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Desenvolvimento Sustentável e Sociedade

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2ºAula
Desenvolvimento 
sustentável e 
sociedade 
Falaremos agora sobre desenvolvimento sustentável e sociedade, 
mostrando a exploração destrutiva do homem desde os tempos da 
colonização e a nossa responsabilidade de ajudar a frear tudo isso.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você estará apto a:
• definir desenvolvimento sustentável;
• inteirar-se mais profundamente dos problemas ambientais brasileiros;
• refletir sobre a nossa responsabilidade sobre o meio ambiente;
• saber que produzir alimentos também destrói o ambiente
12Educação e Meio Ambiente
1 - A pilhagem do planeta 
2 - Uso adequado do solo
3 - Os PCN e o meio ambiente
Seções de estudo
1 - A pilhagem do planeta
A situação do planeta chegou a um ponto crítico. E o que 
fazer para não piorar ainda mais? Parar tudo e voltar à idade da 
pedra, nem pensar. O homem não abre mão do conforto e do 
bem-estar conquistados com o desenvolvimento tecnológico, 
automóvel, celular, computador, automação, aviões, materiais 
sintéticos, televisão, rádio, robô, satélite, fax, disco a laser 
(CD), internet, fora os grandes avanços na área da saúde. 
Após a revolução industrial, no século XVIII, a humanidade 
experimentou um progresso geométrico, atingindo a era pós-
moderna em apenas duzentos anos (<http://www.docstoc.
com/docs/5856040/Tecnologia-e-sociedade>) 
Esse salto de modernidade, porém, custou caro, “a 
pilhagem foi espetacular”, diz o antropólogo mexicano 
Guillermo Foladori (2001, p. 110):
Centenas de milhares animais foram 
caçados para se obter deles as peles (martas, 
castores, lobos, lontras, ursos, focas, leões-
marinhos, lobos-marinhos, ursos polares, 
crocodilos, leopardos, tigres, etc.); outros, 
pela carne (búfalos, bisontes, peixes-boi, 
tartarugas, etc.), pelo marfi m (elefantes, leões-
marinhos), pelas plumas de diversas aves, 
pelos chifres (rinocerontes, etc.), pelo azeite 
(baleias, leões-marinhos, elefantes-marinhos), 
ou outras partes do corpo (barbatanas 
de baleias, espermacete de cachalotes); 
outros desapareceram porque seus habitats 
foram transformados, ou foram caçados 
sistematicamente porque eram praga para 
os cultivos, como foi o caso de numerosas 
espécies de pássaros. As madeiras preciosas, 
demandadas pela rápida urbanização e pela 
indústria naval, foram saqueadas das selvas 
mais acessíveis às metrópoles industriais, 
e os minerais sofreram um novo embate da 
civilização.
A tecnologia pode salvar, como já comprovamos em 
diversas situações; por outro lado, pode também destruir, 
devido ao seu alto poder de devastar os recursos naturais que 
a Terra levou bilhões de anos para elaborar.
A tecnologia pode salvar o homem das doenças 
e da fome, abreviar seu sofrimento, substitui-
lo nas árduas tarefas, garantir-lhe melhor 
qualidade de vida. Mas pode também acelerar 
a destruição da vida na terra, desequilibrar 
os ecossistemas pelo uso desordenado dos 
recursos naturais, pelo excesso de produção e 
pelo desperdício de energia. 
A técnica resolve uma situação, mas acaba 
criando outros complicadores, derivados da 
própria resolução. Os efeitos inesperados (e 
muitas vezes perversos) da técnica podem ser 
mais bem identifi cados no caso das doenças. A 
descoberta de drogas pode facilitar a sobrevida 
dos seres humanos em relação a bactérias ou 
vírus, mas não impede o surgimento de outros 
mais resistentes e até invulneráveis, como é 
o caso do vírus da Aids. Não se sabe até que 
ponto o surgimento desses microrganismos 
resistentes deve-se ao efeito de um combate 
mal dirigido (<http://www.docstoc.com/
docs/5856040/Tecnologia-e-sociedade>).
A formação colonial de alguns países, entre eles o Brasil, 
já é em si um fator de destruição ambiental, tendo em vista que 
a natureza do colonizador é conquistar espaço e explorar as 
riquezas do solo:
O Brasil teve por berço uma formação colonial, 
e isso signifi ca que a motivação da conquista de 
espaços está na gênese do País. A apropriação 
de novos lugares, com suas populações, 
riquezas e recursos naturais, era o móvel 
básico da colonização. Isso imprime uma 
marca na sociedade gestada na colônia, uma 
sociedade que tinha na conquista territorial 
um forte elemento de identidade. Assim, uma 
ótica dilapidadora comanda o processo de 
instalação do colonizador, a qual se expressa 
num padrão extensivo (do ponto de vista do 
espaço) e intensivo (do ponto de vista dos 
recursos naturais) de uso do solo (MORAES, 
2005, p.13).
