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Thaís Pires 1 Problema 1 1. Descrever o crescimento uterino normal e suas alterações durante a gestação; Na mulher NÃO-GRAVÍDICA, o útero localiza-se anteriormente ao reto e posteriormente à bexiga, possuindo 7cm LONGITUDINAL, 5cm TRANSVERSO, 2,5cm AP – é dividido em: CORPO que comunica-se lateralmente com as tubas uterina; a porção acima dessa comunicação é denominada FUNDO; o ISTMO é a região que afunila até originar o CÉRVIX, que faz contato externamente com a vagina, dividindo-se em SUPRAVAGINAL e INTRAVAGINAL → a extremidade superior do canal cervical termina internamente no ORIFÍCIO INTERNO DO CANAL CERVICAL / Na gestação, essas divisões se tornam mais claras pois o istmo é incorporado à cavidade, assim, o orifício interno passa a ser denominado ORIFÍCIO INTERNO OBSTÉTRICO O epitélio de revestimento do canal cervical é COLUNAR SIMPLES, mas sofre metaplasia para EPITÉLIO ESCAMOSO ESTRATIFICADO NÃO-QUERATINIZADO nas proximidades do óstio externo → jusção escamo- colunar Na porção SUPEROPOSTERIOR da cérvix, estão os ligamentos UTEROSACRAIS, cuja função é de ligar o útero ao sacro – na região superior, estão os LIGAMENTOS LARGOS = PARAMÉTRIO, que facilitam a parturição e impedem que os órgãos abdominais desçam pelo hiato genital Entre a PAREDE ANTERIOR DO COLO DO ÚTERO e a PAREDE POSTERIOR DA BEXIGA encontra-se o ligamento cervicovesical; e entre a bexiga e o púbis, o ligamento vesicopúbico; entre a parede posterior do colo uterino e o reto, o ligamento cervicorretal; e do reto ao sacro, o ligamento retossacral. Esses ligamentos juntos constituem o , considerado o sistema de sustentação ou de apoio dos órgãos genitais femininos internos O útero é composto, em sua maioria, por TECIDO MUSCULAR LISO (MIOMÉTRIO) e envolto por peritônio (perimétrio) → o miométrio é composto por 3 camadas musculares dispostas em sentido LONGITUDINAL, CIRCULAR e ESPIRAL O revestimento INTERNO (endométrio) é uma MUCOSA que responde as alterações hormonais do ciclo menstrual e se renova todos os meses – é dividido em duas camadas: • Basal – mais profunda, formada por TCD e responsável pela renovação mensal da camada funcional • Funcional – renovada ciclicamente – possui o ESTRATO ESPONJOSO (vasos, glândulas endometriais em desenvolvimento, nervos) e o ESTRATO COMPACTO (revestido por epitélio cúbico que invagina no estroma subjacente, formando as glândulas endometriais) → essas duas camadas que são eliminadas na menstruação O útero se liga à parede pélvica por QUATRO PARES DE LIGAMENTOS. Os LIGAMENTOS LARGOS DO ÚTERO são pregas de peritônio que se estendem das paredes da pelve e do assoalho da pelve → paredes laterais do útero - PREGAS RETOUTERINAS, que também são continuações do peritônio, encurvam-se ao longo da parede lateral da pelve em ambos os lados do reto para ligar o útero ao sacro. Thaís Pires 2 LIGAMENTOS TRANSVERSOS DO COLO (cardinais) são faixas fibrosas dentro do ligamento largo que se estendem lateralmente do colo do útero e da vagina através do assoalho da pelve para se fixarem à parede da pelve. LIGAMENTOS TRANSVERSOS DO COLO contêm algumas fibras de músculo liso, além de vasos e nervos que vão para o colo do útero e para a vagina LIGAMENTOS REDONDOS DO ÚTERO, que são de fato prolongamentos dos ligamentos uterovarianos. Cada um deles se estende da margem lateral do útero, logo abaixo da tuba uterina, para a parede lateral da pelve e, de maneira semelhante ao trajeto do ducto deferente no homem, adentra o canal