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Módulo Percepção - Problema 7 - Fisiologia do Sono (REM e Não-REM), Neurotransmissores envolvidos, Hipnóticos e Sedativos

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Thaís Pires 
1 
Problema 7 
1. Evidenciar a importância do sono normal com suas fases REM e NÃO-REM 
 
Sono período de RELATIVA INATIVIDADE e REPOUSO → estado ORGANIZADO resultante da ação cooperativa de 
muitos componentes comportamentais e NEURAIS – afeta TODAS as funções FÍSICAS e MENTAIS desde FR a 
PROCESSOS DE PENSAMENTO → por ter esse controle sobre as funções, foi percebido que a ATIVIDADE ELÉTRICA DO 
ENCÉFALO muda constantemente durante o sono / para descrever o sono e distinguir seus estágios, existem três 
medidas importantes: ATIVIDADE ENCEFÁLICA, MOVIMENTOS OCULARES, TÔNUS MUSCULAR 
 
Sono não REM – o sono como um todo possui 5 ESTÁGIOS, sendo os 4 primeiros SEM MOV. RÁPIDO DOS OLHOS 
(REM) e o último estágio com REM 
a. ESTÁGIO 1 – transição entre vigília e sono, período no qual o sono parece ser eminente, mas não desenvolvido 
→ o EEG mostra uma DIMINUIÇÃO na atividade de ALTA FREQUÊNCIA (alta frequência, baixa voltagem e 
rápida – Percepção e cognição) 
b. ESTÁGIO 2 – é o primeiro estágio VERDADEIRO do sono, sendo caracterizado pelo aparecimento de FUSOS 
DE SONO no EEG = oscilações de 7 a 15 Hz por 1 a 2 segundos + COMPLEXOS K → essas alterações refletem 
as OSCILAÇÕES SINCRONIZADAS e LENTAS da atividade neuronal e sináptica no TÁLAMO e no CÓRTEX 
CEREBRAL, resultado do RELAXAMENTO + HIPERPOLARIZAÇÃO generalizada dos neurônios que cursam com 
uma INATIVAÇÃO GRADUAL dos mecanismos encefálicos de ALERTA 
Alterações Fisiológicas E2 – diminuição do tônus muscular; movimento lento dos olhos; lentificação da 
respiração; diminuição da temperatura corporal - AÇÃO PARASSIMPÁTICA 
c. ESTÁGIO 3 – Seu início é marcado pelo aparecimento de OSCILAÇÕES DELTA (0,5 a 4 Hz), que refletem uma 
MAIOR REDUÇÃO nos processos de excitação encefálica e AUMENTO na SINCRONIZAÇÃO da atividade 
CORTICAL E TALÂMICA 
d. ESTÁGIO 4 – Quando as ondas delta que apareceram em 3 tornam-se PREDOMINANTES, i.e., ocupam >50% 
do tempo do EEG, sendo considerado o estágio MAIS PROFUNDO 
Alterações Fisiológicas E3 e E4 – respiração lenta; diminuição da FC; relaxamento dos músculos; diminuição 
da temperatura – AÇÃO PARASSIMPÁTICA 
Essa progressão para os 4 PRIMEIROS estágios ocorre de forma RÁPIDA (30min), permanecendo cerca de 30min no 
estágio 4 → a partir daí, o indivíduo entra em um estágio em que há predomínio, no EEG, de ondas de altas frequência 
e baixas voltagens (semelhante ao estágio de vigília) = SONO REM (CÉREBRO ATIVO EM CORPO IMOVEL) → rápido 
movimento dos olhos + sonhos vívidos + consumo de O2 pelo córtex quase igual ao estado de vigília / esse estágio foi 
descoberto por ALTERAÇÕES NOTÓRIAS no EEG cerca de 4 a 5x POR NOITE – nesse estágio, há uam perda quase que 
COMPLETA DO TÔNUS MUSCULAR (consequência da inibição dos neurônios motores da ME por vias descendentes, 
porém sem afetar os neurônios do TE relacionados ao mov. Ocular), e maior diminuição na TEMPERATURA CORPORAL 
/ embora haja a divisão em 5 estágios, há uma vertente de divisão em somente dois: REM e NREM, já que o REM 
difere de forma gritante dos 4 estágios → durante a noite, os ciclos NREM-REM ocorrem repetidamente, sendo a 
duração do REM PROGRESSIVAMENTE MAIOR 
 
Sonhos REM x NREM – nos adultos, o sonho REM ocupa cerca de 25% do total do tempo de SONO e sonhos específicos 
reaparecem com uma periodicidade regular e previsível, sendo o seu tempo tão longo como se realmente estivesse 
acontecendo / os sonhos REM são relativamente LONGOS e predominam o VISUAL (todos sonhos REM são visuais, 
exceto para congenitamente cegos), sendo, geralmente, NÃO RELACIONADO com os acontecimentos do cotidiano 
(Freud – Conteúdo latente do sonho) – visual > auditivo > vestibular – é no sonho REM que os homens experimentam 
as EREÇÕES PENIANAS (diferir em impotência fisiológica X psicológica) e as mulheres o equivalente a EXCITAÇÃO 
SEXUAL; e os sonhos NREM são mais CURTOS, menos visuais e emocionais, estando relacionados com o COTIDIANO 
DO INDIVÍDUO (Freud – Resíduos do dia) 
 
2. Fisiologia da vigília e estruturas anatômicas do SNC envolvidas; 
 
Nível Ultradiano do Sono – o NÍVEL DE ALERTA/VIGÍLIA é melhor definido pelo ciclo circadiano e ultradiano do sono 
→ o núcleo supraquiasmático é crucial para a GERAÇÃO e SINCRONIZAÇÃO do ritmo circadiano, mas não é o 
GERADOR DO SONO E DA VIGÍLIA / em estudos, percebeu-se que a ESTIMULAÇÃO ANTERIOR DO TRONCO 
Thaís Pires 
2 
ENCEFÁLICO resulta em um estado de ALERTA → sistema ativador ascendente – Responsável por manter o estado 
de vigília → NÚCLEO PRÉ-ÓPTICO VENTROLATERAL do hipotálamo possui células que inibem os neurônios 
MONOAMINÉRGICOS das redes de ATIVAÇÃO ASCENDENTE, promovendo o sono durante o fim da vigília / enquanto 
que a ATONIA MUSCULAR e os REM são controlados por uma região restrita da PONTE e BULBO → assim, o TE é o 
organizador central para o CONTROLE DO ALERTA 
 Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA) – constituído por fibras NORADRENÉRGICAS, 
SEROTONINÉRGICAS e COLINÉRGICAS da formação reticular da ponte → na transição mesencéfalo-diencéfalo o SARA 
se divide em ramos VENTRAL e DORSAL – o VENTRAL dirige-se para o hipotálamo lateral e recebe fibras 
histaminérgicas do núcleo tuberomamilar, que se dirige para o CÓRTEX onde tem papel ATIVADOR – o DORSAL dirige-
se para o TÁLAMO que projeta impulsos ativadores para o cortex 
- Neurônios COLINÉRGICOS do TE disparam potenciais de ação em ANTECIPAÇÃO ao ato de DESPERTAR e ao SONO 
REM – eles projetam-se para TODO O CÉREBRO (tálamo, córtex) e, com a liberação de aCh, há uma DESPOLARIZAÇÃO 
em diversas células-alvo = REM-ON 
- Neurônios NORADRENÉRGICOS e SEROTONÉRGICOS do TE e HISTAMINÉRGICOS do hipotálamo também se 
projetam amplamente no encéfalo, modulando principalmente a EXCITABILIDADE NEURONAL – há liberação de 
potenciais de ação em antecipação ao ESTADO DE VIGÍLIA e uma manutenção regular desses disparos ao longo da 
VIGÍLIA → diminuem antes do sono REM = REM-OFF 
Assim, a atividade cíclica entre REM e NREM é modelada pela interação ANTAGÔNICA entre REM-ON e REM-OFF → 
durante o sono REM, os disparos fásicos e em salva de fibras COLINÉRGICAS ocorrem em TODO O CÉREBRO, sendo 
mais intensa nos núcleos pontinho e geniculado no CÓRTEX OCCIPITAL (VISUAL) = ONDAS PONTO-GENICULADO-
OCCIPITAIS (PGO) 
 