De acordo com o autor, a colonização europeia se 
processou de forma espoliativa, com a exploração intensa dos 
recursos naturais das colônias:
Com raras exceções o europeu estabeleceu 
nas terras ibero-americanas um “sentido de 
colonização” essencialmente espoliativo, 
criando “colônias de exploração”, onde o 
atrativo do assentamento era a existência de 
recursos naturais valiosos, apropriados num 
ritmo intensivo. O móvel geral do processo era 
a transferência de riquezas naturais depositada 
nas colônias para alimentar a economia 
metropolitana. 
O território colonial é visto como um espaço a 
se ganhar [...]. Mesmo com [...] a emancipação 
política [...] as elites permanecem pensando 
seus países como espaços a se ganhar [...] 
(MORAES, 2005, p. 36-37).
O autor prossegue afirmando que “do ponto de vista 
da Geografia, tem-se um padrão de ocupação predador e 
extensivo, que num ritmo intenso tenta sugar – no limite da 
tecnologia disponível - os lugares incorporados ao sistema”. 
Segundo ele,
Na medida em que o centro dinâmico 
do processo é externo estabelece-se um 
fl uxo desigual com a contínua drenagem 
do excedente produzido na colônia. [...] 
13
Assim, o padrão colonial latino-americano de 
valorização do espaço implicou um gradativo 
empobrecimento relativo dos territórios onde 
se instalou, uma destruição da riqueza natural, 
sem uma agregação de valor ao solo, compatível 
com a riqueza retirada.
[...] a noção de conquista expressa-se num 
avanço territorial extensivo e dilapidador, 
de baixa produtividade geralmente e preso à 
perspectiva do retorno a curto prazo. Age-se 
como se o fundo territorial fosse inesgotável 
[...]. O padrão colonial de valorização do 
espaço não muda (em linhas gerais) com a 
independência nacional dos vários países, [...] 
mas se redefine [...] (MORAES, 2005, p. 36-38).
Adotar um sistema de desenvolvimento menos agressivo 
ao meio ambiente, o chamado desenvolvimento sustentável. 
Vejam o que sugere Stephen Hawking:
Para refletir
O físico inglês Stephen Hawking, recentemente aconselhou a 
humanidade a abandonar a Terra e ir para o espaço se não quiser 
desaparecer até o próximo século. “Avançamos muito nos últimos 100 
anos. Se quisermos ir além nos próximos 100, o futuro é o espaço” 
(HAWKING, VEJA, 18.08.10, p. 61).
Prestem bem atenção nas definições de crescimento econômico e 
desenvolvimento econômico para que vocês consigam distinguir um 
do outro quando ouvirem falar do assunto, que faz parte da vida de 
cada um.
Há quase 50 anos alguns segmentos revelavam certa 
inquietação relacionada ao meio ambiente, manifestada durante 
a Conferência sobre Biosfera, realizada em Paris, em 1968, e 
na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, 
ocorrida em Estocolmo, em 1972. Segundo Andrade et al. 
(2000, p. 2), a primeira conferência “marcou o despertar de 
uma consciência ecológica mundial” e a segunda “veio colocar 
a questão ambiental nas agendas oficiais internacionais”, sendo 
“a primeira vez que representantes de governos se uniram para 
discutir a necessidade de tomar medidas efetivas de controle 
dos fatores que causam degradação ambiental”:
Nesse evento, popularizou-se a frase da 
então primeira-ministra da Índia, Indira 
Gandhi: ‘A pobreza é a maior das poluições’. 
Foi nesse contexto que os países do sul 
afirmaram que a solução da poluição não 
era brecar o desenvolvimento e sim orientar 
o desenvolvimento para preservar o meio 
ambiente e os recursos não renováveis 
(ANDRADE et al., 2000, p. 2).
Vinte anos após a Conferência deEstocolmo, aconteceu 
a Rio 92, em 1992, no Rio de Janeiro, que resultou na “Carta 
da Terra (rebatizada de Declaração do Rio) e a Agenda 
21”, informa Andrade et al. (2000, p. 2). Segundo ele, “a 
Declaração do Rio visa a ‘estabelecer acordos internacionais 
que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade 
do sistema global de ecologia e desenvolvimento’” (2000, p. 2).
A Agenda 21 dedica-se aos problemas da 
atualidade e almeja preparar o mundo para 
os desafios [...]. Ela reflete o consenso global 
e o compromisso político em seu mais alto 
nível, objetivando o desenvolvimento e o 
compromisso ambiental. No entanto, para a 
implantação bem sucedida da Agenda 21, é 
necessário o engajamento e responsabilidade 
dos governos. [...] tem por objetivo colocar 
em prática programas para frear o processo 
de degradação ambiental e transformar em 
realidade os princípios da Declaração do Rio 
(ANDRADE et al., 2000, p. 2).
