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Módulo Nascimento - Problema 1 - Alterações uterinas na gestação, DUM, DPP, Consulta Pré-Natal

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Thaís Pires 
1 
Problema 1 
1. Descrever o crescimento uterino normal e suas alterações durante a gestação; 
 
Na mulher NÃO-GRAVÍDICA, o útero localiza-se anteriormente ao reto e posteriormente à bexiga, possuindo 
7cm LONGITUDINAL, 5cm TRANSVERSO, 2,5cm AP – é dividido em: 
CORPO que comunica-se lateralmente com as tubas uterina; a porção acima dessa comunicação é 
denominada FUNDO; o ISTMO é a região que afunila até originar o CÉRVIX, que faz contato externamente 
com a vagina, dividindo-se em SUPRAVAGINAL e INTRAVAGINAL → a extremidade superior do canal cervical 
termina internamente no ORIFÍCIO INTERNO DO CANAL CERVICAL / Na gestação, essas divisões se tornam 
mais claras pois o istmo é incorporado à cavidade, assim, o orifício interno passa a ser denominado ORIFÍCIO 
INTERNO OBSTÉTRICO 
O epitélio de revestimento do canal cervical é COLUNAR SIMPLES, mas sofre metaplasia para EPITÉLIO 
ESCAMOSO ESTRATIFICADO NÃO-QUERATINIZADO nas proximidades do óstio externo → jusção escamo-
colunar 
 
Na porção SUPEROPOSTERIOR da cérvix, estão os ligamentos UTEROSACRAIS, cuja função é de ligar o útero 
ao sacro – na região superior, estão os LIGAMENTOS LARGOS = PARAMÉTRIO, que facilitam a parturição e 
impedem que os órgãos abdominais desçam pelo hiato genital 
 
Entre a PAREDE ANTERIOR DO COLO DO ÚTERO e a PAREDE POSTERIOR DA BEXIGA encontra-se o 
ligamento cervicovesical; e entre a bexiga e o púbis, o ligamento vesicopúbico; entre a parede posterior do 
colo uterino e o reto, o ligamento cervicorretal; e do reto ao sacro, o ligamento retossacral. Esses 
ligamentos juntos constituem o , considerado o sistema de sustentação ou de apoio dos órgãos genitais 
femininos internos 
 
O útero é composto, em sua maioria, por TECIDO MUSCULAR LISO (MIOMÉTRIO) e envolto por peritônio 
(perimétrio) → o miométrio é composto por 3 camadas musculares dispostas em sentido LONGITUDINAL, 
CIRCULAR e ESPIRAL 
O revestimento INTERNO (endométrio) é uma MUCOSA que responde as alterações hormonais do ciclo 
menstrual e se renova todos os meses – é dividido em duas camadas: 
• Basal – mais profunda, formada por TCD e responsável pela renovação mensal da camada 
funcional 
• Funcional – renovada ciclicamente – possui o ESTRATO ESPONJOSO (vasos, glândulas 
endometriais em desenvolvimento, nervos) e o ESTRATO COMPACTO (revestido por epitélio 
cúbico que invagina no estroma subjacente, formando as glândulas endometriais) → essas 
duas camadas que são eliminadas na menstruação 
 
O útero se liga à parede pélvica por QUATRO PARES DE LIGAMENTOS. Os 
 LIGAMENTOS LARGOS DO ÚTERO são pregas de peritônio que se estendem das paredes da pelve e 
do assoalho da pelve → paredes laterais do útero - PREGAS RETOUTERINAS, que também são continuações 
do peritônio, encurvam-se ao longo da parede lateral da pelve em ambos os lados do reto para ligar o útero 
ao sacro. 
Thaís Pires 
2 
LIGAMENTOS TRANSVERSOS DO COLO (cardinais) são faixas fibrosas dentro do ligamento largo que 
se estendem lateralmente do colo do útero e da vagina através do assoalho da pelve para se fixarem à 
parede da pelve. 
LIGAMENTOS TRANSVERSOS DO COLO contêm algumas fibras de músculo liso, além de vasos e 
nervos que vão para o colo do útero e para a vagina 
LIGAMENTOS REDONDOS DO ÚTERO, que são de fato prolongamentos dos ligamentos 
uterovarianos. Cada um deles se estende da margem lateral do útero, logo abaixo da tuba uterina, para a 
parede lateral da pelve e, de maneira semelhante ao trajeto do ducto deferente no homem, adentra o canal 
inguinal da parede abdominal para se fixar nos tecidos profundos do grande lábio do pudendo. 
 
Gravidez 
As modificações uterinas são as mais pronunciadas, uma vez que é o período o qual o útero exerce 
plenamente a sua CAPACIDADE FUNCIONAL e ANATÔMICA = PARTICIPAR DA FORMAÇÃO DO CONCEPTO 
E DO MECANISMO DE PARTO / O aumento progressivo de sua capacidade volumétrica e da vascularização 
permite a retenção do feto durante todo o crescimento 
 
Assim como os outros órgãos genitais, a coloração uterina 
passa a ser VIOLÁCEA pela hipervascularização e 
vasodilatação venosa – na região de IMPLANTAÇÃO 
ovular, principalmente, há uma RETENÇÃO DE LÍQUIDO 
no espaço extravascular, dando uma consistência 
AMOLECIDA a essa região / Embora retorne ao seu 
tamanho relativo após a gravidez, o útero se mantém um 
POUCO MAIOR 
 
As DIMENSÕES, a FORMA e a POSIÇÃO do útero alteram-se de forma SINCRÔNICA E PROGRESSIVA – até a 
12ª semana, é um órgão intrapélvico e ASSIMÉTRICO pela implantação do embrião (Sinal de Piscacek) / De 
12-20 semanas, assume forma ESFÉRICA e torna-se um órgão ABDOMINAL / A partir desse formato esférico, 
o útero sofre modificações para CILÍNDRICO (incorpora o istmo à cavidade uterina), pois esse formato inicial 
pode causar ISQUEMIA RELATIVA pela hipertrofia muscular 
 
O aumento do diâmetro AP começa nas primeiras semanas da gravidez, dando um formato PIRIFORME, que 
depois muda para GLOBOSO → nos primeiros 2 meses, o útero é um órgão pélvico, que progressivamente 
torna-se abdominal 
• 12ª semana de gestação, o útero gravídico é palpável ACIMA DA SÍNFISE PÚBICA 
• 16ª semana, ele se encontra entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical, em um ponto 
intermediário 
• 20ª semana, o útero atinge a cicatriz umbilical 
• 40ª semana, tangencia o apêndice xifoide 
 Alterações Endométrio – apresenta alterações celulares em toda a sua extensão para a formação da 
DECÍDUA BASAL onde o embrião se implantará, da DECÍDUA PARIETAL localizada na região uterina onde 
não houve implantação 
 
 Alterações Miométrio – essa camada é composta por FIBRAS MUSCULARES, COLÁGENO e MEC, 
sendo as fibras colágeno representantes de 50% dele – as alterações da matriz extracelular que 
correspondem a RETENÇÃO DE LÍQUIDO causam AFASTAMENTO DAS FIBRAS MUSCULARES, também 
contribuindo para a consistência amolecida / Essa camada sofre uma onda de HIPERPLASIA → HIPERTROFIA 
→ ALONGAMENTO 
Útero não-gravídico Útero Gravídico 
60-70g 700-1200g 
V = 10mL Volume = 5L 
Comprimento – 7cm 
Largura – 4 a 5 cm 
Espessura – 2 a 3 cm 
Comprimento – 30cm 
Largura – 24 cm 
Espessura – 22 cm 
Thaís Pires 
3 
• Hipertrofia dos elementos musculares – aumento de volume das células já existentes 
• Hiperplasia dos elementos musculares – aumento de MIÓCITOS pela DIFERENCIAÇÃO de elementos 
indiferenciados 
• Aumento do tecido conectivo – EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA → aumento das células, fibras e líquidos 
intersticiais do tecido de sustentação 
 
Unicamente nas primeiras semanas, ocorre a HIPERPLASIA, sendo seguido de HIPERTROFIA (aumento 
de cerca de 10x do diâmetro das fibras musculares) e, por fim, do ALONGAMENTO na segunda metade 
da gravidez 
 
Miométrio é constituído pelo ENTRELAÇAMENTO de fibras 
SIMÉTRICAS (de fora para dentro, em um corte transversal; de 
cima para baixo, em vista frontal) – as fibras circulares das tubas 
uterinas se continuam pelo corpo do útero em ESPIRAIS 
AMPLAS descendentes → a gravidez não modifica essa 
estrutura, mas AUMENTA A AMPLITUDE das espirais, que se 
desenrolam parcialmente no ISTMO, permitindo a sua expansão 
 
Por ser predominantemente MUSCULAR, seus sistemas de 
miofibrilas lisas sofre HIPERPLASIA e HIPERTROFIA, permitindo 
que o volume uterino aumente em cerca de 500-1000x após a gravidez / Nos primeiros meses de 
gestação, a PAREDE UTERINA TORNA-SE MAIS ESPESSA, mas, ao longo da gravidez, torna-se AFINADA 
→ na gestação a termo, a espessura pode chegar a 1,5cm!!! 
 
