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O DESENVOLVIMENTO DA MODERNIDADE NA ARTE BRASILEIRA

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O DESENVOLVIMENTO DA MODERNIDADE NA ARTE BRASILEIRA
A modernidade da arte no Brasil não acontece de maneira instantânea e nem de uma mesma maneira. Incluindo o marco inicial que foi a Semana de 22 e os primeiros movimentos de arte moderna com identidade brasileira , os mais conhecidos, como o movimento Pau-Brasil e o Antropofágico, um longo caminho, através de diversos percursos foi feito, no sentido de ser difundida e se estabelecer.
Já , em fins do sécXIX e início do sécXX , alguns artistas , mesmo da academia de belas artes, iniciam algumas mudanças que demonstram certa modernidade, contrapondo-se à arte acadêmica e aderindo aos movimentos modernos já vigentes na Europa. Esses artistas não estavam preocupados em construir uma identidade moderna para a arte brasileira, porém, suas obras são importantes nesse processo, pois colaboraram com as mudanças que resultarão no movimento modernista, sendo as primeiras a trazerem para o Brasil, elementos diferentes dos que a academia ensinava. Esses elementos, além de se traduzirem nas formas do Romantismo e do Realismo, também mostram influências diretas dos movimentos modernos que ocorrem na europa como o Impressionismo, expressionismo e o simbolismo. São eles: Eliseu Visconti, Castagneto, Belmiro de Almeida e Almeida Junior.
De forma concreta, através das obras destes artistas pela primeira vez no Brasil vemos uma produção artística moderna. E por isso, podemos afirmar que esse período é importante e faz parte desse processo de mudança de uma arte acadêmica para uma arte moderna.
Porém, apesar de promoverem verdadeiras mudanças nas formas de arte brasileira, não se organizaram em movimentos como fizeram os artistas que organizaram a Semana de 22. 
É a partir da segunda década em diante do século XX que as ideias da modernidade serão, de forma mais significativa, difundidas e defendidas. A Semana de 22 marcará fortemente esse momento e os primeiros frutos modernos brasileiros surgirão nas formas do Movimento Pau-Brasil e Antropofágico. No entanto, não bastaram esses momentos para as ideias modernas nas artes serem realmente implementadas e aceitas. Muitos artistas participaram desse processo, seja individualmente ou em grupo, no decorrer de toda a primeira metade do século XX. , primeiro em São Paulo e no Rio de janeiro e depois em outras regiões. Dentre eles podemos destacar.
De 1920 a 1930: Tarsila do Amaral, Zina Aita, Anita Malfati, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcante, Oswald Goeld, Lasar Segall , Ismael Nery e Cídero Dias.
De 1930 a 1950: Candido Portinari, Alfredo Volpi, José Panceti, Alberto Guignard, Flávio de Carvalho, Lula Cardoso Ayres(Recife), José Guimarães(Bahia), Hansen bahia(Bahia), Aldemir Martins(Fortaleza), Yara Tupinamá(Belo Horizonte), Ibere Camargo(Porto Alegre), Carlos Scliar(Porto Alegre)
Para entender esse caminho e esses percursos, antes de mais nada é preciso entender que todos os artistas envolvidos na construção de uma modernidade brasileira tem, cada um, a sua formação, as suas influências e por isso, suas obras, apesar de terem coisas em comum, manifestam diferentes poéticas. É através dessas poéticas que essa modernidade foi sendo construída, por meio dos movimentos e seus manifestos, e por vezes, na forma muito singular da arte desse ou daquele artista. Através da observação desses movimentos e artistas percebemos diferentes características que dividem o processo de construção da modernidade artística brasileira em dois períodos:
1920-1930- é marcado pela busca de linguagens modernas universais e também de uma identidade nacional moderna para a arte brasileira. As obras e artistas desse período mostram forte influência de artistas estrangeiros e dos movimentos das vanguardas europeias. Isso acontece em virtude da própria formação da maioria desses artistas e de suas viagens para fora do Brasil. Praticamente todos eles aprenderam com artistas estrangeiros famosos e fizeram essas viagens. O grupo Brasileiro de artistas e intelectuais que lideram esses primeiros movimentos faziam parte das elites brasileiras da época.
1930-1950- além de trazerem em si, algo do período anterior, é marcado por uma mescla de elementos conservadores e modernos em virtude do retorno à ordem, ou seja, retorno, mesmo dentro de uma modernidade, de alguns princípios clássicos da arte ocidental, , como a figuração e o realismo. Esse período também é marcado, através das obras de alguns artistas, por um nacionalismo, porém, não da mesma forma que se deu com os primeiros modernos. O nacionalismo agora é patrocinado pelo governo. Um país ou uma cidade moderna precisa de uma arte moderna. Nesse sentido, um tipo de arte moderna será estimulado e usado em função do interesse do estado de definir valores nacionais. Também se dará nesta fase da arte moderna brasileira novos regionalismos.
Alguns grupos de artistas tinham uma grande preocupação com a profissionalização de sua prática, pois, muitos deles eram pobres , ex-artesãos da pintura de decoração. Valorizavam muito mais a boa técnica do que o debate de ideias e tinham uma visão estética conservadora. Em virtude disso, galerias, escolas e espaços próprios para a arte moderna são criados. 
É importante ressaltar que o desenvolvimento da arte moderna brasileira irá se estender, mais ou menos, durante todo o século XX, porém, a partir da década de 50 novas mudanças significativas irão ocorrer que irão resultar no que será chamada de pós-modernidade.

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