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livro Representação descritiva I - Catalogação

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Indaial – 2019
Prof.a Juliana Frainer
1a Edição
RepResentação DescRitiva i 
– catalogação
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Juliana Frainer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F812r
Frainer, Juliana
Representação descritiva I – catalogação. / Juliana Frainer. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2019.
209 p.; il.
ISBN 978-85-515-0373-7
1. Biblioteconomia. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 025.3
III
apResentação
A Biblioteconomia é uma área abrangente e em contínua 
transformação, e, por este motivo, é indispensável ao futuro profissional da 
área da informação, debruçar-se nos estudos das diversificadas formas de 
atuação e constante desenvolvimento teórico e técnico da biblioteconomia, 
consoantes as evoluções tecnológicas. E dentre os várias funções, atividades 
e contextos de atuação, a Representação Descritiva – Catalogação tem sido 
um dos procedimentos em constante desenvolvimento, aliado a estudos 
abrangentes e especializados, tanto teóricos, quanto técnicos e práticos, visto 
que é considerado na área, como um dos processos mais importantes quando 
as temáticas são dedicadas à organização e disseminação da informação. 
A Representação Descritiva – Catalogação, possui, inerente ao seu 
desenvolvimento e transformações contínuas, influências sociais com maior 
impacto advindo do advento das Tecnologias da Informação e Comunicação 
– TICs. Neste contexto, a formação do bibliotecário deve estar alicerçada 
no desenvolvimento de habilidades e competências que os tornem capazes 
de mediar e organizar a informação para que o seu acesso seja efetivo, bem 
como, para garantir que as necessidades de seus usuários sejam atendidas 
de maneira qualificada. Isto inclui, ainda, a ampliação das formas de atuação 
teóricas e práticas para além de espaços, fontes e suportes de disseminação de 
informação convencionais, atuando em paralelo com a realidade tecnológica, 
ou seja, virtual/digital.
E é nesta conjuntura que as Unidades desta Disciplina estão 
alicerçadas em descrever os principais aspectos teóricos e técnicos inerentes 
a Representação Descritiva – Catalogação. Em um primeiro momento, tem-se 
como objetivos: descrever as principais características do desenvolvimento e 
da evolução histórica dos catálogos e da catalogação no Brasil e no mundo; 
desmistificar os principais conceitos, objetivos e funções da Representação 
Descritiva – Catalogação e estabelecer relações importantes entre a função do 
Bibliotecário e a influência que a sociedade da informação e do conhecimento 
exerce na Catalogação, em especial, quando do advento das Tecnologias da 
Informação e da Comunicação com o surgimento das Bibliotecas virtuais/
digitais e Repositórios Institucionais. 
Em um segundo momento, buscou-se ampliar as discussões relativas 
aos catálogos e códigos desmistificando os seus principais conceitos; bem 
como, objetivou-se identificar as principais Instituições e as principais 
personalidades que nortearam e ainda impactam no desenvolvimento da 
Representação Descritiva – Catalogação em âmbito nacional e internacional; 
e apresentar os principais códigos e catálogos elaborados em âmbito 
internacional, e utilizados por grande parte dos países, inclusive o Brasil, 
para a prática da Representação Descritiva – Catalogação. 
IV
Em um terceiro momento, objetivou-se desmistificar as principais 
implicações das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Representa 
ção Descritiva – Catalogação; apresentar aspectos importantes relativos 
à Catalogação Cooperativa e como esta implicou no desenvolvimento 
da Representação Descritiva – Catalogação, em especial, em como foram 
direcionados o desenvolvimento dos códigos e regras utilizados no processo 
de catalogação; desmistificar alguns dos principais conceitos de temas 
relevantes a área, tais quais: a Web Semântica, Metadados, Padrão de 
Metadados, Interoperabilidade, e os padrões de metadados como o Dublin 
Core e o MARC21; e, por fim, apresentar as primeiras notícias relativas 
aos caminhos e tendências da Representação Descritiva – Catalogação, 
em especial com o advento do modelo conceitual denominado Requisito 
Funcional para Registro Bibliográfico – FRBR.
Estes objetivos foram estabelecidos para que, ao se ter a oportunidade 
de apreender os principais aspectos teóricos e técnicos da Representação 
Descritiva – Catalogação, o aluno se sinta instigado e seja capaz de estabelecer 
relações críticas relativas ao desenvolvimento das temáticas inerentes à 
Disciplina. E, em um segundo momento, para que o aluno seja capaz de 
identificar e compreender o porquê as normas, as regras e as práticas da 
Catalogação se estabelecem e se apresentam como as que se estão em voga e 
as constantes discussões e evoluções atualmente. 
Prof.ª Juliana Frainer
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES .................1
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO 
E NO BRASIL ..................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: 
O SURGIMENTO DOS CATÁLOGOS E DOS PROCESSOS DE CATALOGAÇÃO 
NO MUNDO ........................................................................................................................................4
2.1 A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO NO MUNDO ..............................6
2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO BRASIL ..............................................11
3 ALGUMAS OUTRAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS ........................................................13
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................17
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................18
TÓPICO 2 – REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: ASPECTOS 
INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS ......................................................................19
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................192 PRINCIPAIS CONCEITOS, FUNÇÕES E OBJETIVOS DA REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA - CATALOGAÇÃO ...................................................................................................21
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................31
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................32
TÓPICO 3 – O BIBLIOTECÁRIO, A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO 
CONHECIMENTO, AS TECNOLOGIAS E A REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ..............................................................................33
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................33
2 AS BIBLIOTECAS VIRTUAIS E OS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO IMPACTO DA TECNOLOGIA NA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO..............................................................41
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................55
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................62
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................63
UNIDADE 2 – PRINCIPAIS NORTEADORES DA REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ..........................................................................65
TÓPICO 1 – PRODUTOS DA REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS ...............................................67
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................67
2 CATÁLOGOS E CÓDIGOS: ALGUNS CONCEITOS ................................................................68
3 A PADRONIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................76
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................81
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................82
sumáRio
VIII
TÓPICO 2 – PERSONALIDADES, INSTITUIÇÕES E O DESENVOLVIMENTO DA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO .........................................83
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 PERSONALIDADES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO NO MUNDO ...................................84
2.1 ANTONIO GENESIO MARIA PANIZZI ...................................................................................84
2.2 CHARLES COFFIN JEWETT .......................................................................................................89
2.3 CHARLES AMMI CUTTER ..........................................................................................................91
3 PERSONALIDADES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO NO BRASIL .....................................97
3.1 MARIA LUIZA MONTEIRO DA CUNHA ..............................................................................97
3.2 LYDIA DE QUEIROZ SAMBAQUY ............................................................................................99
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................101
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................102
TÓPICO 3 – PRINCIPAIS CÓDIGOS E CATÁLOGOS INTERNACIONAIS E NACIONAIS 
UTILIZADOS PARA A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA - CATALOGAÇÃO .103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 BIBLIOTECA DO CONGRESSO ....................................................................................................104
3 AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION (ALA) ............................................................................109
3.1 CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO: ALGUMAS 
CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS ....................................................................................112
4 OS CATÁLOGOS EM CONTEXTO BRASILEIRO E A BIBLIOTECA NACIONAL ............113
4.1 FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL ..................................................................................114
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................124
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125
UNIDADE 3 – CAMINHOS E TENDÊNCIAS E DA REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ..........................................................................127
TÓPICO 1 – AS IMPLICAÇÕES DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA 
COMUNICAÇÃO PARA A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – 
CATALOGAÇÃO: ALGUNS ASPECTOS DA CATALOGAÇÃO 
COOPERATIVA E O ADVENTO DA WEB SEMÂNTICA ....................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 CATALOGAÇÃO COOPERATIVA .................................................................................................132
2.1 ONLINE COMPUTER LIBRARY CENTER – OCLC ................................................................137
3 WEB SEMÂNTICA E A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ................138
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................143
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144
TÓPICO 2 – OS METADADOS E OS PADRÕES DE METADADOS PARA O 
DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ..............................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 PADRÕES DE METADADOS E A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ...150
2.1 INTEROPERABILIDADE .............................................................................................................152
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
IX
TÓPICO 3 – DUBLIN CORE, MARC 21 E AS TENDÊNCIAS E CAMINHOS DA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: OS REQUISITOS 
FUNCIONAIS PARA REGISTRO BIBLIOGRÁFICOS – FRBR ...........................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 DUBLIN CORE ....................................................................................................................................164
3 FORMATO MARC E O MARC 21 ...................................................................................................172
4 REQUISITOS FUNCIONAIS PARA REGISTRO BIBLIOGRÁFICOS – FRBR: 
OS NOVOS CAMINHOS PARA AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ....................................176LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................187
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................188
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................189
X
1
UNIDADE 1
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: 
ASPECTOS NORTEADORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar o desenvolvimento e a evolução dos catálogos e da catalogação 
no Brasil e no mundo;
• desmistificar os principais conceitos, objetivos e funções da representação 
descritiva – catalogação;
• inter-relacionar a função do Bibliotecário e a influência da sociedade da 
informação e do conhecimento com a representação descritiva – catalogação;
• desmistificar as temáticas relativas as novas tecnologias e a representação 
descritiva – catalogação: em especial a implementação das Bibliotecas 
Virtuais e dos Repositórios Institucionais.
