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A U X Í L I O E S E G U R A N Ç A N A G I N Á S T I C A A RT Í S T I C A • Estudos comprovam os aspectos benéficos quanto ao desenvolvimento das atividades da GA. Logo, ela deve ser desenvolvida de forma apropriada e progressiva (NUNOMURA, 2005). • Após diversas pesquisas, Nunomura (2008) revela que o item segurança é o critério mais importante (98%) para um bom professor de ginástica. Sem o domínio e conhecimento sobre este tema, sua atuação seria limitada. Todo docente deve prever possíveis riscos de acidentes e estabelecer procedimentos para preveni-los. motivação para a prática; prática constante e ininterrupta da atividade ao longo de vários anos; local para a prática bem equipado, com condições de segurança e agradável para o convívio; professores preparados, motivados e com domínio das técnicas da modalidade. AS FORMAS DE AUXÍLIO NA GA Material: diversos materiais são utilizados para facilitar a aprendizagem dos movimentos, como as camas elásticas, colchões de queda e aparelhos de proporções menores. Podem proporcionar mais força, menos impacto, mais segurança etc. • Metodológico: refere-se à metodologia aplicada ao ensino da habilidade, por exemplo, as progressões pedagógicas. Os exercícios educativos devem ser bem escolhidos, de forma a promover um aprendizado partindo do mais simples em direção ao mais complexo. Outro fator que merece menção são as “dicas”, ou seja, o feedback, que deve ser constante ao longo das atividades. • Psicológico: tem por finalidade ofertar segurança e bem-estar para que o ginasta execute adequadamente os exercícios propostos. Sempre está associada aos demais tipos de auxílio apresentados (material, manual, metodológico). • Manual: é vital para o ensino das habilidades da ginástica artística. Trata-se do auxílio direto prestado ao executante por outra pessoa. Diferentemente de outras modalidades, a segurança no ensino de vários movimentos da ginástica artística depende desse auxílio. AUXÍLIO MANUAL E O BOM AJUDANTE O auxílio tem de ser preciso, nem mais nem menos; auxiliar bem é ajudar no lugar certo, no momento exato e na intensidade necessária. Muita ajuda faz com que o aluno não se esforce em executar um movimento sozinho, e a pouca ajuda pode ocasionar falhas de execução ou até provocar lesões. Características do bom ajudante: • domínio sobre os movimentos ensinados; • sabe se posicionar em relação ao aluno e ao aparelho; possui boa preparação física para ser rápido na reação e preciso na intervenção; • está sempre atento; • sabe antecipar-se a uma possível falha de execução, através do conhecimento das técnicas e das características pessoais do executante; • entende que a integridade física e psíquica do aluno se sobrepõe à preocupação com a precisão técnica; • protege a si mesmo, evitando sobrecargas que podem, ao longo do tempo, gerar lesões incapacitantes SEGUNDO ARAÚJO (2002) , PODEMOS DISTINGUIR CONCRETAMENTE APENAS TRÊS TIPOS DE AJUDA : A MANIPULAÇÃO, A IMPULSÃO E A PARADA • MANIPULAÇÃO: Trata-se de “pegar” no aluno e “fazer com ele” o movimento. • IMPULSÃO: Trata-se de impulsionar no momento fulcral do movimento. • PARADA: Trata-se de parar o aluno. Em geral, quando ensinamos habilidades mais complexas, iniciamos com a ajuda por manipulação, passando pela impulsão e finalizando com a parada. O bom treinador deve saber em qual momento passar de uma para outra, através da observação constante da qualidade da execução e segurança do aluno. Muitos dos acidentes ocorridos na ginástica artística têm relação com a troca precoce ou escolha inadequada do tipo de ajuda utilizado. ORIENTAÇÕES DE ENSINO DA GINÁSTICA Parcial ou analítica: consiste no ensino do exercício em partes até a realização integral do mesmo. As partes são trabalhadas separadamente, como elementos fundamentais, partindo