3. Funções endócrina, cardíaca e respiratória na vigília e sono; 
As funções biológicas apresentam FLUTUAÇÕES REGULARES e periódicas ao longo das 24h – essa capacidade de 
adaptação de acordo com o ciclo circadiano, dá-se o nome de HOMEOSTASE PREDITIVA 
 
Ritmo das Secreções Hormonais – seguindo a homeostase preditiva, há uma variação considerável entre os 
valores MÁXIMO e MÍNIMO de hormônios humanos → o pico de produção máxima de cada hormônio acontece 
em momentos diferentes do dia de acordo com a necessidade da espécie (atividade diurna ou noturna) / como os 
humanos possuem ATIVIDADE DIURNA, os primeiros hormônios a se alterarem, no período que precede o início 
da vigília, são os CORTICOESTEROIDES ADRENAIS com o pico nesse período + a INSULINA também possui pico de 
PRODUÇÃO e LIBERAÇÃO na manhã e no começo da tarde, períodos de maior NECESSIDADE ENERGÉTICA, i.e., a 
glicemia resultante de uma refeição é maior na NOITE do que na MANHÃ, justamente por não haver alimentação 
no período de sono 
Hormônio do Crescimento (GH) – possui pico máximo no PRIMEIRO TERÇO da noite de sono, no período de maior 
ONDAS SINCRONIZADAS LENTAS (E3-4), momento em que o metabolismo proteico é máximo 
Outros hormônios, como FSH e LH, seguem uma tendência CIRCADIANA na CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA → 
para o LH e o hormônio liberador de LH, há um controle INFRADIANO (ciclo estrais) 
 
Ritmo do Sistema Cardiovascular – praticamente todos os parâmetros cardiovasculares apresentam flutuação 
circadiana regular → FC, DC, Vsist, PAs, PAd possuem valores MÁXIMOS por volta das 17h as 18h / já T de ejeção 
ventricular, intervalo entre sístoles, Resistencia capilar e Viscosidadesanguínea possuem valores MÁXIMOS 
entre 5h e 8h da manhã → a partir disso, pode-se inferir os momentos de MAIOR RISCO para AVCi (madrugada e 
início da manhã) e AVCh (fim da tarde e noite) 
 
Ritmo do Sistema Respiratório – apresentam flutuação circadiana de forma que a capacidade respiratória é 
MÍNIMA DURANTE A NOITE + MADRUGADA e MÁXIMA DURANTE O DIA / quanto a árvore brônquica, ela tem 
RESPONSIVIDADE AUMENTADA a agentes PARASIMPATOMIMÉTICOS ocorre durante a NOITE e a agentes 
SIMPATOMIMÉTICOS durante o DIA → Este fato, associado à maior resposta alergênica, menor resposta anti-
inflamatória, além de um maior contato com o antígeno, explicaria a maior incidência de crises de asma alérgica 
à noite. 
 