Saiba mais
Gente, mas não dá para falar em desenvolvimento sustentável sem 
preservação ambiental. Conceito criado no final do século passado, o 
desenvolvimento sustentável preconiza a exploração racional do solo 
e dos recursos naturais, o respeito ao meio ambiente e qualidade 
de vida para as pessoas. É um tipo de desenvolvimento econômico 
bem diferente daquele praticado até agora, em que se prioriza o 
crescimento, mesmo que isso signifique o esgotamento da matéria-
prima existente na natureza e o sacrifício do homem. 
Observe que países emergentes como China e Índia, que 
registram altos índices de crescimento anual estão poluindo 
e consumindo recursos naturais exageradamente e, mesmo 
assim, boa parte da população não partilha dos benefícios 
gerados por essa explosão econômica, vivendo com baixos 
salários e em condições precárias, praticamente na miséria. 
Esse tipo de problema ocorre porque está havendo apenas 
crescimento econômico, sem distribuição de renda, ao 
contrário de desenvolvimento econômico, que prioriza 
também o cidadão, proporcionando-lhe os benefícios do 
crescimento da economia, aliado à conservação ambiental. 
Desenvolvimento sustentável é bem diferente daquilo que 
estamos acostumados a assistir hoje: é socialmente justo, isto 
é, proporciona qualidade de vida às pessoas; ambientalmente 
correto, porque conserva a natureza, e ainda dá lucro. 
O texto de Marina Ceccato Mendes, a seguir, resume de 
maneira clara e simples o que é desenvolvimento sustentável, 
tido como a base para o desenvolvimento econômico, sistema 
este que difere de crescimento econômico, como bem explica 
a autora. 
Desenvolvimento sustentável 
Marina Ceccato Mendes 
Você já parou para pensar no que significa a palavra “progresso”? Pois 
então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas 
outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao 
menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, 
pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma 
ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora 
pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que 
14Educação e Meio Ambiente
para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada?
Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois 
é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo 
feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído 
o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez 
que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a 
uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que 
acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em 
nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos 
trocar algumas ideias.
E o Desenvolvimento Sustentável?
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes 
desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura 
no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a 
poluição aumentam dia a dia. Diante desta constatação, surge a 
ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o 
desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, 
ao fi m da pobreza no mundo.
As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte 
frase: “A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de 
uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades 
do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em 
encontrar suas próprias necessidades”. Ficou confuso com tudo isso? 
Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em 
poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações 
ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as 
gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com 
as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de 
sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar 
tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?
Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que 
propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável, que pode 
ser defi nido como: “equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-
se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes 
países na busca da equidade e justiça social”. 
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida 
como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode 
ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre 
a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre 
crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não 
conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não 
leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a 
não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns 
indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-
se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, 
de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em 
consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.
O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como 
metas:
• A satisfação das necessidades básicas da população (educação, 
alimentação, saúde, lazer, etc);
• A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente 
de modo que elas tenham chance de viver);
• A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar 
da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que 
lhe cabe para tal);
• A preservação dos recursos naturais (água, ar, etc);
• A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança 
social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito 
e do massacre de populações oprimidas como, por exemplo, os índios);
• A efetivação dos programas educativos.
Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é 
parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de 
se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.
 E daí, gente, gostaram do texto? Fácil, né? E bastante esclarecedor!
2 - Uso adequado do solo
Considerando que o Brasil é o país do agronegócio e que 
o solo é a nossa maior riqueza, pois extraímos dele tudo que 
precisamos para viver neste planeta, podemos assim entender 
sua importância. A produção de alimentos, incluindo os de 
origem vegetal e animal, exige muito desse solo, e, por isso, 
a agricultura e a pecuária precisam ser conduzidas de maneira 
sustentável, prática essa que contribui também para a saúde 
dos rios e dos mananciais de água em geral:
O uso adequado da terra é o primeiro passo em 
direção à preservação do recurso natural solos, 
e à agricultura correta e sustentável. Para isso, 
deve-se empregar cada parcela de terra de acordo 
com a sua aptidão, capacidade de sustentação e 
produtividade econômica, de tal forma que os 
recursos naturais sejam colocados à disposiçãodo homem para seu melhor uso e benefício, ao 
mesmo tempo em que são preservados para as 
gerações futuras (LEPSCH et al., 1991, apud 
SANTOS E CÂMARA, 2002).
