Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ESCOLA DE ENGENHARIA – EE Graduação em Química RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA: ESTUDO DA ELETRÓLISE EM MEIO AQUOSO GABRIEL DIOGO DE SÁ GONÇALVES, 31808387 GABRIEL FONTENELE DO NASCIMENTO, 31878539 LUCAS COSTA DE MOURA, 31821626 PAULO CESAR DE ABREU, 31805991 TURMA 05N12 São Paulo 2020 2 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ESCOLA DE ENGENHARIA – EE Graduação em Química RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA: ESTUDO DA ELETRÓLISE EM MEIO AQUOSO Relatório de atividade prática desenvolvido como instrumento de avaliação parcial para aprovação na componente curricular Físico Química – Laboratório, turma 5N12, do curso de Química da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sob orientação do Professor Dr. Sergio P. Souza Jr. São Paulo 2020 3 Sumario 1. INTRODUÇÃO ........................................................................... Pág. 04 2. PARTE EXPERIMENTAL ........................................................... Pág. 10 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................. Pág. 14 4. CONCLUSÃO ............................................................................ Pág. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. Pág. 18 4 1. INTRODUÇÃO A eletroquímica é a área da química que contém o objetivo de estudar reações químicas que geram corrente, células eletroquímicas, por meio de reações de oxi-redução e reações que ocorrem pelo fornecimento de energia, a eletrólise. Uma reação de oxi-redução tem em base o ganho e perca de elétrons. Chamamos de agente oxidante o elemento que sofre redução, ele ganha elétrons nesta reação. Já o agente redutor sofre oxidação, ele perde elétrons. Um exemplo abaixo: 2Ag+ + Cu0 → 2Ag0 + Cu2+ Nesta reação acima vemos que a prata recebe elétrons, portanto ele sofre redução e o cobre perde elétrons sofrendo uma oxidação. Pode-se provar esta reação fazendo uma célula eletroquímica no qual é facilmente montada como na figura 01, no qual a sua montagem consiste em dois condutores chamados eletrodos, cada um deles imerso em uma solução eletrolítica, uma ponte salina que possui uma função na qual é trazer o equilíbrio de cargas na solução, o voltímetro para medir a quantidade de volts produzido. Podemos analisar esta equação ocorrendo através pelo o fluxo de elétrons mostrado na figura 02, condizendo com a equação acima. Figura 01 – Esquema da montagem da célula eletroquímica Fonte – SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006. 5 Figura 02 – Representação do funcionamento do fluxo de elétrons na célula eletroquímica. Fonte – SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006. Em figura 02, é visto que o eletrodo de prata é chamado de cátodo já que é para onde os elétrons estão indo e o eletrodo de cobre é chamado de ânodo já que é a partir desse eletrodo que sai os elétrons, a prata atrai os elétrons e o cobre é a fonte de elétrons. O exemplo dado é de uma reação que gera corrente elétrica, para se montar uma célula eletroquímica que gera corrente deve-se conhecer o que é o potencial de redução (Eºred), ou o potencial de oxidação (Eºoxi), no qual são medidos em Volt (V). Quanto maior o potencial de redução maior redutor que esse metal é, quanto maior o potencial de oxidação maior oxidante esse metal é. A tabela 1 mostra o potencial de redução e de oxidação dos metais. 