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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais Rafael Rodrigues Pontes PROJETO INTEGRADOR IA RELATÓRIO SOBRE O DEPARTAMENTO FINANCEIRO E A FORMAÇÃO LEGAL DA EMPRESA NUBANK São Vicente 2020 2 Sumário Introdução...................................................................................................................3 1.Plano de Desenvolvimento de Pesquisa................................................................5 2.Nome da Empresa e Ramo de Atividade................................................................6 3.Legalidade na Constituição da Empresa...............................................................8 4.Descrição das Atividades Financeiras na Empresa............................................13 Considerações Finais..............................................................................................18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................21 3 1. INTRODUÇÃO As mudanças no processo de interação econômica, politica, social e cultural dos últimos anos fizeram com que as empresas se deparassem com um novo contexto, a globalização, e como consequência disso uma competitividade cada vez maior e um consumidor cada dia mais rígido. Os clientes Millennials (geração de 24 a 34 anos) possuem uma relação mais exigente e adaptada ao mundo digital, e agora cabe a cada empresa se ajustar a essa nova realidade, buscando alternativas e desenvolvimento. O Nubank, startup que oferece cartões de crédito, surgiu como uma proposta jovem, em uma plataforma moderna e personalizada. A empresa oferece uma experiência mais simples a esses consumidores, cortando camadas de burocracia para adquirir e usar um cartão de crédito. Para adesão ao serviço não é preciso ter conta em banco ou pagar anuidade. Além disso, a facilidade de acesso e informalidade na comunicação com o cliente, se torna um diferencial competitivo diante do método tradicional das operadoras de crédito. A startup em questão, se autodenomina como uma empresa de tecnologia que presta serviços financeiros. Na denominação do mercado, essa startup é uma Fintech, ou seja, empresa que tem como característica, uma estrutura operacional reduzida, tecnologia de ponta e gestão moderna. Dessa forma, reduz custos e entregam com mais agilidade seus serviços, aproveitando o alcance ilimitado da internet para atender seus clientes. O Nubank pode ser considerado o expoente nacional dessa indústria de finte hs, fazendo parte do grupo de elite das startups financeiras. Além disso, recebeu investimento de grandes nomes como Sequoia Capital, que deu suporte para o crescimento de grandes empresas como o Google, PayPal e WhatsApp e o Tiger, financiador do Netflix, LinkedIn e Netshoes. As Fintechs demostraram a capacidade de reinventar o sistema criando novos caminhos para resolver os negócios. No caso das startups financeiras, elas apresentam uma nova alternativa e não uma ameaça aos bancos. No Brasil, essa startup se apoiou em uma grande carência: um público ávido por novidades e extremamente insatisfeito com a oferta atual dos serviços financeiros. No inicio, para obter o cartão de crédito oferecido pelo Nubank, era necessário ser convidado por alguém, o convite era enviado por dispositivos mobile e o link dava 4 acesso a plataforma do Nubank. A promessa de um cartão de crédito sem anuidade, sem tarifas e tecnológico agitou os consumidores a ponto de ficarem em uma fila de espera para obter o serviço. Nesse contexto, a criatividade e o atendimento humanizado surge como uma oportunidade de crescimento. O grande desafio esta em traduzir de forma simples e intimista o que é complexo e muitas vezes burocrático. Dentro da avaliação desta empresa escolhida, Nubank, será descrito seu processo financeiro neste projeto levando em conta todo o conceito aprendido nas disciplinas anteriores entre marketing, recursos humanos, gestão empresarial, finanças e direito. Aplicando a teoria na pesquisa e desenvolvimento de texto para elaboração de um projeto mais completo e complexo a cada disciplina. Com mais conhecimento das disciplinas aplicadas neste projeto, mais conteúdo será aplicado e consumido acrescentando não só ao projeto como no próprio ensino. A meta desejada com mais este projeto será aplicar todo o conteúdo em conjunto com as pesquisas elaborando e construindo material próprio e crescendo com pensamentos e opiniões