A agricultura e a pecuária são altamente impactantes 
porque exigem o desmatamento de grandes extensões de 
terra. Veja bem, quando você elimina uma floresta composta 
por vegetação variada, animais, insetos, solo com estrutura 
física e química equilibradas e coloca ali uma única cultura ou 
pastagem, evidentemente vai alterar todo ecossistema, que 
inclui os seres vivos (animais e plantas) e o ambiente, solo, 
água, umidade relativa do ar etc.
A floresta abriga várias espécies de árvores, arbustos 
e plantas rasteiras, insetos, aves, fungos, microrganismos, 
entre outros seres, vivendo no mais completo equilíbrio. A 
partir do momento em que isso se desfaz, fatalmente ocorre 
o desequilíbrio e com ele uma série de problemas resultantes 
dessa mudança. Insetos que antes não representavam ameaça, 
vivendo na floresta sem incomodar ou prejudicar ninguém, 
acabam migrando para as lavouras e pastagens em busca de 
alimento. Em muitos casos, esses insetos se tornam pragas 
porque seu recurso alimentar (a monocultura) é abundante. 
Além disso, muitos deles possuem alto índice de infestação e 
poder de destruição. O mesmo pode ocorrer com os fungos, 
vírus e bactérias, que no seu habitat natural eram inofensivos, 
agora se tornam altamente destrutivos quando atingem as 
lavouras ou mesmo as pastagens. 
Além de desmatar, a agricultura mexe com as estruturas 
15
química e física do solo e requer a utilização de produtos 
químicos (fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas etc.) que 
poluem o ambiente, incluindo solo, água, ar e também afetam 
a saúde do homem e dos animais. Dependendo do sistema de 
manejo das culturas, pode levar ao depauperamento do solo, que 
perde fertilidade, passando a produzir cada vez menos. Outro 
problema grave enfrentado pelo solo mal cuidado são as erosões, 
que por sua vez comprometem os rios com o assoreamento, 
quando não existem matas ciliares para protegê-los:
As principais causas do Assoreamento de rios, 
ribeirões e córregos, lagos, lagoas e nascentes 
estão relacionadas aos desmatamentos, tanto 
das matas ciliares quanto das demais coberturas 
vegetais que, naturalmente, protegem os solos. 
A exposição dos solos para práticas agrícolas, 
exploração agropecuária, mineração ou para 
ocupações urbanas, em geral acompanhadas de 
movimentação de terra e da impermeabilização 
do solo, abrem caminho para os processos 
erosivos e para o transporte de materiais 
orgânicos e inorgânicos, que são drenados até 
o depósito final nos leitos dos cursos d’água e 
dos lagos. (<http://www.portalsaofrancisco.
com.br/alfa/meio-ambiente-assoreamento/>). 
Vejam nestas fotos os estragos da erosão:
Fonte: <http://www.igc.usp.br/uploads/pics/geoeduamb4.jpg>.
Acesso em 20.05.2010, às 16h50.
Erosão
Fonte: Acervo Portal Dia-a-dia Educação <http://www.diaadia.pr.gov.br/
tvpendrive/arquivos/File/imagens/2biologia/erosao5.jpg>. Acesso em 
20.05.2010 às 16h57
E quanto a assoreamento, o que é isso?
Assoreamento é a obstrução, por sedimentos, areia ou 
detritos quaisquer, de um estuário, rio, ou canal. Pode ser 
causador de redução da correnteza.
No Brasil é uma das causas de morte de rios, devido à 
redução de profundidade. Os processos erosivos, causados 
pelas águas, ventos e processos químicos, antrópicos e 
físicos, desagregam solos e rochas formando sedimentos 
que serão transportados. O depósito destes sedimentos 
constitui o fenômeno do assoreamento.
O assoreamento é um fenômeno muito antigo e existe 
há tanto tempo quanto existem os mares e rios do planeta, e 
este processo já encheu o fundo dos oceanos em milhões de 
metros cúbicos de sedimentos.
Porém o homem vem acelerando este antigo processo 
através dos desmatamentos, que expõe as áreas à erosão, a 
construção de favelas em encostas que, além de desmatar, tem 
a erosão acelerada devido à declividade do terreno, as técnicas 
agrícolas inadequadas, quando se promovem desmatamentos 
extensivos para dar lugar a áreas plantadas, a ocupação do 
solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem 
com seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com 
isso, a potencialidade do transporte de materiais, devido ao 
escoamento superficial e das grandes emissões gasosas.
O assoreamento não chega a estagnar um rio, mas 
pode mudar drasticamente seu rumo. O assoreamento pode 
acabar com lagos.
A deposição de sedimentos em reservatórios é um 
grande problema no Brasil, pois a maioria da energia 
consumida vem de usinas hidroelétricas. No caso da Usina 
hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, foi calculado em 400 
anos o tempo necessário para o assoreamento total do 
reservatório da barragem.
