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Resumo Hematologia

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Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. A palavra é composta pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, discurso". Estuda, particularmente, os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos.
Por outro lado, além de estudar o estado de normalidade dos elementos sangüíneos e dos órgãos hematopoiéticos, estuda também as doenças a eles relacionadas.
HEMATOPOIESE é o processo de substituição das células sanguíneas, que ocorrem nos chamados órgãos hematopoiéticos, que compreendem a medula óssea e o sistema linfóide.
MEDULA ÓSSEA é o mais importante órgão da gênese das mais diversas células sanguíneas, pois lá estão às células tronco que dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica, megacariócitos e eritroblastos.
LINHAGEM MIELOCÍTICA compreende os granulócitos polimorfonucleados (neutrófilo,eosinófilo e basófilo) e monócitos. Quando os monócitos migram para os tecidos se transformam em macrófagos, que são células com alto poder de fagocitose.
LINHAGEM LINFOCÍTICA engloba os linfócitos T e B. Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação. Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.
MEGACARIÓCITO partes de seu citoplasma dão origem às plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea.
ERITROPOIESE é o processo de produção de eritrócitos. Em humanos adultos, a eritropoiese ocorre na medula óssea, mas fetos e em situações especiais como anemias severas pode ocorrer em outros órgãos, principalmente no fígado e no baço.
ERITROBLASTO origina as hemácias do sangue, que atuam nas trocas gasosas.
HEMOGLOBINA
A hemoglobina é um tetrâmero composto de duas de cada dois tipos de cadeias de globina, a alfa e a beta. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos. Existem quatro grupos heme por proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula de O2. É uma proteína alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio é regulada por mudanças na estrutura provocada pela própria ligação do oxigênio ao grupo heme. Existem três tipos de hemoglobina, devido a variação na cadeia polipeptidica: Hemoglobina A1, Hemoglobina A2 e Hemoglobina F.
Distribuição do Oxigênio
A distribuição é feita através da interação da hemoglobina com o oxigênio do ar (que pode ser inspirado ou absorvido, como na respiração cutânea). Devido a isto, forma-se o complexo oxi-hemoglobina, representado pela notação HbO2. Chegando às células do organismo, o oxigênio é liberado e o sangue arterial (vermelho) transforma-se em venoso (vermelho arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reutilizada no transporte do oxigênio. A hemoglobina distribui o oxigênio para as todas as partes do corpo irrigadas por vasos sanguíneos.
Localização
A hemoglobina pode ser encontrada dispersa no sangue (em grupos animais simples) ou em várias células especializadas (as hemácias de animais mais complexos).
O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de glóbulos vermelhos favorece o transporte de oxigênio pelo sangue, seu uso melhora a performance de atletas, principalmente em esportes que necessitem muita resistência. Quando os atletas realizam treino em locais de alta altitude, a pequena concentração de oxigênio estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina, hormônio que aumenta o número de GV e da capacidade muscular) e ao retornar às baixas altitudes, seu corpo está mais preparado e sua resistência está maior.
HEMOGRAMA
HEMOGRAMA é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Que compreende o eritrograma, leucograma e plaquetograma.
Coleta de sangue
O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum.
Processo Manual
Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitos em câmara de Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da metodologia automática.
O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada. Usado também para avaliar a série vermelha e as plaquetas. É feito com uma pequena gota de sangue sendo colocada sobre uma lâmina de vidro, onde o técnico fará um esfregaço, arrastando a gota de sangue com outra lâmina de vidro, com isso forma-se uma película. O sangue tem que ser homogenizado antes de se fazer o esfregaço para que as células estejam bem destribuídas. O esfregaço é corado com Leishman ou Giemsa. E observado em microscópio com objetiva de aumento de 100X.
A vantagem de se fazer um hemograma é que algumas células podem ser contadas erradamente pelos processos automáticos. Alguns aparelhos não contam células imaturas e podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve ser avaliado por pessoal experiente.
Processo automático
Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade de sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impendência elétrica.
As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou através de suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o aparelho as diferencia por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma contagem manual de células pois não diferencia as células de tamanho médio, podendo omitir uma eosinofilia por exemplo. Os que utilizam o método de características das células são mais precisos.
Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de hemácias e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do hematócrito, e os outros índices hematimétricos. As plaquetas também são contadas por aparelhos.
HEMATÓCRITO é a percentagem do volume total de sangue correspondente aos glóbulos vermelhos.
É uma medição calculada a partir do tamanho médio e do número de glóbulos vermelhos e quase sempre é parte também da contagem sanguínea completa, como a (quantidade de) hemoglobina. Os valores médios são diferentes segundo o sexo e variam entre 0,42-0,52 (42%-52%) nos homens e 0,36-0,48 (36%-48%) nas mulheres. Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for superior existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. Esta é uma medida cada vez mais importante para efeitos clínicos.
 
Eritrograma e Leucograma
ERITROGRAMA é o estudo da série vermelha (eritócitos ou hemácias). Ao microscópio, as hemácias têm coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que dão coloração rósea) e são desprovidos de núcleo. As hemácias apresentam coloração central mais pálida e coloração um pouco mais escura na periferia. Elas são bicôncovas e têm aparência de bala soft. Em indivíduos normais, possui tamanho mais ou menos uniforme. Quando uma hemácia tem tamanho normal ela é chamada de normocítica. Quando ela apresenta coloração normal é chamada de normocrômica.
O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por exemplo anemia, eritrocitose (aumento do número de hemácias).
Os resultados a serem avaliados são:
Número de glóbulos vermelhos:Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade. Valores normais: Homem de 5.000.000 - 5.500.000, Mulher de 4.500.000 - 5.000.000. Seu resultado é dado em número por litro.
Hematócrito: Representa a quantidade de hemácias exitentes em 100ml de sangue total. Os valores variam com o sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de 36 - 45%. Recém nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um adulto.
Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde é considerado anemia quando um adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl e crianças de 6 anos a 14 anos, uma Hb < 1 2g/dl.
VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice mais importante, pois ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemia megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro.
HCM (Hemoglobina Corposcular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia. Seu resultado é dado em picogramas.
CHCM (Concentração de Hemoglobina Corposcular Média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM geralmente é elevado.
RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma.
Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina, hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de normalidade.
A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em microcópio, analisando o esfregaço de sangue, as formas encontrads são:
Drepanócitos (forma de foice): aparece somente nas síndromes falciformes (não aparecendo no traço falcifrome).
Esferócitos (forma esférica, pequena e hipercrômica): em grande quantidade é comum na anemia esferocítica (esferocitose), em menores quantidades podem estar presentes em outros tipos de anemias hemolíticas.
Eliptócitos (forma de charuto): em grandes quantidades comuns na eliptocitose. Em menores quantidades podem aparecer em qualquer tipo de anemia.
Hemácias em alvo em grandes quantidades (células cujas membranas são grandes havendo uma palidez e um alvo central mais corado) aparecem em hemoglobinopatias C, E ou S, nas síndromes talassêmicas e em pacientes com doença hepática.
Dacriócitos (forma de lágrima): em grande quantidade na mielofibrose. Em pequena quantidade podem aparecer em qualquer tipo de anemia.
Hemácias policromáticas (forma normal mas com coloração azul devido a presença de RNA residual): aparece quando grandes quantidades de hemácias novas estão sendo produzidas. Comuns em anemias hemolíticas.
Esquisócitos (são hemácias fragmentadas): aparecem quando nas hemácias há uma lesão mecânica, em casos de hemólise, ou em casos de pacientes que sofreram queimaduras.
Hemácias mordidas: quando ocorre a formação um precipitado de hemoglobina nas hemácias (chamados de Corpúsculos de Heinz) ocorre remoção destes precipitados pelo baço formando um aspecto de hemácia mordida.
Acantócitos (hemácias com pontas de diversos tamanhos): nas hepatopatias, hipofunção esplênica, esplenectomizados.
Crenadas (hemácias com várias pontas pequenas): na uremia, quando o paciente faz tratamento com heparina, deficiência de piruvatokinase.
Outros achados não relacionados a forma:
Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada por um anticorpo contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas).
Hemácias em Roleux (hemácias em rolos, formam pilhas de rolos de hemácias): aparece em alta concentração de globulinas anormais, mieloma múltiplo e macroglobulinemia.
Inclusões nas hemácias:
Corpuscúlos de Howell-Joly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto à membrana da hemácia, por fragmento nuclear ou DNA condensado): após esplenectomia, anemias hemolíticas severas.
Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela preciptação dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por chumbo, anemia hemolítica por deficiência de pirimidina-5-nucleotidase.
Anel de Cabot (forma de um anel ou em oito dentro da hemácia, por restos nucelares): em anemias hemolíticas severas.
Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 100 ml de sangue.
Contagem diferencial de Leucócitos: Em um paciente normal as células encontradas são:
Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, núcleo irregular (indentado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela recente fagocitose). Quando estão aumentados usa-se o termo monocitose e ocorre em infecções virais, leucemia mielomonocítica crônica e após quimioterapia.
Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm citoplasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula predominante nas crianças. Seu aumento é chamdo de linfocitose. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leucemia linfocítica crônica.
Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença de grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 lóbulos. Quando seu número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em casos de processos alérgicos ou parasitoses.
Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o citoplasma. Em um indivíduo normal, só é encontrado até uma célula (em termos percentuais).
Neutrófilos Segmentados: citoplasma acidófilo (róseo), núcleo com vários lóbulos (2-5 lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral.
Outras Células que podem ser encontradas:
Blasto:
Linfoblasto:
L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia linfóide aguda tipo L1.
L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encontrada na leucemia linfóide aguda tipo L2.gg
L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa basofilia, com vacúolos. Aparece no linfoma de Burkitt.
Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado (basofílico), núcleo redondo ou oval, com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos no seu citoplasma e bastão de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leucemia mielóide, síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave).
Monoblasto: similar a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o mieloblasto. Aparece na leucemia mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica aguda.
Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto evolui para promielócito, célula maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração vermelho-púrpura (grânulos primários), núcleo oval com uma pequena identação.
Mielócitos Neutrofílico: O promielócito evolui para mielócito, célula com citoplasma acidófilo (rosa), mais abundante que o promielócito e com poucos grânulos e já não é mais visualizado os nucleólos.
Metamielócitos Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão,poucos grânulos.
Bastonetes Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é comum seu achado em sangue de pacientes normais, mas aparecem em número aumentado em casos de infecção.
Linfócitos Atípicos: citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular. Aparece em infecções virais. Em grande número na mononucleose infecciosa, na infecção por citomegalovírus, na toxoplasmose.
Células Plasmáticas: citoplasma basofilico, tamanho moderado e núcleo excentrico. Pode aparecer no mieloma múltiplo.
Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto, clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas.
Hairy Cells: citoplasma azul páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na leucemia das células cabeludas.
Célula Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro). Aparece na síndrome de Sézary.
Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos:
Granulações Tóxicas: quando há um aumento na produção dos granulócitos, há uma diminuição no tempo da maturação das células precursoras dos neutrófilos. Por isso os neutrófilos aparecem no sangue com os grânulos primários. Estão presentes em casos de infecções.
Vacuólos: resultandes da fogocitose. Podem aparecer nos neutrófilos e monócitos. Seu relato só é importante quando aparece nos neutrófilos. Aparece em casos de infecções graves.
Plaquetas
São observadas em relação a quantidade e seu tamanho. Seu número normal é de 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros.
A contagem de plaquetas é feita pelo método automático. A maioria dos laboratórios usa aparelhos cuja contagem de plaquetas se faz no mesmo canal de contagens de hemácias, sendo que a diferenciação de ambas se dá pelo volume (plaquetas são menores que 20 fl e hemácias maiores que 30 fl). Devido ao grande volume de exames feito por um laboratório ficou inviável a contagem manual de todas as plaquetas, mas a contagem manual não foi totalmente abandonada. Quando o número de plaquetas encontra-se diminuído, o laboratório faz um esfregaço de sangue para confirmar se elas estão diminuídas ou não. Se isso não for confirmado, a contagem de plaquetas é feita de modo manual, isto é, contagem em câmara de Neubauer.
Os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos mal calibrados e problemas na coleta do sangue. A coleta é muito importante, uma coleta muito lenta, agitação errada do sangue colhido entre outros problemas podem fazer com que as plaquetas se agrupem e ao realizar a contagem em aparelhos, seu número estará diminuído. O agrupamento de plaquetas não é um sinal clínco.
Citometria de fluxo
A técnica de citometria de fluxo é usada para contar e analisar as características físicas e moleculares de partículas microscópicas (ex.: células) num meio líquido. Um feixe de luz (normalmente laser) de uma única freqüência (cor) é direcionado a um meio líquido em fluxo. Estão apontados ao local onde a corrente do fluido passa através do feixe de luz alguns detectores:
(i) Forward Scatter ou FSC, que está na linha do laser e atrás da zona onde passam as partículas, e é uma medida do volume das partículas;
(ii) Side Scatter ou SSC, que está perpendicular à direcção do laser, e é uma medida da complexidade das células, i.e., forma do núcleo, quantidade e tipo de grânulos citoplasmáticos ou rugosidade membranar:
(iii) Detectores fluorescentes (um ou mais), também perpendiculares à direção do laser.
Cada partícula que passa através do feixe de luz dispersa-a de alguma forma e os corantes químicos na partícula podem ser excitados de modo a emitir luz numa freqüência mais baixa que a da fonte de luz. Esta combinação de luz dispersa e fluorescente é detectada pelos detectores e analisando as flutuações de brilho de cada detector (um para cada pico de emissão fluorescente) é possíveis vários factos sobre a estrutura física e química de cada partícula individual.
Os parâmetros possíveis de medir são: volume e complexidade morfológica das células, pigmentos celulares como clorofila, ADN (análise de tipo de células, cinética celular, proliferação, etc.), RNA, análise e classificação de cromossomos, proteínas, antígenos à superfície celular (marcadores CD), antígenos intracelulares (várias citosinas, mediadores secundários, etc.), antígenos nucleares, atividade enzimática, pH, cálcio ionizado intracelular, magnésio, potencial membranar, fluidez membranar, apoptose (quantificação, medidas da degradação do ADN, potencial da membrana mitocondrial, alterações na permeabilidade, atividade da caspase), viabilidade celular, monitorização da electropermeabilização das células, caracterização da multi resistência a fármacos em células tumorais, glutationa, várias combinações (DNA/antígenos de superfície, etc.)
Anemias
É uma anomalia caracterizada pela diminuição da concentração da hemoglobina dentro das hemácias, intraeritrocitária, e pela redução na quantidade de hemácias no sangue. Isso resulta em uma redução da capacidade do sangue em transportar o oxigênio aos tecidos. A hemoglobina, uma proteína presente nas hemácias, é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os demais órgãos e tecidos e de dióxido de carbono destes para ser eliminado pelo pulmão.
Sinais e sintomas
São variáveis, mas os mais comuns são fadiga, fraqueza, palidez (principalmente ao nível das conjuntivas), déficit de concentração ou vertigens. Nos quadros mais severos podem aparecer taquicardias, palpitações. Afeta também a gengiva (causando, em casos mais graves, o seu sangramento).
Causas da Anemia
Genéticas:
Hemoglobinopatias, sendo as mais comuns hemoglobinopatias S (anemia falciforme), C, E e D
Síndromes Talassêmicas (talassemia alfa ou beta)
Defeitos na membrana da hemácia: eliptocitose e esferocitose
Anormalidades enzimáticas: deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase
Abetaproteinemia
Anemia de Fanconi
Nutricionais:
Deficiência de ferro (Anemia Ferropriva)
Deficiência de vitamina B12 (Anemia megaloblástica)
Deficiência de folato (Anemia megaloblástica)
Perda de sangue:
Hemorragia excessiva por acidentes, cirurgia, parto
Sangramento crônico por sangramentos causados em casos de úlcera, câncer intestinal, ciclo menstrual excessivo, sangramento nasal recorrente (epistaxes), sangramento por hemorróidas
Imunológicas:
mediadas por anticorpos
Efeitos Físicos:
Trauma
Queimaduras
Uso de medicamentos e exposição a produtos químicos:
Anemia aplásica
Anemia Megaloblástica
Doenças Crônicas:
Uremia
Hipotireoidismo
Hepatite
Doença Renal(provocando problemas na síntese de eritropoietina)
Neoplasias
Infecções:
Bacterianas: septicemia;
Protozoários: Malária, Toxoplasmose, Leishmaniose
Virais: hepatite, Aids, Mononucleose, Citomegalovírus;
DIAGNÓSTICO
O Hemograma é o principal exame a ser realizado quando há uma suspeita de anemia. O mais importante em um hemograma, no que diz respeito a uma suspeita de anemia, é a avaliação da série vermelha (glóbulos vermelhos ou hemácias). Esta avaliação inclui a determinação do número de hemácias, hematócrito, hemoglobina, do volume corpuscular médio (volume da hemácia), hemoglobina corpuscular média (peso da hemácia) e concentração corpuscular média (concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia).
HEMOGRAMA é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Que compreende o eritrograma, leucograma e plaquetograma.
Coleta de sangue
O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum.
HEMATÓCRITO é a percentagem do volume total de sangue correspondente aos glóbulos vermelhos.
É uma medição calculada a partir do tamanho médio e do número de glóbulos vermelhos e quase sempre é parte também da contagem sanguínea completa, como a (quantidade de) hemoglobina. Os valores médios são diferentes segundo o sexo e variamentre 0,42-0,52 (42%-52%) nos homens e 0,36-0,48 (36%-48%) nas mulheres. Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for superior existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. Esta é uma medida cada vez mais importante para efeitos clínicos.
HEMOGLOBINA é a proteína que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função vital de distribuir o oxigênio pelo organismo.