novas. O desenvolvimento da pesquisa será minuciosamente analisado baseado em projetos, textos on-line e off-line, sites entre outros. Também foram analisados os principais canais de comunicação da empresa, o perfil social do Nubank no Facebook e o funcionamento do aplicativo na loja Google Play e App Store. Será descrito os dados da empresa como nome, localização e ramo de atividade com informações detalhadas de sua criação. Um organograma com formação de seus integrantes também será criado para demonstrar sua hierarquia e também descrito suas funções. Aplicando a disciplina de direito será analisado toda a função de legalidade da empresa, sendo tipo da empresa, previsão legal constando documentos oficiais provando a inscrição como empresa e dados dos funcionários fundadores da empresa. As atividades financeiras da empresa serão descritas neste projeto dentre con tas, orçamento, custos, análise de crédito e etc. Informações do departamento financeiros com pesquisas no site oficial e dados de contas publicamente descritas em seu site serão informadas para entendimento de seu processo financeiro. Por fim, a conclusão pessoal do projeto completo informando o aprendido com o processo, resumo dos dados e opinião pessoal. 5 2. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA O tema desse projeto é o departamento financeiro e a formação legal da empresa, sendo essa empresa a fintech Nubank, tendo por objeto de pesquisa diversos autores, artigos, notícias e fichamentos. O tema Fintechs ainda é pouco explorado na produção acadêmica, principalmente no Brasil, em razão do pouco tempo de existência desse tipo de tecnologia no país. Diante de tal situação, o estudo se propõe a reunir o entendimento de diversos pesquisadores do tema, conciliando uma verdadeira troca de experiências da introdução desse mecanismo no mercado financeiro. Nesse sentido, busca-se aprofundar os conceitos que envolvem o tema, bem como expor as causas e efeitos da quebra de paradigma ocasionada pelo entrelaçamento da tecnologia com os serviços financeiros. Durante os últimos anos, a notória revolução tecnológica alterou substancialmente o cotidiano de cidadãos do mundo inteiro. O surgimento das Fintechs é um elemento de especial destaque nesse fenômeno, visto que representou uma quebra de paradigma no mercado financeiro e alterou substancialmente o cotidiano dos usuários de serviços bancários. Assim, o presente estudo tem especial relevância social, visto que a compreensão da dinâmica e dos efeitos de mecanismos é de suma importância para permitir que a sociedade tenha conhecimento a respeito dos números que permeiam o tema, e para que possa compreender as mudanças que o futuro do mercado financeiro espera. As Fintechs prestam serviços financeiros básicos de forma, em parte, gratuita, desburocratizada e eficiente. Acredito que tal fenômeno represente verdadeira revolução na prestação de serviços financeiros. Dessa forma, tenho a intenção de que através do presente estudo possa contribuir para a divulgação do mecanismo das Fintechs e aprofundamento de seu conceito, possibilitando que um maior número de pessoas tenha a oportunidade de usufruir, de forma consciente, dos inúmeros benefícios que esse tipo de inovação pode proporcionar. Diante do contexto apresentado, o presente trabalho buscaidentificar as estratégias financeiras, que torna o Nubank organizado e digital, bem como a qualidade de seus serviços. 6 O estudo se justifica, pois pode revelar as expectativas dos clientes, o perfil dos mesmos, dificuldades e carências e até mesmo o grau de satisfação com o atendimento da startup. Atualmente diferentes empresas podem oferecer um mesmo serviço ou produto, e o que as diferencia é a qualidade do serviço e do atendimento. Analisar o cenário do negócio Nubank, é relevante para a definição das metas e objetivos de uma empresa, tornando mais eficaz o desenvolvimento de um cenário financeiro para novas startups que poderão ter acesso a informações preciosas para se planejarem e se diferenciarem no mercado. Os objetivos constituem a meta a ser atingida com a elaboração desta pesquisa. A definição dos objetivos norteiam e auxiliam no processo de tomada de decisões para chegar no resultado esperado. Como objetivo geral, pretende-se identificar a estratégia financeira da empresa com base nas pesquisas em sites, aplicativo mobile, e sua relação com o valor percebido pelo usuário com relação ao serviço digital e atendimento do Nubank. Os objetivos específicos do trabalho são: • Observar, conhecer e entender melhor os processos adotados pelo Nubank referentes ao setor financeiro; • Aplicar e analisar dados obtidos de informações legais e oficiais descrevendo a legalidade da empresa, com documentos e informações de seus funcionários; • Analisar orçamento, custos, contas e departamento financeiro descritos em dados fornecidos pela mesma. 