Apesar de não “matar” os rios, o assoreamento pode 
aumentar o nível de terra submersa e ajuda a aumentar os 
níveis das enchentes.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assoreamento Acesso em 28.05.2010, às 15h53
Viram só? Não é à toa que há tantos desabamentos 
e enchentes nas épocas de chuva.
 É gente, vocês perceberam o quanto o homem interfere 
no seu meio, mesmo que seja somente para atender às suas 
necessidades básicas de alimento e moradia? A demanda por 
alimento, por exemplo, aumenta cada vez mais à medida que 
se eleva o crescimento demográfico. As previsões indicam 
que em 2025 a população do planeta será de 8,5 bilhões de 
habitantes. E se hoje, com 7 bilhões de habitantes, quase a 
metade vive na miséria e muitos ainda morrem de fome, o 
que dizer daqui a menos de duas décadas, quando chegaremos 
a 8,5 bilhões? Alguns analistas discordam desse número sob 
o argumento de que a taxa de natalidade vem caindo. Mas, 
por outro lado, vive-se mais hoje em dia, graças aos avanços 
da ciência. No entanto, mesmo que o índice de crescimento 
demográfico seja menor, ainda sobra muita gente no planeta, 
16Educação e Meio Ambiente
Considerando ser o planeta Terra a nossa casa, alcançar o 
desenvolvimento sustentável requer a união de todos, trabalhadores, 
empresários, governantes, pesquisa e a população em geral, atuando 
de forma inter e multidisciplinar.A Agenda 21 estima que, para reparar os danos causados ao 
ambiente pelas diversas atividades humanas, serão necessários 600 
bilhões de dólares.
Elaborada após a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco 92, e adotada 
por mais de 170 países, dedica boa parte de seu conteúdo 
ao desenvolvimento agrícola sustentável. Existem várias 
definições de desenvolvimento sustentável. Uma delas, a da 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMAD) dá uma ideia ampla do significado desse termo:
 “Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que vai ao 
encontro das necessidades do presente sem comprometer a 
habilidade das futuras gerações de satisfazer as suas”.
necessidade de efetuar importantes ajustes nas políticas para 
a agricultura, o meio ambiente e a macroeconomia, tanto no 
nível nacional como internacional, nos países desenvolvidos 
e nos países em desenvolvimento. O principal objetivo do 
desenvolvimento rural e agrícola sustentável é aumentar a 
produção de alimentos de forma sustentável e incrementar 
a segurança alimentar. Isso envolverá iniciativas na área da 
educação, o uso de incentivos econômicos e o desenvolvimento 
de tecnologias novas e apropriadas, dessa forma assegurando 
uma oferta estável de alimentos nutricionalmente adequados, 
o acesso a essas ofertas por parte dos grupos vulneráveis, 
paralelamente à produção para os mercados; emprego e geração 
de renda para reduzir a pobreza; e o manejo dos recursos 
naturais juntamente com a proteção do meio ambiente.
 Para assegurar o sustento de uma população 
em expansão é preciso dar prioridade à manutenção e 
aperfeiçoamento da capacidade das terras agrícolas de 
maior potencial. No entanto a conservação e a reabilitação 
dos recursos naturais das terras com menor potencial, com 
o objetivo de manteruma razão homem/terra sustentável, 
também são necessárias. Os principais instrumentos do 
desenvolvimento rural e agrícola sustentável são a reforma 
da política agrícola, a reforma agrária, a participação, a 
diversificação dos rendimentos, a conservação da terra e um 
melhor manejo dos insumos. O êxito do desenvolvimento 
rural e agrícola sustentável dependerá em ampla medida do 
apoio e da participação das populações rurais, dos Governos 
nacionais, do setor privado e da cooperação internacional, 
inclusive da cooperação técnica e científica.
AGENDA 21. Disponível em <http://www.ambiente.sp.gov.br/agenda 21/ag14.
htm> acesso em 08.03.07 18h40
2.2 - As organizações e o 
desenvolvimento sustentável
As organizações se constituem em outro segmento 
importante que precisa se adequar ao desenvolvimento 
sustentável, investindo em um “gerenciamento ecológico, que 
é motivado por uma ética ecológica e por uma preocupação 
com o bem-estar das futuras gerações. Seu ponto de partida é 
uma mudança de valores na cultura empresarial” (ANDRADE 
et al., 2000, p. 12). O autor prossegue argumentando que:
a gestão ecológica não questiona a ideologia 
do crescimento econômico, que é a principal 
força motriz das atuais políticas econômicas e, 
tragicamente, da destruição do ambiente global. 
A gestão ecológica implica o reconhecimento 
de que o crescimento econômico ilimitado em 
um planeta fi nito só pode levar a um desastre. 
