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Nome: Vitória Cristina da Silva Sousa RA: 210514 6º termo - Técnica cirúrgica Cesariana em bovinos Definição: A cesariana constitui de um procedimento cirúrgico onde se faz a retirada do feto através de uma abertura trans-abdominal do útero, podendo ser realizado com o animal em estação ou em decúbito. Quando realizada, objetiva-se a manutenção da função reprodutiva. Em bovinos é melhor acertada quando realizada até 18 horas após o início do trabalho de expulsão e o feto está vivo ou recentemente morto, evitando a morte da mãe. Indicações: estreitamento das vias fetais (angústia pélvica, abertura insuficiente ou estreitamento do canal cervical) gestação abdominal ou ectopias fetais; oclusão do colo uterino; edema de vulva e vagina; torção uterina irreversível; toxemia e paraplegia ante-parto; retenção fetal; gigantismo fetal absoluto ou relativo; monstruosidades; feto enfisematoso e impossibilidade de correção de distocia ou fetotomia. Contraindicações: Distocias com possibilidade de correção; fetos enfisematosos ou macerados: meia contraindicação (contraindicada em fetos enfisematosos exceto se acessar pelo acesso paramamário); fêmea em estado geral debilitado: contraindicação também da fetotomia; indica qual procedimento anestésico usar, não quer dizer que devemos deixar o animal morrer. Preparo do paciente: O animal deve também ser preparado para a cesariana, quando possível deve ser feito jejum, nos cuidados com a higiene deve ser feito a tricotomia de todo o flanco esquerdo; lavagem da região com água e sabão e aplicação de solução antisséptica. Descrição da técnica Flanco (fossa paralombar): Incisão vertical - Teremos os limites anatômicos; cesariana é feita a incisão mais ventral (vacas em posição quadrupedal desde que o animal seja manso e o feto não esteja esfisematoso ou macerado). Incisão oblíqua (alternativa) – incisão próxima a costela, oblíqua. Acesso tranquilo; acesso mais ventral, mas sofre mais pressão abdominal e dificulta cicatrização. Ventrolateral (paramamária) – paralela, dorsal a veia mamária. Paramediana – paralela à linha mediana ventral Abordagem pelo flanco: abordagem padrão. - incisão vertical, feto viável e fêmea em estação. - Lado esquerdo só tem rúmen e útero. Se a pessoa abrir do lado direito existe o recesso omental, e se este for incisionado, podemos encontrar intestinos. Essa regra não se aplica a torção uterina horária. - Tronco de contenção adequado. - Tricotomia ampla do flanco: melhor pano de campo. - Antissepsia da região. - Pode usar tranquilizante, mas evitar xilazina (alfa 2- animal deita mesmo em pequenas doses, assim como acepromazina). - Relaxamento uterino se necessário, dibrometo de escopolamina. - Anestesia infiltrativa local/regional - Abrir os três planos musculares: oblíquo interno do abdome, oblíquo externo e reto do abdome. - Exterioriza o útero e usa-se delicadeza e bom senso, para tracionar (sem ponta de dedo; acessar o útero por onde o feto está mais confortável se estiver vivo). - Pode usar gase para ajudar a exteriorizar o útero. O útero deve estar para fora da vaca quando for incisar. Palpar os placentomas porque se incisar em cima de placentoma, tem-se hemorragia. - Cuidado com extração do cordão umbilizal: com duas pinças, pinça-se o cordão umbilical e corta. Não se remove a placenta, e sutura o útero sem incluir a placenta senão causa retenção placentária. Padrão de sutura mais usado é o que lembra o Lembert – técnica de Utrecht. - No útero pós parto, ocorre involução uterina – que é muito rápida – significa que se passar o fio e não ser uma sutura firme, a sutura fica frouxa pois o útero involui rapidamente. Comum em cirurgiões inexperientes fazer o primeiro plano de sutura e este ficar frouxo ao fazer os demais planos. Usar fio catgut cromado tamanho 2 ou 3; feto vivo fazer um plano de Utrecht bem feito, e se tiver morto fazer dois plano. Se tiver enfisematoso, fazer dois planos, e o segundo pode ser Cushing. - Paramamária é sempre em decúbito externo abdominal direito. - Se está com feto enfisematoso que se tornou enfisematoso por desproporção feto pélvica – feto seco pois o líquido saiu pela vagina: cirurgia mais demorada. Por outro lado, se for um caso de desproporção normal gasta-se 40min em média. - Padrão mais usado para musculatura é o Reverdan contínuo – peritônio e transverso em um padrão e o segundo padrão nos dois oblíquos (Reverdan contínuo). Fio Nylon, espessura de 60 a 80mm. - Subcutâneo não precisa reduzir – Wolff e nylon de 40mm; se quiser reduzir espaço subcutâneo (catgut 0 a 2-0, cromado). Fechar a pele com contínua. - Lavar bem o útero; não lavar a cavidade a campo – quanto menos manipular, melhor. - Reposição do útero e usar ocitocina ou não. Conduta de pós-operatório: Administração de ocitocina. Antibioticoterapia /AINES: penicilina se não tiver contaminação uterina; se tiver contaminação usar oxitetraciclina ou quinolona; se tiver sepse, metronidazol. AINES pré-anestésica usada como analgesia. Usar no máximo 3 dias em ruminantes. Fluidoterapia (se necessário). Avaliar retenção de placenta (se apresentou distocia, tem mais chance). Limpeza da ferida cirúrgica Retirada dos pontos da pele: de duas a três semanas (14 – 21 dias). Após a retirada do primeiro filhote, sempre palpar se há um segundo filhote, especialmente em casos de filhotes pequenos.
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