inguinal da parede abdominal para se fixar nos tecidos profundos do grande lábio do pudendo. Gravidez As modificações uterinas são as mais pronunciadas, uma vez que é o período o qual o útero exerce plenamente a sua CAPACIDADE FUNCIONAL e ANATÔMICA = PARTICIPAR DA FORMAÇÃO DO CONCEPTO E DO MECANISMO DE PARTO / O aumento progressivo de sua capacidade volumétrica e da vascularização permite a retenção do feto durante todo o crescimento Assim como os outros órgãos genitais, a coloração uterina passa a ser VIOLÁCEA pela hipervascularização e vasodilatação venosa – na região de IMPLANTAÇÃO ovular, principalmente, há uma RETENÇÃO DE LÍQUIDO no espaço extravascular, dando uma consistência AMOLECIDA a essa região / Embora retorne ao seu tamanho relativo após a gravidez, o útero se mantém um POUCO MAIOR As DIMENSÕES, a FORMA e a POSIÇÃO do útero alteram-se de forma SINCRÔNICA E PROGRESSIVA – até a 12ª semana, é um órgão intrapélvico e ASSIMÉTRICO pela implantação do embrião (Sinal de Piscacek) / De 12-20 semanas, assume forma ESFÉRICA e torna-se um órgão ABDOMINAL / A partir desse formato esférico, o útero sofre modificações para CILÍNDRICO (incorpora o istmo à cavidade uterina), pois esse formato inicial pode causar ISQUEMIA RELATIVA pela hipertrofia muscular O aumento do diâmetro AP começa nas primeiras semanas da gravidez, dando um formato PIRIFORME, que depois muda para GLOBOSO → nos primeiros 2 meses, o útero é um órgão pélvico, que progressivamente torna-se abdominal • 12ª semana de gestação, o útero gravídico é palpável ACIMA DA SÍNFISE PÚBICA • 16ª semana, ele se encontra entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical, em um ponto intermediário • 20ª semana, o útero atinge a cicatriz umbilical • 40ª semana, tangencia o apêndice xifoide Alterações Endométrio – apresenta alterações celulares em toda a sua extensão para a formação da DECÍDUA BASAL onde o embrião se implantará, da DECÍDUA PARIETAL localizada na região uterina onde não houve implantação Alterações Miométrio – essa camada é composta por FIBRAS MUSCULARES, COLÁGENO e MEC, sendo as fibras colágeno representantes de 50% dele – as alterações da matriz extracelular que correspondem a RETENÇÃO DE LÍQUIDO causam AFASTAMENTO DAS FIBRAS MUSCULARES, também contribuindo para a consistência amolecida / Essa camada sofre uma onda de HIPERPLASIA → HIPERTROFIA → ALONGAMENTO Útero não-gravídico Útero Gravídico 60-70g 700-1200g V = 10mL Volume = 5L Comprimento – 7cm Largura – 4 a 5 cm Espessura – 2 a 3 cm Comprimento – 30cm Largura – 24 cm Espessura – 22 cm Thaís Pires 3 • Hipertrofia dos elementos musculares – aumento de volume das células já existentes • Hiperplasia dos elementos musculares – aumento de MIÓCITOS pela DIFERENCIAÇÃO de elementos indiferenciados • Aumento do tecido conectivo – EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA → aumento das células, fibras e líquidos intersticiais do tecido de sustentação Unicamente nas primeiras semanas, ocorre a HIPERPLASIA, sendo seguido de HIPERTROFIA (aumento de cerca de 10x do diâmetro das fibras musculares) e, por fim, do ALONGAMENTO na segunda metade da gravidez Miométrio é constituído pelo ENTRELAÇAMENTO de fibras SIMÉTRICAS (de fora para dentro, em um corte transversal; de cima para baixo, em vista frontal) – as fibras circulares das tubas uterinas se continuam pelo corpo do útero em ESPIRAIS AMPLAS descendentes → a gravidez não modifica essa estrutura, mas AUMENTA A AMPLITUDE das espirais, que se desenrolam parcialmente no ISTMO, permitindo