Dessa forma, faz-se uma restrição ao conceito de 
crescimento, introduzindo-se a sustentabilidade 
e a maior parte desse contingente se concentra nos países 
pobres, com pouca ou nenhuma infraestrutura. O desafio 
é: como dispor de água, comida, moradia, vestuário, saúde, 
educação, transporte, tecnologia e outros bens de consumo 
para tanta gente? Teremos que desmatar o resto de floresta 
que ainda existe? 
São questões que desafiam a ciência, no sentido multi 
e interdisciplinar. No setor de produção de alimentos, 
por exemplo, existem alternativas que podem contribuir 
muito, como o desenvolvimento de novas tecnologias que 
possibilitem o aumento da produtividade, ou seja, elevar a 
produção de alimentos utilizando o mesmo espaço ocupado 
hoje, sem incorporar novas áreas ao processo produtivo.
Incessantemente, as instituições de pesquisa procuram 
aprimorar as tecnologias que proporcionam meios de produzir 
mais, sem causar tantos prejuízos ao meio ambiente. Algumas 
já desenvolvidas são o sistema de plantio direto, o manejo 
integrado de pragas e doenças, a rotação de culturas, o plantio 
em nível, o desenvolvimento de cultivares mais produtivas e 
resistentes a pragas e doenças e, mais recentemente, o sistema 
agroflorestal. São alternativas que causam menos impacto 
ambiental na tentativa de proteger o solo e os demais recursos 
naturais da exaustão.
2.1 - Agenda 21 e os impactos na 
agricultura
As questões que se referem à preocupação com os 
impactos da agricultura e da pecuária, também estão presentes 
no documento intitulado Agenda 21, que consiste em um 
plano de ação para o Século XXI, visando à sustentabilidade 
da vida na Terra. Em seus 40 capítulos, a Agenda 21 aborda 
temas que envolvem:
• Dimensões Econômicas e Sociais;
• Conservação e Manejo de Recursos Naturais;
• Meio de Implementação.
Voltando à Agenda 21, o documento esclarece que:
Com o objetivo de criar condições que permitam o 
desenvolvimento rural e agrícola sustentável, verifica-se a 
17
ecológica como critério fundamental de todas as 
atividades de negócios (grifos nossos).
 Observem vocês a ênfase dada pelo autor ao problema 
do crescimento econômico ilimitado em um planeta finito, 
que é o que estamos vendo hoje, ou seja, a ordem é produzir 
muito e consumir muito. Porém, ao produzir muito, extraímos 
grande quantidade de matéria-prima que a natureza oferece 
em abundância, mas que não consegue repor com a mesma 
velocidade. E daí, o que pode acontecer? Uma hora essa fartura 
acaba. 
Uma forma de incentivar esse crescimento econômico 
ilimitado a que se refere Andrade et al. (2000) é o consumismo 
desenfreado que tomou conta das pessoas. A vontade de 
consumir é tanta que pessoas com renda menor do que dois 
salários mínimos chegam a possuir vários cartões de crédito. 
E para quê? Alguns de vocês podem até concordar com isso, 
mas convenhamos que quanto mais cartões à mão maiores são 
as chances de se comprar; e a prazo, o que é pior, pagando 
juros altos. Os objetos tornam-se obsoletos rapidamente e logo 
são substituídos, aumentando o consumo de matéria-prima, 
energia e causando muita poluição, resultante do lixo e dos 
resíduos industriais.
Segundo Andrade et al. (2000, p. 14), o avanço 
tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento 
humano, por si apenas, não possuem efeitos se a 
qualidade da administração efetuada sobre os 
grupos organizados de pessoas não permitir uma 
aplicação efetiva desses recursos humanos. A 
administração, com suas novas concepções, está 
sendo considerada uma das principais chaves para 
a solução dos mais graves problemas que afl igem 
atualmente o mundo moderno. Seja nas indústrias, 
no comércio, nas organizações de serviço 
público, nos hospitais, nas universidades, nas 
instituições militares ou em qualquer outra forma 
de empreendimento humano, a efi cácia com que 
as pessoas trabalham em conjunto para conseguir 
objetivos comuns depende, principalmente 
da capacidade daqueles que exercem funções 
administrativas (grifos nossos). 
Na verdade, o planeta está em nossas mãos e cabe a cada 
um agir em sua defesa para garantir uma sobrevida no próximo 
século, a fim de que não se confirme a previsão catastrófica de 
Stephen Hawking, “aconselhando a humanidade a abandonar a 
Terra, sob o risco de extinção da espécie” (Veja, 18.08.10, p. 60) 
ao que César Augusto Gomes, conselheiro do CORECON/ES, 
mestre em economia pela UFPE, endossa com uma advertência:
[...] se o “bicho-homem” não se transformar 
em “homem”, cuidando do que recebeu e 
provocando transformações positivas, em 
todos os sentidos, sem gerar desequilíbrios 
relevantes pela sua intervenção, este “mundão” 
está fadado à piora da qualidade de vida, 
encarecimento da sobrevida e a inviabilização 
parcial da sobrevida para alguns bilhões de seres 
menos aquinhoados (GOMES, 2007, <http://
www.cofecon.org.br/index.php?option=com_
content&task=view&id=627&Itemid=106>.
