Buscar

ERRO DE TIPO E CONCURSO DE PESSOAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL
DIA 03
TEORIA DO ERRO NO DIREITO PENAL
1. CONCEITO
O erro de tipo (erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal) é a falsa percepção ou o total desconhecimento do agente sobre um ou mais elementos do tipo legal de crime.
2. ERRO DE TIPO ESSENCIAL
O erro de tipo essencial pode ser escusável ou inescusável, tendo como critério de distinção a figura do homem médio.
a) ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL/ACEITÁVEL: não deriva de culpa do agente, mesmo agindo com prudência, não evitaria a falsa percepção da realidade. EXLCUI O DOLO E CULPA
b) ERRO DE TIPO INESCUSÁVEL/EVITÁVEL/INACEITÁVEL: provém de culpa do agente, ou seja, se ele fosse cauteloso, seria capaz de compreender o caráter criminoso do fato. EXCLUI O DOLO, MAS O AGENTE RESPONDE PELA CULPA.
2.1. EFEITOS
O erro de tipo essencial EXCLUI O DOLO.
3. ERRO DE TIPO ACIDENTAL
É aquele que recai sobre as circunstancias do crime. Não exclui o dolo, nem a culpa, responde o agente normalmente pelo crime.
3.1. ESPÉCIES 
a) ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA): é o erro no tocante à pessoa contra qual o crime é praticado. Existe uma confusão entre a vítima virtual (a pessoa contra quem o agente queria praticar o crime) e a vítima real (a pessoa contra quem o crime foi praticado).
Nesse caso, o CP adota a TEORIA DA EQUIVALENCIA DO BEM JURÍDICO. O agente responde pelo crime que queria cometer.
b) ERRO SOBRE O OBJETO: trata-se de erro sobre o objeto material contra qual o crime foi praticado.
c) ERRO SOBRE A QUALIFICADORA: a qualificadora é circunstancia que aumenta a pena do crime. Aqui o agente responde apenas pelo crime em sua modalidade fundamental.
d) ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRAATIO CAUSAE): É o erro sobre a causa do crime, no qual o agente acredita que praticou o crime por uma determinada causa, mas, na verdade, acaba produzindo o resultado naturalístico de forma diversa.
Ex.: 1 quer matar 2, que não sabe nadar. Os dois estão em cima de uma ponte. 1 empurra 2 para que este caia no rio e morra afogado, entretanto na queda, 2 bate a cabeça e morre por decorrência do traumatismo, caindo morto na água.
e) ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS): Previsto no artigo 73 do CP, é quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, RESPONDE COMO SE TIVESSE PRATICADO O CRIME CONTRA AQUELA. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste código.
Aqui, a VÍTIMA REAL CORRE PERIGO. Diferente do ERRO SOBRE A PESSOA QUE A VÍTIMA REAL NÃO CORRE PERIGO.
f) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO CRIMINIS OU ABERRATIO DELICTI): modalidade de erro de tipo acidental prevista no artigo 74 do CP: fora dos casos do artigo anterior, QUANDO, POR ACIDENTE OU ERRO NA EXECUÇÃO DO CRIME, SOBREVÉM RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 do CP.
4. ERRO DE PROIBIÇÃO
Instituto ligado à CULPABILIDADE, mais especificamente POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE.
4.1. DESCONHECIMENTO DA LEI E ERRO DE PROIBIÇÃO
O desconhecimento da lei é inescusável, ou seja, ninguém pode descumprir uma lei alegando que a desconhece. No erro de proibição, o agente desconhece o caráter ilícito do fato (o conteúdo da lei).
4.2. ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL/INVENCÍVEL/ESCUSÁVEL E ERRO DE PROIBIÇÃO EVITÁVEL/VENCÍVEL/INESCUSÁVEL
a) ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL: O agente errou, mas, levando em consideração as características e condições pessoais dele, o erro persistiria mesmo que ele tivesse se esforçado. ISENTA DE PENA – EXCLUI A CULPABILIDADE
b) ERRO DE PROIBIÇÃO EVITÁVEL: O agente errou, mas, se ele tivesse sido mais diligente no caso concreto, poderia ter evitado o erro. NÃO ISENTA DE PENA, MAS A PENA SERÁ DIMINUIDA DE 1/6 A 1/3.
