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Natalia Petry Química Medicinal Farmacêutica – Prova um Fármaco: Substância química ativa com finalidade medicamentosa utilizada para alívio, tratamento e diagnostico. · Fases de ação dos fármacos 1. Fase Farmacêutica Etapas de desintegração da forma farmacêutica e dissolução da substância. Essa fase esta intimamente relacionada às propriedades físico-químicas do fármaco, dependendo de sua forma de apresentação e via de administração. Propriedades que influenciam na fase farmacêutica: Hidrossolubilidade e grau de ionização do meio. 2. Fase Farmacocinética Relacionada à absorção (passagem através das membranas biológicas), distribuição, metabolismo e excreção dos fármacos. Quando o fármaco está ionizado o transporte ocorre de forma passiva – sem gasto de energia -, e quando o fármaco se encontra na forma não ionizada o transporte é ativo. A absorção de um fármaco lipossolúvel é favorecida, enquanto que, a eliminação de um fármaco mais hidrossolúvel é facilitada. Propriedades que influenciam na fase farmacocinética: Hidrossolubilidade e grau de ionização. 3. Fase Farmacodinâmica Relacionada com a interação de um fármaco com seu alvo biológico, ou seja, a complementariedade estereoeletrônica de sua estrutura molecular com o sítio de ligação. Esta interação resulta no efeito terapêutico ou adverso da substância administrada. Propriedades que influenciam na fase farmacodinâmica: tamanho, estereoquímica, presença de grupos funcionais (menos influenciada pelas propriedades físico-químicas do que propriedades estruturais). · Tipos de interações de fármacos · Ação direta sobre o receptor · Ação indireta sobre o efeito de um agonista endógeno · Ação através da inibição de transportadores · Ação através da inibição enzimática · Ação através da ação enzimática direta ou ativação enzimática · Propriedades físico-químicas e ação dos fármacos Tanto a fase farmacêutica quanto a fase farmacocinética estão intimamente relacionadas às propriedades físico-químicas (também chamadas de propriedades biofarmacêuticas). A absorção dos fármacos ocorre em sua maioria por transporte passivo na camada lipídica, na qual substâncias pequenas e lipossolúveis passam mais facilmente. Quando o fármaco possui propriedades físico-químicas inadequadas, eles podem ter sua atividade farmacológica diminuída ou anulada. Na fase farmacodinâmica essas propriedades podem facilitar ou dificultar a orientação da substância. Propriedades biofarmacêuticas: Solubilidade em água, lipofilia e grau de ionização. · Solubilidade em água Para serem absorvidos, os fármacos devem estar solúveis no meio. Formas farmacêuticas sólidas devem se desintegrar para ocorrer à dissolução. No trato gastrointestinal onde os fármacos serão solubilizados estão presentes água, íons, enzimas, bile, etc. Apesar de ser necessária a solubilidade no meio, um excesso desta hidrossolubilidade pode acarretar em uma dificuldade no processo de absorção. · Grau de ionização Fármacos ionizáveis (grupo ácido ou básico) podem ter dificuldades para transpor membranas. Um fármaco ácido em meio básico ioniza mais e vice-versa. Um fármaco com grupos básicos no estômago onde o pH é ácido será solubilizado mais facilmente, porém terá dificuldade para transpor as membranas, deste modo, não sendo muito absorvido. Este mesmo fármaco no intestino, onde o pH é básico, terá sua solubilidade diminuída, porém ocorrerá maior absorção. Muitos medicamentos são administrados na forma de sal para facilitar sua dissolução e absorção no organismo. Um dos métodos para verificar a hidrossolubilidade de um fármaco é contar seus grupos polares e a quantidade de carbono para o limite de solubilidade. Outros fatores influenciam na dissolução, como a velocidade de desintegração da forma farmacêutica, polimorfismo do fármaco e tamanho das partículas – partículas maiores como as de suspensões tendem a solubilizar mais devagar, possuindo uma curva cinética menos inclinada. · Lipossolubilidade A absorção depende da lipossolubilidade da forma farmacêutica, uma vez que esta propriedade permite que o fármaco passe pelas membranas, porém um fármaco muito lipofílico pode se acumular em tecidos, dificultando a dissolução e distribuição. Moléculas ácidas ou básicas quando não estão ionizadas são mais lipossolúveis, deste modo, garantindo sua absorção. · Coeficiente de partição óleo:água (P) Mede a lipofilia da molécula, parâmetro importante nos estudos de permeação e relação estrutura-atividade. Costuma ser expresso como Log P. Quantifica-se no equilíbrio a concentração na fase oleosa e aquosa e divide. Quanto maior o coeficiente de partição, maior será sua absorção e mais difícil sua excreção. P= Solubilidade óleo Solubilidade H2O · P entre 0 e 1: Substância mais solúvel na fase aquosa · P maior que 1: Substância mais solúvel na fase oleosa · P igual a 1: Solubilidade equivalente entre os sistemas · Atividade biológica Até certo ponto (Log P0 – máxima atividade biológica) o aumento do Log P é positivo, pois aumentará a absorção do fármaco no organismo, mas a partir de um ponto o aumento da lipofília poderá atrapalhar o encaixe ideal da substância no alvo biológico e causar acúmulo nos tecidos. Em estudos QSAR/ SAR (Relação estrutura atividade), o sistema preferencial