Conforme Gomes (2007): “[...] o desequilíbrio 
ambiental pode parar a economia mundial, pois depois 
de determinado ponto de degradação, o dispêndio 
monetário para a correção se torna infinanciável”(<http://
w w w. c o f e c o n . o r g. b r / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
content&task=view&id=627&Itemid=106>. Daí a 
necessidade urgente de se adotar o desenvolvimento 
sustentável. O autor prossegue afirmando que:
o “bicho-homem” tanto fez das suas que o 
mundo futuro agora não está mais garantido, pois 
a natureza está se rebelando contra os dois séculos 
de desapego humano quanto à conservação 
das propriedades naturais das vegetações e 
mares. Temos, agora, palavras em voga dantes 
desconhecidas: aquecimento global, preservação 
da biodiversidade, geleiras desgelando e 
contribuindo para o aumento da vazão e do nível 
das ondas marítimas, crédito-carbono, projeções 
desastrosas de extensos territórios que vão virar 
desertos irrecuperáveis, vidas marinhas (peixes) 
em fragorosa queda, etc. Ou seja, estamos 
juntando num mesmo saco [será que de lixo?] de 
mazelas perpetradas por governantes insanos e 
por cidadãos socialmente irresponsáveis.
Gomes (2007) cita um trecho de uma matéria veiculada 
pelo Jornal Valor Econômico (2007, p. A8) que afirma o 
seguinte:
É muito provável que os gases-estufa emitidos 
pelas atividades humanas tenham causado 
a maior parte do aumento observado nas 
temperaturas médias globais desde meados do 
século XX. Muito provável signifi ca pelo menos 
90% de probabilidade. No relatório anterior, 
de 2001, a ligação era provável com 66% de 
chances (GOMES, 2007, <http://www.
cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=627&Itemid=106>).
3 - Os PCN e o meio ambiente
É comum ouvirmos alguns termos que dizem respeito 
ao meio ambiente como, proteção, degradação, conservação, 
preservação, poluição, recuperação, entre outros, que 
muitas vezes não sabemos seu significado exato quando se 
refere à área ambiental. Com a ajuda dos PCN (Parâmetros 
Curriculares Nacionais), apresentamos a seguir o significado 
de cada palavra: (MEC, 2010)
Proteção - Significa o ato de proteger. É a dedicação 
pessoal àquele ou àquilo que dela precisa; é a defesa daquele 
ou daquilo que é ameaçado. O termo “proteção” tem sido 
utilizado por vários especialistas para englobar os demais: 
preservação, conservação, recuperação, etc. Para eles, essas 
são formas de proteção. No Brasil há várias leis estabelecendo 
Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que são espaços do 
território brasileiro, assim definidos e delimitados pelo poder 
público (União, Estado ou Município), cuja proteção se faz 
necessária para garantir o bem-estar das populações presentes 
e futuras e o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Nas 
18Educação e Meio Ambiente
APAs declaradas pelos Estados e Municípios poderão ser 
estabelecidos critérios e normas complementares (de restrição 
ao uso de seus recursos naturais), levando-se em consideração 
a realidade local, em especial a situação das comunidades 
tradicionais que porventura habitem tais regiões. O uso dos 
recursos naturais nas APAs só pode se dar desde que “não 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção” (Constituição Federal, art. 225, § 1º, III).
Preservação - É a ação de proteger contra a destruição 
e qualquer forma de dano ou degradação um ecossistema, 
uma área geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçadas 
de extinção, adotando-se as medidas preventivas legalmente 
necessárias e as medidas de vigilância adequadas. O Código 
Florestal estabelece áreas de preservação permanente, ao 
longo dos cursos d’água (margens de rios, lagos, nascentes 
e mananciais em geral), que ficam impedidas de qualquer 
uso. Essas áreas se destinam, em princípio, à vegetação 
ou mata ciliar especialmente importante para garantir a 
qualidade e a quantidade das águas, prevenindo assoreamento 
e contaminação. A Constituição brasileira impõe, também, a 
preservação do meio ambiente da Serra do Mar, da Floresta 
Amazônica, da Mata Atlântica, do Pantanal Mato-Grossense 
e da Zona Costeira (Constituição Federal, Art. 225, § 4o).