6 Tabela 1 – Potencial de oxidação e potencial de redução. Para se determinar se a célula eletroquímica vai gerar corrente a variação de potencial desta pilha tem que ser positiva, para se determinar a ddp desta pilha, segue a seguinte fórmula: ∆EºPilha= EºCátodo- EºÂnodo Quando a variação é positiva, a reação é espontânea gerando corrente elétrica, quando a variação é negativa, a reação não é espontânea, sendo assim para que a reação ocorra é preciso, chamamos esse tipo de reação de eletrólise. Na eletrólise, usa-se eletrodos inertes (que não regem), como o carbono grafite (grafita) ou platina. Para que a eletrólise ocorra deve haver uma energia elétrica contínua, uma voltagem suficiente para provocar a eletrólise e íons livres. Existem dois tipos de eletrólise a Ígnea e a Aquosa. A eletrólise ígnea é a eletrólise que não ocorre em meio de água, ela consiste em metais iônicos fundidos, no qual ao se fundir eles se ionizam, formando-se íons, a partir desse 7 íons a formação de corrente elétrica, em figura 03 é visto um exemplo de uma eletrólise ígnea de Na+ e Cl–. Figura 03 – Exemplo de eletrólise ígnea de NaCl Fonte: alfaconnection.net/pag_avsf/fqm0302.htm Já a eletrólise aquosa, ocorre uma dissociação de um composto em meio aquoso, a água. Nesta eletrólise é necessário considerar a reação de autoionização da água, quando há produção de H+ e OH-. O sal será dissolvido em água e a partir dos íons livres haverá produção da corrente elétrica; ocorre quatro reações nesse processo para se obter a equação global desta eletrólise. Um exemplo é utilizar o sal NaCl, os íons positivos irão ser atraídos pelo eletrodo negativo e os íons negativos pelo eletrodo positivo. Para saber o que ocorre é necessário conhecer a ordem de descarga de cátions e ânions. Para cátions: Au>Pt>Hg>Ag>Cu>Ni>Cd>Pb>Fe>Zn>Mn>hidrônio>família IIIA> família IIA > família IA Para ânions Ânions não oxigenados e o HSO4 > hidróxido > ânions oxigenados e F Nesta eletrólise representada na figura 04 ocorre as seguintes equações: 8 Dissociação 2 NaCl → 2 Na+ + Cl– Ionização da água 2 H2O → 2 H+ + OH– Reação do Cátodo 2 H+ + 2 e– → H2(g) Reação do Ânodo 2 Cl– → Cl2(g) + 2 e– Equação Global H2O + 2 H2O → 2 Na+ + Cl2(g) + H2(g) + OH– Figura 04 – Esquema representado da eletrólise aquosa de NaCl O seguinte experimento consiste no estudo da eletrólise em meio aquoso, a eletrólise nada mais é do que a passagem de corrente, nesse caso em solução mas também existe a eletrólise ígnea, provocando assim reações de oxidação e redução devido ao fluxo de elétrons que partem da espécie que está oxidando para a espécie que estará reduzindo, entretanto para que essa reação ocorra de maneira espontânea, é necessário previamente que seja verificado os potenciais de redução das espécies em solução para que assim possa-se determinar se será espontâneo ou não, caso seja espontâneo o potencial resultante das duas equações (redução e oxidação) será positivo. Para o experimento será preparado, em um primeiro momento, duas soluções de sulfato de cobre e sulfato de zinco em dois béqueres separados, e 9 mergulhado neles respectivas placas de seus metais, a fim de manter em equilíbrio os íons dos metais em solução, bem como a ponte salina em “U” que mantém em equilíbrio os elétrons, e então será medida sua ddp através de um voltímetro. Em um segundo momento, em um tubo em “U” contendo uma solução de iodeto de potássio, será fornecido corrente através de uma pilha, com isso haverá a indução a formação do iodo e respectivamente a eletrólise da água, para confirmar a ocorrência dessas reações (redução do iodo e eletrólise da água) será colocado fenolftaleína nas extremidades do tubo para que assim possa-se identificar em um dos lados do tubo sua basicidade devido a presença da hidroxila, já na outra extremidade espera-se que haja formação do Iodo, confirmando assim uma reação de oxirredução. 