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EMANCIPAÇÃO E MAORIDADE CIVIL

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LUCIMARA RODRIGUES PAVANI
1 Série A Período Noturno
EMANCIPAÇÃO E MAORIDADE CIVIL NA DOUTRINA E NA JURISPRUDÊNCIA
Trabalho apresentado à Faculdade de Direito de Franca para a Disciplina de Direito Civil I do Curso de Direito. 
Área de Concentração: Direito Civil).
Prof. Dr. Cildo Giolo Júnior
FRANCA
2020
1. INTRODUÇÃO
A emancipação pode ser conceituada como um ato legal que antecipa a necessidade da idade adulta e o impacto de todos os atos civis subsequentes em uma determinada data antes da chegada do menor. 18 anos, usado para fins civis. Com a libertação, os menores são impotentes. No entanto, ele não deixa de ser menor.
Assim, por exemplo, um menor emancipado não pode obter a carteira de motorista, são proibidos de entrar em certos locais ou beber. Diante das consequências no campo das penalidades, existem tais restrições e a emancipação envolve apenas fins civis ou privados. De um modo geral, a emancipação é determinística, irreversível e irrevogável. 
No Código Civil de 1916 a maioridade era atribuída depois que a pessoa fizesse os 21 anos. Com o Código Civil de 2002 a idade adulta começa aos 18 anos e se torna adequada para pessoas que não precisam de restrições especiais às atividades da vida cívica, como pessoas de caráter político. Cessa a menoridade no primeiro momento em que o indivíduo perfaz os 18 anos. 
A idade da responsabilidade criminal ou a idade do crime determinam a idade em que um indivíduo é responsável por violar a lei criminal após a idade adulta, e nenhuma garantia de distinção é reservada para indivíduos menores.
Portanto, os indivíduos são considerados adultos, conscientes das consequências pessoais e coletivas de suas ações e das responsabilidades legais contidas nas ações. A Constituição Federal de 1988 estipula no art. 228 que menores de 18 anos têm responsabilidade criminal. No Brasil, essa idade coincide com a de responsabilidade criminal e, de acordo com o Regulamento da Infância e Juventude, menores de 18 anos são responsáveis por atividades ilegais. Por outro lado, a idade adulta legal não coincide necessariamente com a idade adulta, nem coincide necessariamente com a idade mínima exigida para votar, trabalhar, casar e libertar. Em ambos os casos, as minorias étnicas serão interrompidas.
2. EMANCIPAÇÃO NA DOUTRINA
Na versão de 1916 do Código, a maioridade era atingida aos 21 anos e os pais podiam emancipar filhos que já tivessem completado 18 anos. 
A emancipação voluntária e judicial deve ser registrada em um livro específico no 1º Ofício do Registro Civil na área em que o menor reside, e marcado na certidão de nascimento, com uma referência mútua. Antes do registro, não produzirão efeito. Quando concedida por sentença, o juiz deve comunicar de ofício, a concessão ao oficial do Registro Civil. A emancipação legal independe de registro e produzirá efeitos desde logo, ou seja, a partir do ato ou fato que a provocou.
Segundo Paulo Roberto Gonçalves[footnoteRef:1], a definição seria de Clóvis[footnoteRef:2], a definição de libertação é adquirir cidadania antes da idade legal. Portanto, inclui a capacidade de esperar fatos ou exercícios (apenas a capacidade de exercer a vida civil). Isso pode ser devido a uma concessão de uma decisão dos pais ou de um juiz, ou pode ser devido ao fato de que a lei atribui esse efeito a certos fatos. Dispõe o art. 5° do Código Civil: [1: Direito civil 1 Esquematizado, cit., p 128, 7ª Edição.] [2: Código Civil, cit., obs. ao art. 9°. ] 
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
2.1. ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO
Conforme a sua causa e origem, a emancipação pode ser de três espécies:
Voluntária: é a concedida pelos pais se o menor tiver 16 anos completos (art. 5°, parágrafo único). Apresenta as seguintes características:
Isso é eficaz, dando a ambos os pais (ou seja, devido a seus atos unilaterais), reconhecer que seus filhos têm a maturidade necessária para controlar suas vidas e propriedades, sem exigir que o Estado supervisione pessoas incapacitadas. De fato, a lei estipula a concessão dos pais e a sentença do juiz no caso de menores sob tutela, que tem como premissa as razões para o magistrado analisar a solicitação. Os benefícios devem ser concedidos em conjunto pelos pais ou por um dos pais sem o outro. Qualquer pessoa que seja incapaz de participar do ato deve ser totalmente provada. Se houver diferenças, as diferenças devem ser resolvidas pelo juiz.É extremamente exigido, como forma, o instrumento público, independentemente de homologação judicial.