Esta Unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO 
MUNDO E NO BRASIL
TÓPICO 2 – REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
TÓPICO 3 – O BIBLIOTECÁRIO, A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO 
CONHECIMENTO, A TECNOLOGIA E A REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO 
MUNDO E NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
A considerar a diversidade das áreas de atuação inerentes ao escopo de um 
bibliotecário ou um gestor da informação, tem-se como uma das atividades mais 
importantes a de catalogar ou representar descritivamente toda a informação que, 
no contexto em que atua, é reconhecida como essencial. De maneira mais genérica, 
a representação descritiva – catalogação se refere aos procedimentos que implicam 
na descrição física e ou de conteúdo das informações contidas nos recursos e meios 
informacionais, tais quais como: livros, multimeios, mapas, revistas etc. Tem como 
um dos principais objetivos o de identificar e, de certa forma, diferenciar os itens 
informacionais entre si, quando pertencentes a um mesmo acervo, para então torná-
los acessíveis e disponíveis às necessidades do usuário. 
Em meados do século XIX aprender a catalogar um item informacional 
passou a ser uma realidade presente em diversas partes do mundo. No Brasil, os 
currículos dos cursos de Biblioteconomia passaram a apresentar a catalogação 
como uma disciplina indispensável apenas por volta do século XX. Desde 
então, as transformações sociais, em grande medida direcionadas pelos avanços 
tecnológicos e de comunicação, impactaram, e ainda o fazem, nos procedimentos 
e processos de catalogação, e de igual forma, na maneira de como esta é ensinada, 
apreendida e praticada pelos estudantes e profissionais da área da Biblioteconomia. 
Atualmente, os procedimentos de representação descritiva – catalogação 
são munidos de regras e normas reconhecidas internacionalmente e utilizadas 
para permitir a organização, disseminação, busca e recuperação da informação 
de maneira mais eficiente e qualificada, bem como, permitem tornar efetiva a 
cooperação e a universalização das informações entre as diversas bibliotecas do 
mundo. Mas, isto nem sempre foi desta forma. Ao mesmo passo que a sociedade 
evoluiu na forma de se comunicar, de produzir, e consumir a informação, a gestão 
de toda essa informação também precisou evoluir. Dos pergaminhos impressos, da 
utilização do papel como sendo o único suporte e fonte de informação até se chegar 
a esta explosão de fontes, sistemas e formas diversificadas de produção e consumo 
de informação, a catalogação tem se desenvolvido continuamente e se estabelecendo 
como sendo um dos procedimentos mais importantes para organização e posterior 
disseminação da informação em seus diversos meios de produção. 
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
4
Diante disso, para entender quais foram as principais transformações 
inerentes à representação descritiva – catalogação e como estas, por sua vez, 
ainda influenciam os caminhos que a representação descritiva – catalogação está 
trilhando, o objetivo desta primeira unidade é desmistificar algumas das principais 
temáticas relativas à representação descritiva – catalogação, em especial, os 
aspectos históricos e conceituais, a considerar o início de seu desenvolvimento, até 
a seu atual estatuto, com o advento da tecnologia da informação e comunicação.
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – 
CATALOGAÇÃO: O SURGIMENTO DOS CATÁLOGOS E DOS 
PROCESSOS DE CATALOGAÇÃO NO MUNDO
Por muitos anos representar uma informação tem sido um trabalho 
minucioso e que, por isso, evolui a cada década. A informação, desde então, é 
registrada em diversos suportes e de diversas maneiras. Os seres humanos 
registraram desenhos e formas de representação alfanumérico e demais símbolos 
em argila, nas pedras de cavernas, papiros, papéis e criaram diversificadas fontes 
de informações em diferentes épocas, conforme foi se registrando no decorrer 
da história da civilização. Essa atividade, que mudou a forma de vida dos seres 
humanos e a maneira como a sociedade tomou forma, continua até os dias atuais.
Assim, tem-se, apesar das possíveis contraversões, o registro da existência 
da primeira coleção de organizações de documentos, por exemplo, no terceiro 
milênio a.C. “trata-se da Biblioteca de Ebla, na Síria, cuja coleção era composta 
de textos administrativos, literários e científicos, registrados em 15 mil tábuas de 
argila” (ORTEGA, 2004, p. 1). 
A incumbência de registrar, preservar, salvaguardar e disseminar as 
informações que estavam sendo produzidas, desde muitos anos atrás, foi 
designada ao bibliotecário. Cabe, desde então, a este profissional o dever de 
manter vivo o conhecimento que cada informação pode proporcionar.
No que se tem registro em contexto histórico, o Bibliotecário não só tinha a 
responsabilidade de organização das obras, mas, como a exemplo o bibliotecário de 
Alexandria, esse profissional também era um agente indispensável na disseminação 
da informação para com os príncipes reais, dando-os a orientação das leituras que 
lhes eram dever. “Devido a esse papel de destaque, o bibliotecário-chefe deveria 
possuir uma cultura humanista e ser um filólogo” (ORTEGA, 2004, p. 1).
Ainda, como exemplo do que foi a Biblioteca de Alexandria, 
importantíssimo centro de informação para o desenvolvimento embrionário do 
que se estuda até hoje sobre a área da biblioteconomia, foi nesta Biblioteca que se 
tem o registro da elaboração do primeiro catálogo, onde se criou um registro com 
todos os autores que haviam na Biblioteca utilizando como critério de organização 
uma listagem por ordem alfabética. Esse catálogo, sem dúvida, é considerado 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
5
um dos marcos históricos mais expressivos para o início do registro e controle 
de procedimentos com o extremo objetivo de organização e armazenamento de 
dados (AGANETTE; TEIXEIRA; AGANETTE, 2017).
A Biblioteca de Alexandria tinha como função abrigar a maior parte do 
conhecimento humano da história. O que não se sabe é se a biblioteca era aberta para 
atendimento ao público ou restrita somente para os membros dos povos eruditos. 
Como já dito, a Biblioteca era a possuidora do primeiro registro histórico de uma 
catalogação “A Biblioteca de Alexandria englobava procedimentos necessários e 
disponíveis à época de sua existência, para organização e recuperação de seu 
acervo. Alguns procedimentos são utilizados atéos dias de hoje, tais como 
classificação e catalogação” (CORRÊA, 2008, p. 9).
Com o contexto histórico até aqui descrito, pode-se constatar que os catálogos 
existem desde muito tempo na era da idade antiga, nessa época a importância de 
‘salvaguardar’ a história era tão significativa quanto na sociedade atual. Também 
na antiguidade era de suma importância a preservação da história cultural de cada 
região, das pessoas e das formas como as relações eram estabelecidas e como as 
sociedades eram formadas. Toda essa informação histórica era também registrada 
em documentos nos seus diversos suportes e precisava ser preservada e protegida. 
Para tal, eram então elaborados os acervos em que, por meio dos catálogos, 
registrava-se, guardava e elaborava a sua catalogação para preservação. 
A ideia de livro tombo começou nessa época em que o principal material 
de catálogo era o códice, um livro tombo, onde se registrava todo acontecimento 
e documentos importantes. “As expressões Tombamento e Livro de Tombo, 
provém do Direito Português, onde a palavra tombar tem o sentido de registrar, 
inventariar e inscrever bens nos arquivos do Reino” (PARANÁ, 20--, p. 1). O códice 
surgiu depois dos pergaminhos e antecede o que hoje são os livros. Instituições 
religiosas, por exemplo, utilizavam e ainda utilizam muito o livro tombo, para 
guardar registros de casamentos, batizados e outros variados eventos marcantes.
No Livro de Tombo serão registradas, cronologicamente, os fatos 
relevantes ocorridos na paróquia. A descrição fiel do ocorrido deve ser 
clara, objetiva e, sem prejuízo do essencial, suscinta.
O Livro de Tombos, além de servir como documento histórico, será 
peça importante na elaboração do relatório de atividades anuais para 
efeitos de prestação de contas que o pároco, por dever de ofício, terá 
de fazer anualmente (RAMOS, 2012, p. 1).