Até a 20ª SEMANA, há um crescimento uterino (hiperplasia e hipertrofia) que 
pode levar o peso do órgão a até 1kg → depois da 20ª, não há mais ganho de 
massa uterina, e sim ESTICAMENTO da parede para acomodar o feto e os 
anexos 
 
Com aproximadamente 6 SEMANAS, um afrouxamento e compressibilidade 
da região INFERIOR DO ÚTERO = ISTMO ocorre, o que justifica a ANTEFLEXÃO 
EXAGERADA NOS PRIMEIROS 3 MESES do útero = SINAL DE HEGAR– isso 
causa uma compressão da bexiga pelo fundo do útero, aumentando a 
frequência de idas ao banheiro (polaciúria) 
 
O crescimento uterino NÃO É SIMÉTRICO, sendo mais percebido na REGIÃO 
FÚNDICA e nas imediações do SÍTIO PLACENTÁRIO – após o cessamento da 
ANTEVERSÃO exagerada, o aumento uterino promove uma discreta rotação do 
eixo para a direita!!! → isso se dá pela presença do COLO RETOSSIGMOIDE no 
lado esquerdo, mas a hipertrofia do ligamento redondo mantém o útero na linha 
mediana!!! – eventualmente, o útero toca a parede abdominal anterior, 
deslocando o intestino para a lateral 
 
Vascularização e Inervação - O aumento do útero é acompanhado por uma elevação 
de 10x o seu fluxo sanguíneo (2% do débito cardíaco fora da gravidez e 17% do DC a 
termo) – além da alteração da distribuição corpórea, há uma REDISTRIBUIÇÃO DO 
FLUXO UTERINO, dirigindo cerca de 80-90% do fluxo para a placenta → isso ocorre 
pela DIMINUIÇÃO DA RESISTÊNCIA VASCULAR PLACENTÁRIA / As principais artérias que participam do 
Thaís Pires 
4 
suprimento uterino são as UTERINAS (ramos das ilíacas internas) e as OVARIANAS (ramos diretos da aorta) 
→ na região do ISTMO, os ramos das artérias uterinas se distribuem de forma TRANVERSAL no útero e 
PARALELAMENTE às fibras musculares locais, justificando a HISTEROTOMIA transversa, uma vez que reduz 
as perdas sanguíneas e lesa menor número de fibras musculares 
Há alteração também da DRENAGEM VENOSA E LINFÁTICA, com aumento do fluxo e de anastomoses 
– o aumento do calibre é tanto que pode-se perceber vasos com até 1 DEDO DE DIÂMETRO, sendo 
isso resultante da REDUÇÃO DE ELASTINA E DAS TERMINAÇÕES NERVOSAS ADRENÉRGICAS nas 
paredes 
 
Há um aumento de TECIDO CONJUNTIVO e dos LIGAMENTOS DE SUSTENTAÇÃO (hipertrofia e hiperplasia), 
VASOS SANGUÍNEOS e LINFÁTICOS → esse aumento de vasos é imprescindível para o desenvolvimento 
gradativo do FLUXO UTEROPLACENTÁRIO pela vasodilatação, que irá perfundir o espaço interviloso → O 
estímulo para esse crescimento se dá pela AÇÃO DO ESTROGÊNIO e, em menor quantidade, da progesterona 
 
Colo Uterino 
 
O arcabouço estrutural do cérvix é composto por fibras musculares em muito MENOR PROPORÇÃO do que 
no miométrio, mas possui muito mais FIBRAS COLÁGENAS E ELÁSTICAS → alterações dessas características 
não conseguem manter o feto no útero, caracterizando a INCOMPETÊNCIA CERVICAL / Na gravidez, altera 
para coloração violácea, apresenta consistência amolecida e, a partir de 16 semanas, modifica a sua 
consistência para como se fosse semelhante a do lábio (sinal de goodell) 
A HIPERTROFIA GLANDULAR da endocérvix desencadeia maior produção de MUCO ESPESSO E VISCOSO, 
que forma a ROLA DE SCHOEDER, rica em Ig e citocinas, que realizam a proteção contra a ascensão de 
microorganismos 
Thaís Pires 
5 
No início da 6ª semana, há um afrouxamento do ápice cervical, chamado SINAL DE GOODELL → isso é uma 
consequência do aumento da VASCULARIZAÇÃO, PEQUENA HIPERTROFIA E HIPERPLASIA do músculo, além 
de afrouxamento do COLÁGENO!! As glândulas próximas do óstio externo se PROLIFERAM 
 