A emancipação voluntária com sua responsabilidade civil só não produz, segundo a jurisprudência, o efeito de isentar os pais da obrigação de indenizar as vítimas dos atos ilícitos praticados pelo menor emancipado. Assim, para evitar uma emancipação maliciosa, entende-se que os pais não podem retirar de seus ombros a responsabilidade ali colocada pela Lei. Essa afirmação apenas é válida para às emancipações voluntariamente outorgadas pelos pais, não às demais espécies.
Se acontecer que aqueles que executaram o ato deviam apenas se livrar da responsabilidade de comer, a libertação pode ser cancelada. Qualquer forma de libertação é irrevogável. Os pais que libertam voluntariamente seus filhos não podem voltar. No entanto, a irrevogabilidade não pode ser confundida com a invalidade do ato, o que pode ser confirmado no ato de revogação. Judicial: é a deferida por sentença, ouvindo o tutor, em favor do tutelado que já completou 16 anos. Entende o legislador que tal espécie deve ser submetida ao magistrado para evitar emancipações destinadas apenas a livrar o tutor do ônus da tutela e prejudiciais ao menor. 
É prevista no art. 719 e seguintes do Código de Processo Civil. Requerida a emancipação, serão citados o tutor e o representando do Ministério Público. Provando que um menor é capaz de governar sua pessoa e bens, o juiz concederá a emancipação depois de verificar as facilidades para conceder o benefício para a pessoa incapacitada e, portanto, ele tem um livre convencimento a respeito de cada caso. 
Legal: é a que decorre de determinados fator previstos em lei, quais sejam:
Casamento: Válido produz efeito de emancipar o menor (art. 5°, parágrafo único, II). Se a sociedade conjugal se dissolver pela viuvez ou pelo divórcio, não retornará ele à condição de incapaz. O casamento nulo, entretanto não produz nenhum efeito (art. 1.563). A idade mínima para o casamento, tanto para os homens quanto para as mulheres, é de 16 anos, com a autorização de seus representantes legais. Em exceção a isso temos o casamento de quem não alcançou a idade núbil mediante suprimento judicial de idade, no caso de gravidez, segundo o artigo 1.520 do Código Civil. Mas a Lei 11.106, de 28 de março de 2005, revogou o inciso VII do artigo 107 do Código Penal. Sendo assim, o casamento deixou de evitar a imposição ou o cumprimento de pena criminal nos crimes contra a dignidade sexual de ação penal pública. A união estável, todavia, não é causa de emancipação.
Exercício de emprego público efetivo: é dominante a corrente que exige tratar-se de emprego efetivo, afastando os interinos, contratos, diaristas, mensalistas, etc. Todavia, há algumas decisões abrangendo o rigor da lei, entendendo que deve prevalecer o status de servidor público, qualquer que seja o serviço ou função administrativa e o modo de sua investidura. Porém,a idade mínima exigida para se ingressar no funcionalismo público, em caráter efetivo, como exige a lei. Então, dificilmente esta admitirá o acesso, ao maior de 16 e menor de 18 anos.
Colação de grau em curso de ensino superior: Demonstra maturidade própria do menor. Podemos dizer que esta espécie de emancipação legal é quase impossível, considerando a extensão do ensino fundamental e médio do sistema educacional brasileiro Porém, uma pessoa apenas consegue colar grau em nível superior com menos de 18 anos de idade, a não ser os gênios que se submetem a uma avaliação especial junto ao Ministério da Educação.
O estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria: ao eliminar as dificuldades que a obediência aos pais traria ao gerenciamento de negócios ou ao emprego privado, enquanto protege os interesses de terceiros, terceiros estabelecem sinceramente relações comerciais com eles, tornando assim a libertação uma realidade. Dificilmente, também, alguém consegue estabelecer-se civil ou comercialmente antes dos 18 anos. O Código Comercial exigiria essa idade mínima para o exercício do comércio. Segundo o Código Civil de 2002, “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos” (art. 972). Para existir uma relação de emprego que seja capaz de emancipar o menor entre 16 e 18 anos de idade, será necessário que não se trate de trabalho eventual, devendo o empregado prestar serviços de forma constante e regular ao empregador, com uma subordinação hierárquica ou jurídica, mediante contraprestação.
2.2 EMANCIPAÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA
Segue alguns entendimentos que são recorrentes nos Tribunais de Justiça pelo pais: 
MANDADO DE SEGURANÇA. MENOR ANTECIPADA. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. POSSE NEGADA. SEGURANÇA DENEGADA. APELAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. CONSOANTE ASSENTOU O EMINENTE CONSELHO ESPECIAL DESTE TRIBUNAL (MSG Nº 2010.00.2.002136-5): "A EMANCIPAÇÃO DE MENOR, APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO, ATENDE O REQUISITO DE IDADE MÍNIMA DE 18 (DEZOITO) ANOS PARA POSSE EM CARGO PÚBLICO, INCIDINDO O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE". ADEMAIS, "NOS TERMOS DO ARTIGO 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO III, DO CÓDIGO CIVIL, A MENORIDADE CESSA AUTOMATICAMENTE PELO EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO, MOSTRANDO-SE, EM CONSEQUÊNCIA, DESNECESSÁRIA A EXIGÊNCIA DE INSTRUMENTO PÚBLICO DE EMANCIPAÇÃO NA MESMA DATA DA POSSE". (ACÓRDÃO N.609334, RELATOR: DESEMBARGADOR FLAVIO ROSTIROLA) 2. "O MANDADO DE SEGURANÇA NÃO COMPORTA DILAÇÃO PROBATÓRIA, DE SORTE QUE, SE O DOCUMENTO JUNTADO AOS AUTOS ESPELHA VEROSSIMILHANÇA NO QUE TANGE À FORMA, NÃO É POSSÍVEL, NA VIA ESTREITA DESTE REMÉDIO PROCESSUAL, SE QUESTIONAR ACERCA DE SUA VALIDADE NO QUE DIZ RESPEITO AO CONTEÚDO, NA MEDIDA EM QUE TAL AVERIGUAÇÃO EXIGE ABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL" (TRECHO DO PARECER DA PROCURADORIA DE JUSTIÇA). 3. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
(TJ-DF - APC: 20110110738052 DF 0021658-28.2011.8.07.0001, Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, Data de Julgamento: 28/08/2013, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 06/09/2013 . Pág.: 203)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CONSTITUCIONAL. APROVAÇÃO EM VESTIBULAR. SUPLETIVO. CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO. MENOR EMANCIPADO. CAPACIDADE CIVIL PLENA. 1. O art. 38, § 1º, da Lei nº 9.394/96, que exige a idade mínima de dezoito anos para a concessão do certificado de conclusão do ensino médio por meio de supletivo, deve ser mitigado quando há a emancipação do menor, pois com a antecipação da capacidade fato ou de exercício o menor se torna plenamente capaz para a prática de todos os atos da vida civil, conforme determina o art. 5º, Parágrafo único, inciso I, do CC. 2. Agravo de instrumento provido.
(TJ-DF 07142661820198070000 DF 0714266-18.2019.8.07.0000, Relator: ARNOLDO CAMANHO, Data de Julgamento: 29/04/2020, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 14/05/2020 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
3 MAIRIDADE CIVIL NA DOUTRINA
O novo "Código Civil" entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, alterando a idade de referência da idade adulta, que afirma: "a menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil" (art. 5º, da Lei n. 10.406/2002). Essa inovação é talvez a mais importante da nova lei e trouxe uma série de consequências no campo jurídico, incluindo o campo criminal.