Outro marco histórico importante que se tem de livro tombo vem de 
Portugal, especificamente de Lisboa. Foi no Castelo São Jorge, monumento 
atualmente muito visitado no país, que o Arquivo Real foi instalado, num local 
que, a partir do reinado de D. João I, designou-se como Torre do Tombo. O 
Arquivo Real conservava, por meio de livros tombo as informações relativas aos 
bens culturais, documentos de fazendas, testamentos, tratados internacionais entre 
outros documentos que tratavam da história do país e, inclusive, da história do 
Brasil. “Nesta época, as atribuições do guarda-mor da Torre do Tombo eram as 
seguintes: velar pela segurança da documentação nela depositada e providenciar 
a sua organização, de forma a possibilitar a sua recuperação” (DGLAB, 2011, p. 1). 
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
6
Como se acompanha nos dados históricos, desde seu início na idade média, 
a biblioteca vem evoluindo e, com essa evolução, surgiram também os catálogos, 
mas, apesar da existência destes, não é possível afirmar que, na mesma época de 
seu surgimento, já havia um processo de catalogação. Os catálogos elaborados 
durante a idade média estavam mais para uma espécie de inventários e listas, 
mas, foi a partir disto que a catalogação evoluiu e se aperfeiçoou (SILVA; SILVA, 
2015). Por volta do século XVI é que se tem registro dos primeiros movimentos 
para a elaboração de uma norma na descrição bibliográfica.
No entanto, a Biblioteconomia não reconhece os catálogos dessa 
datada histórica como catálogos propriamente ditos, tais quais são conhecidos 
atualmente. Isto porque, a forma em que eram elaborados os catálogos, bem 
como a sua organização, nesse período, não possibilitavam aos usuários o acesso 
aos documentos, condição esta primordial da catalogação na sociedade atual. 
Outro aspecto importante da relação catálogo e usuário, para além da 
descrição física da obra, é a possibilidade de identificar a sua localização. Desta 
forma, vale destacar que o livro tombo ou inventário foi o precursor do catálogo 
contemporâneo. “Strout considera que todas as listas de livros do período eram, 
na verdade, inventários” (MEY, 1995, p. 14).
Ademais, ainda ao considerar os contributos históricos da catalogação, 
um estudo aprofundado elaborado pela autora Eliane Serrão Alves Mey 
(1995), elenca em uma ordem cronológica o início da produção dos catálogos e, 
consequentemente, das primeiras diretrizes da catalogação, desde meados do 
século VI até meados do século XX. Este estudo foi utilizado como base teórica 
para traçar uma linha temporal da história dos catálogos e da catalogação, 
conforme é apresentado a seguir.
2.1 A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO 
NO MUNDO
Com base no estudo realizado por Mey (1995) são descritos a seguir os 
principais marcos históricos ao longo dos séculos, de como foi a evolução dos 
catálogos e consequentemente da catalogação em alguns países do mundo entre 
os séculos VI a XX.
No século VI há indícios de que os monges, instigados por São Bento, 
em seu mosteiro no Monte Cassino, transcreviam os manuscritos, essa prática 
foi unicamente realizada pelos monges e por muitos anos eles foram os únicos 
precursores da preservação e da disseminação do conhecimento (MEY, 1995).
Do século VIII se tem registro da elaboração de uma listagem de obras em 
uma biblioteca medieval, “contendo apenas título e, por vezes, nome do autor, mas 
sem ordem visível (talvez ordem das obras nas estantes)” (MEY; SILVEIRA, 2009, p. 1).
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
7
Catálogos com uma quantidade maior de informações começaram a 
aparecer no século IX. Uma biblioteca na Alemanha chamada Reichenau reuniu 
muitos catálogos e neles eram transcritos os registros das obras com a descrição 
de seus volumes e números. Outro registro histórico referente aos catálogos 
nesse século foi o catálogo “do mosteiro beneditino de Saint Requier, na França, 
compilado em 831” (MEY, 1995, p. 14). Sua organização foi elaborada por uma 
listagem dos nomes de autores, contudo, sem obedecer a uma ordem alfabética, 
apresentava as informações de volumes e números das obras. 
No século X cresce o número de obras e, consequentemente aumenta 
também o número de catálogos. Mey (1995) indica em seu estudo que na Itália 
foram registrados cerca de 700 volumes. Já na Alemanha se registraram quase 
600 volumes, mas sem nenhuma evolução no que se refere a organização destes 
catálogos ou formas de catalogar as informações.
Nos séculos XI, XII e XIII não ocorreram ainda muitas mudanças nos 
catálogos, há registro apenas “[...] dos livros na lista da biblioteca de Glastonbury, 
na Inglaterra, em 1247: ‘inúteis’, ‘legíveis’, ‘velhos’ e ‘bons’, provavelmente se 
reportando às condições do livro” (MEY, 1995, p. 14). Apenas no final do século 
XIII, nas bibliotecas religiosas inglesas, iniciou-se o registro de um catálogo com a 
identificação dos livros organizada por números, mas sem conclusão de registro.
Foi no século XIV que as mudanças e avanços na catalogação e 
consequentemente nos catálogos, começaram a aparecer. A organização das obras 
considerava o critério “pertencer à mesma autoria”, porém, ainda não considerava 
a organização por assuntos. Essa forma de catalogar os livros teve início na 
Inglaterra, efetivada pelos frades agostinianos de York, de 1372. Eles usavam 
a folha de rosto como registro de informações mais precisas. Provavelmente, 
conforme aponta Mey (1995), o primeiro catálogo que pode ser considerado como 
propriamente um catálogo foi o do convento Saint Martin, localizado em Dover, 
na Inglaterra, datado de 1389:
Dividia-se em três seções. A primeira, organizada pelo número de 
localização do volume na estante, incluía um título breve, o número 
da página do livro em que o número de localização foi registrado, as 
primeiras palavras do texto nesta página, o número de páginas do livro e 
o número de obras contidas no volume. A segunda, também organizada 
pelo número de localização, registrava o conteúdo de cada volume, com 
a paginação e as palavras iniciais de cada obra. A terceira é um marcona 
catalogação: incluía análise das partes (entradas analíticas) e uma lista 
alfabética, às vezes de autor, outras de título e autor e outras, ainda, de 
palavras genéricas, como ‘livro’, ‘parte’ ou ‘códice’ (MEY, 1995, p. 15).
Nesse século as bibliotecas também começaram a se estabelecer como 
espaços de uso nas Universidades, mas ainda não se evidencia grandes alterações 
para a importância dada ao registro e aos catálogos, evidencia-se ainda pouco 
envolvimento e atenção para essa prática (MEY, 1995).
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
8
O século XV, ainda sem grandes avanços nos catálogos e na catalogação, 
trouxe consigo um passo importante para o início do registro por meio do uso 
de remissivas ainda que de forma obsoleta. Foi nesse século que se teve início 
o registro de informações que remetiam a outras obras. “No final do século, 
há um avanço importante, graças à bibliografia. Johann Tritheim, bibliógrafo 
e bibliotecário alemão, compilou uma bibliografia, apresentando-a em ordem 
incluindo cronológica e em apêndice um índice alfabético de autor, pela primeira 
vez” (MEY, 1995, p. 15-16).
No século XVI os índices organizados por ordem alfabética começaram 
a aparecer em um mosteiro na Inglaterra. Ainda na Inglaterra, no convento de 
Bretton, Yorkshire, em 1558, registram-se também os nomes dos editores das 
obras e o nome dos tradutores quando a obra era traduzida. Em 1560, o monge 
Florian Trefler, começou a construir um tratado sobre a manutenção de uma 
biblioteca. Nele, o monge elaborou uma forma de organização por números para 
localização e essa forma de catálogo tinha “[...] cinco partes: catálogo alfabético 
de autores, lista das estantes, índice classificado para os registros das partes 
(entradas analíticas), índice alfabético para o índice classificado e lista dos livros 
não integrados ao acervo geral” (MEY, 1995, p. 16).
Outro movimento que marcou a evolução da catalogação, em 1595:
[...] o livreiro inglês Andrew Maunsell compilou um catálogo dos livros 
ingleses impressos e, no prefácio, determinou regras para o registro das 
obras. Preconizou a entrada dos nomes pessoais pelo sobrenome, para 
as obras anônimas, usou tanto o título como o assunto e às vezes ambos; 
estabeleceu o princípio de entrada uniforme para a Bíblia; defendeu a 
ideia de que um livro deva ser encontrado tanto pelo sobrenome do 
autor como pelo assunto e pelo tradutor; incluiu em seus registros: 
tradutor, impressor ou a pessoa para quem foi impresso, data e número 
do volume. As obras de Trefler e Maunsell podem ser consideradas 
como os primeiros códigos de catalogação (MEY, 1995, p. 16-17).