das tarefas menos complexas para as mais complexas, até a realização de todo o exercício. Parte do ensino do particular para o todo. Esta escalada de ensino é chamada de Progressão Pedagógica e, a cada parte trabalhada, chamamos de Processo Pedagógico ou Processo de Ensino; • Global: consiste em analisar e executar o exercício completo, considerando a vivência do aluno, corrigindo as falhas de execução conforme elas vão surgindo. Ou seja, parte do ensino do todo para o particular; • Genética: concepção, segundo Leguet (1987), consiste no enriquecimento e aperfeiçoamento da motricidade geral do indivíduo, possibilitando-lhe interpretar e realizar uma variedade de tarefas, em diversas situações, de forma que lhe seja permitido transformá-las, chegando à realização de novas tarefas, fundamentado nas vivências anteriores. ACIDENTES NA GA FATORES INTRÍNSECOS • Fator psicológico (emoção; medo; falta ou excesso de confiança; dependência do professor); • Fator biológico (fadiga; perda da ação reflexa; preparação física e/ou aquecimento inadequados; recuperação insuficiente; presença de distúrbios fisiológicos); • Disciplina (falta de atenção e concentração; não obediência ao professor e às regras; utilização incorreta dos equipamentos). FATORES EXTRÍNSECOS • fator pedagógico (orientação inadequada no ensino das habilidades e na utilização dos equipamentos; ajuda inadequada); • Instalações (piso; iluminação; altura do teto; espaço entre os equipamentos); • Equipamentos (má conservação e/ou instalação). PARA A SEGURANÇA NA GINÁSTICA ARTÍSTICA, PODERÍAMOS CONSIDERAR OS SEGUINTES PASSOS: 1. Exame médico antes da participação, a cada 2 anos; 2. Condicionamento Físico: treinamento de força, potência, flexibilidade, resistência muscular e cardiovascular; 3. Vestimenta dos ginastas: roupas justas e com o mínimo de objetos (zíper, fivelas, botões, etc.), cabelos bem presos, sem relógios, correntes ou outros tipos de objetos que possam oferecer riscos, calçados adequados; 4. Inspeção regular dos equipamentos e instalações; 5. Orientação para os possíveis riscos; 6. Desenvolver habilidades apropriadas para o nível dos alunos; 7. Supervisão e Registro do plano de aulas e dos dados dos alunos; 8.Aquecimento e Relaxamento. O trabalho preventivo de força é um fator importante. Uma musculatura bem desenvolvida ajuda a absorver os impactos dos movimentos e protege as articulações; existe uma infinidade de exercícios que podem ser utilizados com regularidade e servem a esse propósito específico. Destacamos, ainda, os seguintes itens: • desenvolvimento da consciência corporal; • dieta adequada para manter os níveis de energia; • trabalho conjunto com médicos e fisioterapeutas. Segundo Nunomura (2002), as principais incidências de lesões na ginástica artística se relacionam aos seguintes itens: • parte anatômica envolvida; • equipamentos; • níveis de habilidade; • uso incorreto dos meios de proteção (aparelhos e ajuda manual); • ausência de aparelhos de proteção; • falta de concentração, resultante do trabalho exaustivo e repetitivo; • fragilidade do sistema musculoesquelético em crianças, gerando fraturas por estresse DEFININDO PRIORIDADES • Sempre devemos analisar alguns aspectos e o que realmente importa para ensinar de forma segura nossos alunos. • Então, irrompem as seguintes questões: O que fazer se queremos a todo custo ensinar uma habilidade e não dispomos dos materiais adequados? E se a série do campeonato exige a execução de determinada habilidade? Meu ginasta vai receber descontos pela falta desta habilidade? Vamos perder pontos preciosos? Deseja-se garantir a integridade de seus ginastas? Tudo precisa ser muito bem avaliado, sem dúvida são questões que devem pautar o nosso trabalho, para podermos definir, afinal, o que é mais importante.
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