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dados pra revisão sistemática, como nós queremos recuperar tudo que está publicado, também fazemos a busca na chamada literatura cinza, que é aquela literatura que não está indexada nas bases dados (Resumo de congresso, tese, dissertação, artigo). Também posso fazer a busca manual que vai ser a busca na lista de referências dos estudos que eu inclui na minha revisão sistemática. ●Critérios de inclusão- PICOS ● Critérios de exclusão -Estudos comparando o mesmo medicamento em diferentes doses -Publicação em caracteres não romanos (chinês, japonês, árabe, etc..) Critérios de exclusão NÃO são o contrário de critérios de inclusão ↳ Então se for incluir, por exemplo, ensaios clínicos randomizados, não precisa citar que vai excluir estudos de revisão, relato de caso.. porque já está implícito, se você for incluir somente ensaio clinico randomizado, eu já sei que exclui todos os outros.. Então quando for estabelecer critérios de exclusão tem que pensar, uma vez que eu já passei todos os meus critérios de inclusão, o que sobra pra eu excluir? Então temos agora a pergunta clínica formulada e a estratégia de busca concluída, partimos para a execução propriamente dita da revisão sistemática. Execução: As etapas em verde têm que ser feitas por duas pessoas, que são dois revisores, e essas etapas são feitas de maneira independente (eu na minha casa, o revisor na casa dele, sem contato) para não gerar viés. ●Leitura dos títulos/ resumos (triagem): O intuito dessa etapa é retirar o lixo, aquilo que eu tenho certeza que não tem nada a ver. Por exemplo, se eu estou avaliando um estudo de pacientes com epilepsia, se eu pego estudos de pacientes com Parkinson por exemplo, já vou retirar, porque não é do meu interesse. ↳ Terminada essa parte, os dois revisores vão comparar o que cada um incluiu e excluiu, na chamada reunião de consenso. Depois do consenso, dessa etapa de triagem, eles vão ter uma lista dos estudos que foram incluídos nessa etapa de triagem, e na próxima etapa os dois revisores novamente de maneira independente vão fazer a leitura na integra dos artigos que foram selecionados. ● Leitura na integra dos artigos selecionados (elegibilidade): Vão ler os artigos na integra, pra ver se incluem ou excluem esses artigos, essa inclusão e exclusão são baseados nos critérios vistos anteriormente. Passada essa etapa de leitura na integra, os revisores fazem uma nova reunião de consenso pra ver os artigos que realmente vão ficar na revisão sistemática. Esses artigos então terão os dados extraídos. ● Extração dos dados e avaliação da qualidade/ risco de viés: Os dados extraídos ficam a critério do pesquisador, extrair os dados que interessam pra ele, além dos dados basais (número de participantes, autor, pais de publicação), além da extração de dados os revisores também irão fazer a revisão da qualidade metodológica dos estudos incluídos e do risco de viés, pra gente saber se o dado que a gente tem pra sintetizar é de qualidade ou não. Depois dessa etapa os dois vão fazer um novo consenso para comparar esses dados extraídos., depois desse consenso acabou a revisão sistemática, ai temos que ver como que vai agrupar esses dados, se vai ser por meio de meta-análise ou não, pois a meta- análise nem sempre é possível. Análise e apresentação dos resultados Síntese qualitativa (quando não é possível meta-análise → Conclusão subjetiva ↳ Os autores vão apresentar os resultados principais dos estudos que foram incluídos (síntese desses resultados), mas não vai ser numérico, tem uma força um pouco menor, se pensarmos em recomendação. Sintese quantitativa → Metá análise ↳ Temos uma série de softwares que podem nos auxiliar na execução dessa meta-análise. Softwares: Review Manager; R; ADDIS META- ANÁLISE -Corresponde à síntese estatística dos dados obtidos a partir da revisão sistemática -Combina os resultados de cada estudo para obter uma estimativa global do efeito avaliado -Detecta possíveis diferenças (heterogeneidade) entre os estudos selecionados- aumento do poder estatístico da revisão sistemática O que é necessário para a realização de uma meta análise? -Dados numéricos -Número mínimo de estudos COMPARÁVEIS Mesma pergunta (PICOS) (estudos com o mesmo objetivo) Desfecho em comum Desenhos de estudo semelhantes (ECR, coorte...) Essa meta-análise, vai me dar uma medida de estudo global quando eu combino os resultados desse estudos, só que essa medida de efeito global ela vai depender da natureza da variável (desfecho) com o qual eu estou trabalhando, então é importante conhecer a natureza desses desfechos clínicos. E para a meta- análise, podemos ter dois tipos de desfechos clínicos, pode ser categórica, e quando assume duas categorias é dita dicotômica, e grande parte das meta-análises, os desfechos são dicotômicos, que são aqueles resultados, por exemplo, o paciente apresentou ou não apresentou ? quantos pacientes apresentaram ? Vou ter uma quantidade de pacientes que apresentou taxa de cura, um outro número de pacientes que apresentou um evento adverso sério. E eu posso também ter a variável numérica, quando eu trabalho com valores não inteiros eu digo que essa variável é continua, então cada paciente vai apresentar um valor pra essa variável, como por exemplo, valor de pressão sistólica, Hemoglobina glicada, Glicemia de jejum... cada paciente vai ter o seu valor e depois eu vou sumarizar isso na forma de média. Medidas de efeito As medidas de efeito que vão sumarizar os resultados são diferentes para a variável dicotômica e a variável contínua As medidas de efeito quando eu trato de variáveis dicotômicas, podem ser o Odds Ratio (OR) que é traduzido como razão de chance, ou Risco Relativo (RR), ou diferença de risco (DR). O Odds Ratio e o Risco Relativo são medidas relativas de efeito, elas são melhores estatisticamente do que a Diferença de Risco que é um valor absoluto, mas nós podemos expressar o resultado da meta-análise, quando a gente tem variável dicotômica por qualquer uma dessas três medidas de efeito. E quando eu falo de variável contínua, eu posso expressar esses resultados ou pela Diferença Média (DM), por exemplo, vou ter média de hemoglobina glicada no início do tratamento e a média da hemoglobina glicada no final do tratamento e vou ter uma diferença entre esses valores que é a diferença média. Ou a Diferença Média Padronizada (DMP), utiliza-se Diferença Média Padronizada, quando eu mensuro a minha variável em escalas diferentes, por exemplo, quando eu estou avaliando dor, eu posso pegar estudos que utilizaram escalas de dor diferentes. Medidas de efeito dicotômicas A partir do Risco Relativo a gente pode derivar outras medidas de efeito: ● Número necessário para tratar (NNT)- representa o número de pacientes que se precisa tratar para se prevenir um evento indesejado (ex: morte, recaída) ↳Vemos em muitos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Brasil, quando a diretriz vai falar de eficácia de um determinado tratamento, eles utilizam esse valor o NNT. Quanto próximo de 1 melhor O NNT do tratamento A é igual a 2, ou seja, eu preciso tratar 2 pacientes com o tratamento A para evitar uma recaída. E o NNT do tratamento B é igual a 5, ou seja, eu preciso tratar 5 pacientes com o tratamento B para evitar uma recaída. O tratamento A é mais efetivo, porque eu preciso tratar menos pacientes para evitar o efeito indesejado. *O NNT também leva em consideração a frequência da ocorrência de determinado evento. Quando eu só trabalho com número relativo, como o RR por exemplo, eu posso chegar numa eficácia muito alta, mas quando eu vou ver a realidade do meu país eu vejo que