 
2. Descrever o método de determinação da data provável do parto e da idade gestacional para DUM; 
 
DUM – a data da ultima menstruação é convencionado para o calculo da idade gestacional, pela 
impossibilidade de se determinar a DATA DA OVULAÇÃO, DO COITO FECUNDANTE ou DA FECUNDAÇÃO – 
portanto, a IDADE GESTACIONAL constitui ao tempo transcorrido entre o PRIMEIRO DIA DA ÚLTIMA 
MENSTRUAÇÃO e a DATA ATUAL!!! → por essas questões, essa idade é 14 DIAS MAIOR QUE A IDADE 
EMBRIOLÓGICA (aquela do ovo) e 21 DIAS MAIOR QUE A IDADE REAL (nidação) 
 
Segundo a OMS, para a determinação de SEMANAS COMPLETAS, só se ultrapassa a datação quando já está 
no SEXTO DIA EM CURSO da gestação → 82 dias de gravidez = 11 semanas e 5 dias, ou seja, 11 SEMANAS 
COMPLETAS / Se fossem 83 dias = 11 semanas e 6 dias, ou seja, 12 SEMANAS 
 
Em cerca de 20% dos casos há DISCORDÂNCIA entre a idade gestacional pela DUM e a pelo USG → caso isso 
ocorra, se a idade pela DUM estiver entre +/- 1 semana no primeiro trimestre; +/- 2 semanas no segundo 
trimestre; +/- 3 semanas no terceiro semestre, ACEITA-SE A IDADE PELA DUM! Caso não esteja, a idade é 
a do USG 
 
DPP – também chamada de REGRA DE NAGELE – consiste na 
• soma de 9 MESES E 7 DIAS à DUM (data da última menstruação) → janeiro, fevereiro, março 
• nos meses posteriores a março, SUBTRAÇÃO DE 3 MESES e SOMA DE 7 DIAS → abril, maio, 
junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro 
 
Ex1: DUM dia 9 de outubro – é posterior a março, então soma 7 dias e subtrai 3 meses → 16 de julho 
Ex2: DUM dia 2 de março – em março, então soma 7 dias e soma 9 meses → 9 de dezembro 
Ex3: DUM dia 28 de outubro – posterior a março, então soma 7 dias e subtrai 3 meses → 4 de agosto 
Thaís Pires 
6 
 
3. Reconhecer os procedimentos de uma consulta de pré-natal; 
O pré-natal deve se iniciar o MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, 
preferencialmente nos primeiros 120 dias da gestação → caso sejam 
identificadas doenças, podem ser tratadas, minimizando os riscos e 
consequências para MÃE E FETO 
O MINISTÉRIO DA SAÚDE preconiza um MÍNIMO DE 6 CONSULTAS, 
respeitando que: 
• 1 consulta no 1º trimestre; 
• 2 consultas no 2º trimestre; 
• 3 consultas no 3º trimestre 
Além disso, segundo o manual de pré-natal do Ministério da Saúde 
de 2012, as consultas devem ser realizadas conforme o cronograma 
• Até a 28ª semana, mensalmente 
• Da 28ª semana até a 36ª semana, quinzenalmente 
• Da 36ª semana a 41ª semana, semanalmente 
 