2. NOME DA EMPRESA E RAMO DE ATIVIDADE O Nubank (razão social - Nu Pagamentos S.A.) é uma startup brasileira, fundada em 06 de maio de 2013. Presta serviços financeiros atuando como administradora e emissora de cartões de crédito, Neobank - banco digital. A ideia para a criação da startup partiu do colombiano David Vélez, que ao mudar para o Brasil se deparou com a grande burocracia para abrir uma conta bancária. Vélez observou o quão altas são as tarifas e os juros para esse tipo de serviço, além disso, se deparou com o grande tempo de espera para falar com o gerente, o desconforto de não 7 conseguir passar pela porta giratória e a necessidade de apresentar muitos documentos para adquirir uma conta. Atualmente o Nubank está instalado em um prédio na Zona Oeste de São Paulo, Rua Capote Valente,39 - 05409-000 - São Paulo, SP, possui uma estrutura moderna, a exemplo das empresas do Vale do Silício: decoração colorida, grafitagem nas paredes, salas de jogos e formalidade zero. A media de idade da equipe é de 26 anos, são profissionais multidisciplinares, engenheiros, designers, desenvolvedores e comunicadores de 25 nacionalidades diferentes. CEO DAVID VÉLEZ CFO GABRIEL SILVA HR RENEE MAULDIN CTO EDWARD WIBLE PRODUCT, MKTG & OPERATIONS CRISTINA JUNQUEIRA PEOPLE & CULTURE CARRISSA MENENDEZ ENGINEERING, CONSUMER & MERCHANT VERTICALS ANDREW MICHALIK ENGINEERING PATO ROCCA COMMUNICATION DANIELA BERTOCCHI CUSTOMER EXCELLENCE YURI DANTAS CONSUMERS VITOR OLIVIER OPERATIONS DENNIS WANG PRODUCT HUGH STRANGE FINANCIAL PLANNING & ANALYSIS MARCELO BARBOSA 8 3. LEGALIDADE NA CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA Em 19/01/2018, foi publicado um decreto do Presidente da República que autoriza que a Nu Holdings Ltd. (holding proprietária da startup brasileira conhecida pelo nome fantasia Nubank), sociedade empresária sediada nas Ilhas Cayman, realize atividades bancárias. Esta decisão pode ser apontada como mecanismo para desviar das imposições do ordenamento jurídico brasileiro no segmento de serviços bancários, os quais, até então, proibiam a participação de bancos estrangeiros e dificultavam o funcionamento de fintechs, classificação de startups que se ocupam da realização de serviços financeiros, que costumam receber investimentos estrangeiros. Portanto, essa recente e inesperada autorização normativa pode alterar os rumos das startups desse segmento, de modo a reconhecer a relevância de um empreendimento dessa modalidade para a estruturação do sistema financeiro nacional, devido ao ‘’interesse do Governo brasileiro’’, conforme expressamente apresentado no diploma normativo em análise. Segue imagem do site do Planalto do Governo, disponível em: (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/dsn/Dsn14509.htm), acesso em: 30 abril 2020, que consta o decreto aprovado em 2018 que reconhece a Nubank como empresa: 9 Principais pontos da Lei nº 12865 de 9 de Outubro de 2013 e demais Circulares vinculadas que regulamenta a NuConta: Definições Art. 6o Para os efeitos das normas aplicáveis aos arranjos e às instituições de pagamento que passam a integrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), nos termos desta Lei, considera-se: I - arranjo de pagamento - conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de determinado serviço de pagamento ao público aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto pelos usuários finais, pagadores e recebedores; II - instituidor de arranjo de pagamento - pessoa jurídica responsável pelo arranjo de pagamento e, quando for o caso, pelo uso da marca associada ao arranjo de pagamento; III - instituição de pagamento - pessoa jurídica que, aderindo a um ou mais arranjos de pagamento, tenha como atividade principal ou acessória, alternativa ou cumulativamente: a) disponibilizar serviço de aporte ou saque de recursos mantidos em conta de pagamento; b) executar ou facilitar a instrução de pagamento relacionada a determinado serviço de pagamento, inclusive transferência originada