Estrutura
A hemoglobina é um tetrâmero composto de duas de cada dois tipos de cadeias de globina, a alfa e a beta. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos. Existem quatro grupos heme por proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula de O2. É uma proteína alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio é regulada por mudanças na estrutura provocadas pela própria ligação do oxigénio ao grupo heme.
Existem três tipos de hemoglobina, devido a variação na cadeia polipeptidica: Hemoglobina A1, Hemoglobina A2 e Hemoglobina F.
Distribuição do Oxigênio
A distribuição é feita através da interação da hemoglobina com o oxigênio do ar (que pode ser inspirado ou absorvido, como na respiração cutânea). Devido a isto, forma-se o complexo oxi-hemoglobina, representado pela notação HbO2. Chegando às células do organismo, o oxigênio é liberado e o sangue arterial (vermelho) transforma-se em venoso (vermelho arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reutilizada no transporte do oxigênio. A hemoglobina distribui o oxigênio para as todas as partes do corpo irrigadas por vasos sanguíneos.
Localização
A hemoglobina pode ser encontrada dispersa no sangue (em grupos animais simples) ou em várias células especializadas (as hemácias de animais mais complexos).
O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de glóbulos vermelhos favorece o transporte de oxigênio pelo sangue, seu uso melhora a performance de atletas, principalmente em esportes que necessitem muita resistência. Quando os atletas realizam treino em locais de alta altitude, a pequena concentração de oxigênio estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina, hormônio que aumenta o número de GV e da capacidade muscular)e ao retornar às baixas altitudes, seu corpo está mais preparado e sua resistência está maior.
Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina, hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de normalidade. A normalidade varia de acordo com sexo, idade e etnia. A morfologia das hemácias ou estudo da sua forma ajuda a diagnosticar alguns tipos de anemias. Algumas formas só aparecem em alguns tipos de anemia.
A contagem de reticulócitos é usada para avaliar a produção de hemácias. Expresso em porcentagem, o valor normal é de até 2%. Há um aumento quando ocorre uma anemia hemolítica ou após perda de sangue. Reticulócitos são hemácias immaturas e possuem residuos de RNA em seu interior, são visualizadas ao microscópio usando-se corantes especiais.
Quando se desconhece a causa da anemia, outros exames são utilizados para ajudar no diagnóstico. A dosagem de ferritina ajuda no diagnóstico da anemia ferropriva, assim como do ferro sérico. A eletroforese de hemoglobina é usada para detectar o tipo de hemoglobinopatia que tem causa genética. A deficiência de G6PD, uma enzima, é detectada pelo teste de G6PD. Resistência Globular Osmótica (ou RGO) ajuda no diagnóstico de algumas anemias hemolíticas (esferocitose, eliptocitose). Teste de Coombs é usado para detectar se a anemia é um defeito extracorpuscular adquirido. Teste de HAM serve para detectar anemia causada pela hemoglobinúria paroxística noturna. DHL aumentado aparece quando há hemácias lisadas, portanto em casos de hemólise.
O Sangue: Considerações Gerais
O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É constituído por um fluido no qual existem células em suspensão, moléculas e íons dissolvidos em água, apresentando propriedades das soluções coloidais.
Uma característica importante do sangue é a constância da sua composição química e propriedades físicas, assegurando condições físicas para o funcionamento das células.Ele é constantemente renovado pela entrada e saída de substâncias que modificam discretamente sua composição.
A constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no sangue quando estão em excesso ou em concentrações abaixo do normal respectivamente.
Composição do sangue
O sangue é constituído de duas frações combinadas, sendo 55% para o plasma e 45% para as células.
A porção acelular ou plasma é constituído de 91,5% de água que serve de solvente das substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as células, moléculas e íons.Os restantes 8% são formados por proteínas, sais e outros constituintes orgânicos em dissolução.
A porção celular apresenta três tipos de células em suspensão no plasma:
· Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos.
· Glóbulos brancos ou leucócitos.
· Plaquetas ou trombócitos.
Formação do sangue
Plasma: è a porção fluida do sangue não coagulado; contém os fatores da coagulação, exceto aquele removido pelo anticoagulante; é formado às custas da ingestão de água, de alimentos, da difusão e trocas líquidas entre os vários compartimentos do organismo.
Soro: é a porção líquida amarelada do sangue que resta após a coagulação e remoção do coágulo. Não contém elementos celulares nem a maioria dos fatores da coagulação. Apresenta em solução sais minerais, vitamina, glúcides, prótides, lípides, enzimas, hormônios, produtos anabólicos e catabólicos, substâncias também encontradas no plasma.
A porção do sangue que não é o plasma ou seja , a parte celular, consiste de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os eritrócitos (células vermelhas), vários tipos de leucócitos (células brancas) e plaquetas (trombócito).
HEMATOPOIESE
A palavra hematopoiese significa formação das células do sangue. Abrange o estudo de todos os fenômenos relacionados com a origem, com a multiplicação e a maturação das células primordiais ou precursora das células sanguíneas, à nível da medula óssea.A hematopoiese se divide em dois períodos:
1.Período Embrionário e Fetal: Iniciando no primeiro mês de vida pré- natal, surgem as primeiras células fora do embrião, são os eritroblastos primitivos.Na sexta semana, tem início a hematopoiese no fígado; o principal órgão hematopoiético nas etapas inicial e intermediária da vida fetal. Na fase intermediária da vida fetal, o baço e os nodos linfáticos desempenham um papel menor na hematopoiese, mas o fígado continua a dominar essa função. Na segunda metade da vida fetal, a medula óssea torna-se cada vez mais importante para a produção de células sanguíneas.
2. Período Pós-natal: Logo após o nascimento, cessa a hematopoiese no fígado, e a medula passa a ser o único local de produção de eritrócitos, granulócitos e plaquetas. As células-tronco e as células progenitoras são mantidas na medula óssea. Os linfócitos B continuam a ser produzidos na medula e órgãos linfóides secundários e os linfócitos T são produzidos no timo e também nos órgãos linfóides secundários. Ao nascer o espaço medular total é ocupado pela medula vermelha; na infância apenas parte desse espaço será necessária para a hematopoiese; o espaço restante fica ocupado pelas células de gordura.
Mais tarde apenas os ossos chatos (crânio, vértebras, gradil torácico, ombro e pelve) e as partes proximais dos ossos longos (fêmures e úmeros) serão locais de formação de sangue.
Eritrócitos
São células pequenas, circulares, com forma aproximada de discos bicôncavos, com 7,5 mm de diâmetro e sem núcleo. São os mais numerosos tios celularesno sangue. Embora seu número seja variável, um milímetro cúbico de sangue contém cerca de 4.5 a 6.1 milhões dessas células nos homens e cerca de 4.1 a 5.3 milhões nas mulheres. Essas células circulam pelo sangue circulante durante o período de aproximadamente 120 dias antes que sejam destruídas. 
Hemoglobina
 
É uma substância pigmentada, formada por duas partes: (1) porção que contém ferro denominada heme e (2) porção protéica, denominada globina.A globina consiste de quatro cadeias polipeptídicas, cada uma das quais ligada a um grupo heme. Cada grupo heme contém um átomo de ferro que se combina reversivelmente com uma molécula de oxigênio. Dessa forma, cada molécula de hemoglobina pode potencialmente associar-se com quatro moléculas de oxigênio. A principal função da hemoglobina e o transporte de oxigênio e gás carbônico, permitindo as trocas gasosas necessárias ao metabolismo orgânico.
Leucócitos
São elementos figurados do sangue que estão envolvidos no sistema de defesa do organismo contra doenças e infecções. Por meio de fagocitose, eles defendem os tecidos contra invasão de organismos ou substâncias estranhas, removendo também os restos resultantes da morte ou de ferimentos celulares. Alguns leucócitos são capazes de passar através da parede intacta dos vasos chamada de diapedese; agindo assim principalmente no tecido conjuntivo frouxo.
São transportados pelo sangue para todo o corpo, a partir da medula óssea, onde são formados. Os leucócitos estão presentes no sangue em muito menor número que os eritrócitos, com cerca de 4.000 a 10.000 leucócitos por milímetro cúbico de sangue.
1. Neutrófilos: são conhecidos também como polimorfonucleares e correspondem cerca de 50 a 70% das células circulantes; possuem grânulos citoplasmáticos pequenos corados fracamente em púrpura-avermelhado. Os neutrófilos são capazes de deixar os vasos sanguíneos e entrar nos tecidos, onde protegem o corpo e fagocitando bactérias e substâncias estranhas ao organismo.
Existe uma célula precursora do neutrófilo segmentado, é o Bastão. São assim chamados porque seu núcleo não amadureceu completamente, embora seu citoplasma tenha características de célula madura. Em infecções bacterianas agudas pode-se encontrar um desvio a esquerda ,ou seja, uma elevação do número de bastões.
2. Eosinófilos: possuem grânulos corados em laranja-avermelhado e fagocitam complexos antígeno -anticorpo.Seus núcleos geralmente têm dois lobos conectados por um filamento. O número de eosinófilos circulantes aumenta de forma muito acentuada no sangue circulante durante as reações alérgicas, e durantes as infestações parasitárias.
3. Basófilos: possuem grânulos relativamentes grandes corados em azulpúrpura; liberam histamina (contribui para as respostas alérgicas dilatando e permeabilizando os vasos sanguíneos) e heparina (previne a coagulacão do sangue). Os basófilos funcionam similarmente aos mastócitos, que são encontrados no tecido conjuntivo.
4. Monócitos: possuem um único núcleo; são células grandes.São formados por monoblastos; São capazes de entrarem no tecido conjuntivo frouxo, onde se desenvolvem em grandes células fagocíticas denominadas macrófagos, que podem ingerir bactérias e outras substâncias estranhas ao organismo.
5. Linfócitos: são o segundo tipo mais abundante de leucócitos ( após os neutrófilos), compreendendo cerca de 30% dos glóbulos brancos em circulação; a maioria se localiza no tecido linfóide e são formados por linfoblastos. São leucócitos pequenos, sendo apenas um pouco maiores que os eritrócitos, e cada um deles tem um núcleo que é circular ou algo recortado num dos lados. São importantes nas respostas imunes específicas do corpo, incluindo a produção de anticorpos.
4. Eritrograma
Constitui o estudo da séria vermelha, revelando alguns tipos essenciais de alterações patológicas do sistema eritropoético como eritrocitoses e anemias.
4.1.1.Contagem de hemácias na câmara de Neubauer
Os métodos para contagem global das células sanguíneas consistem geralmente em diluir o sangue, em proporção conhecida, com um líquido diluidor chamado Hayem, permitindo a conservação das células em estudo.
1. Pipetar 4 ml do líquido diluidor em um tubo de ensaio.
2. Com a pipeta transferir 0,02 ml de sangue. Limpar a parede externa da ponteira com auxílio de papel absorvente.
3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o interior da ponteira por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200.
4. Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização.
5. Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara.
6. Deixar repousar por dois minutos para sedimentação dos glóbulos.
7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e observar a distribuição uniforme das hemácias. Observar então, com aumento de 100X ou 400X, conforme necessidade.
8. Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “H” na figura relativa ao retículo de Neubauer, ou seja, 1/5 de mm2. Sistematizar a contagem segundo a figura abaixo. Contar os elementos em negro.
Cálculos: Hemácias por ml de sangue = H.c. x 5 x 10 x 200
4.1.2. Dosagem da hemoglobina pelo método da cianometemoglobina
É o método de referência para a dosagem de hemoglobina. Dosam todas as suas formas exceto a sulfemoglobina. A desvantagem reside na extrema toxidade do cianeto usado no preparo do reagente (solução de Drabkin), mas pode ser resolvida pela aquisição já preparada, de concentração mínima.
Temos usado, com bons resultados, os reagentes Labtest; a solução de Drabkin modificada e o padrão de hemoglobina de concentração conhecida. Calcula-se um fator determinado a absorbância de 0,02 ml do padrão em 5 ml da solução de cianeto, através da fórmula:
O zero é estabelecido com água destilada em 540nm. O sangue em estudo, diluído de modo idêntico a padrão (0,02 ml para 5 ml de Drabkin) fornece outro valor de absorbância, que multiplicando pelo fator de g% de hemoglobina pela multiplicação de cada unidade de leitura pelo fator.
Hb = Absorbância do paciente X Fator
4.1.3.Determinação do hematócrito pelo método do microhematócrito
Hematócrito é o volume de hemácias expresso como percentagem do volume de uma amostra de sangue total, ou seja, mililitros de hemácias por decilitro de sangue.
DETERMINAÇÃO DO MICROHEMATÓCRITO:
1. Encher com o sangue o tubo para microhematócrito, até dois terços do seu volume.
Para tubos heparinizados o sangue capilar pode ser usado.
2. Selar o tubo, introduzido a extremidade vazia na massa própria, com movimentos de rotação, até aproximadamente 5 mm de profundidade.
3. Encher os demais tubos de modo idêntico.
4. Coloca-os na microcentrifuga em posição diametralmente opostas com a parte selada voltada para fora. Observar a numeração evitando a troca de resultados.
5. Após tampar convenientemente a microcentrifuga, coloca-a em movimento por cinco minutos. Tempo superior a este não altera a sedimentação dos glóbulos.
6. Desligar o aparelho. Retirar os tubos e fazer a leitura usando a escala própria.
LEITURA DOS RESULTADOS:
1. Colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das células centrifugadas com a linha zero.
2. Deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais fazendo coincidir o menisco superior do plasma com a linha 100.
3. Ler a percentagem do volume hematócrito na escala graduada ao nível da superfície das hemácias no tubo.
4.1.4.Índices hematimétricos Índices hematológicos ou hematimétricos são determinados a partir da contagem global dos eritrócitos, taxa de hemoglobina e determinação do hematócrito. Tais elementos deverão ser padronizados pelo laboratório, fornecendo-se sempre resultados na unidade de percentagem do normal.
V.C.M – Volume corpuscular médio
É o volume médio das hemácias expresso em fentolitros. Representa, portanto, o quociente de um determinado volume de hemácias pelo número de célulascontidas no mesmo volume.
H.C.M. – Hemoglobina corpuscular média:
É o conteúdo médio de hemoglob ina nas hemácias expresso em picogramas. Representa, portanto, o quociente de conteúdo de hemoglobina em um determinado volume de hemácias pelo nº de células contidas no mesmo volume.
C.H.C.M. – Concentração de hemoglobina corpuscular média:
É a percentagem de hemoglobina em 100 ml de hemácias.
4.2. Leucograma
O leucograma corresponde a contagem global e específica dos leucócitos, representados pela leucometria e pelo estudo quantitativo e qualitativo dos glóbulos brancos. O quadro leucocitário que se apresentará após ser concluído o exame hematológico permitirá ao médico tirar conclusões diagnósticas e prognósticas importantes.
4.2.1. Contagem global de leucócitos com câmara de Neubauer
1. Pipetar 0,4 ml do líquido de Turk no tubo
2. Com pipeta automática, pipetar 0.02 ml de sangue. Limpar a ponteira com papel de filtro.
3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:20.
4. Agitar suavemente por dois minutos.
5. Encher os dois retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula, aderida firmemente à câmara por compressão daquela sobre esta, cobrindo ambos os retículos.
6. Deixar repousar de um a dois minutos para sedimentação dos glóbulos.
7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e observar a distribuição uniforme dos leucócitos. Em seguida, observar com aumento de 100 x ou 400 x, a desejar.
 
8. Fazer a contagem de todos os leucócitos encontrados nos quadros marcados “L” na figura relativa de Neubauer,ou seja, 4mm2.
Leucócitos global = ? de leucócitos X 50
4.2.1.1. Forma Leucocitária Relativa
Determina a relação percentual entre as distintas variedades de leucócitos. Se, em 100 leucócitos contados no esfregaço, 60 são neutrófilos, estes representam 60% do total de leucócitos.
4.2.1.2. Forma Leucocitária Absoluta
Fornece o número de cada tipo de leucócito por micro-litro de sangue.
Considerando para o caso anterior que a contagem global de leucócitos foi de 8.000 por micro- litro de sangue, uma relação pode ser estabelecida:
- Em 100 leucócitos, 60 são neutrófilos. Em 8.000 leucócitos, 4.800 serão neutrófilos. Dessa forma, um micro-litro de sangue contém 4.800 neutrófilos.
Para cada um dos tipos contados o mesmo raciocínio será seguido, estabelecendo a fórmula leucocitária relativa e absoluta para todas as variedades de leucócitos.
ALTERAÇÕES DO ERITROGRAMA
5.1. Anemias
Anemia é a diminuição da taxa de hemoglobina abaixo de níveis mínimos, ou seja, se estiver abaixo de 95% do intervalo de referência para idade, sexo e localização geográfica (altitude) do indivíduo.
As causas de anemias se encontram divididas entre três categorias fisiológicas principais: produção de eritrócitos deficientes, perda sanguínea ou destruição acelerada dos eritrócitos (hemólise) além da capacidade da medula de compensar estas perdas.
RDW / ( red blood cell distribution width = amplitude de distribuição dos eritrócitos)
É um subproduto da medida eletrônica do volume dos eritrócitos; ou seja, só pode ser detectado através da automação. O seu valor normal está entre 11 e 14 %. Valores encontrados abaixo do normal indicariam população eritróide mais homogênea que a usual, o que parece ser apenas um extremo da normalidade. Valores acima de 14 indicam excessiva heterogeneidade da população (anisocitose), sendo notada ao microscópio.
Segundo Failace,se houver anemia e/ou índices hematimétricos anormais, o profissional deverá:
1. Confirmar visualmente as alterações numéricas e julgar sua compatibilidade com o grupo etário do paciente.
2. Pesquisar os dados morfológicos das células do paciente.
3. Nada observando de esclarecedor, os resultados numéricos e a lâmina do paciente são separados para reexame; se a distensão não estiver perfeita, faz-se uma nova.
