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Paciente gestante Cuidados especiais: anestésicos locais e medicamentos. (febrasgo.org.br) Melhor período para atender a gestante: segundo trimestre. Alterações bucais: gengivite gravídica (gestante tem risco maior de ter inflamação gengival – deficiências nutricionais, estado transitório de imunodepressão, descuido com higiene bucal, alterações hormonais), granuloma piogênico (excisão cirúrgica de preferencia a partir do segundo trimestre ou no pós parto). Tipos de procedimento permitidos: exodontia simples, tratamento periodontal básico, restaurações dentárias, tratamento endodôntico, colocação de próteses. Atenção em clareamento dental, pois pode causar sensibilidade e necessitar de AINES. Época de atendimento: o 1º trimestre não é adequado (atender apenas em caso de dor). A melhor época é o 2º trimestre, pois a organogênese está completa e o feto está mais desenvolvido (cuidado com hipotensão postural). O 3º trimestre não é adequado, não pode deitar a paciente na cadeira (posição supina), atender em caso de dor. Sessões curtas, no segundo período da manhã (10h-12h). Medicamentos: categorias de risco: A: estudos controlados em mulheres gestantes (não mais usadas para teste pelo comitê de ética atualmente), sem risco para o feto. B: estudos feitos em animais sem risco para o feto. [paracetamol, amoxicilina, clavulanato, clindamicina, anestésico lidocaína 2% com adrenalina] C: estudos em animais demonstraram efeitos adversos para o feto. (Devemos analisar o risco/beneficio, pois o beneficio pode justificar o risco, pode ser usado, mas precisa ter certeza de como está o feto – conversar com o médico). [dipirona, corticosteroides, azitromicina, alguns AINES, midazolam, anestésicos mepivacaína, prilocaína, articaína] D: estudos evidenciam risco fetal, mas em situações especificas o uso pode ser aceitável (risco de morte ou doenças graves – preferir o não uso). [alguns AINES, claritromicina, voltaren (no último trimestre), tetraciclina, diazepam (fendas labiais e palatinas – pode usar oxido nitroso para controlar ansiedade na gestante)] X: estudos mostram anormalidades fetais ou evidencias de risco fetal (o risco sobrepõe qualquer possível benefício, não usar). Não devem ser usados nunca em gestantes ou pacientes com chance de estarem gravidas. [talidomida, tetraciclina] Anestésicos: Uso máximo de 2 tubetes. Todos atravessam a barreira placentária e entram na circulação do feto. O feto metaboliza a lidocaína mais rápido, por isso é a indicada para gestantes. São usados no máximo 2 tubetes de lidocaína 2% com epinefrina, seja 1:100000 ou 1:200000, pode ser usado em gestantes com anemia, hipertensão arterial controlada e diabetes controlada. A mepivacaína demora de 2 a 3 vezes mais para metabolizar que a lidocaína. A prilocaína causa risco mínimo de metemoglobinemia na gestante (a hemoglobina é oxidada e vira metemoglobina que é a incapaz de transportar oxigênio). Além disso, a prilocaína esta associada a felipressina. A felipressina tem uma estrutura muito semelhante ao hormônio ocitocina que causa contração uterina. É preferível evitar soluções anestésicas com felipressina. Se a gestante não puder usar adrenalina pode usar a prilocaína 3% com felipressina, em casos de hipertensão e diabetes não controlados, caso a paciente esteja com dor (pode usar também mepivacaína 3% sem vasoconstritor, apesar de dar menos tempo de anestesia que a prilocaína) – volume máximo de 2 tubetes. A sequência de uso seria: lidocaína, prilocaína, mepivacaína e bupivacaína. A mais contraindicada é a bupivacaína por se ligar às proteínas e ser de mais lenta metabolização. Analgésicos: deve respeitar o limite máximo de 3 doses diárias, ideal remédios de 8/8h. é preferível o uso de paracetamol (risco B) do que a dipirona (risco C). Caso a gestante precise usar a dipirona devemos entrar em contato com o médico da gestante. A dipirona não deve ser usada no 1º e 3º trimestre. AINES: se possível não receitar. Não usar no 1º e 3º trimestre. Pode usar corticosteroides como anti-inflamatório, apesar de ser risco C (betametasona e dexametasona – 2mg em dose única). Antibióticos: a primeira escolha é a amoxicilina 500mg de 8/8h (risco B). As vezes em casos de abscessos, a amoxicilina não é suficiente, a presença de bactérias e beta- lactamase, fazer uso de amoxicilina e clavulanato (500mg 8/8h). Em caso da paciente não puder tomar amoxicilina, usa-se a clindamicina (risco B, 300mg 8/8h). A azitromicina é risco C e a claritromicina é risco D, já a tetraciclina é risco D ou X (tem afinidade com o cálcio, puxando cálcio dos ossos e dentes do feto). Lactantes Os anestésicos locais e a grande maioria dos fármacos de uso odontológico são excretados em pequena quantidade para o leite materno. Essas doses terapêuticas não afetam o lactente (bebê). Não é recomendado o uso dos benzodiazepínicos (diazepam). Os antibióticos podem ser excretados no leite, o bebê pode ter alteração da microbiota intestinal com diarreia, pode causar sensibilização e alergias e dar interferência em quadro febril.
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