de ou destinada a conta de pagamento; c) gerir conta de pagamento; d) emitir instrumento de pagamento; e) credenciar a aceitação de instrumento de pagamento; f) executar remessa de fundos; g) converter moeda física ou escritural em moeda eletrônica, ou vice-versa, credenciar a aceitação ou gerir o uso de moeda eletrônica; e 10 h) outras atividades relacionadas à prestação de serviço de pagamento, designadas pelo Banco Central do Brasil; IV - conta de pagamento - conta de registro detida em nome de usuário final de serviços de pagamento utilizada para a execução de transações de pagamento; Art. 2º Para fins do disposto nesta Circular, as contas de pagamento são classificadas em: I - conta de pagamento pré-paga : destinada à execução de transações de pagamento em moeda eletrônica realizadas com base em fundos denominados em reais previamente aportados; e II - conta de pagamento pós-paga : destinada à execução de transações de pagamento que independem do aporte prévio de recursos. Segue breve biografia dos fundadores da Nubank David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible: Nome Completo: David Vélez Data de Nascimento: 1982 Local de Nascimento: Medellín, Colômbia Idade: 36 Nacionalidade: Colombiano Formação: Engenheiro Ocupação: CEO da Nubank David Vélez é o CEO e fundador da Nubank, banco digital que concorre com as instituições financeiras na busca por novos clientes. Mesmo tendo sido aconselhado a não seguir com a ideia, David apostou e hoje seu negócio tem um valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, sendo um dos unicórnios brasileiros. Antes de criar a fintech, David Vélez teve atuação no mercado financeiro, trabalhando em diversas corretoras de renome no período. Formado em engenharia e finanças, David sempre teve o desejo de empreender. Contudo, só foi se tornar um empreendedor uma 11 década após se formar. O tipo de serviço prestados pelos bancos brasileiros foram o gancho para que ele tivesse a ideia de criar o Nubank. David Vélez fez fortuna com o negócio, além de remodelar o tipo de serviço prestado. Nome Completo: Cristina Junqueira Data de Nascimento: 1984 Local de Nascimento: RibeirãoPreto, SP Idade: 36 Nacionalidade: Brasileira Formação: Engenheira Ocupação: Co-fundadora Nascida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 1984, ela se mudou ainda bebê, com os pais, para o Rio de Janeiro. Estudou no tradicional colégio jesuíta Santo Inácio, localizado no bairro de Botafogo e, tão logo se formou no Ensino Médio, se mudou sozinha para São Paulo para cursar Engenharia de Produção na USP (Universidade de São Paulo), uma das mais conceituadas universidade do país. Cristina se formou em 2004 e emendou a graduação em um mestrado em Engenharia, na Escola Politécnica da USP. Nesse momento, ela havia trabalhado como analista interna no Itaú Unibanco, como consultora na Booz Allen Hamilton, na capital paulista, e, depois no Boston Consulting Group. Em 2007, foi selecionada pela prestigiada Kellogg School of Management, uma das principais escolas de Administração dos Estados Unidos, localizada em Evanston, Illinois, para um MBA em Negócios, que durou um ano. De volta ao Brasil, Cristina foi entrevistada pelo presidente do Unibanco, Pedro Moreira Salles, para uma vaga no grupo. À época, o empresário estava selecionando brasileiros recém-saídos de MBAs nos Estados Unidos e o timing foi perfeito para a paulista que, inusitadamente, escolheu trabalhar em uma área de pouca visibilidade 12 e que dava resultados ruins todos os anos, a de seguros para pequenas e médias empresas. Dessa forma, aos 24 anos, assumiu um cargo de liderança no setor, como Superintendente de Negócios, e passou a liderar um time de 20 pessoas em que o mais jovem era mais velho que ela. Cristina Junqueira foi procurada por David Vélez para abrir uma fintech e ouviu de diversas pessoas que a ideia que eles tinham em mente não pararia em pé. O colombiano, naquela altura, havia tido uma experiência ruim com um banco brasileiro e chamou Cristina para pensar em um negócio que atacasse o sistema bancário brasileiro no que ele tinha de pior: taxas abusivas e péssimo atendimento. Hoje, o Nubank de Cristina Junqueira é conhecido, justamente, por conseguir se conectar diretamente com seus clientes. Dos mais de 1.500 funcionários do prédio localizado na esquina da Rua Capote Valente com a Avenida Rebouças, em São Paulo, metade trabalha diretamente com atendimento