CONCURSO DE PESSOAS
Tema previsto no artigo 29, caput, do CP: quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
1. CONCEITO
É a colaboração entre dois ou mais indivíduos para a prática de um crime ou de uma contravenção penal
2. REQUISITOS
a) PLURALIDADE DE AGENTES CULPÁVEIS; 
b) RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS: as condutas dessas pessoas devem ser penalmente relevantes. Não há concurso de pessoas na chamada participação inócua que é aquela que o agente quer colaborar para o crime subjetivamente, mas, objetivamente, ele não concorre.
c) VÍNCULO SUBJETIVO: é a intenção de colaborar para o crime de terceiro, ainda que este terceiro desconheça tal colaboração.
Exige-se a chamada HOMOGENEIDADE de elemento subjetivo, também conhecida como PRINCÍPIO DA CONVERGÊNCIA.
“não há participação dolosa em crime culposo”, ou seja, se o crime é doloso, todos respondem dolosamente, se o crime é culposo, todos respondem culposamente.
d) UNIDADE DE INFRAÇÃO PENAL PARA TODOS OS AGENTES: o artigo 29, caput, do CP, adota, como regra, a TEORIA UNITÁRIA, MONISTA OU MONÍSTICA no que tange o concurso de pessoas – todos respondem pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade.
EXCEÇÕES PLURALISTAS À TEORIA MONISTA: aquelas situações nas quais dois ou mais agentes buscam o mesmo resultado, porém respondem por crimes diversos porque a legislação brasileira prevê crimes diversos.
e) EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL: é necessário que venha a ser efetivamente praticada uma infração penal.
3. FORMAS DE CONCURSO DE PESSOAS: COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO
A coautoria é a presença de dois ou mais autores e a participação terá pelo menos um autor e um partícipe.
4. AUTORIA
4.1. TEORIAS
a) TEORIA OBJETIVO-FORMAL: tradicionalmente, esta teoria sempre foi a preferida pela doutrina e pela jurisprudência no Brasil. AUTOR é quem executa o NÚCLEO DO TIPO. PARTÍCIPE é quem concorre, de qualquer modo, para o crime, sem executar o núcleo d tipo.
b) TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: essa teoria serve para ampliar o conceito de autor. AUTOR é todo aquele que funciona como “SENHOR DO FATO”.
· AUTOR INTELECTUAL: é o mentor do crime, planeja, mas não executo. Para a TEORIA OBJETIVO-FORMAL, ele era partícipe. Nessa TOERIA DO DOMÍNIO DO FATO, passa a ser autor.
· AUTOR MEDIATO: é aquele que se vale de uma pessoa sem culpabilidade (inimputáveis, ausência de potencial consciência da ilicitude ou ausência de exigibilidade de conduta diversa) para praticar e executar o crime. Na autoria mediata NÃO HÁ CONCURSO DE PESSOAS entre o autor mediato e o autor imediato, aquele sem culpabilidade é um mero instrumento do crime.
· CONTROLE FINAL DO FATO: quem controla finalisticamente a prática do crime. Para essa teoria o partícipe é quem concorre para o crime, sem executar o núcleo do tipo.
5. COAUTORIA
É a presença de dois ou mais autores.
6. PARTICIPAÇÃO
Participar é concorrer de qualquer modo para o crime, sem executá-lo e sem ter o controle final do fato. A participação tem natureza acessória, somente existe se presente a autoria.
7. PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL
A participação só será punível se o autor do crime praticar ao menos um ato de execução (ao menos a tentativa).
Existem algumas situações em que o ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio, por si só, são puníveis, independentemente de prática de um fato/crime principal, exemplo disso é o artigo 288 do CP, o crime de associação criminosa.
8. PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO
É possível quando quem se omitiu tinha o dever de agir para evitar o resultado de que se trata o artigo 13, §2º do CP.
9. CONIVÊNCIA
Também chamada de PARTICIPAÇÃO NEGATIVA, CONCURSO ABSOLUTAMENTE NEGATIVO OU CRIME SILENTE é a omissão de quem não tem o dever de agir para evitar o resultado, neste caso, responde pelo artigo 135 do CP: omissão de socorro.
10. TEORIAS DA ACESSORIEDADE: A PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE
a) Acessoriedade Mínima;
b) Acessoriedade Limitada;
c) Acessoriedade Máxima ou Extrema: para punir o partícipe, é necessário que o autor pratique fato típico, ilícito e seja culpável. TEORIA ACEITA PARA FINS DE CONCURSO.
d) Hiperacessoriedade.
11. AUTORIA COLATERAL
Não há concursode pessoas na autoria colateral. Mas é possível identificar quem produziu o resultado.
12. AUTORIA INCERTA
Não é possível identificar quem produziu o resultado. Inexiste concurso de pessoas.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes