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APS - DIREITO PROCESSUAL PENAL – 6º SEMESTRE 2019.2
PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM O PROCESSO PENAL
1) PRINCÍPIO: Juiz Natural
2) LEITURA DO ACÓRDÃO – STJ RHC 101284 / PR - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS - 2018/0192632-7
3) EMENTA: 
PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. FRAUDE PROCESSUAL E HOMICÍDIO DOLOSO PRATICADO POR MILITAR CONTRA CIVIL. ALEGADA NULIDADE DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS POR VIOLAÇÃO DO JUIZ NATURAL. FASE INVESTIGATIVA. TEORIA DO JUÍZO APARENTE.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. O princípio do juiz natural deve ser examinado com cautela na fase investigativa, especialmente nas hipóteses em que não se mostram ainda definidas as imputações, os agentes envolvidos e a respectiva competência.
2. Tal entendimento - que passou a ser denominado teoria do juízo aparente - surgiu como fundamento para validar medidas cautelares autorizadas por Juízo aparentemente competente que, em momento posterior, fora declarado incompetente. Contudo, a partir do julgamento do HC 83.006/SP (Tribunal Pleno, Relatora Ministra Ellen Gracie, julgado em 18/6/2006, DJ 29/8/2003), passou-se a entender que mesmo atos decisórios - naquele caso, a denúncia e o seu recebimento - emanados de autoridades incompetentes rationae materiae, seriam ratificáveis no juízo competente. Precedentes do STF.
3. No caso em exame, a interceptação telefônica foi autorizada pelo juízo aparente, observados os preceitos legais para o deferimento da medida, não havendo nulidade a ser declarada.
4. A jurisprudência desta Corte Superior e do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de ser possível à autoridade competente a ratificação dos atos instrutórios e decisórios proferidos pelo Juízo incompetente.
5. O reconhecimento de nulidades no curso do processo penal reclama uma efetiva demonstração do prejuízo à parte, sem a qual prevalecerá o princípio da instrumentalidade das formas positivado pelo art. 563 do CPP (pas de nullité sans grief), o que não correu na hipótese.
6. Recurso não provido.
(RHC 101.284/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019)
4) O Julgado acima tratou do principio constitucional do Juiz Natural. Tal princípio consiste em garantir ao réu o direito de se obter um julgamento imparcial regido por juiz competente.
No caso, o recurso ordinário, diante da acusação de Homicídio Doloso, objetivou o reconhecimento da violação quanto ao juiz natural, que busca por sua vez a nulidade das provas obtidas com base na interceptação telefônica autorizada pelo Juízo da Vara de Auditoria Militar porquanto incompetente em desfavor dos recorrentes dificultando a defesa.
A importância ao principio do Juiz Natural trás ao réu a benécia de se ter um juiz constitucionalmente competente, tendo como observância a 3ª edição da obra Coletânea Temática de Jurisprudência: Direito Penal e Processual Penal “É irrecusável, em nosso sistema de direito constitucional positivo — considerado o princípio do juiz natural —, que ninguém poderá ser privado de sua liberdade senão mediante julgamento pela autoridade judiciária competente”.
Conforme Entendimento de Ada Pellegrini, Antônio Scarance Fernandes e Antônio Magalhães Gomes Filho em sua obra "As Nulidades no Processo Penal” 10 Edição - Editora RT:
"A imparcialidade do juiz, mais do que simples atributo da função jurisdicional, é vista hodiernamente como seu caráter essencial, sendo o principio do juiz natural erigido em núcleo essencial do exercício da função. Mais do que direito subjetivo da parte e para além do conteúdo individualista dos direitos processuais, o principio do juiz natural é garantia da própria jurisdição, seu elemento essencial, sua qualificação substancial. Sem o juiz natural, não há função jurisdicional possível. O Juiz Natural é condição para exercício da jurisdição. Sem ele, a própria relação processual não pode nascer, é apenas aparente, é um não processo".
Previsão Legal:
Art. 5°, XXXVII, CF - "Não haverá juízo ou tribunal de exceção".
Art. 5°, LIII, CF - "Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
5) CONCLUSÃO
O Principio do Juiz Natural, se trata de um pressuposto processual a fim de garantir a competência e a imparcialidade do órgão julgador.