Rotina para pcts BAIXO RISCO – A partir do manual de pré-natal do MS de 2012 
• Tipagem sanguínea e fator Rh – 1ª consulta 
• Coombs indireto (repetido com 28, 32, 36 e 40 semanas, caso a pct seja Rh negativo) 
• Hemograma - 1ª consulta e 3º trimestre 
• Glicemia em Jejum - 1ª consulta e 3º trimestre 
• TOTG com 75g – entre 24 e 28 semanas 
• Urinocultura e Urina tipo I – 1ª consulta e 3º trimestre 
• Sorologia para Hep B – 1ª consulta e 3º trimestre 
• Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG – a cada 2-3 meses caso a pct seja suscetível 
• Teste rápido para triagem de Sífilis 
1ª Consulta 
Anamnese – deve-se pesquisar os aspectos SOCIOEPIDEMIOLÓGICOS, ANTECEDENTES FAMILIARES, 
PESSOAIS GERAIS, GINECOLÓGICOS E OBSTÉTRICOS 
1. data precisa da última menstruação; 
2. regularidade dos ciclos; 
3. uso de anticoncepcionais; 
4. paridade; 
5. intercorrências clínicas, obstétricas e 
cirúrgicas; 
6. detalhes de gestações prévias; 
7. hospitalizações anteriores; 
8. uso de medicações; 
9. história prévia de doença sexualmente 
transmissível; 
10. exposição ambiental ou ocupacional de 
risco; 
11. reações alérgicas; 
12. história pessoal ou familiar de doenças 
hereditárias/malformações; 
13. gemelaridade anterior; 
14. fatores socioeconômicos; 
Thaís Pires 
7 
15. atividade sexual; 
16. uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; 
17. história infecciosa prévia; 
18. vacinações prévias; 
19. história de violências 
 
Na pesquisa de sintomas relacionados a gravidez, procurar por 
1. NÁUSEAS, 
2. VÔMITOS, 
3. DOR ABDOMINAL, 
4. CONSTIPAÇÃO, 
5. CEFALEIA, 
6. SÍNCOPE, 
7. SANGRAMENTO OU CORRIMENTO VAGINAL, 
8. DISÚRIA, 
9. POLACIÚRIA, 
10. EDEMAS 
História Clínica – Identificação + Dados socioeconômicos 
Antecedentes familiares (HA, DM, Gemelaridade, CA mama ou colo, TB, parceiro sexual com HIV) 
Antecedentes Pessoais Gerais (HA, DM, Cardiopatias, Doenças renais, Anemia, desvios nutricionais, 
epilepsia, viroses, doenças infecciosas, ITU, cirurgias, transfusões sanguíneas, alergias, doenças neoplásicas, 
vacinação, uso de medicamentos, drogas) 
Antecedentes Ginecológicos (ciclos menstruais, menarca, uso de AC, infertilidade ou esterilidade, DSTs, DIP, 
cirurgias ginecológicas, malformações uterinas, ultimo preventivo) 
Sexualidade (sexarca, dispareunia, praticasexual na gestação atual) 
Antecedentes Obstétricos (número de gestações – todos os tipos – Partos, abortamentos, filhos vivos, idade 
da primeira gestação, intervalo entre gestações, isoimunização Rh) 
Gestação Atual (DUM, peso prévio e altura, hábitos alimentares, medicamentos, internação, fumo, álcool, 
drogas) 
 
Exame Físico – são INDISPENSÁVEIS: 
1. avaliação nutricional (peso e cálculo do IMC), 
2. medida da pressão arterial, 
3. palpação abdominal e percepção dinâmica, 
4. medida da altura uterina, 
5. ausculta dos batimentos cardiofetais, 
6. registro dos movimentos fetais, 
7. realização do teste de estímulo sonoro simplificado, 
8. verificação da presença de edema, 
9. exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica, 
10. exame clínico das mamas e toque vaginal de acordo com as necessidades de cada mulher e com a 
idade gestacional 
Os componentes MAIS IMPORTANTES precisam ser incluídos na PRIMEIRA visita pré-natal → peso, altura, 
pressão arterial, avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das 
extremidades 
 
No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a vagina, o colo uterino e, no toque 
bidigital, o útero e os anexos. 
Thaís Pires 
8 
Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino no abdome. 
A ausculta fetal será possível após a 10ª-12ª semana, com o sonar-doppler. 
 
Nas visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a ALTURA UTERINA, PESAR A PACIENTE, MENSURAR 
A PRESSÃO ARTERIAL, VERIFICAR A PRESENÇA DE ANEMIA DE MUCOSAS, A EXISTÊNCIA DE EDEMAS E 
AUSCULTAR OS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS. Deve-se avaliar o mamilo para lactação. A definição da 
apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana 
 