O Código Civil de 1916, anteriormente em vigor, confirmava que a menoridade terminava aos 21 anos completos, dessa maneira três anos após a que temos hoje pelo novo Código Civil. Entende-se que o sujeito precisa gastar mais tempo para amadurecer e tem plena capacidade de responder a todos os atos que realizou de maneira civilizada. 
Essa capacidade de natureza civil não deve ser confundida com outras leis especiais, como por exemplo, a capacidade eleitoral, idade limite para o serviço militar. Como também, não pode ser confundida com a idade em que tem início a responsabilidade penal. Caso ela seja reduzida para 16 anos, como pretendem alguns, em nada poderá afetar a maioridade civil, que se manterá regido por dispositivo específico do Código Civil.
3.1 MAIORIDADE PENAL
Com as mudanças na parte geral de 1984 ainda em vigor, a Lei Penal de 1940 estipula que a responsabilidade criminal começa aos 18 anos. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o mesmo marco em seu art. 288. Portanto, há uma diferença entre a idade adulta da vida civil e a responsabilidade criminal. No entanto, inspirado nos parâmetros de 21 anos usados no direito civil, o direito penal visa determinar certos benefícios para menores de 21 anos, determinando: Se o infrator tiver menos de 21 anos de idade no momento do crime, a pena deve ser reduzida (art. 65, inciso I, do Código Penal), no mesmo caso, o prazo prescricional seria reduzido de metade (art. 115 do Código Penal); mesmo no caso de réu menor, no momento do seu interrogatório, o ato deveria ser praticado na presença de um curador (art. 194 do Código de Processo Penal).
Os atos praticados por menores de 18 anos é chamado de “atos inflacionais”. Para eles são aplicadas uma pena chamada de “medidas protetivas” ou “medidas socioeducativas” e se restringem a apenas adolescentes entre os 12 anos completos e os 18 anos incompletos. O ECA estabelece, em seu artigo 121, § 3º, quanto ao adolescente em conflito com a lei, que “em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos”, por cada ato infracional grave. Passando esse período ele passará por um sistema de liberdade assistida ou semiliberdade, podendo retornar ao regime fechado por mau comportamento. O ECA foi projetado para ajudá-lo a recomeçar e se preparar para uma vida adulta com base no status social. Não repetir violações faz parte de seu processo de aprendizado.
Um dos temas mais discutidos atualmente na política brasileira, as regras da maioridade penal estão em debate permanente. Para a redução de 18 para 16 anos, podendo os mesmos cumprir pena em presídios comuns. Porém, reduzir a idade da responsabilidade criminal está longe de ser a melhor opção para resolver o problema da delinquência juvenil. É melhor não usar prisão, mas perceber o potencial de cada jovem através da arte, cultura e educação. Trazer jovens de 16 e 17 anos para o sistema penitenciário não resolve o verdadeiro problema da violência no Brasil, exceto para aumentar a criminalização dos jovens, principalmente negros, pobres e moradores das periferias.
Problemas marginais são causados por muitos fatores. Vivemos em um país onde os programas sociais/educacionais são mal administrados, as atividades de planejamento familiar são escassas, o lazer suburbano é escasso, a urbanização das favelas é lenta e a segurança da comunidade é escassa. Reduzir a idade da responsabilidade criminal não é resolver o problema da violência. Apenas finja ser "justiça". O autoengano coletivo, de fato, é apenas uma maneira de abater aqueles quejá foram abatidos. Tais medidas são de natureza vingativa, e não soluções para os sérios problemas do Brasil com antecedentes econômicos, sociais e políticos. O debate sobre o aumento de penalidades para jovens infratores envolve um problema sério: o método de menor esforço. Diante de fortes protestos públicos, atrai políticos a preparar soluções rápidas e fáceis. O tratamento é diferente, não porque o adolescente não saiba o que está fazendo. Mas, devido à sua situação especial como pessoa em crescimento, nesse sentido, o objetivo das medidas de educação social não é fazê-lo sofrer os erros que cometeu, mas preparar-se para a vida adulta e ajudá-lo a recomeçar.