No julgado em questão, o STJ por unanimidade negou o provimento, considero a decisão assertiva, isto por que as provas utilizadas foram contundentes para elucidação do caso. 
Quanto à nulidade por falta competência a parte deveria ter arguido na primeira oportunidade processual, no prazo da defesa, isto é, no prazo de 10 dias, após a citação do acusado para apresentação da resposta (Art. 396 – A, §1°, CPP). De qualquer forma, por se tratar de matéria de ordem pública não há preclusão, podendo a incompetência ser reconhecida pelo Juiz, ex officio em momento posterior (Art. 109, CPP). 
No voto o relator EXMO SR. Ministro Ribeiro Dantas trás este entendimento “O principio do juiz natural deve ser examinado com cautela na fase investigativa, especialmente nas hipóteses em que não se mostram ainda definidas as imputações aos agentes envolvidos e a respectiva competência”.
Art. 396 – A, CPP - “Na resposta o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse á sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as requerendo sua intimação quando necessário”.
Art. 108, CPP - A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa;
§ 1° Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.
§ 2° Recusada à incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmente.
Art. 109, CPP “Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-lo nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior”.
Art. 567, CPP “A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente”.
Ressalta-se ainda a Teoria do Juízo Aparente, que vem sendo validamente considerada pelo STF, onde provas inicialmente consideradas ilícitas autorizadas por juízo “aparentemente incompetente” passam a ser consideradas posteriormente, ou seja, ratificáveis no juízo competente.
Informativo nº 701 do Supremo Tribunal Federal
Interceptações telefônicas e teoria do juízo aparente 
Ao admitir a ratificação de provas — interceptações telefônicas — colhidas por juízo aparentemente competente à época dos fatos, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus impetrado em favor de vereador que supostamente teria atuado em conluio com terceiros para obtenção de vantagem indevida mediante a manipulação de procedimentos de concessão de benefícios previdenciários, principalmente de auxílio- doença. Na espécie, a denúncia fora recebida por juiz federal de piso que decretara as prisões e as quebras de sigilo. Em seguida, declinara da competência para o TRF da 2ª Região, considerado o art. 161, IV, d-3, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, bem como o julgamento do RE 464935/RJ (DJe de 27.6.2008), pelo qual se reconhecera que os vereadores fluminenses deveriam ser julgados pela segunda instância, em razão de prerrogativa de função. Por sua vez, o TRF da 2ª Região entendera que a competência para processar e julgar vereadores seria da primeira instância, ao fundamento de que a justiça federal seria subordinada à Constituição Federal (art. 109) e não às constituições estaduais. Alegava-se que o magistrado federal não teria competência para as investigações e para julgamento da ação penal, uma vez que vereadores figurariam no inquérito.
HC 110496/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.4.2013. (HC-110496)
Fonte:http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo701.htm#Intercepta%C3%A7%C3%B5es%20telef%C3%B4nicas%20e%20teoria%20do%20ju%C3%ADzo%20aparente%20-%201Por fim, ressalta-se o Artigo, 563, CPP: 
“Nenhum ato será nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”. 
Está trata-se de uma norma que submete a nulidade á verificação do prejuízo (pas de nullitê sans grief), ou seja, quem argui a nulidade deverá indicar todos os prejuízos causados, não basta apenas fazer a menção deve trazer de forma elencada os danos ocasionados. 
[Inq 2.725, rel. min. Teori Zavascki, j. 8-9-2015, 2ª T, DJE de 30-9-2015.]
Pelo que se tem nos autos, as mídias contendo as interceptações telefônicas somente foram destruídas depois do amplo e irrestrito acesso das partes, que nada requereram quanto à necessidade de perícia ou transcrição integral do material apreendido. O princípio do pas de nullité sans grief exige, sempre que possível, a demonstração de prejuízo concreto pela parte que suscita o vício. (...) Prejuízo não
demonstrado pela defesa.
Fonte: 3ª edição da obra Coletânea Temática de Jurisprudência: Direito Penal e Processual Penal
Prof. Eduardo Sorrentino de Alcântara
Curso de Direito - FMU

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