O século XVII trouxe consigo um dos principais marcos de evolução dos 
catálogos e da catalogação, especificamente pelo movimento feito na Biblioteca 
da Universidade de Oxford na Inglaterra. A Biblioteca havia incendiado e 
após o evento, Sir. Thomas Bodley, já aposentado no início do século, deixou 
sua marca registrada trazendo importantes avanços para a catalogação. Dentre 
muitas mudanças na forma de registro, ele mapeou e organizou a forma que os 
sobrenomes dos autores deveriam aparecer: primeiro seguindo a ordem alfabética 
e incluindo também as entradas analíticas (MEY, 1995). O famoso escritor político 
e bibliotecário, Gabriel Naudé, na França, escreveu sobre a catalogação e catálogos 
mencionando a importância de Sir. Thomas no dever de identificação e busca 
mais apurada das obras. 
Em 1697, também se iniciaram especulações e a discussão entre os 
próprios funcionários da Biblioteca Universitária de Oxford sobre possíveis 
melhorias que poderiam ser assumidas para a referida Biblioteca. Surgiram então 
questionamentos:
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
9
Humphrey Wanley, incluiu entre suas sugestões inúmeros 
questionamentos sobre problemas de catalogação, dentre os quais: se 
o catálogo deveria ser alfabético ou classificado, se os títulos e os dados 
do livro deveriam ser registrados na língua do livro; se o tamanho 
do livro deveria ser registrado; se deveriam incluir-se autor e título 
das entradas analíticas; se o nome do editor deveria ser registrado nos 
dados de publicação; se deveria ser mencionado o fato de um livro não 
trazer local e data de publicação; se a primeira ou a melhor edição de 
um livro deveria ser indicada; e, finalmente, se a raridade ou alto custo 
de um livro deveriam ser anotados (MEY, 1995, p. 17).
No século XVIII alguns formatos de catálogos começaram a se organizar: 
respeita-se a ordem alfabética, nome dos autores com entrada pelo sobrenome; a 
página de rosto continua a ter mais visibilidade e apresenta o título da obra com 
a fonte principal; consideram-se os dados de publicação e algumas outras notas 
também tiveram seu registro. 
O código francês determinava que se transcrevesse a página de 
rosto, sublinhando o sobrenome do autor para alfabetação. Quando 
não houvesse autor, seria sublinhada a palavra mais significativa 
do título. Incluíam-se dados físicos: número de volumes, tamanho, 
ilustrações, material de que o livro era feito, encadernação e indicação 
de falta de páginas. Muitas dessas informações são registradas até 
hoje (MEY, 1995, p. 19).
No século XIX a catalogação sofre um processo de padronização mais 
minucioso, surgem, também muito impactado pela globalização, diversos 
estudos e pesquisas sobre a temática abrangendo a catalogação e, grande parte 
dos aspectos práticos que se conhece e se utiliza atualmente iniciaram com maior 
representatividade nesse século. Charles Ammi Cutter, por exemplo, nesse 
período, criou um código de classificação, “Embora existam outros nomes e 
outros códigos no século XIX — época de proliferação de códigos de catalogação, 
Cutter marca este período” (MEY, 1995, p. 22).
O trabalho de Cutter não apenas contribuiu para o início da prática da 
catalogação moderna ao lado dos estudos de Panizzi e Jewett, como 
também inseriu questões do tratamento temático da informação a 
partir da catalogação de assunto, dando origem a novas concepções 
de como tratar a informação visando seu fluxo continuo na sociedade 
(MARTINHO, GUEDES, 2009, p. 1).
Ainda, foi no final desse século que “Paul Otlet e Henri La Fontaine fundam 
o Institut International de Bibliographie (IIB), atual Federação Internacional de 
Informação e Documentação (FID) e dão início ao levantamento e registro de todas 
as publicações editadas em todo o mundo” (MEY, 1995, p. 22). Nesse período, após 
a utilização da Classificação Decimal de Dewey (estruturada por Melvil Dewey e 
estruturada em 1873) criou-se a “Classificação Decimal Universal, embasada em 
Dewey, porém mais especializada, visualizando-a como um meio de intercâmbio 
de informações bibliográficas, acima das barreiras linguísticas” (MEY, 1995, p. 22).
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
10
No século XX diversos países como Alemanha, Áustria, Bélgica, países 
escandinavos, Espanha, França, Holanda, Itália, Suíça e Vaticano já possuíam códigos 
de catalogação próprios. Contudo, um movimento iniciado dos Estados Unidos pela 
Library of Congress (LC) impactou de maneira expressiva a perspectiva da catalogação 
e sua consequente padronização na grande parte das bibliotecas no mundo: 
Ao invés de cada biblioteca fazer a própria catalogação de seus livros, a 
LC passou a vender suas fichas impressas, às quais bastava que fossem 
acrescentados cabeçalhos, também por ela indicados. Isso resultou 
em substância padronização, não porque todos concordassem (ou 
concordem) com a catalogação elaborada pela LC, mas porque as fichas 
vendidas, e, portanto, utilizadas pelas bibliotecas, eram rigorosamente 
idênticas (MEY, 1995, p. 22).
Esse movimento da LC implicou na elaboração simultânea de outros 
catálogos em outros países, a saber: 
• A American Library Association (ALA), além de instaurar uma comissão para 
estudar as regras que a LC adotou para a elaboração de suas fichas, em 1908, 
publicou a primeiraedição de seu código com base nas regras de Panizzi, 
Cutter, Jewett e da própria LC denominando-o Cataloging rules - author and title 
entries com a tradução livre: Regras de catalogação - entradas de autores e títulos. 
Esse catálogo teve grande aceitação nos centros de informação e bibliotecas dos 
Estados Unidos (MEY, 1995).
• Na Alemanha, no mesmo período, publicou-se um manual designado como 
as Instruções Prussianas, e, já em sua segunda edição, em contrapartida com 
o Catálogo elaborado pela ALA, este consegue ampla aceitação nos países 
pertencentes a Europa (MEY, 1995).
• Em 1920, na biblioteca Apostólica Vaticana, um grupo de bibliotecários 
liderados pelo norueguês com formação americana, John Asteisson, elaboraram, 
com base no código da ALA, o Código da Vaticana denominado Norme per il 
catalogo degli stampati com tradução livre Normas para o catálogo de impressos. 
Esse catálogo trouxe forte influência na biblioteconomia brasileira, como se 
verá a seguir (MEY, 1995).
Já em 1961, ocorreu um dos eventos mais importantes direcionados a 
normalização Internacional, a Conferência Internacional sobre Princípios de 
Catalogação, conhecida também como a Conferência de Paris que aprovou a 
“A Declaração de Princípios” ou “Princípios de Paris”, justamente com objetivo 
de propor uma normalização internacional na Catalogação (MACHADO, 2003, 
MEY, 1995).
Outro marco histórico importante foi a criação de um programa 
denominado Controle Bibliográfico Universal, em 1970, idealizado pela Federação 
Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) e pela UNESCO, 
esta última com a preocupação com a educação e disponibilização da informação e 
conhecimento num contexto pós-Segunda Guerra Mundial. O referido Programa 
assume como norma básica para a descrição bibliográfica a International Standard 
Bibliographic Description – ISBD –, desenvolvida em 1969 por Michael Gorman 
com vias a padronizar as informações contidas na descrição bibliográfica. 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
11
Ainda em 1967 é publicada primeira edição da edição das Anglo-American 
Calaloging Rules (AACR) e uma segunda edição do AACR conhecida com AACR2 
foi publicada em 1978. “Este código, dado contemplar não só os aspetos da 
descrição bibliográfica (zonas ISBD), mas também a determinação dos pontos de 
acesso, foi largamente adotado como código de catalogação em muitos países do 
mundo” (MARCOS, 2014, p. 7). Assim, os padrões o AACR2 e o formato MARC 
- Machine Readable Cataloging (criado na década de 1960) têm sido amplamente 
utilizados atualmente, pois são compatíveis com sistemas internacionais de 
intercâmbio de registros bibliográficos, o que se espera desde o surgimento do 
Programa de Controle Bibliográfico Universal.
2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO 
BRASIL
Ainda com base no estudo de Mey (1987a; 1995), importante e renomada 
estudiosa dos aspectos históricos e conceitos relativos a catalogação, evidencia-
se que a classe bibliotecária, no Brasil, desde o início da elaboração de códigos 
padronizados de catalogação em países da Europa e Estados Unidos, até os dias 
atuais, não criou um código de catalogação próprio. As tentativas, até então sem 
desfecho ou adesão ampla dos profissionais em contexto brasileiro, implicaram 
em estudos mais concentrados na organização de normas de cabeçalhos de 
entrada de nomes pessoais, especificamente de autores brasileiros e portugueses, 
bem como de nomes das entidades coletivas brasileiras.
