de área de terras ideal 
para que o agricultor, com sua família, tenha condições de 
explorá-la com eficácia e possa garantir o seu progresso social e 
econômico. 
14) A proteção do trabalhador rural 
Prevista no art. 187, inc. VIII, onde está antevisto que a 
habitação para o trabalhador rural deve ser uma preocupação 
na formulação da política agrícola. Isso é uma das providências 
cujo escopo é fixar o homem no campo e até mesmo contribuir 
para o movimento migratório da cidade para o campo, o êxodo 
urbano; 
15) A conservação e preservação dos recursos naturais e 
a proteção do meio ambiente 
CF, Art. 225. 
É o princípio do direito ambiental adotado pelo direito agrário, 
apresenta características totalmente integradas com as 
características da função social da propriedade, ou seja, a 
propriedade rural, devendo realizar as dimensões econômicas, 
sociais e ambientais. 
Imóvel Rural 
Definição do Estatuto da Terra: 
⪢Art. 4º Para os efeitos desta lei, definem-se: 
⪢I – Imóvel rural, o prédio rústico, de área contínua, 
qualquer que seja a sua localização, que se destine a 
exploração extrativa agrícola, pecuária ou 
agroindustrial, quer através de planos públicos de 
valorização, quer através da iniciativa privada. 
 
 
 
 
 
61 
O Código Tributário Nacional (Lei no 5.172/66), todavia, 
seguiu outra orientação, adotando o critério da 
localização para estabelecer tal distinção (art. 29): 
 Art. 29. O imposto de competência da União sobre a 
propriedade territorial rural tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil, ou a posse de imóvel por 
natureza, como definido na lei civil, localizado fora da 
zona urbana do município. 
 
 
 
 
 
62 
Por sua vez, veio a Lei no 8.629/93, que veio 
regulamentar os Arts. 184 a 186 da Constituição 
Federal, também cuidou da definição de imóvel rural, e 
o fez nos seguintes termos: 
Lei 8.629 - Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-
se: 
 I – Imóvel rural, o prédio rústico de área contínua, 
qualquer que seja a sua localização, que se destine ou 
possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, 
extrativa, vegetal, florestal ou agroindustrial. 
 
 
 
 
63 
Instaurado o conflito, a matéria chegou em discussão 
junto ao STJ, que tem entendimento que: “não basta 
apenas considerar o disposto no art. 32, §1º, do Código 
Tributário Nacional, que adota o critério da localização do 
imóvel e considera área urbana àquela definida em 
legislação municipal, pois a questão também deve ser 
analisada sob a ótica do art. 15, do Decreto-Lei nº 57/66, 
que acrescentou o critério da destinação dada ao imóvel”. 
 
 
 
 
 
 
64 
Portanto, à despeito do critério de localização, o Art. 15 
do Decreto-Lei nº 57/66 exclui da incidência do IPTU os 
imóveis cuja destinação seja, comprovadamente a de 
exploração agrícola, pecuária ou industrial, sobre os quais 
incide o Imposto Territorial Rural-ITR, ou seja, 
prevalência do critério de destinação. 
 
 
 
 
 
 
65 
Em outras palavras, imóvel rural é uma área formada de uma 
ou mais matrículas de terras contínuas, do mesmo detentor 
(seja ele proprietário ou posseiro), podendo ser localizada 
tanto na zona rural quanto urbana do município. 
O que caracteriza o imóvel rural para a legislação agrária é 
a sua “destinação agrícola, pecuária, extrativa vegetal, 
florestal ou agroindustrial.” (Lei nº 8.629/93, Art. 4.º, I). 
 
 
 
 
 
66 
Características 
Abstraída a polêmica relativa aos critérios distintivos entre 
imóvel rural e urbano – localização e destinação – insta 
analisar, agora, à luz do texto legal que define o imóvel 
rural, a saber: prédio rústico, área contínua, qualquer 
localização e destinação voltada para as atividades 
agrárias. 
 
 
 
 
 
67 
Por “prédio” se entendem não apenas as casas e as construções 
das cidades ou dos campos, mas também todas as propriedades 
territoriais rurais ou quaisquer outros terrenos. 
 
O adjetivo rústico, à sua vez, é entendido como o ager, que quer 
dizer imóvel destinado ao cultivo. 
 
 
 
 
 
 
68 
Deste modo, prédio urbano é toda a edificação para moradia 
de seu proprietário, e prédio rústico todo aquele edifício que é 
construído e destinado para as coisas rústicas, tais como 
todas as propriedades rurais com suas benfeitorias, e todos os 
edifícios destinados para recolhimento de gados, reclusão de 
feras e depósitos de frutos, etc.69 
O termo áreas contínuas significa áreas confrontantes do 
mesmo detentor, que são consideradas um único imóvel, ainda 
que cada uma tenha registro/matrícula próprios, ou que 
haja interrupções físicas como estradas, cursos d’água, etc, 
desde que o tipo de exploração seja o mesmo. 
 