a sua expansão Por ser predominantemente MUSCULAR, seus sistemas de miofibrilas lisas sofre HIPERPLASIA e HIPERTROFIA, permitindo que o volume uterino aumente em cerca de 500-1000x após a gravidez / Nos primeiros meses de gestação, a PAREDE UTERINA TORNA-SE MAIS ESPESSA, mas, ao longo da gravidez, torna-se AFINADA → na gestação a termo, a espessura pode chegar a 1,5cm!!! Até a 20ª SEMANA, há um crescimento uterino (hiperplasia e hipertrofia) que pode levar o peso do órgão a até 1kg → depois da 20ª, não há mais ganho de massa uterina, e sim ESTICAMENTO da parede para acomodar o feto e os anexos Com aproximadamente 6 SEMANAS, um afrouxamento e compressibilidade da região INFERIOR DO ÚTERO = ISTMO ocorre, o que justifica a ANTEFLEXÃO EXAGERADA NOS PRIMEIROS 3 MESES do útero = SINAL DE HEGAR– isso causa uma compressão da bexiga pelo fundo do útero, aumentando a frequência de idas ao banheiro (polaciúria) O crescimento uterino NÃO É SIMÉTRICO, sendo mais percebido na REGIÃO FÚNDICA e nas imediações do SÍTIO PLACENTÁRIO – após o cessamento da ANTEVERSÃO exagerada, o aumento uterino promove uma discreta rotação do eixo para a direita!!! → isso se dá pela presença do COLO RETOSSIGMOIDE no lado esquerdo, mas a hipertrofia do ligamento redondo mantém o útero na linha mediana!!! – eventualmente, o útero toca a parede abdominal anterior, deslocando o intestino para a lateral Vascularização e Inervação - O aumento do útero é acompanhado por uma elevação de 10x o seu fluxo sanguíneo (2% do débito cardíaco fora da gravidez e 17% do DC a termo) – além da alteração da distribuição corpórea, há uma REDISTRIBUIÇÃO DO FLUXO UTERINO, dirigindo cerca de 80-90% do fluxo para a placenta → isso ocorre pela DIMINUIÇÃO DA RESISTÊNCIA VASCULAR PLACENTÁRIA / As principais artérias que participam do Thaís Pires 4 suprimento uterino são as UTERINAS (ramos das ilíacas internas) e as OVARIANAS (ramos diretos da aorta) → na região do ISTMO, os ramos das artérias uterinas se distribuem de forma TRANVERSAL no útero e PARALELAMENTE às fibras musculares locais, justificando a HISTEROTOMIA transversa, uma vez que reduz as perdas sanguíneas e lesa menor número de fibras musculares Há alteração também da DRENAGEM VENOSA E LINFÁTICA, com aumento do fluxo e de anastomoses – o aumento do calibre é tanto que pode-se perceber vasos com até 1 DEDO DE DIÂMETRO, sendo isso resultante da REDUÇÃO DE ELASTINA E DAS TERMINAÇÕES NERVOSAS ADRENÉRGICAS nas paredes Há um aumento de TECIDO CONJUNTIVO e dos LIGAMENTOS DE SUSTENTAÇÃO (hipertrofia e hiperplasia), VASOS SANGUÍNEOS e LINFÁTICOS → esse aumento de vasos é imprescindível para o desenvolvimento gradativo do FLUXO UTEROPLACENTÁRIO pela vasodilatação, que irá perfundir o espaço interviloso → O estímulo para esse crescimento se dá pela AÇÃO DO ESTROGÊNIO e, em menor quantidade, da progesterona Colo Uterino O arcabouço estrutural do cérvix é composto por fibras musculares em muito MENOR PROPORÇÃO do que no miométrio, mas possui muito mais FIBRAS COLÁGENAS E ELÁSTICAS → alterações dessas características não conseguem manter o feto no útero, caracterizando a INCOMPETÊNCIA CERVICAL / Na gravidez, altera para coloração violácea, apresenta consistência amolecida e, a partir de 16 semanas, modifica a sua consistência para como se fosse semelhante a do lábio (sinal de goodell) A HIPERTROFIA GLANDULAR da endocérvix desencadeia maior produção de MUCO ESPESSO E VISCOSO, que forma a ROLA DE SCHOEDER, rica em Ig e citocinas, que realizam a proteção contra a ascensão de