aos usuários, resolvendo problemas triviais (ou não) com soluções criativas. Já ficaram famosos nas redes sociais os mimos (sempre roxos, cor da fintech) dados pela equipe do Nubank a clientes. “Esse é nosso melhor marketing”, como costuma dizer a VP do Nubank, Cristina Junqueira. Nome Completo: Edward Wible Data de Nascimento: 1984 Local de Nascimento: Boston, EUA Idade: 36 Nacionalidade: Americana Formação: Ciência da Computação Ocupação: Diretor de Tecnologia Edward Wible é co-fundador e CTO de Nubank, responsável pelo desenvolvimento de tecnologia e infraestrutura da empresa. Wible é um americano 13 que iniciou sua carreira em consultoria no Boston Consulting Group (BCG) e, em mais de 10 anos de experiência, se especializou em investimentos focados em empresas de tecnologia dos EUA. Ele se formou em Ciência da Computação pela Universidade de Princeton, com um MBA pelo Insead. 4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NA EMPRESA O Nubank levantou US$ 80 milhões (cerca de R$ 276 milhões) em sua quinta rodada de investimentos, ao final do ano de 2016. Somando todos os aportes, o Nubank já recebeu cerca de R$ 600 milhões em seus dois anos de existência (BRANDT, 2016). David Vélez, fundador e presidente do Nubank, afirmou que o dinheiro vai ser usado para acelerar o crescimento do negócio, melhorar o aplicativo ligado ao cartão e contratar mais funcionários para analisar os pedidos de cartão de crédito. "Nossa situação financeira está ótima, os primeiros anos de atuação costumam ser de prejuízo e precisamos de capital para pagar a operação. Ainda estamos nesse período de investimento, mas temos boas perspectivas de crescimento rentável", afirmou.(BRANDT, 2016) As formas de receita do Nubank se diferenciam dos demais players do setor. Eles concentram suas receitas em apenas duas: - financiamento de faturas, inclusive com juros menores do que o mercado; - percentual das transações feitas pelos clientes (cobrado dos estabelecimentos comerciais). A principal diferença é que o Nubank não cobra anuidade e tarifas dos seus clientes. Como a estrutura de recursos e atividades também é bem mais enxuta (por ser uma empresa digital e não ter operações físicas) que os demais players tradicionais, essa estratégia de não cobrar anuidade e tarifas se traduz, efetivamente, em um grande argumento da proposta de valor.(CANTO, 2016) 14 O Nubank consegue cobrar taxas de juros mais baixas porque possui apenas presença virtual. Essa é uma vantagem competitiva enorme para quem consegue aplicar no seu modelo de negócio. (BONZI, 2016) O motivo principal é a redução dos custos. Espaços físicos representam altos investimentos para as empresas. Por exemplo, para um banco como o Itaú, quantas agências existem no território nacional e os custos que isso envolve? Não é à toa que existe, há algum tempo, uma tendência entre os grandes bancos de redução das agências bancárias. Esses custos, por sua vez, são repassados aos consumidores. Claramente os juros cobrados pelos grandes bancos são abusivos, o spread bancário no Brasil é um dos maiores do mundo, devido principalmente à concentração bancária do país. Porém, os custos fixos que cada instituição possui também impactam fortemente no valor dos juros para o consumidor final. Diminuição de custos é a regra no Nubank. O modelo de negócios do Nubank é baseado numa operação totalmente online. Não existem agências bancárias. Tudo é controlado pelo aplicativo. Dessa forma, a startup consegue diminuir seus custos de operação e repassar essa diminuição para os usuários do seu cartão de crédito. Os bancos têm um custo alto de aquisição de novos clientes - o marketing, a mala direta e os funcionários terceirizados que oferecem o cartão na saída do supermercado - e custos de ativação, que incluem campanhas para incentivar o uso do cartão. Estima-se que um grande banco emissor tenha um custo de aquisição/ativação de R$ 130,00 a R$ 170,00 por cliente. Este custo sobe quanto maior for a renda do cliente prospectivo. (SAMOR, 2015) Como no Nubank é o cliente quem vai atrás do cartão, o custo de aquisição é baixíssimo, e o de ativação, inexistente. Mas, não é somente através da presença online que o Nubank consegue diminuir seus custos. A taxa de inadimplência é um custo que os bancos arcam, mensalmente. A taxa de inadimplência média dos brasileiros para o modelo de crédito pessoal é de aproximadamente 8%, ou seja, os bancos estão cientes que todos