Nova Controvérsia - 
 
 
 
 
70 
O termo áreas contínuas significa áreas confrontantes do 
mesmo detentor, que são consideradas um único imóvel, ainda 
que cada uma tenha registro/matrícula próprios, ou que 
haja interrupções físicas como estradas, cursos d’água, etc, 
desde que o tipo de exploração seja o mesmo. 
 
Nova Controvérsia - 
 
 
 
 
71 
O termo áreas contínuas significa áreas confrontantes do 
mesmo detentor, que são consideradas um único imóvel, ainda 
que cada uma tenha registro/matrícula próprios, ou que 
haja interrupções físicas como estradas, cursos d’água, etc, 
desde que o tipo de exploração seja o mesmo. 
 
Nova Controvérsia 
 
Individualidade Dominial 
X 
Unicidade Dominial 
 
 
 
 
72 
Código Florestal estabeleceu que: 
 
Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de 
julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais 
e que possuam remanescente de vegetação nativa em 
percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a 
Reserva legal será constituída com a área ocupada 
com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 
2008, vedadas novas conversões para uso alternativo 
do solo. 
 
 
 
 
73 
Exemplo: Fazenda Alfa 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta hipótese, deve-se considerar 
um único imóvel rural, ou imóveis 
rurais diferentes? 
 
 
 74 
 
 
IMÓVEL 01 
 
90 HECTARES 
 
MATRÍCULA 
01 
 
 
IMÓVEL 02 
 
90 HECTARES 
 
MATRÍCULA 
02 
 
 
 
IMÓVEL 03 
 
90 HECTARES 
 
MATRÍCULA 
03 
 
 
 
IMÓVEL 04 
 
90 HECTARES 
 
MATRÍCULA 
04 
 
 
 
IMÓVEL 05 
 
90 HECTARES 
 
MATRÍCULA 
05 
 
75 
Quantidade de Reserva Legal Necessária (80%) - 636,86 Has 
Área de reserva legal existente – 349,17 Has hectares 
Déficit de Reserva Legal - 287,69 Has 18 MATRICULAS 
LEI Nº 6.015 / 1973 – FÓLIO REAL X FÓLIO PESSOAL 
Art. 176 - O Livro n.º 2 - Registro Geral - será destinado, à 
matrícula dos imóveis e ao registro ou averbação dos atos 
relacionados no art. 167 e não atribuídos ao Livro n.º 3. § 
1º A escrituração do Livro n.º 2 obedecerá às seguintes 
normas: I - cada imóvel terá matrícula própria, que será 
aberta por ocasião do primeiro registro a ser feito na 
vigência desta Lei; 
 
 
 
 
76 
Art. 234 - Quando dois ou mais imóveis contíguos 
pertencentes ao mesmo proprietário, constarem de 
matrículas autônomas, pode ele requerer a fusão destas 
em uma só, de novo número, encerrando-se as 
primitivas. 
 
⪢ Posição mais adequada é de 
analisar o imóvel rural como uma 
unidade jurídica distinta; 
 
 
 
 
77 
Classificação do imóvel rural 
 
Pelo Estatuto da Terra, não havia dúvida quanto à classificação 
do imóvel rural, que era: 
 
1.minifúndio 
2.latifúndio 
3.propriedade familiar 
4.empresa rural 
 
 
 
 
 78 
Minifúndio 
É chamado de minifúndio todo o imóvel com área 
cultivável inferior ao módulo fiscal (90 has – MT). Além 
do aspecto técnico, a palavra também serve para indicar 
uma propriedade rural que possua a menor dimensão 
possível. 
 
O termo é uma combinação de duas palavras da língua 
latina: "minimus", que significa pequeno, ou o menor, e 
fundus, fazenda. 
 
 
 
 
79 
http://www.infoescola.com/direito/modulo-rural-e-modulo-fiscal/
http://www.infoescola.com/direito/modulo-rural-e-modulo-fiscal/
http://www.infoescola.com/direito/modulo-rural-e-modulo-fiscal/
Admitido como uma espécie de imóvel rural, o minifúndio é 
combatido e desestimulado no ordenamento jurídico agrário, 
na medida em que constitui uma distorção do sistema 
fundiário brasileiro, porque não cumpre a função social. Além 
disso, não gera impostos nem viabiliza a obtenção de 
financiamentos bancários pelo minifundiário. 
 