microorganismos Thaís Pires 5 No início da 6ª semana, há um afrouxamento do ápice cervical, chamado SINAL DE GOODELL → isso é uma consequência do aumento da VASCULARIZAÇÃO, PEQUENA HIPERTROFIA E HIPERPLASIA do músculo, além de afrouxamento do COLÁGENO!! As glândulas próximas do óstio externo se PROLIFERAM 2. Descrever o método de determinação da data provável do parto e da idade gestacional para DUM; DUM – a data da ultima menstruação é convencionado para o calculo da idade gestacional, pela impossibilidade de se determinar a DATA DA OVULAÇÃO, DO COITO FECUNDANTE ou DA FECUNDAÇÃO – portanto, a IDADE GESTACIONAL constitui ao tempo transcorrido entre o PRIMEIRO DIA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO e a DATA ATUAL!!! → por essas questões, essa idade é 14 DIAS MAIOR QUE A IDADE EMBRIOLÓGICA (aquela do ovo) e 21 DIAS MAIOR QUE A IDADE REAL (nidação) Segundo a OMS, para a determinação de SEMANAS COMPLETAS, só se ultrapassa a datação quando já está no SEXTO DIA EM CURSO da gestação → 82 dias de gravidez = 11 semanas e 5 dias, ou seja, 11 SEMANAS COMPLETAS / Se fossem 83 dias = 11 semanas e 6 dias, ou seja, 12 SEMANAS Em cerca de 20% dos casos há DISCORDÂNCIA entre a idade gestacional pela DUM e a pelo USG → caso isso ocorra, se a idade pela DUM estiver entre +/- 1 semana no primeiro trimestre; +/- 2 semanas no segundo trimestre; +/- 3 semanas no terceiro semestre, ACEITA-SE A IDADE PELA DUM! Caso não esteja, a idade é a do USG DPP – também chamada de REGRA DE NAGELE – consiste na • soma de 9 MESES E 7 DIAS à DUM (data da última menstruação) → janeiro, fevereiro, março • nos meses posteriores a março, SUBTRAÇÃO DE 3 MESES e SOMA DE 7 DIAS → abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro Ex1: DUM dia 9 de outubro – é posterior a março, então soma 7 dias e subtrai 3 meses → 16 de julho Ex2: DUM dia 2 de março – em março, então soma 7 dias e soma 9 meses → 9 de dezembro Ex3: DUM dia 28 de outubro – posterior a março, então soma 7 dias e subtrai 3 meses → 4 de agosto Thaís Pires 6 3. Reconhecer os procedimentos de uma consulta de pré-natal; O pré-natal deve se iniciar o MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, preferencialmente nos primeiros 120 dias da gestação → caso sejam identificadas doenças, podem ser tratadas, minimizando os riscos e consequências para MÃE E FETO O MINISTÉRIO DA SAÚDE preconiza um MÍNIMO DE 6 CONSULTAS, respeitando que: • 1 consulta no 1º trimestre; • 2 consultas no 2º trimestre; • 3 consultas no 3º trimestre Além disso, segundo o manual de pré-natal do Ministério da Saúde de 2012, as consultas devem ser realizadas conforme o cronograma • Até a 28ª semana, mensalmente • Da 28ª semana até a 36ª semana, quinzenalmente • Da 36ª semana a 41ª semana, semanalmente Rotina para pcts BAIXO RISCO – A partir do manual de pré-natal do MS de 2012 • Tipagem sanguínea e fator Rh – 1ª consulta • Coombs indireto (repetido com 28, 32, 36 e 40 semanas, caso a pct seja Rh negativo) • Hemograma - 1ª consulta e 3º trimestre • Glicemia em Jejum - 1ª consulta e 3º trimestre • TOTG com 75g – entre 24 e 28 semanas • Urinocultura e Urina tipo I – 1ª consulta e 3º trimestre • Sorologia para Hep B – 1ª consulta e 3º trimestre • Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG – a cada 2-3 meses caso a pct seja suscetível • Teste rápido para triagem de Sífilis 1ª Consulta Anamnese – deve-se pesquisar os aspectos SOCIOEPIDEMIOLÓGICOS, ANTECEDENTES FAMILIARES, PESSOAIS GERAIS, GINECOLÓGICOS E OBSTÉTRICOS 1. data precisa da última