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Resenha Crítica - Direitos Humanos

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RESENHA CRÍTICA 
DIREITOS HUMANOS 
Tullio Magalhães Medeiros - 021741
Resenha crítica a a respeito do artigo Afirmação e Promoção do Direito às Diferenças das Pessoas com Deficiência e as Contribuições do Sistema Interamericano de Direitos Humanos.
INTRODUÇÃO
O artigo busca abordar as distinções entre as lutas de grupos minoritários, tendo como pesquisadores que se disponibilizaram a identificar os motivos que levam as violências sofridas por pessoas com deficiências.
Assim, analisa-se as colaborações trazidas pelo do Sistema Interamericano de Direitos Humanos - SIDH para promoção dos direitos das pessoas com deficiência, ao mesmo ponto em que se examina os modelos adotados durante contratação de projetos democráticos e republicanos, em todos os seus atos constitucionais.
Finalmente, é explicado a forma como a consolidação dessa sistemática de proteção e promoção internacional de direitos humanos para determina classe pode ser reaproveitada pelas demais classes excluídas e vítimas de preconceito.
A DEFICIÊNCIA 
Analisando-se o real significado de deficiencia, percebe-se que é um conceito sempre esteve ligado a diversos preconceitos. Todavia, com o surgimento dos Direitos Humanos, isto foi sendo modificado e passou a ganhar influência política passando a representear uma demonstração de resistência e a batalha de infinitas pessoas.
Conforme preceitua Erving Goffman, há um estigma que destaca um atributo da pessoa, física, cultural ou comportamental, que é vista com uma certa inferioridade. Assim, impõse determinados padrões de comportamento, algumas vezes pela sociedade em que se convive, e outras pelas normativas constituicionais trazidas pelo legislativo, que tentam perceber as vontades de determinadas classes, sendo que na maioria das vezes, não se consegue corresponder aos desejos mínimos do grupo, visto que são inferiores ao pretendido. Assim, acaba-se por distanciar o convívio social desses grupos por fatores que não são da sua vontade, rompendo diversos direitos constituicionais, e principalmente, a dignidade humana.
É válido destacar que o movimento das pessoas com deficiência objetiva, sobretudo, alterar o conceito que se tem sobre a pessoa deficiente e que a socidade reconheça a exitência das desigualdades sociais e inflexibilidades sofridas pela classe.
Esta luta de inclusão em relação às pessoas com deficiência passou a ser observados pelos atuais tratados e convenções internacionais de direitos humanos que na maioria das vezes, chegam nas normativas brasileiras a possuírem condição de emenda constitucional, uma vez que respeitados os ritos previstos na Constituição da República.
Da mesma forma é a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Tais dispositivos possuem de conjuntura constitucional, estabelecendo que “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”
A modificação das leis e atitudes discrimanatórias com as pessoas possuidoras de deficiência, se deu por imposição do artigo 4º da CIDPD, fazendo com que todos os estados assinantes do instrumento, fizessem as devidas alterações. No Brasil, isto resultou no Estatuto da Pessoa com Deficiência, trazido pela Lei 13.146/2015, que acabou por modificar o entendimento a respeito da incapacidade absoluta
Observa-se assim, que é imprescindível ter como objetivo a modificação do clima de discrimnação que, ao invés de ajudar, retrocede o avanço social, ao mesmo tempo em que não se reconohece a exitência das diferenças entre as pessoas. Os direitos humanos emergem para alavancar a sede pela justiça social, como forma de se garantir o respeito à diversidade entre os indivúdos, uma vez que a pessoa portadora de deficiência pode ser qualquer uma de nós. Assim, resta claro a obrigatoriedade em se mobilizar para combater as infinitas desigualdades que se fazem presentes na sociedade atual.
1. AS DIFERENÇAS COMO DIREITO HUMANO
Resultante da própria Carta Magna, que traz em seus artigos 3º e 5º, principalmente, a promoção do bem de todos, sem qualquer tipo de discriminação, além de incluir todos os outros direitos decorrentes de regimes democráticos ou tratados internacionais que o Brasil participe, é inevitável considerar as diferenças como um direito humano, resultando assim aos Estados a responsabilidade por implementar políticas visando o fim da discriminação baseada nas diferenças.
