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papel no transporte de algumas substâncias, ajuda a eliminar o excesso de líquido e produtos que deixaram a corrente sangüínea, tendo ação imunológica, isto é, a linfa é enriquecida por anticorpos, funcionando como uma verdadeira “lixeira” do organismo. Quando o sistema circulatório e/ou linfático não cumpre corretamente suas funções, o corpo fica sobrecarregado por excesso de líquido que não consegue absorver. Na maioria dos casos, esse fenômeno se traduz por sintomas como celulite, retenção de líquidos, peso nas pernas e aparecimento de edema (inchaço), mais conhecido como linfedema. (Bassalobre, 2004). O surgimento de edema está ligado à circulação linfática, seja diretamente em conseqüência do aumento do aporte líquido ou, indiretamente, em conseqüência de uma patologia linfática específica. Em pessoas sedentárias ou com uma alimentação muito tóxica, a linfa é mais espessa e o fluxo se torna mais lento, levando a formação de edemas, celulites e até uma baixa imunológica geral. Freqüentemente, essas diferentes causas de surgimento do edema são simultâneas, consideradas como uma patologia mista, na qual se observa uma insuficiência venosa ligada a uma insuficiência do próprio sistema linfático. A grande adaptabilidade do sistema linfático que drena normalmente cerca de 2 a 2,5 litros de linfa a cada 24 horas permite, caso necessário, a evacuação de até 20 a 30 litros em 24 horas. Em muitos casos, essa complacência da rede linfática permite evitar o edema. Diante disso, fica evidente que o edema é a prova de uma insuficiência linfática. ( Leduc, 2000). A linfa absorvida pelos capilares linfáticos é um líquido claro e incolor, e divide com os outros líquidos extracelulares a responsabilidade de manter constante o meio interno do organismo. (Gardiner et al., 1988). É formada por uma parte líquida e uma carga linfática obrigatória; a parte líquida se origina nos espaços intersticiais, sendo seu componente líquido o líquido intersticial, o qual se assemelha ao plasma sangüíneo, contem um número muito grande de leucócitos, linfócitos e muitas hemácias. A quantidade de líquido transportado pela linfa de pende das condições hídricas do tecido de origem, porém podemos definir esta quantidade como líquido excedente. A carga linfática obrigatória é constituída por substância que precisam ser retirados do interstício para garantir a homeastase, os capilares linfáticos representam a única possibilidade de retirada. Trata-se de macro-moléculas, principalmente de proteínas, mucopolissacarídeos, lipoproteínas, ácidos graxos complexos, mas também de bactérias e fragmentos de células. A linfa também contém células de linfócitos (principalmente), granulócitos, alguns eritrócitos, macrófagos e eventualmente células cancerosas.(Winter, 1973). Os linfócitos estão presentes em todos os tecidos linfóides, no sangue, no tecido conjuntivo, na linfa e na medula óssea; os linfócitos T são originados ou modificados no timo, os linfócitos B parecem originar-se na medula óssea. Os linfócitos exercem um papel importante na defesa imunológica. (Winter, 1973). Os macrófagos originam-se de monócitos, e tem a capacidade de fagocitose. O fibrinogênio também está presente na linfa, e ele é responsável pela coagulação dessa linfa. Durante o período de inatividade de uma área ou parte, o fluxo da linfa é relativamente lento. A atividade muscular provoca o aparecimento de fluxo mais rápido e regular. A circulação da linfa cresce durante o peristaltismo e também com o aumento dos movimentos respiratórios e da atividade cardíaca. Cresce com a elevação da pressão venosa, mas é pouco afetada pela elevação das pressões arteriais. Pode ser aumentada por massagem, movimentação passiva, e até certo grau, pelas pulsações das artérias adjacentes. A obstrução do fluxo da linfa de uma dada área tem como conseqüência o acúmulo, nessa área, de quantidades anormalmente grandes de líquido tecidual formando o chamado linfedema. (Gardiner et al., 1988). A temperatura tem um papel importante sobre o sistema linfático; pois aumenta a freqüência das contrações rítmicas, o aumento da pressão hidrostática interna do segmento linfático aumenta tanto a freqüência quanto à intensidade da musculatura da linfa; a freqüência das pulsações aumenta sob o estímulo de neurotransmissores como, acetilcolina, adrenalina e noradrenalina. Vias linfáticas As vias linfáticas são compostas de capilares, vasos e troncos. Os capilares linfáticos terminais tem uma estrutura peculiar adequada á sua função coletora, além disso, eles se unificam para formar os vasos linfáticos. Possuem grande permeabilidade, permitindo a passagem de água, proteínas, cristalóides, graças á sua estrutura especial.(Winter, 1973). São encontrados na maioria das áreas nas quais estão situados os capilares sangüíneos (Gardiner et al., 1988). As vias linfáticas começam no tecido intersticial por uma rede de capilar que se encontra sempre na proximidade de capilares sanguíneos. Os capilares linfáticos unificam-se, formando vasos linfáticos que percorrem um ou mais gânglios linfáticos antes de se reunirem em troncos linfáticos. O ponto final das vias linfáticas é o ângulo venoso, onde os troncos linfáticos despejam a linfa para dentro da circulação venosa.(Winter, 1973). São divididas numa rede periférica que compreende os capilares e vasos linfáticos situados anteriormente aos gânglios linfáticos, e numa rede central que abrange todos os vasos linfáticos posteriores aos linfonodos. Elas têm grande importância no transporte de proteínas de alto peso molecular dos tecidos para os vasos (Awada, 2003). A rede de reabsorção é constituída pelos capilares linfáticos que coletam o líquido da filtragem carregados de dejetos do metabolismo celular. A progressão da linfa no nível dos capilares é facilitada por pressões exercidas pelas contrações dos músculos vizinhos e pela pulsação arterial. Vasos Linfáticos Os vasos linfáticos formam-se pela confluência de vários capilares linfáticos. Eles possuem válvulas que impedem o refluxo da linfa. Os vasos podem ser divididos quanto a sua função: capilares linfáticos capturam a linfa, pré-coletores linfáticos dão início à movimentação da linfa levando-a aos coletores linfáticos, de maior calibre, que transportam a linfa até os nodos linfáticos. Linfonodos A função essencial do gânglio linfático é a preservação do organismo contra qualquer agressão de substâncias estranhas. (LEDUC, 2000, p. 7). São considerados órgãos efetuadores das reações imunológicas, e se desenvolvem sob estímulo imunológico, principalmente através do canal alimentar; eles servem de reservatório para pequenos linfócitos, além de apresentarem condições ideais para sua multiplicação e diferenciação. (Winter, 1973). Os gânglios linfáticos são chamados também de linfonodos, e se encontram no trajeto da corrente linfática, geralmente estão dispostos em cadeias, onde existem gânglios linfáticos superficiais e profundos. São estruturas imunologicamente ativas. Participam de dois mecanismos distintos de defesa imunológica do organismo: resposta humoral e resposta célula-mediadora. (Winter, 1973). No homem existem cerca de 600 a 700 gânglios linfáticos, forma de feijão, esférica ou elepsóide.(Guirro e Guirro, 2002). Outras regiões que apresentam acúmulo de gânglios linfáticos são as axilas, virilha e região poplítea (região posterior do joelho). (Winter, 1973). O gânglio linfático é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso, a qual contém uma musculatura lisa que possibilita a contração do linfonodo para