As principais alterações morfológicas a serem avaliadas são:
Pecilocitose: também conhecida como poiquilocitose, diz respeito à presença de formas anormais dos eritrócitos. Deve ser sempre mencionado quando observado na lâmina. O melhor é definir cada um dos aspectos celulares notados através de suas características morfológicas.
Dentre as principais formas anormais existentes, temos:
· Eliptócitos ou ovalócitos: são eritrócitos ovais, elípticos ou com forma de charutos; são mais abundantes em casos de eliptocitose hereditária. Podem ser observados em anemia microcíticas e megaloblásticas e nas síndromes mieloproliferativas.
· Estomatócitos: são eritrócitos cuja membrana retraiu-se em cúpula; distendidos na lâmina, a concavidade unilateral é vista como uma fenda alongada. A estomatocitose é geralmente um artefato de preparação das zonas delgadas da distensão de sangue; há estomatócitos nas doenças hepáticas e no sangue do recémnascido.
· Esferócitos: são eritrócitos praticamente esféricos, em contradição com os discos bicôncavos normais. Seu diâmetro é menor que o normal e não possuem a área central pálida. Esferócitos são encontrados em casos de esferocitoses hereditária, anemias hemolíticas auto- imune.
· Drepanócitos ou eritrócitos falciformes: são eritrócitos que decorrentes da hemoglobina S, têm a forma de foice ou banana, caracterizando as síndromes falcêmicas.
· Dacriócitos: são eritrócitos em forma de lágrima.Deformam-se principalmente no baço, ao passarem pelas fenestrações entre cordões e sinus medulares; Encontrados em anemias megaloblásticas e mieloesclerose.
· Esquizócitos: são pedaços de eritrócitos, cortados pelo trauma; podem ser triangulares, em meia lua, etc. Tem curta sobrevida no sangue.Indicam presença de hemólise, anemia megaloblástica, queimaduras graves.
. Células-alvo: são eritrócitos mais delgados que o normal (leptócitos), e que, quando corados, exibem uma borda periférica de hemoglobina com uma área central escura, contendo hemoglobina. São encontradas em caso de obstrutiva, em qualquer tipo de anemia hipocrômica, sobretudo na talassemia.
· Equinócitos: também conhecidos como hemácias crenadas, podem ocorrer como artefatos durante a formação dos esfregaços. In vivo, podem ser vistos na uremia, no hipotireoidismo, no tratamento com heparina IV.
Anisocitose:
É uma característica da maioria das anemias; quando ocorre em grau significativo, habitualmente estarão presentes tanto macrócitos e/ou micrócitos. É de suma importância para o clínico que seja relatado no laudo a predominância da forma na anisocitose.
Macrocitose:
É a elevação do VCM acima de 98 (ou 100 ) fL . Segundo Failace, a macrocitose só é notada quando houver uma população normocítica ou microcítica concomitante; ou quando o VCM estiver acima de 110 fL.
Condições onde pode ser encontrada a macrocitose:
· Alcoolismo: o VCM nunca excede 110 fL e os eritrócitos são redondos, de aspecto normal.
· Uso de drogas: AZT (atualmente lidera a estatística das drogas causais); os macrócitos são redondos costumando haver anemia; o RDW é elevado.
· Anemia aplástica: na maioria dos casos há macrocitose; persiste mesmo após recuperação, se houver.
· Hepatopatias: há macrocitose com rouleux, leptocitose, acantocitose.
· Esplenectomia: causa macrocitose em pequena percentagem de pacientes.
· Anemias megaloblásticas: os macrócitos são ovalados e enormes. O VCM se encontra entre 110 e 130 fL porque há anisocitose e pecilocitose acentuadas.
· Hiper-regeneração eritróide: é causa comum de macrocitose, notada pelos macrócitos polocromáticos e confirmada pela coloração de reticulócitos.
Microcitose:
A microcitose representa uma evidência morfológica de uma capacidade diminuída dos precursores das hemácias de produção de hemoglobina. Isto pode resultar de ferro insuficiente como na anemia ferropriva; através de defeitos genéticos hereditários como nas síndromes talassêmicas, etc.
Assim a microcitose pode ser encontrada quando o VCM se encontra abaixo de 80 fL; porém, segundo Failace, ela só é notadaao microscópio quando está abaixo de 70 fL, ou quando há uma população normo ou macrocítica contrastante.
Condições onde pode ser encontrada a microcitose:
· Grupo etário: é normal ser encontrada a microcitose na infância.
· Anemia ferropênica: a microcitose é proporcional ao grau de anemia,ou seja, quanto mais acentuada a anemia ferropênica maior será a microcitose.
· Anemia das doenças crônicas: Costuma ser normcítica, mas pode ser microcítica como na artrite reumató ide.
· Hemoglobinopatias: Em todas as hemoglobinoptias pode haver micro ou normocitose; sempre há outras características morfológicas sugestivas do defeito.
· Ovalocitose: é normal ser encontrada a microcitose.
· Talassemia minor: Há uma acentuada microcitose com o VCM muito baixo e a contagem de eritrócitos muito alta.
Hipocromia:
É a redução da coloração do eritrócito; há um aumento da palidez central, que ocupa a área superior ao terço do diâmetro do eritrócito. A hipocromia pode ser geral ou pode existir em algumas células do paciente. Esta característica pode ser retratada através da redução do CHCM.
Qualquer uma das condições que leva a microcitose pode causar hipocromia, embora alguns paciente com anemias como b-talassemia a distensão sanguínea apresenta microcitose sem hipocromia.
Policromatocitose:
São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 4°dia na regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas.
 
Eritroblásto:
São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como também em sangue do recém- nascido, na primeira semana.
Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos , como na eritroleucemia, e emsmo na anemia ferropenica grave.
Os eritroblastos são contados como leucócitos nos contadores eletrônicos. Quando ultrapassam 5% justifica-se desconta- los na contagem de leucócitos. Essa correção deve ser feita através da seguinte fórmula:
 ALTERAÇÕES DO LEUCOGRAMA
Em processos infecciosos agudos três fases são desenvolvidas:
A. Fase Neutrofílica ou Luta:
Leucocitose com Neutrofilia, desvio à esquerda, eosinopenia e linfopenia.
B. Fase Monocítica ou Defesa:
Leucocitose com Neutrofilia ou normal, monocitose, eosinopenia e linfopenia.
C. Fase Linfocitária ou Cura :
Leucócitos normais ou elevados, neutropenia, ausência e desvio a esquerda, linfocitose com presença de eosinófilos normais ou elevados
6.1. Neutrocitose ou Neutrofilia
É a elevação da contagem absoluta de neutrófilos acima da que seria considerada normal em um indivíduo sadio de mesmo sexo, idade, raça e estado fisiológico. São causas de neutrofilia:
· Neutrofilia hereditária.
· Infecções: Muitas infecções bacterianas agudas e crônicas incluindo a tuberculose miliar; algumas infecções virais como varicela, herpes simples, raiva, poliomielite; algumas infecções fúngicas como a actinomicose; algumas parasitoses como amebíase hepática, a filaríase.
· Dano tecidual como trauma, cirurgia, queimaduras, necrose hepática aguda, pancreatite aguda.
· Infarto tecidual como infarto agudo do miocárdio, infarto pulmonar.
· Inflamação aguda e crônica grave como na gota, febre reumática, artrite reumatóide, colite ulcerativa.
· Hemorragia aguda.
· Hipóxia aguda.
· Doenças malignas como carcinoma, sarcoma.
· Leucemias e síndromes mieloproliferativas.
· Administração de drogas como corticóides, o lítio.
· Intoxicações por agentes químicos.
· Envenenamentos como picada de escorpião ou ataque de abelhas.
· Tabagismo.
· Exercício vigoroso.
· Dor aguda, convulsões epilépticas, eclampsia e pré-eclampsia.
6.2. Neutropenia ou Neutrocitopenia
É a diminuição do número absoluto de neutrófilos; pode ser um fenômeno isolado ou fazer parte de uma pancitopenia.São causas de neutropenia:
· Agranulocitose: síndrome caracterizada pela diminuição severa e passageira dos neutrófilos do sangue, com preservação das demais séries.
· Infecções virais como sarampo, caxumba, rubéola, dengue, infecção pelo HIV.
· Infecções bacterianas como febre tifóide, brucelose.
· Infecções por protozoários como a malária, o calaza, a tripanossomíase.
· Irradiação.
· Anemia megaloblástica e anemia aplástica.
· Hiperesplenismo.
· Alcoolismo.
· Hipertireoidismo.
6.3. Eosinofilia
É o aumento do número absoluto de eosinófilos, ultrapassando o número de referência. É um achado comum nos hemogramas em laboratórios que atendem população de baixo nível sócio-econômico. São causas de eosinofilia:
· Doenças alérgicas como eczema atópico, asma, rinite elérgica, urticária aguda.
· Hipersensibilidade medicamentosa comosulfonamidas, penicilinas.
· Infecções parasitárias (particularmente quando há invasão tecidual) como esquistossomose, estrongiloidíase, ascaridíase, ancilostomíase, cisticercose, toxocaríase.
· Doenças cutâneas como o pênfigo, o penfigóide bolhoso, o herpes gestacional. As micoses superficiais não causam eosinofilia significativa.
· Eosinofilia hereditária.
· Eosinofilia na leucemia mielóide crônica.
· Eosinofilia sem causa aparente.
6.4.Eosinopenia
É a redução da contagem de eosinófilos abaixo da que seria esperada em um indivíduo da mesma idade. A eosinopenia é raramente notada na distinção sanguínea de rotina, pois o limite inferio é muito baixo. São causas de eosinofilia:
· Estresse agudo, incluindo trauma cirurgia, queimaduras, convulsões epileptiformes,inflamação aguda,infarto do miocárdio, drogas incluindo os corticóides.
6.5.Linfocitose
É o aumento do número absoluto de linfócitos. Uma vez que as contagens de linfócitos em lactentes e crianças são consideravelmente mais altas que as dos adultos, é muito importante usar a faixa de referência adaptada a idades. São causas de linfocitose:
· Infecções virais, incluindo: sarampo, rubéola, caxumba, influenza, hepatite infecciosa, mononucleose infecciosa, linfocitose infecciosa, citomegalovirose
· Linfocitose transitória relacionada com o estresse.
· Esplenectomia
· Reações alérgicas a droga
· Leucemia linfóide
6.6.Linfopenia
É a redução da contagem de linfócitos. A linfopenia é extremamente comum como parte resposta aguda ao estresse; sua detecção é mais provável quando se faz uma contagem diferencial automatizada e quando as contagens são expressas em números absolutos. São causas de linfopenia:
· Insuficiência renal incluindo aguda e crônica
· Carcinoma
· AIDS - estágio final da doença.
· Irradiação
· Alcoolismo
· Artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico
· Anemia ferropênica
6.7. Monocitose
É o aumento do número de monócitos acima do seria esperado em um indivíduo sadio da mesma idade. O número absoluto de monócitos é mais elecado nos recém-nascidos que nos outros períodos da vida. São causas de monocitose:
· Infecção crônica, incluindo a síflis
· Condições inflamatórias crônicas (colite ulcerativa, artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico)
· Carcinoma
· Condições leucêmicas e mieloproliferativas
· Hemodiálise à longo prazo.
· Leishmaniose e Hanseníase
· Tuberculose
6.8. Basofilia
É comum observar um aumento acentuado nas contagens de basófilos nas desordens mieloproliferativas, em algumas leucemias e em choque anafilático. Porém a observação de basopenia não tem sido considerada de importância diagnóstica.
Hemostasia e Coagulação
Hemostasia é o processo pelo qual o sangue permanece líquido vascular, apesar das lesões que venham a sofrer.
A hemostasia resulta de uma série de interações complexas pelos quais o sangue é mantido fluido no sistema vascular; são prevenidos processos hemorrágicos espontâneos e contidos sangramentos traumáticos. Depende basicamente da resistência e contratilidade normais dos vasos, da atividade plaquetária normal, de um sistema adequado de coagulação e da estabilidade do coágulo. Com o processo de coagulação do sangue é obtidoum coágulo sólido de fibrina através da interação de plaquetas, fatores plasmáticos, seus inibidores e ativadores. Quando há lesão de um vaso sangüíneo, o sistema he mostático intervem imediatamente. Incialmente, há vasoconstricção reflexa reduzindo o fluxo sangüíneo local. Em seguida, as plaquetas se predem às fibras de colágeno do tecido conectivo exposto no processo chamado de adesão e uma às outras no processo de agregação, amplificado pela liberação de substâncias intraplaquetárias armazenadas em grânulos ocorrendo a formação do tampão hemostático. Este fenômeno é regulado pelo nível de AMP cíclico presente no interior das plaquetas que é derivado do ATP pela ação da fosfodiesterase
Concomitantemente, através das vias extrínsecas e intrínsecas, a partir de fatores plasmáticos, ocorre a ativação de protrombina em trombina que atua sobre o fibrinogênio para formar a rede de fibrina que é estabilizada pela ação do fator XIII com a formação de um coágulo sólido.
Posteriormente, ocorre a lise deste coágulo pelo sistema fibrinolítico, onde o plasminogênio é ativado à plasmina, dividindo a molécula em um série de produtos conhecidos como produtos de degradação de fibrina. Ocorre assim a reparação do local lesado e o restabelecimento do fluxo sangüíneo normal.
Distúrbios adquiridos ou hereditários (na maioria das vezes deficiências de um único fator – grupo das hemofilias) destes sistemas fisiológicos ocasionam doenças hemorrágicas ou trombose.
No processo de coagulação do sangue tomam parte várias substâncias denominadas fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se transformam em enzimas durante o processo de coagulação.
Coagulação é a conversão do sangue no estado líquido em um coágulo firme. É a fase da hemostasia envolvida na formação de fibrina, sendo caracterizada por uma série sucessiva de reações bioquímicas e fenômenos físicos, terminando fisiologicamente com a formação do coágulo.
A hemostasia é regulada por três tipos de mecanismos:
1. Os extra vasculares incluem a constituição e a elasticidade dos tecidos na periferia dos vasos.
2. Os vasculares relacionam-se à elasticidade e tônus da parede vascular.
3. Os intravasculares são principalmente aqueles associados à substâncias envolvidas no processo de coagulação do sangue.
Uma série de respostas ocorre em conseqüência da lesão do vaso sanguíneo. Inicialmente a vasoconstrição reflexa diminui o sangramento e as plaquetas se aglutinam, aderindo à superfície do ferimento a elas expostas. Em seguida, a deposição de fibrina forma o coágulo que se retrai e se organiza na região rota. Posteriormente ocorre a lise da fibrina com recanalização do vaso.
No processo da coagulação do sangue tomam partes várias substâncias denominadas fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se transformam em enzimas durante o processo de coagulação.
Causas das Hemorragias e investigação laboratorial
As hemorragias podem resultar da solução de continuidade ou defeitos do sistema vascular, deficiência qualitativa ou quantitativa de plaquetas, defeitos químicos ou quantitativos dos fatores da coagulação e anticoagulantes circulantes. Usualmente a combinação dos vários mecanismos leva ao sangramento anormal nas doenças adquiridas, enquanto nas congênitas o defeito é geralmente único.
Como exemplo de condições favoráveis às hemorragias, encontram-se : menstruação, úlceras do trato gastrointestinal, cirurgias, traumatismos, números reduzidos de plaquetas circulantes e ausência congênita ou adquirida de fatores da coagulação.
O significado clínico das hemorragias depende de três fatores:
1. Quantidade de sangue perdido - Perdas súbitas entre 10 a 20% do volume total geralmente não apresentam significado clínico. Volumes maiores perdidos rapidamente podem levar ao choque hipovolêmico.
2. Local da hemorragia – Reveste-se de importâncias aquelas, mesmo pequenas, localizadas no pericárdio, supra-renais e cérebro, podendo levar a morte súbita.
3. Duração da hemorragia. As agudas têm características descritas no item 1.  As crônicas correspondendo a pequenos volumes de sangue perdidos intermitentemente levam a anemias por deficiência do ferro, quando o sangue elimina-se externamente. Se no interstício ou cavidades do organismo, o ferro é reabsorvido não ocorrendo à anemia ferropriva.
O estudo laboratorial da hemostasia é baseado em provas cujo objetivo consiste em evidenciar a presença ou ausência de fatores da coagulação ou causas adversas, relacionadas a mecanismos vasculares, extra vasculares e intravasculares da coagulação.
7.1. Tempo de Sangramento (Método de Duke)
O tempo de sangramento corresponde à duração de uma pequena hemorragia quando uma incisão de dimensões padronizadas é praticada na pele artificialmente. O teste fornece dados relativos a função e números de plaquetas, bem como da resposta da parede capilar à lesão. Tempo de sangramento aumentado sugere a complementação do estudo pela contagem das plaquetas.
TÉCNICA:
1. Fazer a assepsia do lóbulo da orelha ou polpa digital com álcool. Escolher o local da picada evitando áreas congestas e inflamadas.
2. Com a lanceta, fazer uma incisão de três milímetros de profundidade, permitindo que o sangue escoe livremente.
3. Fazer funcionar o termômetro no momento da picada.
4. Usando papel de filtro secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se forma sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do papel.
5. Quando o sangue para de manchar o papel, parar o cronômetro; é o valor do TS.
Valor Normal: entre 1 a 4 minutos.
7.2.Tempo de Coagulação (Método de Lee - White)
O tempo de coagulação corresponde o tempo gasto para o sangue coagular, quando registrado no organismo.Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue .É um teste sujeito a numerosas variáveis e que atualmente deve ser substituído pelo tempo de tromboplastina parcial.