os meses 8% das dívidas não serão pagas. Isso, obviamente, é repassado ao consumidor. (BONZI, 2016) 15 O Nubank, por sua vez, realiza sua própria análise de risco, determinando o perfil ideal dos usuários do cartão de crédito. Com cerca de 2.000 variáveis avaliadas, a startup faz uma busca dos dados dos aspirantes, utilizando principalmente as informações atreladas ao número de CPF e determina o perfil de pagador do cliente. Estando este dentro do perfil esperado pela empresa, ele recebe seu cartão de crédito com uma certeza que ele irá pagar suas dívidas. Dessa forma, o Nubank consegue baixar sua taxa de inadimplência para, com certeza, um valor abaixo de 8% (taxa não divulgada pela startup). "Desde o começo, trabalhamos com uma taxa de aprovação mais baixa do que deveria ser para evitar uma inadimplência muito elevada. Vamos usar o capital que recebemos para conseguir aprovar mais pessoas dentro de um público com perfil de risco bom", afirma o presidente do Nubank. Com a diminuição da taxa de inadimplência, há uma diminuição nos custos das operações, que possibilitam umadiminuição maior das taxas de juros cobradas. Assim, o Nubank cobra uma taxa de juros em cima do crédito rotativo entre 2,75% e 14% ao mês, de acordo com o perfil de risco do cliente. Em média, informa que pratica 7,75% ao mês o que é muito abaixo dos 15,7% cobrados em média pelos bancos brasileiros, segundo o Banco Central. Porém, 7,75% ao mês representa cerca de 145% ao ano, mostrando ser uma modalidade de crédito com juros altíssimos, ainda.(BONZI, 2016) O Nubank se adapta à realidade do nosso mercado do ponto de vista de taxa de juros. Os juros no Brasil muito altos, mas a nossa inadimplência também é problema recorrente. O que acontece na realidade, dia-a-dia na utilização dos cartões de crédito é que o emissor do cartão (por exemplo, Nubank) paga o lojista, e o cliente paga o emissor, parcialmente, ou não paga o emissor. Isso consome muito caixa, e é extremamente perigoso. Os juros altos brasileiros, que têm sido adotados pelo Nubank também, transformam esse problema em uma verdadeira bola de neve. Num exemplo simples, em 1 mês, R$ 100,00 pulam pra R$ 114,00, no outro mês podem ir a R$ 130,00, e entre 5 e 6 meses, o valor inicial já dobrou. 16 Essa é a explicação técnica simplificada de porque uma emissora de cartões consome tanto caixa enquanto está crescendo. E o Nubank, como uma startup promissora, cresce mais que qualquer outra emissora. Em ação recente para fidelizar sua base de clientes, o Nubank começou a dar desconto para quem quisesse antecipar o pagamento de parcelas. O desconto é calculado de acordo com a procura pela antecipação e com a quantidade de pagamentos recebidos pela empresa no dia. "Tínhamos muitos clientes que compravam parcelado e não sabiam o tamanho de sua dívida. Vimos que muitos não queriam manter a dívida aberta, é bom para a saúde financeira do cliente. Então decidimos oferecer um desconto para quem quiser antecipar", afirma o presidente do Nubank. A conta fecha, segundo Vélez, mesmo que a empresa não receba o dinheiro da antecipação do varejista. A empresa tem um financiamento através de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) do banco Goldman Sachs. O custo do desconto é menor que os juros que a empresa pagaria ao Goldman Sachs para usar os recursos, afirma Vélez.(BRANDT, 2016) O modelo de negócios do Nubank é inspirado no Capital One, uma empresa de cartão de crédito que chacoalhou o setor nos EUA nos anos 90. Numa época em que a internet mal tinha saído da cabeça do Al Gore, o Capital One foi o pioneiro de um modelo de avaliação de risco chamado ‘information-based strategy’, que consistia em usar o máximo de dados para segmentar as ofertas aos clientes. Na época, os cartões de crédito nos EUA cobravam exatamente a mesma taxa de todos os clientes. Nigel Harris, um dos fundadores do Capital One, é hoje um dos investidores e conselheiro do Nubank. (O Capital One é hoje um banco com 65 milhões de clientes no mundo todo.) (SAMOR, 2015) O NU corre o risco de não ganhar massa crítica se a maioria dos clientes dos bancos permanecer onde está, o que pode acontecer por inércia ou pela percepção de que há uma vantagem no modelo de negócios ‘one-stop banking’ (ou seja, o cliente poder fazer tudo no mesmo lugar). Além disso, alguns bancos já acordaram para o imperativo digital e estão investindo bilhões para substituir agências pesadas por plataformas