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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Pedagogia - Campus Anchieta
EMILY IZABEL BATISTA DE ALMEIDA		RA: D8259A6
JULIANA DA CRUZ SILVA MAHLOW		RA: N343745
JULIANA GASQUE ROCHA			RA: D680161
KÉTLIN DA SILVA GUÍMARO			RA: N2882H0
PROJETO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS
SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	2
ENTREVISTA E CURRÍCULO: QUAIS AS DEFINIÇÕES E PRÁTICAS?	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	7
REFERÊNCIAS	8
INTRODUÇÃO
O termo currículo, bastante polissêmico, vem sofrendo alterações em seu significado durante muitos anos, no entanto o currículo escolar, de modo geral, engloba tudo o que a sociedade julga necessário e importante que os alunos aprendam durante sua passagem pela escola.
O currículo, deve ser entendido como neutro, apesar disso ele está contido valores, visões da sociedade, da escola e da cultura em geral. No entanto, é necessário que ele esteja a serviço de todos, não apenas de uma classe dominante que, de maneira sutil, tentam cada vez mais inserir os seus valores e ensinamentos, julgando-os como corretos e os únicos a serem seguidos. 
Em toda sua trajetória histórica, o currículo escolar passou por diversas modificações em seu sentido. Duas perspectivas surgiram para explicar a utilização do conceito de currículo: a técnica e a prática/emancipatória. A primeira pode ser reduzida a educação tradicional, voltada para o trabalho tecnológico e eficiente. A função da educação na perspectiva técnica era, basicamente, preparar para a vida adulta e não para a infantil e adolescência.
A perspectiva prática e emancipatória possui um olhar mais abrangente, para os diversos contextos que o indivíduo está inserido. É um projeto de trabalho flexível, aberto a mudanças e a discussões, além de pensar em todos aqueles que fazem parte da escola, não estando a serviço de apenas uma classe.
Currículo e cultura são dois fatores que não podem ser dissociados, visto que caminham juntos e um está a serviço do outro. Contudo, de acordo com Silva (2016, p. 46) “a seleção que constitui o currículo é o resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e grupos dominantes”.
Por este motivo, os professores devem conhecer todas as teorias de currículo, de modo que possam entende-lo como um instrumento social e cultural, norteador da prática pedagógica. A forma que os professores entendem a perspectiva de currículo é a forma que passam a trabalhar.
Diante de tudo, o objetivo deste trabalho é, a partir da realização de uma entrevista com uma professora do quarto ano do Ensino Fundamental, analisar e entender sua prática pedagógica e seu posicionamento acerca do currículo, bem como entender quais as implicações do currículo dentro da sua sala de aula, sobretudo em tempos de pandemia.
ENTREVISTA E CURRÍCULO: QUAIS AS DEFINIÇÕES E PRÁTICAS?
A professora entrevistada é formada em Pedagogia e pós graduada em Pedagogia Hospitalar e Psicopedagogia. Atua na mesma escola da rede particular do estado de São Paulo a quase oito anos e, atualmente, trabalha com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, além de dar algumas aulas particulares durante a pandemia.
Iniciamos a entrevista perguntando o que ela definia como currículo e se considerava que ele deveria ser neutro ou se continha alguma ideologia. Ela respondeu que ele é um conjunto de conhecimentos que precisam ser trabalhados na escola, porém a neutralidade depende da instituição a qual ele está a serviço. Além disso, ela citou a BNCC como um conjunto de conhecimentos e conteúdos que devem ser trabalhados a nível nacional e acrescentou que nada adianta garantir que todos tenham a mesma base de conteúdo se os professores não tenham a mesma qualificação, ou seja, não é vantajoso que escolas públicas e privadas de diferentes regiões tenham a mesma base se não possuem os mesmos recursos e qualificação de professores. 
Diante dessa resposta, questionamos sobre qual seria então o currículo ideal para a professora entrevistada e ela prontamente respondeu que ele deveria ser neutro e que, além disso, era necessário oferecer suporte aos professores para trabalhar este currículo, como uma formação continuada. 
A visão da professora sobre neutralidade no currículo vai de encontro com Silva (2016), visto que o autor discorre sobre cultura dominante, afirmando que é através 
da reprodução da cultura dominante que a reprodução mais ampla da sociedade fica garantida. A cultura que tem prestígio e valor social é justamente a cultura das classes dominantes: seus valores, seus gostos, seus costumes, seus hábitos, seus modos de se comportar, de agir. (SILVA, 2016, p. 34)
Ao dar continuidade a entrevista, perguntamos a professora o que ela entendia sobre currículo oculto e formal e como eles se relacionavam dentro da sua prática pedagógica. Ela respondeu que o currículo formal é tudo o que é estabelecido para trabalhar com as crianças em sala de aula, o conteúdo propriamente dito. Já o currículo oculto são as habilidades e competências que são trabalhadas de uma forma implícita, ou seja, são os valores, discussões e vivencias das crianças. 
Silva (2016) afirma que o currículo oculto é tudo aquilo que extrapola as disciplinas, ou seja,
O currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes. [...] Para a perspectiva crítica, o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações que permitem que crianças e jovens se ajustem da forma mais conveniente às estruturas e às pautas de funcionamento. (SILVA, 2016, p. 78)
No que diz respeito aos dois tipos de currículo acima citados e como eles se relacionam na sua prática pedagógica, ela respondeu que na instituição em que trabalha possui muita liberdade em sala de aula, visto que a escola não a impede de expandir conversas sobre os conteúdos que estão sendo trabalhados. De forma geral, ela respondeu que consegue trabalhar o currículo oculto na escola que trabalha. 