TÉCNICA:
1. Colher o sangue por punção venosa, atingindo diretamente a veia. Os fatores teciduais alteram o processo de coagulação e até invalidam a prova.
2. Marcar o tempo no cronômetro logo que o sangue aparecer na seringa.
3. Tomar dois tubos e colocar 1,0ml de sangue em cada um deles.
4. Colocar os tubos em banho- maria a 37°C até completar cinco minutos.
5. Após os cinco minutos marcados verificar se houve a formação do coágulo inclinando o tubo numa angulação de 90°; se não houver coagulado, verificar a cada minuto até a sua formação.
6. Marcar o tempo da formação do coágulo como tempo de coagulação do sangue total.
Valor Normal: de 5 a 11 minutos.
7.3. Medida de Retração do Coágulo
A percentagem de retração do coágulo é representada pelo volume do soro obtido, após coagulação e retração do coágulo, de uma quantidade determinada de sangue. O coágulo inicial contém todos os elementos do sangue. Após sua retração o soro é expulso da malha de fibrina, que se retrai pela ação das plaquetas. Fornece dados relativos à atividade plaquetária. Uma retração pequena corresponde a um número de plaquetas abaixo de 100.000 por ml de sangue. Nas deficiências funcionais das plaquetas, a prova pode estar alterada em presença de número normal ou aumento de plaquetas.
TÉCNICA:
1. Colher um pouco mais de 5 ml de sangue por punção venosa.
2. Encher o tubo de centrífuga até a marca 5 ml.
3. Colocar o fio de cobre, fixo pela rolha, com extremidade encurvada mergulhada no sangue até a metade da coluna líquida.
4. Determinar a coagulação do sangue, inclinando o tubo, como para tempo de coagulação.
5. Colocar então o tubo em banho-maria a 37°C durante uma hora.
6. Retirar cuidadosamente o coágulo aderido ao fio de cobre através da rolha. Deixar escorrer o líquido existente no coágulo por um a dois minutos.
Cálculos:
O volume de soro expresso como porcentagem de 5 ml de sangue total representa a porcentagem de retração do coágulo. Se em 5 ml de sangue total são obtidos 2ml de soro, em 100ml de sangue são obtidos x ml de soro.
Atualmente os laboratórios adaptaram uma nova técnica para a leitura daretração do coágulo; através do aproveitamento do tubo utilizado no tempo da coagulação é feita também a retração do coágulo. É marcada uma hora após a realização do TC com o tubo no banho a 37°C depois, utilizando uma pipeta volumétrica de 1 ml, todo o soro do tubo é aspirado.O volume aspirado do volume total é considerado o valor da retração do coágulo.
Ex: se for aspirado 0,4 ml de soro, então a retração do coágulo tem como resultado 40%.
Porém esta técnica não foi encontrada em literaturas.
7.4. Prova de Resistência Capilar ou Prova do Laço (Rumpel-Leed)
O sangue é normalmente retido no leito capilar devido à resistência oferecida pela parede destes finos vasos. A permeabilidade capilar alterada permite a passagem das células do sangue para os tecidos. Isso é evidenciado pelo aparecimento de petéquias na pele. O número e tamanho das petéquias dependem da estrutura do endotélio capilar e número de plaquetas por microlitro de sangue.
TÉCNICA:
1. Verificar a presença de petéquias no braço do paciente. Caso existam, contorna-las com lápis dermográfico.
2. Adaptar o manguito do aparelho de pressão ao braço do paciente.
3. Determinar a pressão diastólica e mantê- lo insuflado nessa pressão durante 5 minutos.
4. Desinsuflar rapidamente o manguito. Verificar o aparecimento e contar o número de petéquias formadas durante o teste.
RESULTADOS:
O resultado é fornecido conforme o número e tamanho da s petéquias.Com afinidade de estabelecer uma uniformização para a leitura da prova, os seguintes resultados são convencionados:
Negativo: nenhuma ou no máximo seis petéquias puntiformes no limite onde foi colocado o manguito.
Positivo +: de 6 a 50 petéquias puntiformes isoladas localizadas na região da fossa antecubital.
Positivo ++: inúmeras petéquias puntiformes isoladas e localizadas na fossa antecubital, antebraço e raras na mão.
Positivo +++: petéquias de dois a quatro milímetros com a mesma localização anterior e confluente em algumas áreas.
Positivo ++++: petéquias maiores que as anteriores localizadas em to a área de estase, confluentes em alguns pontos, dando ao membro coloração violácea.
7.5. Determinação do Tempo de Protrombina (TP)
Ao plasma descalcificado pelo citrato, é adicionado um excesso de tromboplastina.
Considerando que protrombina é convertida em trombina num tempo uniforme, a recalcificação com qualidade conhecida de cloreto de cálcio produz a coagulação do plasma.
O tempo, em segundos, anotado desde a recalcificação até a coagulação é o tempo de protrombina. A prova determina a atividade da protrombina no sangue.
TÉCNICA:
1. Colocar o tubo com 0,2 ml de tromboplastina cálcica em banho- maria a 37°C marcando 2 min.
2. Colocar outro tubo 0,2ml de plasma citratado marcando mais 2 min.
3. Acrescentar 0,1ml do plasma aquecido no tubo contendo a tromboplastina também aquecida., adicionar imediatamente o cronômetro e ao mesmo tempo agitar o tubo no banho até 7 segundos
4. Retirar o tubo do banho e invertê- lo a cada segundo até verificar o momento da recalcificacão do plasma através da formação do coágulo e parar imediatamente o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de Protrombina.
Interpretação: A determinação do TP constitui prova de grande valor na avaliação da hemostasia, analizando os fatores extrínsecos da coagulação. Diagnóstico da coagulação intravascular disseminada. Comtrole de terapêutica heparínica e fibrinolítica. O seu tempo está prolongado em paciente em uso de heparina, depleção do fibrinogênio, doenças hepáticas, paraproteínas e disfibrinogenemias
7.6.Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa)
Em princípio esta prova é semelhante ao tempo de protrombina. Envolve a recalcificação do plasma, porém em presença de uma cefalina proveniente de um extrato etéreo de cérebro. A cefalina é uma lipoproteína. Funciona como substituto das plaquetas, fornecendo uma concentração ótima de fosfolípede.
O tempo de tromboplastina parcial corresponde ao tempo gasto para ocorrer à coagulação do plasma recalcificado em presença de um fosfolípede ou tromboplastina parcial.
TÉCNICA:
1. Em um tubo de ensaio de 12 x 75mm aquecido a 37°C, colocar 0,1ml de plasma normal e 0,1ml de cefalina-caolin.
2. Agitar uma vez e incubar a 37°C por três minutos.
3. Após os 3 min. adicionar 0,1 ml da solução de cloreto de cálcio rapidamente e ao mesmo tempo fazer funcionar o cronômetro. O cloreto de cálcio tem que estar pré aquecido por pelo menos 5 min.
4. Agitar no banho por 25 segundos. Retirar o tubo do banho-maria e invertê-lo a cada segundo, observando o momento em que houver a coagulação. Neste instante parar o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o tempo de tromboplastina parcial.
5. Expressão dos resultados.
Interpretação: É o melhor dos testes para ser usado nas triagens de defeitos da coagulação (via intrínseca). Controle de heparinização. O tempo está prolongado nas deficiências de um ou mais fato res (I,II, V, VII, IX, XI e XII) e no uso terapêutico de heparina ou na presença de anticoagulantes circulantes.
7.7. Contagem de plaquetas
Devido ao seu pequeno tamanho, sua tendência a aderir a superfícies estranhas ao endotélio vascular e sua rápida desintegração, a contagem de plaquetas torna-se problemática por qualquer método.
As plaquetas são contadas por métodos diretos e indiretos. Nos métodos diretos elas são visualizadas em uma diluição do sangue e contadas na câmara de Neubauer através da microscopia ótica comum ou de contraste de fase. No primeiro caso, temos o método de Rees-Ecker e no segundo o de Brecher-Gronkite. Esse último é considerado um método de referência para contagem de plaquetas.
No método indireto de Fônio, plaquetas são contadas no esfregaço.
Contagens eletrônicas, exigindo um aparelho de alto custo, porém é através deste método de contagem que obtemos os resultados mais próximos da realidade do paciente.
7.7.1. Método de Fônio
É econômico e de fácil execução técnica. Na mesma preparação examinam-se plaquetas, leucócitos e hemácias. Defeitos qualitativos das plaquetas, como formas gigantes e bizarras, são identificados.
O sulfato de magnésio impede a aglutinação das plaquetas cujo nº pode ser avaliado grosseiramente pelo exame do microscópio do esfregaço corado comum.
TÉCNICA:
1.Através da lâmina de esfregaço preparada na sala de coleta, é realizada a coloração pelo Método de May-Grunwald-Giemsa. Secar e examinar sob imersão.
2.Contar mil hemácias e, ao mesmo tempo, as plaque tas encontradas, anotando seu nº.A  contagem é feita em vários campos sucessivos seguindo linhas longitudinais em relação à lâmina.