Entre 1934 e 1963 evidenciou-se uma grande produção de estudos 
e pesquisas com o objetivo de desenvolver métodos, regras e padrões para 
elaboração de um código de catalogação para países com língua oficial portuguesa, 
a exemplo de Portugal e do Brasil. Relativo as estas produções, citam-se pessoas e 
instituições que surgiram como importantes agentes e precursores do movimento 
de ampliar a atuação brasileira nas temáticas relacionadas a catalogação, a 
saber: Duarte Ribeiro, Maria Luísa Monteiro da Cunha, a Associação Paulista de 
Bibliotecários e o Departamento Administrativo do Serviço Público (MEY, 1995).
Em 1946 a então professora Maria Luísa Monteiro da Cunha demostrou 
grande interesse e preocupação em direcionar esforços para a possível produção 
de um código brasileiro, tema que voltou a ser ponderado também por outros 
profissionais no I Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação no 
Brasil em 1954 e mais uma vez, o tema volta a ser debatido pela referida professora 
em 1963, agora no V Colóquio Internacional Luso-Brasileiro (MEY, 1987a).
Em meados de 1940, os profissionais bibliotecários no Brasil, vislumbram 
no Código da Vaticana, elaborado em 1920, uma possibilidade de utilização dos 
códigos internacionais, em especial pelas edições traduzidas para o português 
em 1949 e 1962. 
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
12
Ensinava-se a ‘Vaticana’ na escola de biblioteconomia do Rio de 
Janeiro (cursos da Biblioteca Nacional), sendo adotada por inúmeras 
bibliotecas, e ainda hoje se encontram algumas que a usam. 
Paralelamente, a escola de biblioteconomia de São Paulo, iniciada no 
Colégio Mackenzie em 1929 e de nítida influência norte-americana, 
optou por ensinar o código da ALA (MEY, 1995, p. 6).
Além disso, em 1954 a criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e 
Documentação – IBBD –, marcou a área da biblioteconomia no país, e até meados 
de 1970 contribuiu amplamente para a catalogação, inclusive, por exemplo, com 
a edição da versão portuguesa da segunda edição do Código de Catalogação da 
Biblioteca Vaticana (MEY, 1995). “Em 1975, o IBBD transformou-se em Instituto 
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT –, voltado para os 
sistemas especializados de informação não mais como órgão centralizador das 
atividades, mas como gerente e suporte técnico” (MEY, 1995, p. 6). A atribuição 
do ISSN que é o Número Internacional Normalizado de Periódicos e o catálogo 
de Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas são algumas das funções 
desempenhadas pelo IBICT. 
O AACR, criado em 1967, foi traduzido para o português em uma 
versão brasileira em 1969 e recebeu o título de Código Anglo-Americano de 
Catalogação, com a segunda edição traduzida entre 1983 a 1985 e desde então, 
este código passou a ser adotado, inclusive no que se refere ao ensino nos 
cursos de formação e graduação em biblioteconomia, praticamente em todos os 
estados brasileiros (MEY, 1995). 
Nesse mesmo período, um grupo de trabalho sobre processos técnicos 
da Biblioteca Nacional e de outras instituições se reuniu em duas ocasiões, 
em 1983 e 1984, e determinaram critérios para o cabeçalho de entrada das 
entidades brasileiras a nível federal, estadual e municipal e nomes geográficos 
(MEY, 1987a, MODESTO, 2007).
Já na década de 1990, assim como em diversas partes do mundo com 
o advento da tecnologia, no Brasil também, dentre outras temáticas relativas a 
evolução da catalogação, continuou a “[...] discussão relativa ao problema do 
formato de intercâmbio para a catalogação cooperativa” (MODESTO, 2007, p. 
12). Entre os anos de 1994 e 1996, por exemplo, são processadas mudanças na 
Rede Bibliodata/CALCO (o escritório CALCO foi constituído por um grupo 
de trabalho pertencente ao IBCT ainda em 1984), em especial, no formato dos 
registros bibliográficos, que passa de CALCO para USMARC, e deste para 
MARC21 (MODESTO, 2007).
De maneira geral, as mudanças ocorridas com a evolução tecnológica e a 
ampla utilização de códigos internacionais de catalogação no país, por um lado 
ampliaram a proposta cooperativa de disseminação da informação possibilitada 
pela padronização da catalogação, objetivo proposto pelo Programa de Controle 
Bibliográfico Universal. Por outro lado, evidencia-se a dissolução de importantes 
grupos de trabalho relativos a discussão de processos técnicos e “Mapear a 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
13
catalogação passaa ser um processo de networking entrelaçado ao levantamento 
bibliográfico da produção técnico-científica sobre o tema” (MODESTO, 2007, 
p. 12). Atualmente, os esforços dos bibliotecários, no que confere a avanço das 
atividades da catalogação e representação descritiva no cenário brasileiro, têm 
se direcionado em como utilizar as novas tecnologias da informação a favor da 
disseminação da informação com maior agilidade e, sobretudo com qualidade.
3 ALGUMAS OUTRAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
Ademais, com o decorrer dos anos e como visto, à medida que a evolução 
caminhou pelos séculos, o que se vislumbra é que a globalização, datada em 
meados do século XV e primeira metade do século XIX, impactou também a forma 
de pensar e fazer a catalogação. Foram muitas as mudanças que a globalização 
trouxe para a sociedade, e com isso, as pessoas, as instituições, sejam elas de 
ensino ou corporativas, ou, ainda, o próprio Estado, evidenciaram a importância 
da informação e como esta pode gerar dados para a efetivação da história. Além 
disto, fica claro a importância de procedimentos para que se possa organizar as 
informações de maneira ainda mais precisa, para que essas informações possam 
ser facilmente recuperadas e, com qualidade. 
Na sociedade atual, a informação é gerada e disponibilizada em tempo 
real e a todo momento além de veiculada em diversos suportes, e essa dinâmica 
‘viver e consumir’ a informação é constante. A internet é hoje o marco mais preciso 
e avançado da tecnologia variando os tipos de suportes a que se é registrada uma 
informação e ou conhecimento.
A internet tem, dentre muitos outros contributos, auxiliado na produção 
e disseminação da informação gerando um conhecimento aquém do que se 
poderia imaginar nos séculos passados, e para isso, não é preciso sair de casa. A 
tecnologia trouxe para a Biblioteconomia muitas vantagens, “[...] o impacto maior 
tem sido na catalogação. A utilização das redes de telecomunicação proporcionou 
uma melhor interação entre bibliotecas nacionais e internacionais, concretizando 
assim a catalogação cooperativa” (SOUZA; CATARINO; SANTOS, 1997, p. 97). 
Mas, nem sempre foi assim. Na década de 1990, quando a tecnologia não 
era assim tão avançada, essa repercussão tecnológica teve um grande impacto 
para a área da biblioteconomia. Nessa década, com uso, por vezes inapropriado 
de tecnologias, era inviável se ter um planejamento adequado com os recursos de 
bases de dados para compartilhar efetivamente os registros. 
Com o passar dos anos, no entanto, com a diversidade dos suportes 
de informação, já se foi possível vislumbrar, entre os especialistas da área da 
biblioteconomia e de gestão da informação, a discussão relativa à necessidade 
de mudanças de como elaborar o tratamento técnico da informação, inclusive do 
que se é amplamente utilizado atualmente:
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
14
Mudam-se as características das informações e transformam-se 
os suportes. A Internet provoca um crescimento na produção de 
documentos eletrônicos. O AACR (2ª edição) adotado pelas bibliotecas 
brasileiras encontra-se defasado em relação à descrição de novos 
suportes, como CD-ROM, disquetes e documentos eletrônicos. 
Bibliotecários discutem a questão do tratamento dos recursos da 
Internet, procuram desenvolver procedimentos que permitam 
organizar e recuperar informações nela disponíveis. Há necessidade 
de novos padrões; trata-se de um tipo de nova “velha situação”, 
ou seja, como facilitar o acesso a esses recursos se não se conta com 
padrão de descrição? (MODESTO, 2007, p. 14).
Toda informação necessita de um armazenamento e tratamento (físico 
e ou técnico) para que ela seja disponibilizada a todos que dela possam se 
interessar, para que ela chegue até as pessoas de forma clara, correta e sem ruídos 
na comunicação, “De nada adianta a informação existir se quem dela necessita 
não sabe da sua existência, ou se ela não puder ser encontrada” (MARCONDES, 
2001, p. 61). Na área da biblioteconomia tal informação é registrada de forma 
mais descritiva possível e com análise mais meticulosa. Esse registro permite 
averbar dados de informação para que sejam identificados pontos relevantes das 
obras catalogadas e o uso da informação seja efetivo. 
Ademais, todo esse movimento para impulsionar as mudanças que, 
ainda hoje implicam em como são direcionadas as práticas e as teorias relativas à 
representação descritiva – catalogação, tem sua importância relatada na história 
de como este movimento ocorreu. A Figura 1 ilustra uma linha do tempo com 
a evolução histórica dos catálogos e, consequentemente, da forma como as 
informações e o conhecimento eram organizados e representados no Brasil e no 
em outros países do Mundo. 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA CATALOGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
15
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CATALOGAÇÃO 
E DOS CATÁLOGOS
FONTE: Adaptado de Mey (1995)
O inevitável (?) aconteceu: os 
catálogos com resquícios dos 
avanços atuais. Aqui já são possíveis 
alguns critérios mais específicos 
de catalogação: há ordenação dos 
sobrenomes dos autores das obras; a 
folha de rosto começa a receber sua 
merecida importância e atenção; e 
inicia-se a inclusão de mais dados da 
descrição física relativa às obras.
O ato da catalogação: 
a criação de Cutter; 
classificação decimal, 
criação de instituições 
para a padronização
A Library of 
Congress (LC) e 
a era das fichas 
catalográficas
• A tradução do AACR em língua portuguesa em uma versão brasileira.
• Especialistas da Biblioteca Nacional e de outras instituições se reúnem em 
duas ocasiões, em 1983 e 1984, e determinam critérios para o cabeçalho 
de entrada das entidades brasileiras;
• 1994 e 1996 mudanças na Rede Bibliodata/CALCO - USMARC - MARC21.
Sem grandes mudanças. 
A implementação das 
remissivas é um passo 
importante
Catálogos começam a ser 
classificados e a inclusão 
de índice de autor por 
ordem alfabética 
Arranjo sistêmico, 
índices alfabéticos 
por sobrenomes com 
analíticas
Séc. XV Séc. XVI Séc. XVII
Cópias de manuscritos, 
feitas unicamente pelos 
monges
Primeira lista de 
obras de bibliotecas 
medievais
Registro de obras e 
seus volumes
Séc. VI Séc. VIII Séc. IX
Séc. X Séc. XI, XII, XIII Séc. XIV
Crescimento da 
quantidade de obras
Sem muitas mudanças em 
catálogos. No século XIII 
se deu início ao registro 
de um catálogo com a 
identificação dos livros 
organizada por números
Começam os primeiros 
passos para a evolução na 
catalogação. Agora já se é 
possível a organização das 
obras considerando a mesma 
autoria, porém, sem considerar 
a organização por assuntos
Séc. XVIII Séc. XIX Séc. XX
Séc. XX Brasil
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
16
Aliás, após a contextualização histórica e seus principais contributos para o 
surgimento, evolução e aprimoramento dos catálogos e da catalogação no Brasil e em vários 
outros países, faz-se essencial a explanação mais depurada de seus principais conceitos, 
objetivos e funções, bem como, de quais as implicações destes na atuação profissional do 
bibliotecário, aspectos tratados no Tópico 2 desta unidade. 
ATENCAO
17
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem aspectos históricos importantes que influenciaram a evolução e o 
desenvolvimento da representação descritiva – catalogação em todo o mundo.
• O bibliotecário, mesmo sem as mesmas características técnicas atuais, sempre 
esteve presente em instituições onde o principal insumo de trabalho é a 
informação.
• O Brasil, a exemplo de outros países, possui um percurso histórico com 
discussões importantes relativas à representação descritiva – catalogação, e essas 
discussões influenciaram o seu desenvolvimento, em especial, impulsionado 
pelos principais especialistas e centros de informação do País, como é o caso da 
Biblioteca Nacional.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Qual foi o primeiro catálogo da história da catalogação e de que maneiraele 
influenciou na evolução dos catálogos?
2 Quais aspectos históricos que norteiam a catalogação no Brasil? Cite pelo 
menos 3 aspectos históricos.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A organização da informação é considerada uma das habilidades mais 
básicas e essenciais do escopo de atuação técnica do bibliotecário. Definida como 
o conjunto de procedimentos que podem ser atribuídos a um documento com 
base em suas informações, inclui os processos de classificação, catalogação e 
indexação e o armazenamento da informação para possibilitar a sua recuperação.
As técnicas empíricas relativas ao tratamento e a organização da informação 
acompanham o ser humano desde os primórdios da sua própria existência e têm 
se tornado mais complexas no decorrer do tempo. Estas técnicas surgem com a 
evolução da própria sociedade que ambiciona compartilhar, decifrar e registrar 
o conhecimento para potencializar e disseminar a sua utilização. A necessidade 
constante de aperfeiçoamento das práticas de catalogação para representação 
da informação tem sido determinada pela evolução dos papiros aos livros, 
do advento da literatura periódica e sistemas de informação, da internet e de 
materiais e fontes de informação cada vez mais diversificados.
Como visto na contextualização histórica, considerado um marco histórico 
no que se refere ao controle bibliográfico, foi na Biblioteca de Alexandria (criada 
em 280 a.C., no Egito, por Ptolomeu I Sóter – o Salvador), que ocorreu a criação de 
um dos primeiros catálogos bibliográficos da literatura grega. A representação da 
informação, desta forma, acontece desde as primeiras tentativas da humanidade 
de se registrar o conhecimento em sistemas ou suportes que possibilitem o 
armazenamento e posterior recuperação das informações para serem utilizadas. 
Os instrumentos de acesso à informação, tais quais: catálogos e 
inventários, por exemplo, aliados aos diversificados códigos e técnicas para 
representação, surgiram com o objetivo primordial de estabelecer a localização 
física de documentos, e, sobretudo, para se ter acesso aos seus conteúdos, 
possibilitando aos usuários o acesso às informações contidas nesses documentos, 
sem a necessidade da pesquisá-los diretamente.
Neste sentido, Baptista (2006) alerta que a principal mudança de paradigma 
relativa à organização e disponibilização da informação que ocorreu no século 
passado, adveio com a importante percepção de que o acesso à informação é mais 
essencial que, propriamente, o tamanho das coleções de acervos contidas numa 
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
20
biblioteca ou centros de informação. Esta mudança de paradigma, aliada aos 
avanços tecnológicos na área das comunicações e do processamento automático de 
dados, impulsionou o surgimento da chamada ‘sociedade da informação’. Como 
consequência, as instituições de ensino, centros de pesquisas e de informações e 
até mesmo organizações empresariais se beneficiariam dos avanços tecnológicos 
para produzir e disseminar informações e conhecimento científicos, especializados, 
técnicos e ainda, artísticos, de forma cada vez mais eficiente e rápida, para fins de 
estudo, pesquisa, educação, cultura e desenvolvimento organizacional e econômico.
De forma mais específica, com essa mudança de paradigma as bibliotecas 
precisaram reconhecer e reorganizar suas funções e seus espaços e evoluíram de 
meros depósitos de livros para se transformarem em unidades de disseminação 
da informação. “Ou seja, não basta apenas inventariar a informação ou reproduzir 
o documento, mas sim representá-lo com o propósito de criar estruturas eficazes 
para sua busca e recuperação pelos usuários” (MARTINHO, 2010, p. 15). 
Na medida em que cabe às bibliotecas, enquanto sistemas de 
informação e provedoras de serviços, organizar recursos de acordo com 
as demandas de sua clientela, a catalogação assume, em seu sentido 
mais amplo, a característica de organização da informação. Nesse 
contexto, a biblioteca deixa de ser uma instituição puramente física 
para se converter em um elo na cadeia produtiva da informação, sendo 
que, para isso, precisa necessariamente incorporar novas práticas e 
compartilhar conhecimentos com outros setores (BAPTISTA, 2008, p. 8).
E é nesta mesma expectativa que ao se tratar do conceito da Representação 
Descritiva, é amplamente comum a conceitualização de Catalogação, mas não 
propriamente porque ambos são sinônimos, mas, por se vislumbrar na literatura 
uma tendência que acompanha o contexto histórico da evolução da produção e 
disseminação da informação e, como consequência, vislumbra-se uma possível 
‘ampliação conceitual’. Esta ampliação do conceito da Catalogação que engloba 
o conceito de representação descritiva, tem sua explicação na multiplicidade 
de recursos informacionais e na diversidade de suportes para a produção, 
disseminação, disponibilização e acesso à informação que o advento das 
tecnologias de informação e da comunicação possibilitou. 
É provável que os termos representação descritiva e representação 
temática tenham sido adotados com o objetivo de ampliar o conceito 
de Catalogação, o qual remete à produção de catálogos de biblioteca. 
Contudo, o desenvolvimento teórico e metodológico da representação 
descritiva e da representação temática foi realizado de modo separado, 
conduzindo a dificuldades conceituais na articulação entre os dois 
processos. Já a Catalogação, incluindo a catalogação descritiva e a 
catalogação de assunto, responde pela construção global do sistema, 
nesse caso, o catálogo (ORTEGA, 2011, p. 45).