tecnológicas; se estes custos menores forem divididos com o cliente 17 na forma de taxas menores, a vantagem comparativa do Nubank pode diminuir com o tempo. Segue trecho sobre demonstrações financeiras da empresa disponível em: https://nubank.com.br/docs/financial_statements/Nubank_consolidado_dez_2019.pdf acesso em: 2 jun. 2020: A Nu Pagamentos tem por objeto as atividades de emissão e administração de cartões de créditos, a transferência de pagamentos pós-pagos e a gestão de contas de pagamento pré-pago, assim como a participação em outras sociedades na qualidade de sócia ou acionista. O Nubank possui como principais produtos: (i) o cartão de crédito internacional com a bandeira Mastercard, controlado através de aplicativo para smartphones, e que possui o programa de pontos Nubank Rewards e (i i) a NuConta, uma conta de pagamento 100% digital, sem tarifas, com remuneração de 100% da taxa DI e que possui a maioria das funções de um banco tradicional: transferências entre NuContas e TEDs para todos os bancos, pagamento de boletos, saques através da rede de caixas eletrônicos 24 horas, recarga de celular e função débito. A Nu Pagamentos possui entre suas controladas a Nu Financeira S.A. - SCFI (“Nu Financeira”). A Nu Financeira tem por objeto social a prática de operações ativas, passivas e acessórias inerentes à carteira de crédito, financiamento e investimento, de acordo com as disposições legais e regulamentares em vigor. A Nu Pagamentos foi constituída em 15 de maio de 2013, iniciando suas operações com o público em geral em setembro de 2014. Dada a natureza do negócio, há um investimento inicial na análise de novos clientes, bem como na produção e envio dos cartões. Apenas após um período de uso, tais clientes passarão a ser rentáveis para a Companhia. O plano de negócio do Nubank prevê que o crescimento no volume transacionado dos cartões já emitidos, bem como novos cartões, juntamente com o crescimento previsto no volume de operações de crédito direto ao consumidor (CDC) pela Nu Financeira aos clientes portadores de contas pagamento (NuConta) da Nu Pagamentos e/ou novos produtos resultarão em geração de lucros no futuro. Dessa maneira, as demonstrações financeiras foram preparadas no pressuposto da continuidade normal dos negócios da Companhia. Em 18 de maio de 2017, a Nu Pagamentos foi aprovada como instituição de pagamentos na modalidade de emissor de instrumentos de pagamento pós- pago e, em 19 de julho de 2019, foi autorizado para prestar serviços de pagamento relativo à modalidade de moeda eletrônica, pelo Banco Central do Brasil (“BACEN”). Em 21 de novembro de 2018, a Nu Financeira foi autorizada a operar na forma de Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento, pelo BACEN. Assim, é possível apontar que a organização Nubank, possui diferenciais competitivos (fácil acesso, compreensão e acompanhamento dos dados financeiros, agilidade para solucionar problemas e dúvidas, comodidade - totalmente on-line, maior controle financeiro dos gastos, dentre outros) frente as demais organizações que oferecem o mesmo produto, o cartão de crédito. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir de um entendimento mais profundo a respeito do instituto Fintechs, observamos que as concepções a respeito das principais mudanças estabelecidas e propostas pelo novo produto ou serviço que se apresenta em conjunto ao surgimento das startups ligadas a finanças, faz com que possamos concluir que de fato há um grande espaço de crescimento na economia. Observar o funcionamento do novo modelo de negócio, nos leva a notar a existência de uma inovação na forma de atender, prestar serviços e de se comunicar com o consumidor. Tal revolução acontece de forma cada vez mais veloz, global e sólida, conforme o crescimento de 75% dos investimentos mundiais ao instituto das Fintechs somente em um ano. Em uma perspectiva nacional, em território Brasileiro, o que foi constatado segue as mesmas tendências do cenário internacional, com um dado ainda mais significativo em relação ao aumento em 207% nos investimentos as startups no ano de 2017. Ademais, a análise histórica do surgimento de um dos unicórnios brasileiros, empresa que tem valor de mercado superior a US$1 bilhão. Os setores de negócio que despertam maior interesse do investidor no Brasil também é um fator que corrobora a especulação de que as Fintechs terão ainda mais espaço no mercado do futuro. Notamos também