Módulo Percepção - Problema 6 - Anatomia, histologia e fisiologia do paladar e do olfato,

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Thaís Pires 
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Problema 6 
1. Anatomia e histologia das estruturas do paladar e olfato. 
Paladar – LINGUA = órgão MUSCULAR móvel recoberto por TÚNICA MUCOSA → a língua está localizada em parte na 
CAVIDADE ORAL e na OROFARINGE → suas principais funções são ARTICULAÇÃO, DEGLUTIÇÃO, PALADAR! 
Partes e Faces da Língua – dividida em RAIZ, CORPO e ÁPICE → RAIZ – parte posterior fixa que se estende entre a 
mandíbula, o hióide – o CORPO corresponde aos dois terços anteriores entre a raiz e o ápice – o ÁPICE é a extremidade 
anterior do corpo, que se APOIA SOBRE OS INCISIVOS → os dois últimos, corpo e ápice, são estruturas móveis 
 Faces – possui duas faces, sendo a SUPERIOR E POSTERIOR a mais extensa = DORSO DA LÍNGUA – a face 
INFERIOR descansa sobre o assoalho da língua → a margem responsável por separar as duas faces está localizada de 
cada lado dela em contato com a gengiva lingual e os dentes laterais / DORSO DA LÍNGUA – possui um sulco em 
forma de V = SULCO TERMINAL cujo ângulo posterior aponta para o FORAME CEGO, uma pequena depressão que 
pode estar ausente (é um resquício embrionário do DUCTO TIREOGLOSSO), que divide a língua em PARTE PRÉ-SULCAL 
(na cavidade própria da boca) e PÓS-SULCAL (na orofaringe) → na região do dorso, a TÚNICA MUCOSA anterior fixa-
se fortemente ao músculo subjacente - Longitudinalmente, um SULCO MEDIANO divide a língua em metades direita 
e esquerda 
A superfície dorsal da língua é áspera pela presença das PAPILAS LINGUAIS: 
 Papilas Circunvaladas – grandes e de topo plano, localizadas imediatamente anterior ao sulco terminal e 
organizadas em V → são circundadas por depressões circulares profundas, cujas paredes estão repletas de CALÍCULOS 
GUSTATÓRIOS = conjunto globular de 50-100 CÉLULAS EPITELIAIS que contém dois tipos principais de células: 
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EPITELIAIS GUSTATÓRIAS e EPITELIAIS BASAIS / das epiteliais GUSTATÓRIAS partem CÍLIOS GUSTATÓRIOS 
(microvilosidades) que estendem-se por um PORO GUSTATÓRIO até a superfície do epitélio → nesse local, as 
microvilosidades são banhadas por saliva contendo as moléculas dissolvidas → as células epiteliais dos canalículos são 
REABASTECIDAS pela divisão de células basais, substituindo as células epiteliais lixadas e queimadas 
 Papilas Folhadas – são pregas laterais da túnica mucosa lingual e pouco desenvolvidas nos humanos 
 Papilas Filiformes – longas e numerosas que contém terminações nervosas aferentes ao toque, responsáveis 
pela FUNÇÃO MECÂNICA DA FRICÇÃO – são PROJEÇÕES CÔNICAS E DESCAMATIVAS organizadas em fileiras com 
formato de V, paralelas ao SULCO TERMINAL, exceto no ápice, onde se organizam transversalmente 
 Papilas Fungiformes – possuem uma base estreita e uma superfície dilatada e lisa – possuem poucos botões 
gustativos e estão distribuídas irregularmente 
A TÚNICA MUCOSA da região posterior da língua é espessa e móvel, não possuindo papilas linguais, mas NÓDULOS 
LINFOIDES subjacentes que conferem aparência irregular para essa região → a coleção desses nódulos = TONSILA 
LINGUAL 
A FACE INFERIOR DA LÍNGUA é coberta por TÚNICA MUCOSA FINA, estando unida ao assoalho da boca por uma prega 
mediana = FRÊNULO DA LÍNGUA → de cada lado do frênulo estão a CARÚNCULA (papila) LINGUAL que possui o óstio 
do ducto submandibular 