Tratando essa problemática conceitual de maneira mais clara, a posição que se 
assume é a de que a representação descritiva faz parte da catalogação, ou seja, “Temos 
a Catalogação como àquela que envolve os modelos de registros de bases de dados e os 
aspectos teórico-procedimentais da representação descritiva” (ORTEGA, 2013, p. 186).
TÓPICO 2 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
21
É diante desta diversidade que a catalogação deixou de assumir a função 
apenas como atividade central, a descrição bibliográfica do documento, e passou 
a assumir a atividade de representar esse documento em aspectos formais quanto 
ao seu conteúdo e de representá-lo descritivamente. Tem-se, assim, por meio da 
representação descritiva, que não deixa de se ter em si, o processo de catalogação, 
a possibilidade se recuperar a informação a partir de um universo de registros e 
suportes variados. Essa recuperação acontece de maneira que o documento seja 
acessado em sua integralidade, e possibilita ao usuário, relacioná-lo com outros 
objetos, assuntos ou informações afins, potencializando a formação de uma rede,
que pode ser [feita] de forma colaborativa ao se copiar e colar, por 
exemplo, os dados que interessam a partir de registros já existentes 
em bibliotecas […] e a análise da informação contida no documento, 
com vistas à extração de conceitos, atribuição de palavras chave, e/
ou elaboração de resumos que resultem não só na representação fiel 
do documento, como também na porta de entrada para a íntegra do 
mesmo, bem como para toda a gama de relacionamentos semânticos 
e associativos possíveis, e, a partir da qual, caso queira, o usuário 
poderá ampliar grandemente o potencial de pesquisa e conhecimento 
sobre determinado assunto (BAPTISTA, 2008, p. 1).
Assim, os conceitos aqui apresentados, para que se tenha uma noção 
mais clara do que é a representação descritiva, seus objetivos e funções no 
âmbito da função e atividades especializadas de um bibliotecário, permeiam, 
obrigatoriamente, os conceitos, as funções e os objetivos da catalogação. 
2 PRINCIPAIS CONCEITOS, FUNÇÕES E OBJETIVOS DA 
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA - CATALOGAÇÃO
No que diz respeito aos diferentes tipos de documentos e informações, 
a catalogação assume uma característica abrangentee multidimensional. Por 
este motivo os conceitos, os métodos, os critérios e até mesmo as tecnologias que 
abrangem o escopo da catalogação precisam estar entrelaçados em uma ampla e, 
por vezes, complexa, rede de conexões e interseções interdisciplinares. 
A catalogação permite a descrição de informações de forma padronizada, 
é essencialmente construída a partir de regras que minimizam as interpretações 
individuais, no sentido de que existem determinados aspectos da informação 
que precisam ser identificados, para que se garanta a unicidade de cada item 
informacional que está sendo representado, mas que, ao seu final, se consiga a 
universalidade da informação (CORRÊA, 2008).
Conhecer e utilizar um formato e regras de catalogação é um dos 
desafios do profissional responsável pela alimentação de um catálogo 
de uma biblioteca. A recuperação de informações será o reflexo do 
seu trabalho e, ao mesmo tempo, objeto de estudo para melhorar 
o tratamento. Essa recuperação da informação no catálogo, que é 
o processo final de várias etapas de trato com a informação, parece 
ser o típico problema a ser resolvido pelo setor de referência, o qual 
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
22
possui especialistas que auxiliam o usuário na busca de informações 
pertinentes à sua pesquisa. No entanto, não há habilidade de busca 
que supere modos inconsistentes de organização da informação 
(OKADA; ORTEGA, 2009, p. 19, grifo nosso).
A representação descritiva pode ser considerada um processo de decisão 
multidimensional que tem como objetivo estruturar e padronizar os diferentes 
aspectos e ou características de um item ou dado informacional, com vias a torná-
lo único, passível de recuperação e utilização. Refere-se aos aspectos da descrição 
formal das características dos documentos, mais especificamente a descrição 
física e a descrição dos elementos para identificação de determinado documento 
(CATARINO; SOUZA, 2012; ORTEGA, 2011).
As atividades de representação de informação correspondem à ação de 
representar algo, ou seja, descrever dados mediante as características relacionadas 
à representação descritiva, física ou bibliográfica do item. Ao seguir regras de um 
ou mais códigos de catalogação, esses dados podem ser indicados pela designação 
do autor, título, edição, editora, data, paginação, entre outras características 
pertencentes ao documento (ORTEGA, 2011). Lancaster (2004, p. 1), explica que 
“Os processos de catalogação descritiva identificam autores, títulos, fontes, e 
outros elementos bibliográficos; os processos de indexação identificam o assunto 
de que trata o documento”. 
Além dessa descrição física ou bibliográfica do item informacional, faz parte 
do processo da representação descritiva a indicação dos pontos de acesso, tema 
tratado a partir das normas e regras de instrumentos como por exemplo o AACR2. 
[...] a construção do ponto de acesso compõe lugar de destaque na 
Catalogação e no ato de catalogar e não deve ser encarado como 
um simples procedimento de repetição, pois demanda reflexão e 
construção de relacionamentos que propiciarão além do acesso, 
a padronização de nomes para o registro bibliográfico (SOUSA; 
SALDANHA; TOLENTINO, 2017, p. 327).
Ainda, em outras palavras, a representação descritiva, instrumentalizada 
por normas, regras, padrões e formatos, tem como propósito não só considerar 
a diversidade dos suportes, mas também, de considerar as características 
puramente bibliográficas, bem como, as características textuais, e isto inclui a 
carga semântica que cada unidade documentária possui, este último aspecto, 
designado mais especificamente pela representação temática. 
De maneira geral, a representação descritiva – catalogação tem como 
principais objetivos: 
• propor e desenvolver as normas, regras e códigos para seja possível a discrição, 
ou como acusa o próprio nome, a representação de um item informacional;
• propiciar a elaboração e desenvolvimento de catálogos, sejam impressos ou 
por meio dos bancos de dados, com vias a representar as informações relativas 
aos documentos dos acervos institucionais a serem pesquisados;
TÓPICO 2 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
23
• o processamento técnico, tal qual faz parte a representação descritiva – 
catalogação (ver Figura 2), implica na recuperação da informação, possibilitada 
pela utilização dos metadados, ou seja, dados que se referem a descrição e 
identificação dos recursos, e estes, por sua vez, são utilizados para tornar a 
informação única, identificável, localizável e acessível, para que esta possa, 
então, ser disseminada (ver Figura 3). 
Em suma, pelo processo de catalogação torna-se possível estruturar os 
documentos por meio de: elementos descritivos que o caracterizem, 
pontos de acesso que o identifiquem, registros para buscas previstas 
pela comunidade usuária e organização do acesso referente aos dados 
de localização, mas também, de partes do documento, levando em 
consideração a forma que determina e é determinada a apresentação 
desses elementos (SOUSA; SALDANHA; TOLENTINO, 2017, p. 326).
Aliada à representação descritiva, tem-se a Representação Temática, que 
exprime o conteúdo de determinado documento por meio de assuntos a partir 
das classificações bibliográficas, da indexação e da elaboração do resumo de um 
item informacional (CATARINO; SOUZA, 2012; ORTEGA, 2011).
A representação descritiva é complementada pela representação 
temática, no sentido de que a primeira representa “as características específicas 
do documento que permitem sua individualização e define e padroniza os 
pontos de acesso responsáveis pela busca e recuperação da informação e pela 
reunião de documentos semelhantes”. Por sua vez, a representação temática 
tem como objetivo atribuir assuntos aos documentos por meio da “[…] da 
classificação bibliográfica, da indexação e da elaboração de resumos, facilitando 
a recuperação de materiais relevantes que dizem respeito a temas semelhantes” 
(CATARINO; SOUZA, 2012, p. 84).
A representação temática de documentos em bibliotecas é percorrida 
pelo catalogador, através do processo de análise de assunto, que tem 
o objetivo de propiciar o entendimento do conteúdo, para produzir a 
informação documentária, que será disponibilizada no catálogo. Com 
isso, compreende-se que a representação temática de livros deve estar 
amparada por um processo que realmente contribua para a identificação 
condizente do assunto abordado no documento (SOUSA, 2013, p. 137).
De forma geral, para que uma biblioteca consiga atingir os seus objetivos 
relativos a atender a demandas dos usuários e da comunidade, precisa estar 
organizada. Esta organização perpassa por todos os seguimentos e setores 
pertencentes à biblioteca e necessita disponibilizar os itens informacionais e 
documentários de maneira padronizada.