3.2 MAIORIDADE NA JURISPRUDÊNCIA
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL ALCANÇADA. CAPACIDADE LABORAL PLENA. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS. CABIMENTO. 1. O dever de prestar alimentos baseado na relação de parentesco, demanda a efetiva comprovação da impossibilidade de exercício de atividade laboral. 2. Verificando que o alimentando, além de haver completado 24 (vinte e quatro) anos, possui plena capacidade física e mental para buscar nova colocação no mercado de trabalho, eis que é estudante de curso de pós-graduação, não há como ser reconhecido em seu favor o direito de permanecer recebendo alimentos, baseado na relação de parentesco. 3. Apelação Cível conhecida e não provida.
(TJ-DF 20171210036132 - Segredo de Justiça 0003526-74.2017.8.07.0012, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA, Data de Julgamento: 25/04/2019, 8ª TURMA CÍVEL, Data de Publicação: Publicado no DJE : 03/05/2019 . Pág.: 362/368)
APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI 10.826/2003. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O ART. 14 DA LEI Nº 10.826/03. IMPOSSIBILIDADE. CORRUPÇÃO DE MENOR. CRIME FORMAL. SÚMULA 500 DO STJ. CONDENAÇÕES MANTIDAS. REDIMENSIONAMENTO DA PENA-BASE. CONSTITUCIONALIDADE DA REINCIDÊNCIA. ISENÇÃO DA PENA DE MULTA. INVIABILIDADE. 1. O porte de arma é crime de perigo abstrato e de mera conduta, mostrando-se prescindível a demonstração de perigo concreto. Precedentes. Na esteira do entendimento dos Tribunais, em especial o Supremo Tribunal Federal, não são inconstitucionais os crimes de perigo abstrato, a exemplo daqueles previstos na Lei 10.826/03, que teve sua constitucionalidade assentada na ADI 3.112/DF. 2. Descabida a pretendida desclassificação do crime do art. 16, parágrafo único, inc. IV, para o tipo do art. 14, ambos do Estatuto do Desarmamento, porque o laudo pericial apontou que a numeração foi suprimida por processos abrasivos, a determinar a classificação no tipo imputado 3. Não se mostra necessária a prova da efetiva corrupção do menor para a caracterização do crime previsto no art. 244-B do ECA, de acordo com a Súmula 500 do STJ. Condenação impositiva. Entendimentos benevolentes como o que exige a comprovação de que o menor não era corrompido ou da sua efetiva corrupção, além de equivocados e já afastados nos Tribunais Superiores, somente fornecem argumentos aos defensores da redução da maioridade penal, notadamente quando afirmam que o uso de adolescentes por maiores de idade não sofre qualquer resposta penal. 4. Compete ao Juízo da origem definir a pena adequada ao caso, comportando alteração, em grau de recurso, apenas em situações em que a modificação não for arrazoada, proporcional ou contrariar disposição legal ou preceito constitucional. Caso em que a pena-base de ambos os delitos comporta redimensionamento. 5. Segundo entendimento firmado a partir do RE 453.000/RS, a agravante da reincidência é constitucional e não acarreta bis in idem quando são consideradas condenações diversas dentre os antecedentes do acusado ou quando levada em conta em só uma das fases. 6. No caso vertente, cabível a compensação da atenuante da confissão com a agravante da reincidência. Penas reduzidas. 7. A multa é preceito secundário do tipo pelo qual o réu foi condenado, não havendo previsão legal para a isenção do pagamento. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(Apelação Criminal, Nº 70082752916, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Julio Cesar Finger, Julgado em: 10-06-2020)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, na versão de 1916 do Código, a maioridade era atingida aos 21 anos e os pais podiam emancipar filhos que já tivessem completado 18 anos. A emancipação voluntária e judicial deve ser registrada em um livro específico no 1 Ofício do Registro Civil na área em que o menor reside, e marcado na certidão de nascimento, com uma referência mútua. Quando concedida por sentença, o juiz deve comunicar de ofício, a concessão ao oficial do Registro Civil. A emancipação legal independe de registro e produzirá efeitos desde logo, ou seja, a partir do ato ou fato que a provocou. Portanto, inclui a capacidade de esperar fatos ou exercícios. Isso pode ser devido a uma concessão de uma decisão dos pais ou de um juiz, ou pode ser devido ao fato de que a lei atribui esse efeito a certos fatos. Podendo o mesmo ser emancipado por cinco maneiras diferentes, como trata o art. 5º do Código Civil de 2002. 