 
Thaís Pires 
3 
4. Definir os ritmos circadianos; 
 
Vigília-Sono X Ritmo Circadiano – o sono é um comportamento circadiano, i.e., segue os AGENTES ARRASTADORES = 
nascer/pôr do sol → o ritmo circadiano do sono em humanos foi estudado a partir de um experimento em que um 
voluntário foi ISOLADO de qualquer AGENTE ARRASTADOR (relógio, janela) – assim, o indivíduo seguia um RITMO 
CIRCADIANO ENDÓGENO, que foi percebido como mais LONGO que o circadiano 
dia-noite (cerca de 25h), o que deixou a pessoa FORA DE FASE com o ambiente / o 
ciclo de vigília-sono não é o único ritmo circadiano no corpo, existem ciclos como 
NÍVEL DE ALETA, CAPACIDADE DE REALIZAR TAREFAS COGNITIVAS, 
TEMPERATURA CORPORAL, LIBERAÇÃO DE HORMÔNIOS e FUNÇÃO RENAL = 
CICLOS ENDÓGENOS sincronizados com o ciclo dia-noite → essa sincronização 
entre ciclos endógenos e ritmo circadiano é consequência de CÉLULAS 
GANGLIONARES DA RETINA que respondem à luz ou ausência dela, projetando-se 
para NÚCLEO SUPRAQUIASMÁTICO do HIPOTÁLAMO (tumores hipotálamo) 
Jet Lag – alterações fisiológicas perturbam a sincronia entre ritmo circadiano-ciclo 
dia e noite → sonolência excessiva durante o dia; fome na hora errada; frio; 
despertar no meio da noite – se viajar de avião para o OESTE é mais fácil que para 
o LESTE, porque aproveita-se aquela hora extra do ritmo endógeno (25h – dorme 
tarde e acorda tarde) → esse aproveitamento do ritmo endógeno é frequente 
durante os FDS, o que justifica a “tristeza da segunda de manhã”, uma 
consequência da rápida mudança no ritmo circadiano 
Sonolência = impulso para dormir – é resultado da diferença entre DÉFICIT DE 
SONO e NÍVEL DE ALERTA – o déficit de sono aumenta lentamente quando não se dorme (e dissipa quando dorme) 
→ ao acordar pela manhã, o déficit de sono está baixo e o nível de alerta também, sendo os dois PROGRESSIVAMENTE 
CRESCENTES até atingir um ponto em que o déficit é MÁXIMO e o alerta é semelhante a quando se acordou → a 
diferença entre esses pontos = IMPULSO PARA DORMIR / Caso uma noite de sono tenha sido perdida, o déficit de 
sono é crescente e o nível de alerta atinge o ponto mais baixo, sendo essa diferença por volta de 3-4h da manhã 
 
Base do Relógio do Ciclo Circadiano – a frequência de disparos dos neurônios do núcleo SUPRAQUIASMÁTICO segue 
um ritmo circadiano endógeno = marca-passo que segue um PADRÃO determinado por estímulos ambientais (LUZ) 
→ lesões nesse núcleo dessincronizam o ritmo circadiano com a vigília-sono / o núcleo está organizado em GRUPOS 
FUNCIONAIS que controlam as OSCILAÇÕES RITMICAS de relógios de outros órgãos / a essência desse relógio mestre 
que é o núcleo supraquiasmático é um PAR DE ALÇAS DE FB TRANSCRICIONAL: uma forma o centro do mecanismo 
circadiano e a outra um circuito modulador que estabiliza essa ritmo circadiano / CENTRO do mecanismo circadiano 
- estão CLOCK e BMAL1 (ativadores transcricionais) que unem-se formando um heterodímero que codifica a 
transcrição dos genes PER e CRIPTOCROMO que produzem as PROTEINAS PER e CRY → essas proteínas formam um 
heterodímero que retorna pro núcleo supraquiasmático onde INIBE CLOCL e BMAL1 e, consequentemente, a 
produção de proteínas PER e CRY → esse centro GERA o ritmo, enquanto que as informações com relação a DIA-
NOITE o SINCRONIZA com o ambiente externo por meio da percepção via retina, transdução em atividade elétrica no 
núcleo e transmissão por potencial de ação para outras regiões do cérebro / fibras aferentes do núcleo 
supraquiasmático seguem para outros núcleos do próprio hipotálamo → na ZONA SUBPARAVENTRICULAR DORSAL 
projetam-se áreas importantes para os ritmos circadianos da temperatura corporal – na ZONA 
SUBPARAVENTRICULAR VENTRAL E NÚCLEO DORSOMEDIAL projetam-se áreas para o ciclo sono-vigília 
 