 
 
 
 
80 
MÓDULO RURAL x MÓDULO FISCAL 
MÓDULO FISCAL, por sua vez, é estabelecido para cada 
município, e procura refletir a área mediana dos Módulos Rurais 
dos imóveis rurais do município. O Módulo fiscal dos municípios 
é fixado pelo INCRA. 
MÓDULO RURAL é calculado para cada imóvel rural em 
separado, e sua área reflete o tipo de exploração predominante 
no imóvel rural, segundo sua região de localização. Cria-se um 
Cálculo baseado em Quatro Fatores: Forma, Dimensão, 
Localização, Aproveitamento Econômico. 
 
 
 
 
81 
Latifúndios - Imóvel rural que exceda a seiscentas vezes o 
módulo fiscal e é mantido inexplorado ou com exploração 
inadequada ou insuficiente às suas potencialidades. Em outras 
palavras, é o imóvel rural que não cumpre a sua função social. 
O sentido do latifúndio hoje é mais relacionado ao uso da 
propriedade. Assim, o imóvel que é inadequadamente 
explorado, levando-se em conta as potencialidades que possui, 
recebe o tratamento jurídico de latifúndio. 
 
 
 
 
 
 
82 
Não se condena o latifúndio em si, mas a improdutividade. 
Não se considera latifúndio a propriedade extensa que 
explore racionalmente mediante planos adequados de 
florestamento” 
 
83 
PROPRIEDADE FAMILIAR (ET, Art. 4º, II) 
“o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo 
agricultor e sua família, lhes absorva toda a força do 
trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso 
social e econômico, com área máxima fixada para cada 
região e tipo de exploração, e eventualmente trabalhado 
com a ajuda de terceiros.” 
 
84 
Esse instituto jurídico, tipicamente agrário, é de uma 
importância extraordinária no processo de 
democratização da terra, porquanto atende a um dos 
princípios basilares do Direito Agrário, que é o de viabilizar o 
acesso ao imóvel rural a maior número possível de pessoas. 
A Propriedade Familiar tem o tamanho exato de um 
módulo, calculado de acordo com cada região do país e tipo 
de exploração. Nem mais nem menos do que um módulo. Se 
menor, é minifúndio; se maior, pode ser latifúndio. 
 
85 
A Propriedade Familiar pressupõe os seguintes elementos: 
a) titulação, que é o título de domínio em nome de algum dos 
membros da entidade familiar; 
b) exploração direta e pessoal, pelo titular do domínio e 
sua família que lhes absorva toda a força de trabalho; 
c) área ideal para cada tipo de exploração, conforme a 
região; 
d) possibilidade eventual de ajuda de terceiros. 
 
86 
EMPRESA RURAL (Decreto nº 84.685/80) 
Art. 22 – [...] 
III – Empresa Rural, o empreendimento de pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, que explore econômica e 
racionalmente imóvel rural, dentro das condições de 
cumprimento da função social da terra e atendidos 
simultaneamente os requisitos seguintes: 
87 
[...] 
 (a) tenha grau de utilização da terra igual ou superior a 
80% (oitenta por cento), calculado na forma da alínea a, do 
art. 8º; (b) tenha grau de eficiência na exploração, 
calculado na forma do art. 10, igual ou superior a 100% 
(cem por cento); (c) cumpra integralmente a legislação que 
rege as relações de trabalho e os contratos de uso 
temporário da terra. 
88 
Das definições legais transcritas se extrai a conclusão de que a 
empresa rural possui as seguintes características, a saber 
I – é um empreendimento que se consubstancia na exploração 
de atividades agrárias; 
II – pressupõe um estabelecimento, composto de uma área de 
imóvel rural, pertencente ou não ao empresário (Direito de 
superfície do arrendamento); 
III – tem por finalidade o lucro; 
IV – é de natureza civil e não industrial. 
89 
Como empresa, está também sujeita a registros. Se for 
organizada por pessoa física, bastará o registro perante o 
órgão federal competente (atualmente o INCRA). 
Se, todavia, o for como pessoa jurídica, além do registro no 
mesmo órgão aludido, os seus atos constitutivosdevem ser 
arquivados no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, com o 
fito de ganhar personalidade jurídica (art. 45 do Código 
Civil). 
90 
Quanto aos requisitos, a Empresa Rural deve ter o grau de 
utilização da terra igual ou superior a 80%, bem como o grau 
de eficiência na exploração igual ou superior a 100%. 
Além desses dois requisitos básicos, a empresa rural também 
deve cumprir a função social. 
A obediência à legislação que rege as relações de trabalho 
e os contratos agrários está embutida no conceito de 
função social da propriedade da terra. 
 
91 
A doutrina ainda inclui como requisitos da empresa rural a 
adoção de práticas conservacionistas e o emprego mínimo 
de tecnologia corrente na zona de situação da empresa, 
bem como a manutenção de condições mínimas de 
administração. 
 
92 
 
93

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