Diversas Convenções Internacionais atribuem aos seus participantes a obrigação de adotar tais políticas, como é o caso da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1968, a Convenção Sobre a Eliminação de todas as Formas De Discriminação Contra a Mulher de 1979, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre Povos Indígenas e Tribais de 1989, a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais de 2005, além das Convenções Americana de Direitos Humanos e Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará e Convenção Interamericana Contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância de 2013, estas em âmbito interamericano.
Percebe-se, ainda, no Brasil, a existência de inúmeras outras legislações que têm o fim da
discriminação como seu objeto principal. É o caso da Lei nº 7.716/1989 (Lei Caó), responsável por tipificar os crimes de preconceito de raça ou cor, Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), Lei nº 11.340/06 (Maria da Penha) e os decretos nº 6.040/2007 e 8.727/2016 que instituem, respectivamente, a política nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais e a obrigatoriedade do uso do nome social e do reconhecimento de identidade de gênero de travestis e transexuais na administração pública.
Contudo, apesar de todo o amparo legal, tanto em âmbito nacional quanto internacional, a dificuldade de afirmação das diferenças enquanto direito fundamental ainda vai de encontro ao preconceito enraizado na sociedade. Axel Honnet, seguindo a mesma linha de raciocínio, em sua brilhante tese sobre a luta por reconhecimento dos direitos sociais, acredita que este se realiza a partir da percepção da simbiose existente entre todos os membros implicados nas relações jurídicas de direitos e deveres recíprocos, desenrolando, inclusive, no reconhecimento em razão do autorrespeito.
A afirmação da diferença enquanto um direito humano surgiu do fortalecimento das diferentes pautas construídas por grupos minoritários prejudicados pela disseminação de discursos políticos, midiáticos e instrumentos normativos, sempre visando a homogeneização da identidade. Tratar todos como iguais não seria um problema se essa igualdade estivesse no fato concreto de que todos somos diferentes. Além disso, o fato de considerar a igualdade como resultado de uma homogeneização que é realizada com muita eficiência pelo modo de produção, acaba por classificar equivocadamente os indivíduos em categorias fechadas. Dessa forma, resta nítida a importância dos direitos humanos no tocante ao reconhecimento desse tema para a sobrevivência das gerações futuras e relevância de uma sociedade plural, visando respeitar as individualidades e características próprias de cada indivíduo.
Importante também analisar os impactos positivos e negativos que os discursos acerca dos direitos humanos assumem frente ao direito às diferenças. Joaquin Herrera Flores, quando enuncia a existência de duas concepções principais para a análise dos direitos humanos, sendo elas a abstrata e a localista, as aponta como incoerentes, visto que se prestam a elaborar discursos reducionistas da realidade legitimando políticas excludentes.
Assim, a cooperação jurídica no âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos tem acontecido como um processo que tem reunido importantes esforços para dar continuidadeà afirmação das diferenças como um direito humano, bem como o Sistema Interamericano de Direitos Humanos tem dado importantes contribuições nesse sentido.
2. A AFIRMAÇÃO DO MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA PELA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Desde o início do século XX até os dias atuais, o direito interno e o direito internacional são objeto de muitas discussões acadêmicas, a partir da instituição da Liga das Nações e a criação da Organização Internacional do Trabalho, ambas em 1919.
Porém este processo só se consolidou após a Segunda Guerra, com a criação da Organização das Nações Unidas e alguns sistemas regionais de Direitos Humanos, com o objetivo de promover a paz global com base num dever geral de cooperação, inserindo direitos e garantias em tratados e convenções internacionais, em harmonia com os sistemas jurídicos internos dos Estados nacionais5.
A cooperação jurídica internacional em direitos humanos tem desempenhado papel relevante expondo claramente em foros internacionais as ocorrências de omissões e violações de direitos humanos que, muitas vezes, acabam por encobrir questões estruturais, resultando em decisões e recomendações com potencial de constranger os Estados a darem cumprimento nos seus âmbitos internos.
Estas intervenções visam também validar o Sistema Interamericano como um foro competente para ressignificar práticas tradicionais violadoras e construir soluções de pacificação, buscando o reconhecimento de que a desigualdade social e a fragilidade da democracia têm relação direta com a negação globalizada dos direitos humanos.
Aberto às múltiplas vozes que muitas vezes são silenciadas pelos Estados nacionais, o Sistema Interamericano permite a possibilidade de peticionamento individual à sua Comissão de Direitos Humanos.