5. Principais neurotransmissores do ciclo vigília/sono; 
A maioria dos parâmetros fisiológicos, metabólicos sofre oscilações ENDÓGENAS (independentes dia-noite) que se 
repetem em um período de 24h – temperatura corporal, nível circulante de eosinófilos, hormônios, glicose – Além 
do núcleo supraquiasmático, RELÓGIOS BIOLÓGICOS no SNC geram ritmos independentes do núcleo, como o NÚCLEO 
SUPRAÓPTICO e ARQUEADO, que regulam o ritmo circadiano dos HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS → outros relógios 
biológicos FORA DO SNC são HEPATÓCITOS (ritmo circadiano da função hepática, como as enzimas da glicogenólise) 
 
No hipotálamo, a geração e sincronização ocorre no núcleo supraquiasmático e é repassada para o NÚCLEO PRÉ-
OPTICO VENTROLATERAL e a outro grupo de neurônios hipotalâmicos que tem como NEUROTRANSMISSOR o 
Thaís Pires 
4 
peptídeo OREXINA – ao final do período de sono sob influencia do supraquiasmático, a INIBIÇÃO do pré-optivo sobre 
o SARA (que determina o somo) termina e inicia a EXCITATÓRIA do neurônio OREXINÉRGICO sobre o supra, iniciando 
a VIGÍLIA → esses orexinérgicos tem ação INIBITÓRIA sobre os neurônios COLINÉRGICOS responsáveis pelo SONO 
REM – uma lesão desses neurônios pode determinar NARCOLEPSIA, que é a interrupção súbita do quadro de vigília 
por períodos de sono REM, com perda de tônus muscular 
 
A MELATONINA liberada pela glândula pineal tem influência no ciclo vigília-sono como SINCRONIZADO 
SUPLEMENTAR AO SUPRAQUIASMÁTICO na região com os receptores para ela – tem ação de regulação da secreção 
de vários hormônios, principalmente os glicocorticoides e ação sobre o sistema imunológico 
 
6. Mecanismo de ação dos hipnóticos e sedativos 
 
Um fármaco que está incluso na classe de SEDATIVOS-HIPNÓTICOS tem como característica a CAPACIDADE de 
produzir a SEDAÇÃO ou INCENTIVAR O SONO (alívio concomitante da ansiedade) → esses fármacos, embora não 
sejam semelhantes QUIMICAMENTE, são semelhantes no USO CLÍNICO 
 
Farmacologia Básica – Um sedativo (ansiolítico) deve reduzir a ansiedade e 
exercer efeito calmante por meio da depressão do SNC, já o HIPNÓTICO deve 
PRODUZIR SONOLÊNCIA e ESTIMULAR o INÍCIO E MANUTENÇÃO DO SONO, 
sendo, portanto, uma depressão mais acentuada do SNC que a sedação em uma 
mesma dose terapêutica (i.e., aumentando a dose de sedativo, consegue-se 
uma depressão maior) → cada fármaco varia na relação DOSE/RESPOSTA, 
sendo essa resposta a depressão do SNC 
Resumindo - sedação é um grau de depressão MENOR que a ação causada por 
hipnóticos → agentes sedativos-hipnóticos mais antigos possuíam um gráfico 
de resposta a dose de forma LINEAR, então quanto maior a dose, maior a 
hipnose, podendo chegar em ANESTESIA GERAL e, posteriormente, 
em depressão de centro respiratório e vasomotor do bulbo →COMA 
 