que segundo esse conceito, tecnologia e finanças estão diretamente ligadas háanos e tende a permanecerem e desenvolverem laços cada vez mais fortes, movendo milhões na economia. A corrida pelo pioneirismo na inovação já é factível, pois até mesmo empresas tradicionais do mercado financeiro estão aderindo a procedimento disruptivos no intuito de participarem e atingirem esse público diferenciado. Percebe-se a competência para modificar de forma drástica a economia global, nacional e regional e a geração da redução de custos financeiros a seus consumidores que se converte em aumento de consumo. Capacidade de alterar a economia pois, através de sua tecnologia inovadora, atende seus clientes de forma mais eficiente e menos custosa concebendo então um ambiente inclusivo que permite que diversas camadas da população mundial obtenham participação em serviços e produtos financeiros nunca vistos antes, proporcionando uma perspectiva extremamente favorável ao seu crescimento de maneira orgânica. 19 Quanto ao lucro, o sistema capitalista parece incorporar com o extremo foco na produção vigente nas startups, as quais prezam pela simplificação e celeridade da produção, enquanto processo de desenvolvimento, e podem estar circunscritas tanto aos produtos quanto aos serviços. Aliadas a isso, as startups podem escalar rapidamente, ou seja, representam negócios projetados para auferir o lucro de forma crescente em um curto espaço de tempo, podendo replicar o produto por todo o mundo, sem necessariamente contratar grandes equipes e se estabelecer em pontos empresariais, locais físicos. A flexibilidade dos modelos de negócios das startups permite aos empreendedores realizar mudanças drásticas no negócio, para moldá-lo aos interesses dos consumidores, através da experiência empírica e da utilização do método científico, para promover a produção. As startups são realidade no cenário brasileiro, na medida em que diversos desses empreendimentos assumem relevância crescente no cotidiano nacional, através da eclosão em diversos setores da economia. As características das startups descrevem um modelo de empreendimento absolutamente distinto da realidade fática dos empreendimentos tradicionais brasileiros, que são marcados pela por uma nova forma de empreender. Em uma análise do Direito o presente trabalho visou a estabelecer conexões entre os pressupostos que constituem a startup e os aspectos legais que podem vir a revestir esses empreendimentos, à luz de uma investigação acerca dos impactos jurídicos, econômicos e sociais. A inclusão das startups no ordenamento jurídico brasileiro está diretamente associada a um processo de criação de normas jurídicas, de modo a incorporar institutos do Direito estrangeiro, bem como, adaptar institutos do Direito pátrio para viabilizar o desenvolvimento desses empreendimentos. No entanto, paralelamente ao fenômeno de crescimento e desenvolvimento das startups enquanto organizações autônomas, também, referimo-nos à possibilidade de as startups influenciarem o ecossistema empreendedor e, consequentemente, os empresários tradicionais, para se adaptarem aos novos tempos de celeridade, inovação e crescimento exponencial. Esta pesquisa não só contribui para uma análise sobre a necessidade da compreensão de funcionamento do mercado financeiro e de seus novos modelos de negócios e novos produtos tecnológicos. Dessa maneira, espera-se que esta análise 20 possa auxiliar futuras pesquisas sobre startups e fintechs e suas contribuições para o mercado financeiro, favorecendo o nível de compreensão dos assuntos e conceitos inerentes a este setor. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bonzi, A. (2016). Nubank: será que ele é tudo isso? Juros baixos. Disponível em: https://jurosbaixos.com.br/conteudo/nubank-sera-que-ele-e-tudo-isso/. Acesso em: 1 jun. 2020. Brandt, D. (2016). Nubank recebe investimento de US$ 80 milhões e quer atrair mais clientes. Folha-Uol. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1839170-nubank-recebe- investimento-de-us-80-milhoes-e-quer-atrair-mais-clientes.shtml. Acesso em: 1 jun. 2020. Canto, L. (2016). Modelo de Negócio do Nubank - o cartão 100% digital. LinkedIn. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/modelo-de-negócio-do-nubank-o- cartão-100-digital-lucianne-canto. Acesso em: 1 jun. 2020. FACEBOOK. Disponível em: https://www.facebook.com/nubank/. 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