Inervação da Língua – o nervo XII – HIPOGLOSSO inerva todos os músculos da língua, exceto palatoglosso, que é 
inervado pelo plexo faríngeo / para a sensibilidade geral (tato e temperatura), a túnica mucosa dos 2/3 ANTERIORES 
é suprida pelo nervo lingual, ramo do NC V mandibular / para a sensibilidade do PALADAR, os 2/3 ANTERIORES é 
suprida pelo NERVO CORDA DO TÍMPANO (ramo do FACIAL), com exceção das papilas circunvaladas + o TERÇO 
POSTERIOR e as PAPILAS CIRCUNVALADAS são inervados pelo NC IX – GLOSSOFARÍNGEO (sensibilidade geral e 
especial) 
Olfato – as fossas nasais são divididas em EPITÉLIO RESPIRATÓRIO (corresponde a maior parte, é um epitélio 
pseudoestratificado colunar ciliado com muitas células caliciformes e glândulas mucosas e serosas) e EPITÉLIO 
OLFATÓRIO → região situada na parte SUPERIOR DAS FOSSAS NASAIS que possui os quimiorreceptores da olfação 
 Epitélio Olfatório – é um neuroepitélio COLUNAR PSEUDOESTRATIFICADO composto por 3 tipos celulares: 
CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO, que são prismáticas, largas no ápice e estreitas na base, possuindo microvilos que se 
projetam na camada de muco que recobre o epitélio + possui pigmento acastanhado responsável pela sua coloração; 
CÉLULAS BASAIS, que estão ligadas ao estrato basal e possuem formato arredondado e pequeno, servindo como 
células-tronco do epitélio olfatório; CÉLULAS OLFATÓRIAS que são neurônios bipolares que podem ser distinguidos 
das células de sustentação pela posição dos núcleos mais basais – os seus dendritos apresentam dilatações pelas quais 
partem 6 – 8 CÍLIOS OLFATÓRIOS imóveis que possuem função QUIMIORRECEPTIVA, esses cílios são importantes para 
aumentar a superfície de contato → os axônios que partem das células olfatórias reúnem-se em um pequeno feixe 
chamado FILAMENTO DO 
NERVO OLFATÓRIO, que 
penetram a lâmina cribiforme 
do etmoide fazendo sinapse nos 
GLOMÉRULOS com o AXÔNIO 
DA CÉLULA MITRAL (de saída) → 
TRATO OLFATÓRIO → sistema 
límbico (odor desperta emoção) 
e córtex olfatório primário 
Obs: na lâmina própria dessa 
mucosa existem GLÂNDULAS 
RAMIFICADAS 
TUBULOACINOSAS ALVEOLARES 
(glândula de Bowman) – os seus 
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ductos levam a secreção até a SUPERFÍCIE MUCOSA, onde limpam as extremidades dendríticas (quimiorreceptores) 
para a percepção de novas partículas 
2. Descrever a fisiologia do paladar e olfato. 
Ambos os sentidos são dependentes de componentes QUÍMICOS dos alimentos e das partículas de ar 
Paladar – o que é interpretado como sabor para nós é, na verdade, uma mistura de 5 qualidades elementares do 
sabor: salgado, doce, azedo, amargo e umami, que correlacionam-se, respectivamente, ao cloreto de sódio, sacarose, 
ácido hidroclórico, quinina e glutamato monossacarídico → 
umami tem sido descrito como o gosto proteico de carne 
Receptores Gustativos – a sensação do paladar depende 
da ativação de quimiorreceptores localizados nos 
CORPÚSCULOS GUSTATIVOS – as células quimiorreceptoras 
fazem sinapse com as FIBRAS AFERENTES primárias, e são 
divididas em 2 grupos de acordo com a VESÍCULA DE 
NEUROTRANSMISSOR (vesículas de centro denso e 
arredondadas claras) / além da divisão por vesículas, as células 
são divididas em salgado e azedo (fazem sinapse direta com os 
neurônios gustatório) e as do doce, amargo e umami não 
formam sinapse, sendo seu mecanismo por alterações 
químicas/ nessas MICROVILOSIDADES dos quimiorreceptores 
encontram-se MOLÉCULAS QUIMIORRECEPTORAS 
especializadas de acordo com o estímulo / após serem 