 Benzodiazepínicos – agentes SEDATIVOS-HIPNÓTICOS 
muito utilizados – as estruturas químicas consistem em 1,4-
BENZODIAZEPÍNICOS com um grupo CARBOXIAMIDA na estrutura 
de anel heterocíclica com 7 membros → na posição 7, é necessário 
ou grupo HALOGÊNICO ou NITRO para que haja o efeito sedativo-
hipnótico 
 Barbitúricos – agentes sedativos mais antigos e de uso 
menos comum 
 Alcoóis 
 Hidrato de Cloral 
 
Farmacocinética – as taxas de ABSORÇÃO dependem da 
LIPOSSOLUBILIDADE do fármaco, isso porque ela determina a 
velocidade de penetração/ação NO SNC → na gravidez, TODOS os 
sedativo-hipnóticos atravessam a MEMBRANA PLACENTÁRIA, 
podendo causar depressãodos sinais vitais do recém-nascido + são 
detectáveis no LEITE MATERNO, podendo exercer depressão pelo 
aleitamento 
 
Neurofarmacologia – os BENZODIAZEPÍNICOS, OS BARBITÚRICOS, 
O ZOLPIDEM, A ZALEPLONA e diversos outros fármacos ligam-se a SUBUNIDADES DO RECEPTOR GABAA presente nas 
membranas neuronais do SNC → esse receptor de GAB atua como CANAL IÔNICO DE CLORETO ativado pelo GABA / 
o receptor GABAa tem uma estrutura PENTAMÉRICA (5 subunidades variadas – α, β, γ, ε, π) / existe uma ISOFORMA 
Figura 1 - A: barbitúricos e alcoóis / B: benzodiazepínicos 
Thaís Pires 
5 
desse receptor que está mais PRESENTE no SNC, que é composta por 2 alfa-um, 2 
beta-2 e 1 gama-2 → os sítios de ligação para GABA estão entre alfa e beta e o local 
para os BENZODIAZEPÍNICOS entre alfa e gama / assim como os benzodiazepínicos, 
os BARBITÚRICOS ligam-se a esse receptor GABA, porém em uma REGIÃO DISTINTA 
dos benzodiazepínicos / os sedativos-hipnóticos mais RECENTES (zolpidem, 
zaleplona, eszopiclona) ligam-se mais SELETIVAMENTE a receptores GABA com 
subunidades ALFA-1 → ASSIM, percebe-se que ação de cada fármaco está 
relacionada com uma isoforma de receptor GABA, o que justifica a AMPLA RESPOSTA 
FARMACOLÓGICA 
 
Ação → sabe-se que o GABA é um neurotransmissor do SNC, sendo 
POTENCIALIZADA a sua ação inibitória em todos os NÍVEIS DO NEUROEIXO (ME, 
hipotálamo, hipocampo, substância negra, córtex cerebelar e cerebral) / os BENZODIAZEPÍNICOS aumentam a 
EFICIÊNCIA da inibição GABAergica, por regulação ALOSTÉRICA, i.e., eles não substituem o GABA → assim, quando 
ligados ao receptor, permitem a CORRENTE DE CLORETO com consequente HIPERPOLARIZAÇÃO – esse aumento da 
condutância dos canais de cloreto é reflexo do AUMENTO DA FREQUÊNCIA das aberturas / os BARBITÚRICOS também 
potencializam a ação do GABA no SNC, mas não por aumento da frequência de abertura dos canais, mas sim pelo 
AUMENTO DA DURAÇÃO DA ABERTURA DOS CANAIS regulados por GABA – esses barbitúricos são MENOS SELETIVOS 
na sua ação, uma vez que deprimem as ações do GLUTAMATO (excitatório) pela ligação ao receptor AMPA e agem 
nas MEMBRANAS NÃO-SINAPTICAS → por isso possui capacidade de ANESTESIA CIRÚRGICA COMPLETA e 
DEPRESSÃO ACENTUADA 
 
Efeitos Orgânicos 
Sedação – os benzodiazepínicos, barbitúricos e a maioria dos sedativos-hipnóticos mais antigos exercem EFEITOS 
CALMANTES com redução da ansiedade mesmo em DOSES BAIXAS → essas ações ANSIOLÍTICAS são acompanhadas 
por EFEITOS DEPRESSORES das FUNÇÕES PSICOMOTORAS e CONGNITIVAS / esses fármacos, em estudos 
laboratoriais, demonstraram capacidade de DESINIBIR O COMPORTAMENTO SUPRIMIDO POR PUNIÇÃO, que é 
considerada equivalente aos EFEITOS ANSIOLÍTICOS, causando os chamados EFEITOS DE DESINIBIÇÃO 
COMPORTAMENTAL DOS SEDATIVOS-HIPNÓTICOS = euforia, perda do autocontrole, comprometimento do 
discernimento e, dependendo da dose, efeitos de AMNESIA ANTERÓGRADA, i.e., amnésia durante a AÇÃO DO 
FÁRMACO 
 
Hipnose – via de regra, todos os sedativos-hipnóticos INDUZEM O SONO quando administrados em doses suficientes 
– a sua influência nos estágios do sono depende de(a): fármaco específico, dose, frequência de adm → os efeitos 
mais catalogados e antigos são: diminuição do período de latência; aumento do estágio 2 do NREM; diminuição da 
duração do estágio 4 NREMn (ondas lentas); diminuição da duração do REM / do ponto de vista CLÍNICO, os efeitos 
mais benéficos são DIMINUIÇÃO DA LATÊNCIA com AUMENTO DO ESTÁGIO 2, não sendo os efeitos sobre o sono REM 
bem definidos, isso porque fármacos mais antigos que inibem a duração do REM, quando suspendidos, causam 
REBOTE DO SONO REM, que é caracterizado por ansiedade e irritabilidade / A adm de sedativos-hipnóticos por MAIS 
DE 1-2 SEMANAS causa TOLERÂNCIA 
 Exemplos – os fármacos mais recentes TODOS diminuem a latência - o ZOLPIDEM diminui REM, mas não 
possui efeitos sobre estágio 4; a ZALEPLONA diminui a latência até o sono, porém não influencia na duração dos sonos 
NREM e REM; a ESZOPICLONA aumenta o tempo total de sono 
 
Anestesia – como no gráfico, alguns fármacos sedativos-hipnóticos podem levar a inibição centro respiratório e motor, 
causando anestesia geral → a sua utilização como ADJUVANTE da anestesia, entretanto, depende das PROPRIEDADES 
FÍSICO-QUÍMICAS que irão determinar a VELOCIDADE DE AÇÃO e DURAÇÃO → os barbitúricos, por serem muito 
lipossolúveis e de curta meia-vida, são excelentes para INDUÇÃO DA ANESTESIA e RECUPERAÇÃO/ os 
benzodiazepínicos (Diazepam, midalozam, lorazepam) são usados em IV na anestesia com outros agentes, possuindo 
longa meia-vida, o que causa uma DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA PÓS-ANESTÉSICA PERSISTENTE consertada por 
FLUMAZENIL 
 
 
Thaís Pires 
6 
 
Relaxamento Muscular – principalmente os membros dos grupos de carbamatos e benzodiazepínicos, causam uma 
inibução nos REFLEXOS POLISSINÁPTICOS de transmição do potencial na PLACA MOTORA / não são efeitos dos 
fármacos novos 
 
Efeitos sobre respiração e função cardiovascular – em doses HIPNÓTICAS para pcts SADIOS, os efeitos sobre a 
RESPIRAÇÃO são comparados as alterações durante o SONO NATURAL, podendo haver depressãor espiratória em 
pcts com doença pulmonar → morte por superdosagem / no sistema cardiovascular, a ação hipnótica se dá em 
HIPOVOLEMIA, ICC E DOENÇAS CARDIOVASCULARES, onde há depressão cardiovascular por inibição motora 
 
