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espécies ou formas de vida que outros lugares? ivanp_000 Resumo Free 2 Biogeografia Histórica • É o estudo da distribuição espacial e temporal dos organismos (geralmente em nível de táxon). A biogeografia histórica interessa-se pela origem e relacionamento entre biotas, procurando saber por que duas ou mais espécies vivem confinadas a certas regiões ou áreas. Ela baseia-se em causas históricas (TECTÔNICA DE PLACAS, DERIVA CONTINENTAL, junção etc.) para explicar a distribuição atual dos organismos. • Considerando tais explicações acerca da distribuição dos seres vivos, pense nas seguintes questões: • Por que há mais espécies nos trópicos que nos pólos? • Por que duas ou mais espécies vivem confinadas em certas regiões? • Por que elas vivem nessas áreas e não em outras? • Você pode considerá-las como norteadoras das investigações em biogeografia histórica. Padrão de distribuição dos seres vivos • A distribuição, em Biogeografia, tem um sentido mais amplo. Podemos entendê-la como a gama de locais na qual a espécie ou táxon encontra sua delimitação de área. 1 LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF / 3º PERÍODO DISCIPLINA: Introdução a Zoologia - Aula 13: Períodos Biogeográficos Introdução • A história da Biogeografia, por questões didáticas, foi dividida em três fases: • Período Clássico ou pré-Darwiniano-Wallaciano. • Período Darwiniano-Wallaciano. • Período Moderno ou Contemporâneo. Período clássico ou pré-Darwiniano-Wallaciano (1760-1860) • Como você já deve ter notado, a ideia de centro de origem e dispersão mantêm-se neste período. A partir de estudos comparativos entre a fauna e a flora do velho e do novo mundo, alguns naturalistas constataram que “não se encontrava uma única espécie em comum” (L ei de Buffon). • Para Buffon os organismos eram capazes de evoluir, mudar, quando se movimentavam, dispersando-se de seu local de origem para outros lugares. Período Darwiniano-Wallaciano (1860-1960) • A idéia dispersionista que dominou a Biogeografia Histórica, durante esse período, sustentava que as biotas eram produtos de sucessivas ou progressivas dispersões através de BARREIRAS existentes. Os princípios essenciais das idéias dispersionistas foram: • A história das regiões consiste em grandes integrações de biotas ALOCRÔNICAS e de procedência diversa ou na substituição de uma biota dominante por outra. • Para tanto, a origem das espécies que formam as biotas se localizam em uns poucos, se não em um só, centro de origem. • A teoria da Tectônica de Placas e Deriva Continental, introduzida por Alfred Wegener, em 1912, foi aceita amplamente pelos geólogos, apenas no final da década de 1960 e início de 1970. Isto fez com que os biogeógrafos históricos repensassem muitos padrões de distribuição de seres vivos. Obviamente, o movimento de grandes massas de terra e oceanos resultou em importantes movimentos de biotas. Período Contemporâneo ou moderno – A partir de 1960 • Para explicar o padrão de distribuição dos táxons em escala mundial, os dispersionistas dão mais ênfase à dispersão dos seres vivos do que à movimentação de continentes. Dessa forma, se a deriva continental existiu, foi tão antiga que não afetou os padrões de distribuição, principalmente dos vertebrados. Biogeografia Dispersionista ou Clássica • Essa corrente representa uma herança do pensamento Darwiniano-Wallaciano na Biogeografia. Seus pressupostos teóricos são: • As espécies surgem nos centros de origem, a partir dos quais se espalham. Os subsequentes processos de especiação produzem outras novas espécies dentro desses centros. • As novas espécies formadas se dispersam (de acordo com suas habilidades), deslocando as mais antigas ou mais primitivas para as áreas periféricas ou limites da área de distribuição inicial, afastando-as dos centros de origem. • No centro de origem encontram-se os representantes mais recentes de um táxon e nele devem ser achados os fósseis mais antigos. A direção de migração é também mostrada pela idade dos fósseis. • Os centros de origem correspondem às áreas com maior número de espécies. • O fundamental na teoria dispersionista é compreender e reconhecer o centro de origem e dispersão das espécies, que é o principal dogma desta linha de pensamento. Darlington, mais recentemente, definiu apenas 3 critérios: • Todos os grupos tendem a se especiar numa área limitada, a qual constitui o Centro de Origem. • Para duas espécies irmãs originadas de uma espécie ancestral, uma é sempre mais derivada (avançada ou moderna) que a outra. ivanp_000 Resumo Free 2 • O descendente mais derivado ocupa a área do centro de origem e o mais primitivo é deslocado (dispersão) para a periferia da área. Biogeografia Filogenética • É definida como o estudo de táxons monofiléticos, e leva em consideração a Cladogênese, Anagênese, ALOPATRIA (evidência de VICARIÂNCIA), SIMPATRIA (evidência de dispersão) e os eventos paleogeográficos. Essa escola também está fundamentada na dispersão dos organismos. Biogeografia de Vicariância • A partir das décadas de 1960 e 1970, três fatores convergiram para o surgimento da Biogeografia de Vicariância como um novo paradigma de Biogeografia Histórica. São eles: • O desenvolvimento da Sistemática Filogenética, iniciada por Hennig. • O redescobrimento da teoria da Deriva Continental/Placas Tectônicas, de Wegener. • A crítica, principalmente de León Croizat (1894-1982), ao dispersionismo e à ideia de centro de origem. • A diferença entre dispersão e vicariância encontra-se no relacionamento entre a idade do táxon e a idade da barreira geográfica que limita as áreas. A dispersão sempre prediz que a barreira geográfica é anterior ao surgimento dos táxons. A vicariância prediz que os táxons em duas áreas (ou mais) e as barreiras entre eles são da mesma idade. 1 LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF / 3º PERÍODO DISCIPLINA: Introdução a Zoologia - Aula 14: Origem dos Metazoários Os Metazoários • Os metazoários formam um grupo monofilético, sendo, portanto, descendentes de um único ancestral comum e exclusivo somente deles. Eles são definidos pelas seguintes sinapomorfias: a. Multicelularidade, b. Presença de tecidos distintos, c. Células reprodutivas ou gaméticas, d. Reprodução sexual por meiose. Quando e onde se originaram os metazoários? • Com o desenvolvimento recente de técnicas moleculares de datação, como o RELÓGIO MOLECULAR, estima-se que estes animais teriam surgido há 600 – 900 m.a., nos períodos pré-cambrianos, provavelmente nos fundos dos oceanos e mares. • Em suma, três condições foram propícias para o surgimento de formas heterotróficas de maior tamanho, nos fundos rasos dos mares e dos oceanos: 1. Conjunção de níveis elevados de oxigênio; 2. Preexistência de mecanismos de produção de energia utilizando-se do O2; 3. Aumento da área dos fundos rasos marinhos. • Assim, todo esse processo criou condições para o surgimento, a partir de protistas heterotróficos, organismos de maior tamanho. Eles seriam os primeiros metazoários ou os primeiros animais. Hipóteses sobre a origem dos metazoários • Entre os grupos atuais, aqueles que apresentam maior semelhança com os primeiros metazoários seriam os poríferos, como as esponjas do mar; os celenterados, como as anêmonas e medusas (águas-vivas) e os platelmintes turbelários, como as planárias. • A seguir, apresentaremos as diferentes hipóteses acerca da origem dos metazoários. Frequentemente, elas são chamadas de Teorias. São elas: a. Hipóteses Coloniais: Em todas as hipóteses denominadas Coloniais, propõe-se que a célula única dos protistas é homóloga às diversas células dos metazoários. Assim, os metazoários