10 2. PARTE EXPERIMENTAL 3.1Materiais e Reagentes - 1x Lâmina de cobre de 2 x 5 cm. - 1x Lâmina de zinco de 2 x 5 cm. - Palha de aço. - Solução de sulfato de cobre (1,0 mol/L). - Solução de sulfato de zinco (1,0 mol/L). - Solução de cloreto de potássio (0,5 mol/L) ou nitrato de sódio (0,5 mol/L). - Solução de iodeto de potássio (1,0 mol/L). - Solução alcoólica de fenolftaleína. - Solução de amido. - Algodão. - 2x Béqueres de 50 ml. - 2x Tubos em U. - 2x Eletrodos de grafite. - 1x Bateria de 9 volts. - 1x Voltímetro ou Multímetro. - 2x Pontas de prova com plugue banana e garra jacaré. - 2x Cabos com garras jacarés nas extremidades. - 1x Suporte universal. - 2x Garras para suporte universal. Figura 5 – Imagem mostrando a aparelhagem montada. Fonte: Os autores 11 3.2 Procedimento Célula Galvânica Para preparar a célula galvânica (figura 5) primeiramente foram preparadas as lâminas de cobre e zinco removendo-se a oxidação superficial presentes nas duas faces das lâminas com o uso de uma palha de aço. Então em uma das pontas de prova foi fixada a garra jacaré na extremidade da lâmina de cobre e o plugue banana conectado ao terminal positivo do multímetro. E na outra ponta de prova foi fixada a garra jacaré na extremidade da lâmina de zinco e o plugue banana conectado ao terminal negativo do multímetro. Adicionou-se 45 ml da solução de sulfato de cobre (1,0 mol/L) a um béquer de 50 ml, e foi introduzido parcialmente a lâmina de cobre na solução. Adicionou-se 45 ml da solução de sulfato de zinco (1,0 mol/L) a um outro béquer de 50 ml, e foi introduzido parcialmente a lâmina de zinco na solução. O multímetro foi ligado e ajustado a leitura para tensão contínua (V⎓), e foi medido o valor de tensão para o circuito em aberto (figura 6). Figura 6 – Circuito em aberto. Fonte: Os autores Um tubo em U foi preenchido com a solução cloreto de potássio ou nitrato de sódio (0,5 mol/L) e as suas extremidades foram tampadas com algodão, certificando-se que não houvesse bolhas impedindo o fluxo da solução dentro do tubo em U. Este tubo então foi fixado ao suporte universal com o uso de uma garra, e cada uma de suas extremidades foram colocadas dentro dos béqueres em contato com as soluções de sulfato de cobre e de zinco. 12 Com o multímetro foi medido o valor de tensão para o circuito fechado (figura 07). Figura 7 – Célula galvânica com a ponte salina (tubo em U). Fonte: Os autores Célula Eletrolítica Um outro tubo em U foi preenchido com solução de iodeto de potássio (1,0 mol/L) e em cada uma das extremidades do tubo adicionadas duas gotas de solução de amido e duas gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. Este tubo então foi fixado ao suporte universal com uma garra. Cada um dos cabos com garras jacaré/jacaré foram presos a um dos terminais da bateria e a outra extremidade foi presa a um dos eletrodos de grafite. Cada eletrodo de grafite foi imerso parcialmente dentro de cada uma das extremidades do tubo em U contendo a solução de iodeto de potássio (figura 08). Foi então anotado se houveram mudanças da coloração e a formação de gases em cada uma das extremidades do tubo em U. 13 Figura 8 – Célula eletrolítica. Fonte: Os autores 14 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi montada o seguinte esquema de uma pilha de Daniel, representado na figura 09, utilizando eletrodo de Cobre e Zinco em solução de CuSO4 e ZnSO4. Na tabela 02, está representada o potencial padrão de redução de cada metal. Figura 09 – Esquema de uma pilha de Cobre e Zinco montada. Fonte: SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006. Tabela 02 – Potencial Padrão de Redução de Cobre e Zinco Semi Reação Potencial Padrão de Redução Cu2+ + 2e– → Cu + 0,34 V Zn2+ + 2e– → Zn – 0,76 V Analisando os potenciais de redução de cada metal o que possui o maior potencial é o cobre, portanto na reação eletroquímica entre cobre e zinco, o cobre sofrerá redução, ele terá ganho de elétrons e o zinco oxidará, perderá elétrons. Portanto, sua equação global será da seguinte maneira: Eletrodo de zinco Eletrodo de cobre CuSO4 1,0 M ZnSO4 1,0 M 15 Semi Reação Catódica (Polo Positivo): Cu 2+ + 2é - → Cu Semi Reação Anódica (Polo Negativo): Zn → Zn2++2é- Equação Global: Cu 2+ + Zn →Cu+ Zn 2+ Para calcular o valor do potencial da pilha temos a seguinte equação: ∆EºPilha= EºCátodo- EºÂnodo Em todas as células eletroquímicas a oxidação ocorre no ânodo e a redução ocorre no cátodo; nas células voltaicas, no caso a pilha, o ânodo é a fonte de elétrons e possui uma carga negativa; o cátodo atrai elétrons e possui uma carga positiva. Portanto, nesta célula voltaica o Cátodo é o cobre e o Ânodo é o Zinco, agora é possível calcular o potencial desta pilha. ∆EºPilha= EºCu2+ - EºZn2+ ∆EºPilha= + 0,34 V - (- 0,76 V) ∆EºPilha= 1,10 V No experimento realizado, o potencial foi de 1,11 já que as condições que foi feito os potenciais da tabela 01, não era o mesmo no laboratório. No experimento da eletrólise foi colocado num tubo de vidro em “U” uma solução de KI 1,0 M e foi fixado em um suporte universal por meio de uma garra. Foi introduzido os eletrodos de grafite em cada uma das extremidades do tubo de vidro “U”, no qual funcionará como uma cuba eletrolítica, durante uma eletrólise. A figura 10 representa o esquema de como foi montado a segunda parte do experimento. 16 Figura 10 – Representação da cuba eletrolítica. Fonte: FUVEST Após colocar a solução de amido nas extremidades do tubo “U” foi ligada a fonte de energia, em segundos foi observado que o eletrodo ligado ao polo positivo da fonte formou-se uma solução de cor marrom-amarelada, enquanto o outro lado, polo negativo, a solução continuou incolor porém houve a formação de bolhas na superfície do eletrodo de grafite. Após acrescentar algumas gotas de fenolftaleína nas duas extremidades, o lado que possuía o eletrodo com formação de bolhas, ocorreu mudança da coloração da solução para rosa, indicando a formação de hidroxilas (OH-) em excesso, para o outro lado, não ocorreu nenhuma mudança de cor. O amido é utilizado como indicador para I2 e a fenolftaleína foi utilizada como indicador para o excesso de OH-. Assim, foi relacionado cada polo de uma pilha com a reação que ocorreu. Semi Reação catódica (polo negativo): 2 H2O(ℓ) + 2e– → H2(g) + 2 OH– (aq) Semi Reação anódica (polo positivo): 2 I– (aq) → I2(s) + 2e– 17 4. CONCLUSÃO A partir dos experimentos realizados, foram relembrados alguns conceitos da eletroquímica que são fundamentais para o entendimento das técnicas eletroanalíticas utilizadas nos experimentos. Observou-se a produção de corrente elétrica a partir da transferência de elétrons, mas também a utilização da corrente elétrica no desenvolvimento dessas reações químicas, nos experimentos de pilhas e eletrólise, respectivamente. No procedimento da pilha, produziu-se energia elétrica utilizando-se um condutor externo ligado a região, onde ocorreu a oxidação do eletrodo de Zinco (Zn0/Zn+2), com a região que ocorreu a redução do eletrodo de Cobre (Cu2+/Cu0), sendo que o fluxo de elétrons flui ânodo que é a espécie que oxida, a fonte de elétrons, para o cátodo que é a espécie que reduz, que atrai os elétrons. Este processo é espontâneo, tendo sua variação de potencial positiva (+1,10V). No procedimento da eletrólise, têm-se um processo não espontâneo, onde foi necessário promover a reação química através do fornecimento de corrente elétrica oriunda de uma fonte externa, sendo utilizado uma bateria elétrica. Através da eletrólise, o polo positivo, na cuba eletrolítica, no ânodo houve a formação de Iodo de cor marrom-amarelada,enquanto no lado do polo negativo, o cátodo ocorreu a formação de H2(g) no eletrodo de grafite e a formação do íon OH– que foi possível identificar com a presença de fenolftaleína. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS; JONES, Princípios da Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5º Edição. Bookman. KOTZ.J.C.; TREICHEL. P.M.; TOWNSEND J.R.; TREICHEL D.A., QUÍMICA GERAL e reações químicas Volume: 02. 9º Edição. Cengage Learning. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo- SP, 2006.
Compartilhar