Conservação - É a utilização racional de um recurso 
qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado 
bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação ou sua 
autossustentação. Analogamente, conservação ambiental quer 
dizer o uso apropriado do meio ambiente dentro dos limites 
capazes de manter sua qualidade e seu equilíbrio em níveis 
aceitáveis. Para a legislação brasileira, “conservar” implica 
manejar, usar com cuidado, manter; enquanto “preservar” é 
mais restritivo: significa não usar ou não permitir qualquer 
intervenção humana significativa.
Recuperação - No vocabulário comum, é o ato de 
recobrar o perdido, de adquiri-lo novamente. O termo 
“recuperação ambiental” aplicado a uma área degradada 
pressupõe que nela se restabeleçam as características do 
ambiente original. Nem sempre isso é viável e às vezes pode 
não ser necessário, recomendando-se então uma reabilitação. 
Uma área degradada pode ser reabilitada (tornar-se novamente 
habilitada) para diversas funções, como a cobertura por 
vegetação nativa local ou destinada a novos usos, semelhantes 
ou diferentes do uso anterior à degradação. A lei prevê, na 
maioria dos casos, que o investimento necessário à recuperação 
ou reabilitação seja assumido pelo agente degradador. Além 
disso, o agente responsável pelo dano ambiental deve reparar 
esse dano. Reparação é o ressarcimento, para efeito de consertar 
ou atenuar dano causado à pessoa ou patrimônio, e, no caso de 
dano ambiental, além de provável pagamento de multa, pode 
envolver a obrigação de recuperar ou reabilitar a área degradada.
Degradação ambiental - Consiste em alterações e 
desequilíbrios provocados no meio ambiente que prejudicam 
os seres vivos ou impedem os processos vitais ali existentes 
antes dessas alterações. Embora possa ser causada por efeitos 
naturais, a forma de degradação que mais preocupa governos 
e sociedades é aquela causada pela ação antrópica, que pode 
e deve ser regulamentada. A atividade humana gera impactos 
ambientais que repercutem nos meios físico-biológicos e 
socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde 
humana, podendo causar desequilíbrios ambientais no ar, nas 
águas, no solo e no meio sociocultural. Algumas das formas 
mais conhecidas de degradação ambiental são: a desestruturação 
física (erosão, no caso de solos), a poluição e a contaminação.
Poluição - Para a Fundação Estadual de Engenharia 
do Meio Ambiente, poluição é a “introdução, no meio, de 
elementos tais como organismos patogênicos, substâncias 
tóxicas ou radioativas, em concentrações nocivas à saúde 
humana”. Fala-se também em contaminação, “muitas vezes 
como sinônimo de poluição, porém quase sempre em relação 
direta sobre a saúde humana”. De fato, para a Organização 
Mundial da Saúde — órgão da ONU —, “poluição ou 
contaminação ambiental é uma alteração do meio ambiente 
que pode afetar a saúde e a integridade dos seres vivos”.
Leiam mais sobre os PCN e o meio ambiente em http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar este 
tópico, vamos recordar:
1 - A pilhagem do planeta
Durante séculos o planeta foi explorado de todas as 
maneiras, agora ele pede socorro. Precisamos atender ao seu 
chamado.
2 - Uso adequado do solo
Não resta dúvida de que não é possível parar de produzir 
alimentos, mas é preciso produzir respeitando o meio ambiente.
3 - Os PCN e o meio ambiente
Vimos como os PCN definem proteção, preservação, 
recuperação, degradação e poluição.
FAJARDO, Elias. Ecologia e Cidadania [se cada um fizer a 
sua parte]. São Paulo: Editora Senac, 2003.
FOLADORI, Guillermo. Limites do desenvolvimento 
sustentável. São Paulo: Imprensa Oficial, 2001.
BARROS, Júlio César (editor). Panorama – Veja Essa. 
VEJA, ed. 2178, ano 43, nº 33, Abril: 28.08.10, p. 60-61.
MORAES, A. C. R. Meio ambiente e ciências humanas. 4. Ed. 
São Paulo: Annablume, 2005.
ANDRADE, R. O. B. de; TACHIZAWA, T.; 
CARVALHO, A. B. de. Gestão Ambiental: enfoque estratégico 
aplicado ao desenvolvimento sustentável. São Paulo: 
MAKRON Books, 2000.
Vale a pena
Vale a pena ler
19
<www.planetasustentavel.com.br>.
<www.pbh.gov.br>.
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-
ambiente-assoreamento/>. Acesso em 20.05. 2010, às 17h13.
<http://www.igc.usp.br/uploads/pics/geoeduamb4.
jpg>. Acesso em 20.05.2010, às 16h50.
<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/
File/imagens/2biologia/erosao5.jpg>. Acesso em 
20.05.2010 às 16h57.
Vale a pena acessar
Filme: Oceanos
Vale a pena assistir
Minhas anotações
Ufa, acabou. Qualquer dúvida, estou à disposição 
através do quadro de avisos. Até a próxima aula.

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