No que diz respeito às pessoas com deficiência, a análise de julgados permitiu traçar duas diretrizes adotadas, a saber: (I) a prestação positiva dos Estados-membros na promoção dos direitos humanos decorre da obrigação de respeitar o texto da Convenção Americana; e, (II) a interpretação evolutiva dos instrumentos internacionais em harmonia com o princípio da igualdade e não-discriminação de grupos socioculturais diferentes e pessoas deficientes.
Os casos Damião Ximenes Lopes vs Brasil (2006) e Furlan e Familiares vs Argentina (2012) foram considerados paradigmáticos para os estudos. Em ambos, a Corte afirmou a necessidade de superar múltiplas violações de direitos humanos da pessoa com deficiência.
Aos dois casos analisados a Corte Interamericana afirmou a obrigação dos Estados-membros de respeitarem os direitos e garantias resguardados nos documentos internacionais, afirmando que a deficiência é uma consequência do ambiente (modelo social), determinando medidas específicas e emergenciais para grupos em maior situação de vulnerabilidade.
No caso de Damião Ximenes Lopes, primeiro caso de deficiência mental analisado pela Corte, após ser internado em instituição psiquiátrica e submetido a condições de higiene subumanas, Damião foi morto por espancamento sofrido no estabelecimento. A Corte Interamericana asseverou críticas ao modelo médico asilar-manicomial, trazendo para o debate a harmonização do princípio da igualdade com a não-discriminação na interpretação evolutiva. Afirmou ainda que a deficiência mental não é sinônimo de incapacidade, reforçando o caráter excepcional do uso da força em tratamentos psiquiátricos, além do respeito à autonomia da vontade do paciente.
No caso Furlan, a Corte decidiu na mesma linha, demonstrando que a vítima adquiriu lesões que, agravadas pela falta de assistência médica, desencadearam deficiência cognitiva que dificultou as relações familiar e laboral, culminando em uma tentativa de suicídio. O debate exaltou a omissão estatal na prestação de serviços e em políticas públicas de reabilitação e inclusão. A Corte evidenciou a existência do nexo de causalidade entre a lesão de Furlan e a negligência do Estado argentino.
Em ambos os casos a Corte ressaltou que o Estado possui o dever de cuidado em relação a todas as pessoas, reconhecendo no caso de Furlan, enquanto medida de reparação, o “dano ao projeto de vida”.
Foram citados ainda dois outros casos exemplares, levados ao Comitê dos Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU: 1) H. M. Vs. Suécia, onde H.M pretendia construir uma piscina no quintal de sua residência para tratamento da síndrome de Ehlers-Danlos; 2) AtalaRiffo e Crianças Vs. Chile, que versava acerca da retirada da guarda das filhas da Sra. Riffo, sob a justificativa de que sua orientação sexual representaria perigo de dano às menores.
Em todos os casos, a interpretação evolutiva e a consolidação do modelo social, somadas à abertura do SIDH a indivíduos e grupos que encontram dificuldades para acessar a Justiça, têm forçado os Estados a adotar medidas para a superação desses obstáculos.
3. Conclusão
Após a leitura aprofundada do texto, conclui-se que os Direitos Humanos são de extrema relevância para o reconhecimento das pessoas como sujeitos de direitos, uma vez que todos os seres humanos habitantes da terra, não importando as suas características físicas, pessoais, são legítimos titulares, sem distinção alguma, dos atributos e igualdade em dignidade.
Dessa forma, a busca por uma sociedade plural, democrática, deve ser incentivada por qualquer de suas iniciativas, dentre elas a brilhante atuação da Corte Interamericana de Direitos Humanos,que por meio leading cases6, decide e ordena que os Estados-Membros promovam prestação positivas nas ações dos direitos humanos, bem como interpreta de forma plural os instrumentos internacionais, se pautando pela igualdade e não discriminação de grupos socioculturais diferentes.
Por fim, cabe destacar que a escolha dos casos paradigmáticos no capítulo 3 foi muito feliz e provocativa. As crueldades ali exposta nos levam a perguntar se os avanços tecnológicos estão tornados os indivíduos mais desumanos a cada dia, principalmente se levarmos em conta a existência de registros históricos de que em 539 a. C., Ciro o Grande já se mostrava preocupado com as desigualdades e as precárias condições de vida das minorias mais vulneráveis, promovendo iniciativas efetivas pela harmonia entre todos indiscriminadamente, na busca pela paz social.

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