O novo Código Civil entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, alterando a idade de referência da idade adulta, que afirma: “a menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”. O Código Civil de 1916, anteriormente em vigor, confirmava que a menoridade terminava aos 21 anos completos, dessa maneira três anos após a que temos hoje pelo novo Código Civil. Essa capacidade de natureza civil não deve ser confundida com outras leis especiais, como por exemplo, a capacidade eleitoral, idade limite para o serviço militar. Como também, não pode ser confundida com a idade em que tem início a responsabilidade penal.
Com as mudanças na parte geral de 1984 ainda em vigor, a Lei Penal de 1940 estipula que a responsabilidade criminal começa aos 18 anos. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o mesmo marco em seu art. 288. Portanto, há uma diferença entre a idade adulta da vida civil e a responsabilidade criminal. No entanto, inspirado nos parâmetros de 21 anos usados no direito civil, o direito penal visa determinar certos benefícios para menores de 21 anos, determinando: Se o infrator tiver menos de 21 anos de idade no momento do crime, a pena deve ser reduzida , no mesmo caso, o prazo prescricional seria reduzido de metade ; mesmo no caso de réu menor, no momento do seu interrogatório, o ato deveria ser praticado na presença de um curador .O ECA foi projetado para ajudá-lo a recomeçar e se preparar para uma vida adulta com base no status social. Não repetir violações faz parte de seu processo de aprendizado. Um dos temas mais discutidos atualmente na política brasileira, as regras da maioridade penal estão em debate permanente. Para a redução de 18 para 16 anos, podendo os mesmos cumprir pena em presídios comuns. Reduzir a idade da responsabilidade criminal não é resolver o problema da violência. Apenas finja ser justiça. O autoengano coletivo, de fato, é apenas uma maneira de abater aqueles que já foram abatidos. Tais medidas são de natureza vingativa, e não soluções para os sérios problemas do Brasil com antecedentes econômicos, sociais e políticos.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Lei nº 10.406/02 – Código Civil (Atual)
Lei nº 3.071/16 – Código Civil (Revogado)
Constituição Federal – 1988
Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente 
Decreto-Lei nº 2.848/40 – Código Penal
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume Único. 7 Edição. São Paulo: MÉTODO, 2017. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil, 1: Esquematizado: Parte geral, Obrigações e Contratos. 7 Edição. São Paulo: Saraiva, 2017.
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Maioridade-civil--emancipacao-e-o-entendimento-do-STJ.aspx, acesso em 04/07/2020;
https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/115993498/apelacao-civel-apc-2010110738052-df-0021658-2820118070001?ref=juris-tabs, acesso em 02/07/2020;
https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/846186612/7142661820198070000-df-0714266-1820198070000?ref=serp,acesso em 02/07/2020;
https://www.conjur.com.br/2003-abr-30/maioridade_civil_legislacao_penal_brasileira, acesso em 04/07/2020;
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/maioridade-penal.htm, acesso em 04/07/2020;
https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/713086398/20171210036132-segredo-de-justica-0003526-7420178070012?ref=serp, acesso em 04/07/2020;
https://www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php?nome_comarca=Tribunal%20de%20Justi%C3%A7a%20do%20RS&versao=&versao_fonetica=1&tipo=1&id_comarca=700&num_processo_mask=&num_processo=70082752916&codEmenta=7706337&temIntTeor=true, acesso em 04/07/2020.

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