3.Realizar a contagem de hemácias na câmara de Neubauer.
 
Cálculos:
7.7.2. Método de Rees -Ecker
No sangue convenientemente diluído, as plaquetas são contadas por microscopia ótica comum na câmara de Neubauer.
TÉCNICA:
1. Pipetar 4,0 da solução diluidora no tubo
2. Com micropipeta aspirar 20 ml de sangue com EDTA. Limpar sua parede externa com papel de filtro, externamente o volume.
3. Transferir os 20 ml de sangue para o tubo com solução diluidora, lavando com ele o interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200.
4. Agitar por inversão 2 minutos, no máximo.
5. Encher os retículos da câmara de Neubauer.
6. Sedimentar as plaquetas, repousando a preparação por 15 minutos em uma placa de Petri, contendo um pedaço de algodão umedecido em água (câmara úmida) e em local isento de vibrações.
7. Fazer a contagem microscópica com aumento de 400x em 1/5 de mm2, conforme indicado para hemácias.. É necessário ter experiência para distinguir as plaquetas de sujidade. Aquelas aparecem como corpos arredondados, ovais ou alongados, totalmente refringentes, com 1,5 mícrons de diâmetro. O ajuste do contraste na microscopia é indispensável para uma boa visualização das plaquetas.
Cálculos:
Plaquetas por ml de sangue = Pc x 5 x 10 x 200, ou seja,: nº de plaquetas contadas em 1/5 de mm2 x 10.000.
Quanto maior o nº de elementos contados menor será o erro. Pode ser desejável contar plaquetas em todos os25 quadrinhos do retículo central, quando o fator final de multiplicação será de 2.000.O retículo oposto poderá ser contado, totalizando em torno de 300 plaquetas contadas.
Interpretação: A trombocitopenia, que é a redução nas plaquetas circulantes (abaixo de 150.000), surge na maioria das vezes de uma ou duas causas gerias. Formação deficiente de plaquetas (como em estados aplásticos, efeito de quimioterapia mielotóxica e por sensibilidade a droga), e uma destruição aumentada de plaquetas na circulação e no baço (originária geralmente de uma sensibilização auto- imune das plaquetas, tornando-as sujeitas a fagocitose por macrófagos). Um aumento do número de plaquetas é denominado trombocitose, e correlaciona-se com formação de trombos intravasculares.
Outros Exames em Hematologia
8.1. Contagem de Reticulócitos
Os reticulócitos são precursores das hemácias. Contém no seu interior material reticular, provavelmente uma ribonucleoproteína que não apresenta afinidades pelos corantes comuns. Sua demonstração é feita por coloração supravital. Os reticulócitos presentes no sangue retirado do organismo sofrem morte somática, sendo, porém corados antes que toda atividade vital seja extinta. As anemias que cursam com o reticulócito normal refletem a incapacidade da medula em responder ao estímulo por carência de um fator específico para a formação de eritrócitos (ferro na anemia ferropriva e eritropoetina na insuficiência renal crônica).
O corante usado é o azul de cresil brilhante, associado a um anticoagulante e um preservativo.
TÉCNICA:
1. Colocar no tubo 2 a 3 gotas da solução corante. Em seguida acrescentar 2 a 3 gotas do sangue colhido por punção digital ou sangue colhido com EDTA.
2. Misturar e colocar em banho- maria a 37°C de 15 a 30 minutos.
3. Retirar de banho-maria. Misturar novamente e fazer esfregaços da maneira usual.
4. Secar e examinar ao microscópio sob imersão.
5. Contar 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados. Expressar o resultado em percentagem e número absoluto.
6. Opcionalmente pode fazer coloração de fundo por Giemsa.
7.
Interpretação: o resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação à população de eritrócitos. Sua contagem serve para avaliar de forma efetiva a produção de eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no diagnóstico diferencial e na classificação das anemias.
8.2. Hemossedimentação (VHS)
A hemossedimentação mede a estabilidade da suspensão de hemácias no plasma que, por ser menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos pela ação da gravidade, quando colocados numa pipeta graduada de 0 a 200m com 2,5mm d diâmetro interno e 1 micro- litro (ml) de capacidade.
As hemácias em suspensão no plasma, colocadas na pipeta de Westergren, sofrem sedimentação com velocidade variável em função da concentração de fibrinogênio e globulinas, tamanhos e forma das hemácias e alterações elétricas do plasma e dos glóbulos.
Inicialmente ocorre a queda individual das hemácias, seguida pela agregação dos glóbulos com formação de rouleaux e aumento da velocidade de hemossedimentação, que se torna constante para diminuir numa fase final, quando os glóbulos se concentram na porção inferior da pipeta.
O aumento de fibrinogênio e globulinas é também responsável pela aceleração da hemossedimentação que fornece medida grosseira dessas substâncias no plasma.
TÉCNICA:
1. Colher 5 ml de sangue do paciente em jejum pela manhã. Não apertar demasiadamente o garrote, evitando estase venosa.
2. Colocar o sangue no frasco com anticoagulante EDTA e agitar por inversão ou movimentos circulares até que se dissolva completamente.
3. Com pipeta de Westergren aspirar sangue até exatamente a marca zero.
4. Colocar a pipeta no suporte de modo a permanecer na posição vertical
5. Marcar o tempo.
6. Fazer a leitura em milímetros após uma hora ao nível da separação do plasma e hemácias. Nas reticulocitoses pode haver uma imprecisão do limite de sedimentação, dificultando a leitura exata.
8.3.Pesquisa de Células LE (Lúpus eritematoso)
O lúpus eritematoso é uma doença de etiologia obscura, cujo caráter fundamental é a alteração primária e difusa do tecido colágeno.
Apresenta forma localizada na pele e disseminada com acometimento de vários órgãos, ou seja, lupus eritematoso (LED).
O fenômeno LE é estudado através de técnicas imunológicas, histoquímicas, microfotográficas e cinematográficas.
Quatros grupos de técnicas permitem evidenciar o FAN:
1. Testes citomorfológico: pesquisa de células LE.
2. Fixação de anticorpos fluorescentes sobre o núcleo ou seus componentes.
3. Reação de aglutinação passiva com partículas de látex ou hemácias revestidas com nucleoproteína.
4. Reação antígeno/anticorpo direta, com fixação do complemento e precipitação em agar.
Teste Citomorfológico:
Consiste em incubar os leucócitos com o soro suspeito de conter o FAN. Nas técnicas diretas, células e soro são do próprio paciente. Nas indiretas, leucócitos de outras pessoas são misturados ao soro do paciente.
TÉCNICA:
1. Colher 8 ml de sangue transferindo-os para tubos de ensaio
2. Deixar coagular e incubar a 37°C de 30 minutos à uma hora.
3. Fragmentar o coágulo com bastão de vidro e filtrar o material em peneira fina.
4. Centrifugar o filtrado de células em tubo capilar na microcentrífuga durante 5 minutos a 2000 rpm.
5. Desprezar o sobrenadante e realizar esfregaços com porção celular, especialmente leucócitos (a parte clara central entre os eritrócitos e o soro).
6. Corar pelo May-Grunwald Giemsa e pesquisar as células LE através do microscópio.
8.4. Pesquisa de Drepanócitos (Hemácias Falciformes)
A hemoglobina S ocorre em 8% dos negros brasileiros, tornando a sua pesquisa um exame bastante solicitado em nosso meio. A demonstração dessa hemoglobina anormal é feita pro três tipos de exames: a eletroforese de hemoglobina que é o método mais eficaz, porém, trabalhoso e caro para ser usado rotineiramente; pelos testes de solubilidade para hemoglobina S e pela pesquisa de drepanócitos.
O fenômeno da falcização trata de uma reorganização das moléculas de hemoglobina em estado reduzido, formando longas cadeias denominadas tactóides, isto é, massas criatalinas. In vitro o fenômeno é demonstrado pelo uso de agentes redutores como metabissulfito de sódio. In vivo a falcização ocorre pela baixa tensão de oxigênio nos capilares, levando ao aparecimento de hemácias falciformes circulantes, o que ocasiona a anemia hemolítica.
Solução redutora:
Metabissulfito de sódio..............................0,2mg
Água destilada q.s.p...................................10,0ml
Preparar no momento do uso.
TÉCNICA:
1. Colocar uma gota pequena do sangue sobre a lâmina de microscopia. Gotas maiores fornecem um excesso de líquido sob a lamínula e sobreposição das hemácias
2. Adicionar ao sangue duas gotas do mesmo tamanho de metabissulfito de sódio.
3. Misturar com o canto da lamínula, cobrindo com ela a preparação.
4. Vedar todos os lados da lamínula com esmalte.
5. Fazer a primeira observação ao microscópio, duas horas após a vedação, com aumento de 400x, procurando identificar hemácias falciformes que apresentam prediletação pela área marginal da lamínula se negativo repetir a leitura 6,12 e por fim 24 horas para liberar o resultado.
Interpretação: É dado como negativo ou positivo, conforme presença ou ausência de células falciformes.

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