Ao ser questionada sobre qual o currículo ideal para trabalhar com os alunos durante a pandemia, ela afirmou ser o currículo oculto. Para ela, é através dele que os professores podem preparar as crianças emocionalmente para lidar com esse momento e não somente pressioná-los a aprender conteúdos de forma remota que, em muitos casos, os alunos não possuem nem ao menos os mesmos recursos (tecnológicos ou não).
Mantendo a conversa sobre o atual cenário brasileiro, questionamos a professora se ela considerava que o currículo havia sofrido alterações durante o ensino remoto ou se permaneceu da mesma forma que era trabalhado no ensino presencial. Ela contou que havia sofrido alterações, de maneira que os conteúdos passaram por uma “peneira”, filtrando tudo aquilo que fosse mais importante (na visão da escola) e que utilizariam no próximo ano. Além disso, ela acrescentou que, por ser remoto e cansativo, os professores tiveram que modificar a dinâmica da aula, tornando-a mais atrativa e lúdica, utilizando os jogos em plataformas digitais.
Perguntamos também a professora sobre as novas tecnologias em relação ao currículo e a mesma falou que a tecnologia já estava sendo inserida dentro da escola, porém, mediante ao cenário pandêmico, ela se tornou mais evidente e aliada. Na instituição em que trabalha, mesmo antes da pandemia, os alunos e professores estavam diante de novas tecnologias, mesclando o ensino em sala de aula com laboratórios de informática e/ou tablets. Com o inicio da pandemia, os professores tiverem que se adaptar e passaram por alguns treinamentos, de modo que pudessem utilizar as novas tecnologias de maneira mais eficientes. 
De modo geral, a professora respondeu que viram no ensino remoto uma nova oportunidade de inovar na sala de aula, ela inclusive relatou que, durante suas aulas, utilizou os jogos para a resolução de situações problemas de Matemática, nasquais as crianças se apresentaram muito mais entusiasmadas e interessadas na aula. Ela relatou como os jogos auxiliam durante o ensino aprendizagem e que serão utilizados cada vez mais na sala de aula com o retorno do ensino presencial.
Para concluir e caminhando para o fim da entrevista, questionamos a professora se é possível manter o mesmo modelo de currículo, atribuído a anos, sem nenhuma modificação para as abordagens pós modernas. Ela respondeu que isso não é mais viável, pois a sociedade gira em torno de tecnologia e é necessário nos adaptarmos a isso, fazer dela uma aliada dos professores. Em questão de conteúdos, para ela não é mais possível manter o mesmo modelo de currículo, visto que, a exemplo dos temas polêmicos (educação sexual, por exemplo), eles devem ser abordados e trabalhados com as crianças, de modo que possam oferecer a elas suporte para entenderem melhor sobre, dar abertura para conversarem.
Por fim, a professora mostrou possuir bastante entendimento sobre currículo e os desdobramentos dele em sua própria prática pedagógica. Além disso, em diversos momentos da entrevista, ela enfatizou a necessidade de oferecer formação aos professores, de modo que esses se tornem mais qualificados a trabalhar o currículo que a BNCC e/ou a instituição instrui, garantindo que os alunos tenham, ao menos, a mesma qualidade de ensino, apesar de não possuírem os mesmos recursos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da entrevista feita e tendo como base os textos indicados, é possível concluir que o currículo é extremamente importante para o bom funcionamento e andamento da escola, bem como o trabalho pedagógico dos professores em sala de aula. Como visto nas aulas e lido nos textos, o currículo é a ferramenta norteadora do processo de ensino aprendizagem. 
Além disso, concluímos que a construção do currículo e a maneira que a escola o organiza acontece de acordo com o contexto no qual está inserido, visto que ele é uma espécie de identidade da escola, além de ser norteador e reger o trabalho docente. É neste momento que, na maioria das vezes, ele deixa de ser neutro e passa a conter os valores da classe dominante.
Esse fator é apontado pela professora entrevistada e pelo teórico estudado. Para ambos, o currículo não é neutro, de modo que apresenta diversas ideologias por trás, atrapalhando a prática pedagógica do professor. Para a entrevistada, o fato dele ser neutro não confunde a cabeça dos alunos, pois em qualquer lugar que estudar terá as mesmas direções, os mesmos ensinamentos e não haverá variações quanto a valores.
Concluímos, portanto, que o currículo muda de acordo com quem o formula, inserindo seus próprios valores e ideologia. A professora acredita ainda que, dentre todas as disciplinas, História é a que mais sofre alterações, pois mostra somente as visões das pessoas que selecionaram os conteúdos, não mostrando a visão de todos que participaram da história de fato. Eles podam a visão de outras pessoas, dando ênfase somente naquilo que acreditam ser o correto e que todos deveriam aprender.
Por fim, tem-se a questão da tecnologia em relação ao currículo. Concordamos com a professora entrevistada ao afirmar a importância das tecnologias, sobretudo no cenário de pandemia que vivemos. Os currículos devem ser reelaborados no próximo ano letivo e pós pandemia, incluindo as tecnologias e as mudanças necessárias que atenda todos os alunos e não somente a porção que diz respeito as classes dominantes.
REFERÊNCIAS
SILVA, Tomaz T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

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