menstruação; 2. regularidade dos ciclos; 3. uso de anticoncepcionais; 4. paridade; 5. intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas; 6. detalhes de gestações prévias; 7. hospitalizações anteriores; 8. uso de medicações; 9. história prévia de doença sexualmente transmissível; 10. exposição ambiental ou ocupacional de risco; 11. reações alérgicas; 12. história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações; 13. gemelaridade anterior; 14. fatores socioeconômicos; Thaís Pires 7 15. atividade sexual; 16. uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; 17. história infecciosa prévia; 18. vacinações prévias; 19. história de violências Na pesquisa de sintomas relacionados a gravidez, procurar por 1. NÁUSEAS, 2. VÔMITOS, 3. DOR ABDOMINAL, 4. CONSTIPAÇÃO, 5. CEFALEIA, 6. SÍNCOPE, 7. SANGRAMENTO OU CORRIMENTO VAGINAL, 8. DISÚRIA, 9. POLACIÚRIA, 10. EDEMAS História Clínica – Identificação + Dados socioeconômicos Antecedentes familiares (HA, DM, Gemelaridade, CA mama ou colo, TB, parceiro sexual com HIV) Antecedentes Pessoais Gerais (HA, DM, Cardiopatias, Doenças renais, Anemia, desvios nutricionais, epilepsia, viroses, doenças infecciosas, ITU, cirurgias, transfusões sanguíneas, alergias, doenças neoplásicas, vacinação, uso de medicamentos, drogas) Antecedentes Ginecológicos (ciclos menstruais, menarca, uso de AC, infertilidade ou esterilidade, DSTs, DIP, cirurgias ginecológicas, malformações uterinas, ultimo preventivo) Sexualidade (sexarca, dispareunia, praticasexual na gestação atual) Antecedentes Obstétricos (número de gestações – todos os tipos – Partos, abortamentos, filhos vivos, idade da primeira gestação, intervalo entre gestações, isoimunização Rh) Gestação Atual (DUM, peso prévio e altura, hábitos alimentares, medicamentos, internação, fumo, álcool, drogas) Exame Físico – são INDISPENSÁVEIS: 1. avaliação nutricional (peso e cálculo do IMC), 2. medida da pressão arterial, 3. palpação abdominal e percepção dinâmica, 4. medida da altura uterina, 5. ausculta dos batimentos cardiofetais, 6. registro dos movimentos fetais, 7. realização do teste de estímulo sonoro simplificado, 8. verificação da presença de edema, 9. exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica, 10. exame clínico das mamas e toque vaginal de acordo com as necessidades de cada mulher e com a idade gestacional Os componentes MAIS IMPORTANTES precisam ser incluídos na PRIMEIRA visita pré-natal → peso, altura, pressão arterial, avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das extremidades No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a vagina, o colo uterino e, no toque bidigital, o útero e os anexos. Thaís Pires 8 Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino no abdome. A ausculta fetal será possível após a 10ª-12ª semana, com o sonar-doppler. Nas visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a ALTURA UTERINA, PESAR A PACIENTE, MENSURAR A PRESSÃO ARTERIAL, VERIFICAR A PRESENÇA DE ANEMIA DE MUCOSAS, A EXISTÊNCIA DE EDEMAS E AUSCULTAR OS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS. Deve-se avaliar o mamilo para lactação. A definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana 4. Determinar os fatores de risco envolvidos nesta gravidez. Hipertensão – critérios diagnósticos para hipertensão = PAS>=140 mmHg ou PAD>=90 mmHg em duas aferições espaçadas em, pelo menos, 4h – No problema, gestante com 150mmHg X 100mmHg Hipertensão gestacional – hipertensão leve que ocorre na parte FINAL da gestação e SEM a presença