A organização visa à recuperação e uso do item documentário e 
informacional e pressupõe desde a aquisição, coleta, tratamento 
(tombamento, registro da obra, classificação, catalogação, etiquetagem, 
armazenamento dos itens na estante) até a disseminação, recuperação 
e uso (PEREIRA, LAURINDO, SANTIAGO, 2011, p. 365).
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
24
Em uma perspectiva mais prática, a representação descritiva – catalogação, 
como um dos procedimentos do processo de tratamento técnico da informação, 
é acompanhada por outros procedimentos e processos. De maneira geral, até 
chegar à etapa de processamento técnico, o bibliotecário necessita ter ciência de 
dois principais aspectos, ou seja, identificar os objetivos e escopo da biblioteca e/
ou instituição ao qual presta serviço e, aliado a isso, é preciso também conhecer as 
necessidades, características e comportamentos do usuário que, em um primeiro 
momento é consumidor da informação e, em um segundo momento pode se 
tornar o produtor da informação que precisa ser tratada.
Considerado estes dois aspectos, o bibliotecáriopassa a elaborar 
procedimentos próprios da biblioteca ou da instituição e ou ainda, a obedecer 
às normas ou estatutos pré-estabelecidos para a delimitação das obras que vão 
compor o acervo. Para tal, em conjunto com demais responsáveis, o bibliotecário 
deve estar atento às melhores opções de livros, por exemplo, e acompanhar o 
mercado de editoração, seja ele com obras impressas e/ou com concessões de 
licenças de bibliotecas digitais para iniciar as escolhas dos itens do acervo no 
processo de seleção. 
Com a seleção efetivada se tem a possibilidade de fazer a aquisição, 
seja esta efetuada por vias de cotação ou lançamento de edital para licitação 
pública. E só após este processo, é que se tem início ao processamento técnico 
das informações pertinentes a cada item do acervo. Vale ressaltar a importância 
de se dispor de sistemas de informações com softwares adequados e adaptados 
às atuais normas e regras envoltas em todo processamento técnico, para que seja 
possível efetivá-lo de forma pertinente, consistente e, a certa medida, sustentável.
O processamento técnico, tem como um dos processos a catalogação, que 
abarca a representação descritiva e a representação temática, a indexação que, em 
certa medida não deixa de estar relacionada com a representação temática, e a 
classificação. Todos esses processos possuem suas características, normas, regras 
e códigos próprios, tal qual, como foco desta disciplina, está a catalogação — a 
representação descritiva e temática. A etapa de processamento técnico pode ser 
acompanhada na Figura 2.
TÓPICO 2 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
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FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS PROCEDIMENTOS, PROCESSOS NORMAS 
ENVOLTOS NA REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO
FONTE: A autora
O processamento técnico é um dos processos mais importantes de uma 
biblioteca para que os itens informacionais pertencentes ao acervo possam ser 
armazenados, organizados e disponibilizados ao usuário e a informação possa, 
então, ser acessada e disseminada. Nesse sentido, a biblioteca deve contar com 
sistemas de informações e softwares adequados também ao usuário, para que este 
consiga ter autonomia e eficácia na busca e recuperação da informação que necessita. 
A Figura 3 apresenta graficamente as implicações advindas do processamento 
técnico da informação, tal qual faz parte a representação descritiva – catalogação.
FIGURA 3 - IMPLICAÇÕES ADVINDAS DO PROCESSAMENTO TÉCNICO DA INFORMAÇÃO
FONTE: A autora
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES – SOFTWARES PARA BIBLIOTECAS
PROCESSAMENTO TÉCNICO
CLASSIFICAÇÃOINDEXÃOCATALOGAÇÃO
CDD/CDULinguagens
documentárias
Representação
Temática
Representação
Descritiva
ABNT
APA
Vancouver
AARC2
RDA
Cabeçalho de 
assunto controlado
Cabeçalho de 
assunto não-
controlado
CUTTER
Tesauros
PROCESSAMENTO TÉCNICO DA INFORMAÇÃO
Armazenamento da informação Armazenamento da informação
Sistemas de informação - Software para Usuários Sistemas de informação - Software para Usuários
Usuário / Busca de informação Usuário / Busca de informação
Recuperação da Informação
Disseminação da Informação
UNIDADE 1 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: ASPECTOS NORTEADORES
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O tratamento físico é um dos processos que também qualifica o acesso às 
obras quando estas são de suporte físico (exemplo: livros impressos, DVDs, CDs, 
entre outros materiais). As obras do acervo físico devem estar adequadamente 
organizadas em estantes de livre e fácil acesso a todos os tipos e necessidades 
dos usuários. 
Ademais, como visto na Figura 2, ao processo de catalogação, da 
representação descritiva e representação temática estão inerentes a outros 
conceitos importantes, tais quais os conceitos de catalogação e indexação com 
seus respectivas regras, normas e instrumentos (ver Quadro 1). 
QUADRO 1 – CONCEITOS INERENTES AO PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO E REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA
Classificação
Conceito: a classificação é utilizada pelo bibliotecário como uma das principais ferramentas no 
serviço de recuperação da informação e no de referência. A classificação produz uma representação 
da informação no formato de números e símbolos que descrevem o conteúdo do documento de 
maneira mais abrangente e pontual. O produto da catalogação é efetivado pela representação de 
uma ordem alfanumérica múltipla de conceitos, ideias e informações organizadas em classes, ou 
seja, em grupos de documentos que possuem algo em comum e possibilita o acesso mais efetivo 
e facilitado do usuário as informações (PRADO, 1992; CAFÉ; SALES, 2010).
Instrumentos mais comuns: Classificação Decimal Dewey (CDD), Classificação Decimal Universal 
(CDU) e Tabela de Cutter (tabela de códigos que que indicam a autoria de uma obra literária 
elaborada por Charles Ammi Cutter em 1880).
Indexação
Conceito: essencial para recuperação dos assuntos das obras disponibilizadas em qualquer acervo. 
A indexação diz respeito à representação dos conteúdos de determinado documento e se inicia com 
a leitura técnica por parte do bibliotecário, para então se extrair os principais termos por meio da 
utilização de uma linguagem documentária controlada ou pela extração das principais palavras que 
representam os conceitos da obra. Por ter um caráter de especificidade e exaustividade o processo 
de indexação tem a função de complementar a organização da informação realizada no processo 
de catalogação (CAFÉ; SALES, 2010; CUNHA; CAVALCANTI, 2008). O produto da indexação é 
efetivado pela organização dos descritores ou palavras-chaves resultantes do processo de indexação 
em tesauros com o uso de linguagem documentárias controladas ou não controladas (FUJITA, 1998).
Instrumentos mais comuns: Thesaurus e glossários.
FONTE: A autora
Retomando o ponto central de discussão, ou seja, a catalogação, Mey, em 
um artigo publicado em 1987, elencou alguns aspectos importantes relativos a 
função da catalogação. Estes se fazem ainda mais pertinentes e potencializam a 
importância do processo de catalogação nos dias atuais, a considerar a evolução 
tecnológica e o contexto de como os usuários possuem acesso, e ainda, como 
eles próprios produzem a informação e, consequentemente, o conhecimento. 
Alinhadas a este contexto atual da produção e disseminação da informação, faz-
se relevante indicar essas (MEY, 1987b).
 
Ainda, além dos referidos aspectos, pode-se constatar que o processo de 
catalogação tem como objetivo abranger dois planos principais: a perspectiva do 
usuário e a ótica do autor. A catalogação deve deixar expressa a ótica do autor, 
TÓPICO 2 | REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITUAIS
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e, desta forma, possibilitar que cada informação ou conhecimento encontre o 
seu usuário. Na perspectiva do usuário, a catalogação tem objetivo informar, 
instruir e motivar: “[...] informa quando localiza um item determinado; instrui 
quando permite ao usuário escolher entre as várias manifestações de um item 
determinado; motiva quando permite ao usuário escolher itens que lhe eram até 
então desconhecidos (MEY, 1987b, p. 144).
Existem diversificadas formas de representação, desde alfabetos, 
números, diagramas e desenhos. Contudo a adoção de uma representação 
descritiva adequada e preferencialmente padronizada facilita as métricas internas 
de trabalho do profissional e a cooperação da informação entre os diferentes 
meios de divulgação e disseminação da informação. Ainda, aliado a sistemas de 
informação com interfaces ‘amigáveis’ e intuitivas, potencializa a busca e o acesso 
à informação com maior agilidade e especificidade. 
Dentre os diversos códigos para a representação da informação, o Código de 
Catalogação Anglo-Americano – AACR2 –, segunda edição, tem sido amplamente 
utilizado, entretanto, vislumbram-se discussões mais contemporâneas sobre 
outras formas de pensar a representação descritiva, como é o exemplo dos estudos 
produzidos em referência ao RDA – Recursos: Descrição e Acesso. 
ESTUDOS FU
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