dissolvidas pela saliva, as moléculas químicas desencadeiam os 
ESTÍMULOS podem passar diretamente para a célula a fim de 
DESPOLARIZÁ-LA (Na+ e H+ para salgado e azedo) ou podem 
para ABRIR CANAIS DE CÁTIONS para gerar o potencial 
(também salgado e azedo) → enquanto que sacarose, quinina, 
glutamato, amargo e umami ativam um SEGUNDO 
MENSAGEIRO (gustducina – proteína G) que abre canais de 
CALCIO ou que liberam CÁLCIO EM RESERVA (LIBERA SEROTONINA) → nos 3 casos, há liberação de neurotransmissor 
que gera potencial de ação 
Distribuição e Inervação dos Corpúsculos Gustativos – esses corpúsculos gustativos encontram-se em diversos 
tipos de papilas encontradas na língua, faringe, palato – os corpúsculos dos 2/3 anteriores = NERVO FACIAL (corda do 
tímpano); os do 1/3 posterior = NERVO GLOSSOFARÍNGEO; os da laringe e esôfago NERVO VAGO 
Vias Centrais do Paladar – os corpos celulares das fibras gustativas dos nervos (V, XI, X) estão localizados nos 
GANGLIOS GENICULADO, PETROSO e NODOSO respectivamente – os ramos centrais das fibras aferentes penetram 
no BULBO, se unem ao TRATO SOLITÁRIO e fazem sinapse no NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO,de onde irão se conectar 
a DUAS ÁREAS GUSTATIVAS CORTICAIS diferentes → córtex S1 e Ínsula → essa via predomina a AUSÊNCIA DE 
DECUSSAÇÕES 
Olfato – ajuda na vida emocional e os odores podem desencadear memórias, além de proteger contra a ingestão de 
alimentos estragados 
 Receptores Olfativos – células nervosas bipolares da mucosa olfativa – os cílios imóveis na superfície apical 
contém quimiorreceptores que detectam as substâncias dissolvidas no muco → da região BASAL parte o axônio não-
mielinizado que se une a outros filamentos nervosos olfativos, penetrando na base do crânio pela LÂMINA 
CRIBIFORME do etmoide → esses nervos fazem sinapse no bulbo olfativo / são continuamente renovados 
 As MOLÉCULAS ODORÍFERAS são apresentadas a mucosa olfativa por meio de CORRENTES DE AR ou a partir 
da CAVIDADE ORAL durante a alimentação → essas moléculas ligam-se temporariamente a uma PROTEINA OLFATIVA 
do muco, secretada pela glândula / ao contrário dos receptores gsutativos, existem cerca de 1000 RECEPTORES 
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ODORÍFEROS, sendo 350 funcionais → a codificação olfativa é semelhante a gustativa, e baseia-se em VÁRIAS 
MOLÉCULAS que excitam VÁRIAS CLASSES DE QUIMIORRECEPTORES 
 Vias Centrais – na região do BULBO OLFATIVO, uma especialização do córtex cerebral, as células MITRAIS 
estão em contato com as FIBRAS OLFATIVAS AFERENTES (proveniente da mucosa olfatória) no GLOMÉRULO → cada 
glomérulo é alvo de VÁRIAS FIBRAS AFERENTES de um MESMO TIPO DE RECEPTOR OLFATIVO – além das aferentes, 
células GRANULARES E PERIGRANUALRES (interneurônios) formam as SINAPSES DENDRODENTRÍTICAS com as 
mitrais → quando a atividade MITRAL despolariza as CÉLULAS INIBIDORAS causando liberação de GABA no glomérulo 
ADJACENTE – isso causa um efeito de CONTRASTE / partindo do bulbo olfatório, os axônios das células mitrais entram 
nos TRATOS OLFATIVOS → o núcleo OLFATIVO ANTERIOR que recebe informações do bulbo se projeta para o bulbo 
olfativo contralateral pela comissura anterior – a medida que cada trato olfativo se aproxima da abse do cérebro, ele 
se divide em ESTRIAS OLFATIVAS LATERAIS E MEDIAIS – os axônios das laterais fazem sinapse no CÓRTEX OLFATIVO 
PRIMÁRIO = CORTEX PRE-PIRIMIFORME e os da medial na AMÍGDALA → SISTEMA LÍMBICO / NÃO possui ligação com 
o tálamo antes de chegar ao córtex