de PROTEINÚRIA, retornando aos níveis normais dentro das 12 primeiras semanas do puerpério Pré-eclampsia – hipertensão e proteinúria após 20 SEMANAS de gestação em gestante PREVIAMENTE NORMOTENSA Eclâmpsia – ocorrência de crises convulsivas tonicoclônicas generalizadas seguidas OU NÃO de coma → como fatores de risco para a eclampsia, destacam-se OBESIDADE, PRIMIPARIDADE, DM, HÁ CRÔNICA, EXTREMOS DA VIDA, DOENÇAS DA TIREOIDE... Doença Hipertensiva Específica da Gravidez – é um termo abrangente para a HIPERTENSÃO que se desenvolve durante a SEGUNDA METADE da gravidez, podendo incluir eclampsia, pré-eclampsia... Na gravidez normal, a INVASÃO TROFOBLÁSTICA nas arteríolas miometriais resulta em alargamento do DIÂMETRO desses vasos, reduzindo a RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA (diminui PA) → na AUSÊNCIA dessa invasão, há uma diminuição do fluxo placentário e consequente ISQUEMIA PLACENTÁRIA → isso leva a um descontrole da produção de agentes VASODILATADORES, VASOCONSTRITORES, tornando o endotélio vascular mais suscetível a AGENTES VASOPRESSORES, que causam HA / ATENÇÃO – a vasoconstrição das artérias espiraladas determina MENOR FLUXO SANGUÍNEO PLACENTÁRIO, podendo causar INSUFICIÊNCIA PLACENTÁRIA → HIPÓXIA → RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO INTRAUTERINO (RCIU) com consequentes PIGs → BAIXO APGAR Riscos – em pcts com DHEG e ou suspeita de pré-eclampsia, há preferência por PARTO VAGINAL quando existem condições maternas e fetais que o possibilitam APÓS ESTABILIZAÇÃO AMTERNA / As síndromes hipertensivas são apontadas como MAIOR CAUSA DE ÓBITO FETAL OU DO RECÉM-NASCIDO, bem como de GRAVES MORBIDADES DOS SOBREVIVENTES Thaís Pires 9 Obesidade – a gravidez contribui para o desenvolvimento a longo prazo de obesidade em mulheres → o peso PRÉ-GESTACIONAL é um importante fator de risco tanto para o GANHO de peso na gravidez quanto pra MANUTENÇÃO DO PESO após o parto → mulheres com IMC acima de 25 kg/m² antes de engravidar são mais propensas a apresentarem resultados adversos relacionados a gravidez, como DIABETES GESTACIONAL, HIPERTENSÃO, INFECÇÕES PUERPERAIS, COMPLICAÇÕES NEONATAIS Existe um ganho de peso dito normal para a gravidez, que corresponde as alterações corporais para a manutenção do embrião → duplica o volume de sangue, crescem as glândulas mamárias, as reservas de gorduras aumentam para fornecer energia para manter o crescimento do feto, sendo essas últimas responsáveis por 40% do GANHO DO PESO MATERNO Então há um ganho de peso FISIOLÓGICO da gravidez, não podendo restringir esse ganho – foi determinada uma FAIXA DE GANHO DE PESO TRIMESTRAL de acordo com a situação NUTRICIONAL INICIAL Baixo peso – 2,3kg no 1º trimestre e 0,5kg/semana nos próximos trimestres Normal – 1,6kg no 1º trimestre e 0,4kg/semana nos próximos trimestres Sobrepeso – 0,9kg no 1º trimestre e 0,3kg/semana nos próximos trimestres Obeso – 0kg no 1º trimestre e 0,2kg/semana nos próximos trimestres IMC inicial de 27 → IMC final de 30,1 No problema, é SOBREPESO – avaliada na 26ª semana, i.e., 2º TRIMESTRE – é para ter ganho 0,9kg no primeiro trimestre + 12 x 0,3kg = 0,9 + 3,6 = 4,5 Kg no TOTAL → ganhou 7 Complicações – • abortamentos • tromboembolismo (agravado pela gravidez, multiparidade, obesidade), • diabetes gestacional e DM2, • desordens hipertensivas, • parto prolongado e mais frequentemente cirúrgico • Mortalidade perinatal • Macrossomia • Desenvolvimento de obesidade infantil Thaís Pires 10
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