4. Determinar os fatores de risco envolvidos nesta gravidez. 
Hipertensão – critérios diagnósticos para hipertensão = PAS>=140 mmHg ou PAD>=90 mmHg em duas 
aferições espaçadas em, pelo menos, 4h – No problema, gestante com 150mmHg X 100mmHg 
 Hipertensão gestacional – hipertensão leve que ocorre na parte FINAL da gestação e SEM a presença 
de PROTEINÚRIA, retornando aos níveis normais dentro das 12 primeiras semanas do puerpério 
 Pré-eclampsia – hipertensão e proteinúria após 20 SEMANAS de gestação em gestante 
PREVIAMENTE NORMOTENSA 
 Eclâmpsia – ocorrência de crises convulsivas tonicoclônicas generalizadas seguidas OU NÃO de coma 
→ como fatores de risco para a eclampsia, destacam-se OBESIDADE, PRIMIPARIDADE, DM, HÁ CRÔNICA, 
EXTREMOS DA VIDA, DOENÇAS DA TIREOIDE... 
Doença Hipertensiva Específica da Gravidez – é um termo abrangente para a HIPERTENSÃO que se 
desenvolve durante a SEGUNDA METADE da gravidez, podendo incluir eclampsia, pré-eclampsia... 
 Na gravidez normal, a INVASÃO TROFOBLÁSTICA nas arteríolas miometriais resulta em alargamento 
do DIÂMETRO desses vasos, reduzindo a RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA (diminui PA) → na AUSÊNCIA 
dessa invasão, há uma diminuição do fluxo 
placentário e consequente ISQUEMIA 
PLACENTÁRIA → isso leva a um descontrole da 
produção de agentes VASODILATADORES, 
VASOCONSTRITORES, tornando o endotélio 
vascular mais suscetível a AGENTES 
VASOPRESSORES, que causam HA / ATENÇÃO – 
a vasoconstrição das artérias espiraladas 
determina MENOR FLUXO SANGUÍNEO 
PLACENTÁRIO, podendo causar INSUFICIÊNCIA 
PLACENTÁRIA → HIPÓXIA → RESTRIÇÃO DO 
CRESCIMENTO INTRAUTERINO (RCIU) com 
consequentes PIGs → BAIXO APGAR 
 Riscos – em pcts com DHEG e ou suspeita 
de pré-eclampsia, há preferência por PARTO 
VAGINAL quando existem condições maternas e 
fetais que o possibilitam APÓS ESTABILIZAÇÃO 
AMTERNA / As síndromes hipertensivas são 
apontadas como MAIOR CAUSA DE ÓBITO FETAL 
OU DO RECÉM-NASCIDO, bem como de GRAVES 
MORBIDADES DOS SOBREVIVENTES 
Thaís Pires 
9 
Obesidade – a gravidez contribui para o desenvolvimento a longo prazo de obesidade em mulheres → o 
peso PRÉ-GESTACIONAL é um importante fator de risco tanto para o GANHO de peso na gravidez quanto 
pra MANUTENÇÃO DO PESO após o parto → mulheres com IMC acima de 25 kg/m² antes de engravidar são 
mais propensas a apresentarem resultados adversos relacionados a gravidez, como DIABETES 
GESTACIONAL, HIPERTENSÃO, INFECÇÕES PUERPERAIS, COMPLICAÇÕES NEONATAIS 
 Existe um ganho de peso dito normal para a gravidez, 
que corresponde as alterações corporais para a manutenção 
do embrião → duplica o volume de sangue, crescem as 
glândulas mamárias, as reservas de gorduras aumentam 
para fornecer energia para manter o crescimento do feto, 
sendo essas últimas responsáveis por 40% do GANHO DO 
PESO MATERNO 
 Então há um ganho de peso FISIOLÓGICO da gravidez, 
não podendo restringir esse ganho – foi determinada uma 
FAIXA DE GANHO DE PESO TRIMESTRAL de acordo com a 
situação NUTRICIONAL INICIAL 
 Baixo peso – 2,3kg no 1º trimestre e 0,5kg/semana nos próximos trimestres 
 Normal – 1,6kg no 1º trimestre e 0,4kg/semana nos próximos trimestres 
 Sobrepeso – 0,9kg no 1º trimestre e 0,3kg/semana nos próximos trimestres 
 Obeso – 0kg no 1º trimestre e 0,2kg/semana nos próximos trimestres 
IMC inicial de 27 → IMC final de 30,1 
No problema, é SOBREPESO – avaliada na 26ª semana, i.e., 2º TRIMESTRE – é para ter ganho 0,9kg no 
primeiro trimestre + 12 x 0,3kg = 0,9 + 3,6 = 4,5 Kg no TOTAL → ganhou 7 
 Complicações – 
• abortamentos 
• tromboembolismo (agravado pela gravidez, multiparidade, obesidade), 
• diabetes gestacional e DM2, 
• desordens hipertensivas, 
• parto prolongado e mais frequentemente cirúrgico 
• Mortalidade perinatal 
• Macrossomia 
• Desenvolvimento de obesidade infantil 
Thaís Pires 
10

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