para determinação do Log P é o 1-Octanol como fase orgânica, pois ele é o solvente que mais se parece com os fosfolipídios de membrana, também é utilizado um tampão fosfato com pH 7,4 na fase aquosa, e a determinação do Log P é determinada com os fármacos não ionizados. Quando o fármaco é capaz de se ionizar é necessário calcular o Log D, adicionando na equação o soluto na forma ionizada na água. · Constante de Hansch (π) Pode ser utilizado para calcular lipofilia da molécula. São utilizadas neste método as constantes hidrofóbicas do grupo funcional (π). · Grau de ionização Os fármacos em feral são ácidos ou bases fracas cujas formas ionizadas e neutras se mantem em equilíbrio na solução. A forma dissolvida e não ionizada é preferencialmente absorvida. · Fatores que influenciam no grau de ionização · pKa do fármaco (-log Ka) · pH dos compartimentos (Estômago 1 a 3,5/ Duodeno 5 a 7/ Jejuno íleo 7 a 8/ Fluídos circulantes 7,4) Quando 50% das moléculas do fármaco estiverem ionizadas e 50% neutras, o pKa é igual o pH do meio. Quando o pKa é 6 por exemplo, no pH 6 há uma molécula não ionizada para uma ionizada. À medida que os fármacos não ionizados atravessam as membranas biológicas, isto desloca o equilíbrio para o fármaco não ionizado facilitando a absorção no meio. A grande maioria dos fármacos é absorvida no intestino, mas ácidos fracos e substâncias neutras podem ser absorvidos no estômago. · Propriedades estruturais e ação dos fármacos A estrutura química deve ser complementar ao sitio de ligação biológico. As propriedades estruturais influenciam diretamente na interação entre o fármaco e receptor (Fase farmacodinâmica). · Classificação de acordo com o tipo de interação 1. Fármacos estruturalmente inespecíficos: Interação resultado das propriedades físicas químicas (Ex: Anestésico geral inalatório lipofilia garante a ação biológica). 2. Fármacos estruturalmente específicos: Efeito devido á interação especifica da micromolécula (fármaco) com determinada biomacromolécula (receptor). O tipo de ligação entre fármaco e receptor está diretamente relacionado á potencia do medicamento e depende dos tipos de ligação. No modelo chave fechadura as chaves são as micromoléculas (fármacos) e a fechadura é o sitio de ligação. Uma analogia neste modelo é: Chave original: Ligante endógeno Chave modificada: Fármacos Chave falsa: Antagonista – propriedade para se ligar sem produzir efeito. CI50: Concentração da substância para produzir interação com 50% dos receptores, quanto maior a afinidade dos fármacos menor é o CI50. · Requisitos para interação com sítio alvo Tamanho, estereoquimica, interações químicas adequadas. O grau de afinidade e o tempo de ligação dependem daforça das ligações químicas envolvidas. · Forças eletrostáticas No pH fisiológico os aminoácidos estão ionizados. · Íon-íon · Íon-dipolo · Dipolo-dipolo · Ligação de hidrogênio Heteroátomos eletronegativos (O,N) e átomos de hidrogênio. · Forças de Van der Waals Moléculas apolares apresentando dipolos induzidos (momentâneos). Ocorre entre C-H e C-C de cadeias apolares. · Interações hidrofóbicas Interações apolares entre cadeias promovendo a saída de água de solvatação entre estas. Ocorre um ganho entrópico levando a um sistema mais desorganizado. · Transferência de carga Dois anéis aromáticos, o com mais grupamentos doadores de elétrons influencia na densidade eletrônica do outro. · Ligação covalente Formação de ligações sigma entre o fármaco e o sitio de ligação. Este complexo é raramente desfeito levando a inibição enzimática irreversível ou á inativação do receptor. Ex: Antibióticos beta lactâmicos e inibição da COX (pseudo irreversível) · Fatores estereoquímicos envolvidos na interação com o receptor 1. Volume do ligante – Necessário um tamanho adequado para ocorrer a ligação do fármaco no biorreceptor. 2. Conformação – A conformação se refere ao arranjo espacial das moléculas que varia devido á rotação das ligações sigma. Confômeros é a representação dessas moléculas e se encontram em equilíbrio não podendo ser isoladas, sendo convertidas mediante a rotação das estruturas. Dependendo da conformação do fármaco ele pode ter melhor ou pior afinidade pelo receptor. 3. Configuração – Relativo a quiralidade das moléculas (Isomeria R,S), fármacos enantioméricos apresentam diferentes atividades biológicas. Enântiomeros possuem imagens especulares não sobreponível, desviando diferente a luz polarizada. O eutômero é o enântiomero terapeuticamente útil e o distomero é o com menor afinidade pelo alvo. Diastereoisômeros possui mais de um centro quiral. Além das propriedades farmacodinâmicas as propriedades farmacocinéticas também podem sofrer alteração entre enântiomeros, deixando a excreção ou absorção mais rápida entre um deles. Ainda, a quiralidade poderá influenciar na seletividade da membrana, metabolismo, etc. 4. Distâncias interatômicas – É necessária uma distância ideal para interagir com o receptor preferencialmente semelhante a do agonista endógeno. A conformação da molécula vai influenciar nas distâncias interatômicas. · Relação estrutura atividade REA – Estrutura x atividade farmacológica de uma série homóloga de compostos. · Grupo responsável pela atividade biológica: farmacóforo
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