1) Diazepam – BENZODIAZEPÍNICO com propriedade ANSIOLÍTICA, SEDATIVA, MIORRELAXANTE, 
ANTICONVULSIONANTE E AMNÉSICA → ligação a RECEPTOR GABAa facilitando a frequência de abertura dos 
canais de cloreto → hiperpolarização → efeito dependente da concentração / com base no gráfico dose-
resposta, percebe-se que o Diazepam se enquadra mais no aspecto de CALMANTE, com menor capacidade de 
sonolência + depressão respiratória → essa curva não linear do Diazepam é o que o torna mais SEGURO para 
os pcts ansiosos e com distúrbios do sono, i.e., é necessário uma dose MUITO GRANDE para atingir anestesia 
geral ou coma 
 
Distribuição – possui alta afinidade a proteínas plasmáticas, sendo a benzodiazepina mais LIPOSSOLÚVEL, 
que atravessa a BARREIRA HEMATOENCEFÁLIA E PLACENTÁRIA/ a distribuição é aumentada em MULHERES 
e MAIORES DE 70 ANOS 
 
Metabolismo – é metabolizado em NORDIAZEPAM, TEMAZEPAM e OXAZEPAM por enzimas hepáticas 
• Concentração Plasmática Máxima: 30-90 mins ou 1-2h → atingida no máximo em 3h 
• Biodisponibilidade: 70-100% 
• Meia-vida do composto de origem: 20-40h 
• Metabólito Ativo: Nordazepam 
• Meia-vida do metabólito ativo: 60h – 100h 
• Duração da Ação Principal: Longa (24h-48h) 
• Preparações Disponíveis: 
- ORAL - comprimidos de 2, 5, 10 mg OU solução de 1,5 mg/mL – (rápida absorção) 
- PARENTERAL – 5mg/mL 
• Posologia: 
 - ORAL – inicial de 5-10mg podendo chegar a 20mg/dia, que é o MÁXIMO → dose oral < 10mg 
- PARENTERAL – para adulto e adolescente, 2 a 20mg IM ou EV com administração LENTA de 
0,5 a 1ml/min (risco de apneia caso seja rápida) 
- ANESTESIOLOGIA – pré-medicação (10-20 mg IM 1h antes da indução anestésica); Indução 
anestésica (0,2-0,5mg/kg EV) 
 
• Precauções: a dose do Diazepam deve ser INDIVIDUALIZADA, sendo iniciado o tratamento em DOSE 
MÍNIMA sem que exceda a DOSE MÁXIMA / a DURAÇÃO do tratamento deve ser a MENOR 
POSSÍVEL, nunca superior a 3 meses (já inclusa a fase de redução gradual) 
 - Idosos – adm uma dose reduzida com CTE monitorização 
 - Crianças – o mais breve possível, uma vez que a segurança ainda não foi bem estabelecida 
- Grávidas – uso no primeiro trimestre associado a aumento de risco de malformações 
congênitas → avaliar risco/benefício 
 
• Efeitos secundários – variam de acordo com a dosagem e o período de utilização, sendo classificados 
em decorrentes do uso normal; sobredosagem aguda; tolerância; dependência 
- Uso Normal – fadiga, sonolência e fraqueza muscular – amnésia anterógrada, 
comportamentos inadequados, inquietação, raiva 
- Sobredosagem – sonolência,ataxia, disartria, nistagmo – mais raramente, depressão 
respiratória, arreflexia, apneia 
Thaís Pires 
7 
 
As benzodiazepinas não estão recomendadas no tratamento de primeira linha da doença psicótica e não devem ser 
utilizadas isoladamente no tratamento da depressão ou ansiedade associada à depressão, podendo levar ao suicídio 
 
 Características para ser um bom ansiolítico – rápido início de ação; disponibilidade de flumazenil p superdosagem; 
efeitos mínimos sobre funções cardiovasculares e autônomas

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