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Priscila Behrens 2020.2 Doenças Sexualmente Transmissíveis - DIPA Definição: Doença Inflamatória Pélvica Aguda Agentes Etiológicos: • Infecções primárias: Chlamydia Trachomatis, Neisseria Gonorrhoea, Micoplasmas • Infecções secundárias: Bactérias oportunistas anaeróbias e aeróbias e outros bacilos Gram (-) Fisiopatologia: • Geralmente a maior possibilidade de ascensão desses microrganismos corresponde ao período perimenstrual e pós menstrual imediato; • Geralmente é uma infecção polimorfomicrobiana. Tipos: o Endometrite o Salpingite Aguda o Salpingooforite o Pelviperitonite Fatores de Risco: • Faixa Etária: 15-25 anos; • Pessoas que assumem comportamento sexual de risco; • Se o parceiro é portador de uretrite; • Paciente com história prévia de DST ou DIP; • Tabagismo (pode ter influência no muco cervical) / Alcoolismo/ Uso de drogas ilícitas; • DIU (risco nas 3 primeiras semanas após a sua inserção) • Vaginose bacteriana Sinais e Sintomas: • Dor pélvica baixo ventre; • Dor à mobilização do colo do útero; • Dor anexial (nos anexos); • Dispareunia; • Corrimento vaginal mucopurulento; • Febre > 38,3Cº; • Sangramento intermenstrual; • Queixas urinárias (I.Urinária, Disúria, Uretrite) Priscila Behrens 2020.2 Estadiamento: 1. Estágio I – Leve: o Endometrite e salpingite aguda sem peritonite; o Tratamento é ambulatorial (prescrição de antibióticos) 2. Estágio II – Moderada sem Abscesso: o Salpingite aguda com peritonite (pelviperitonite); o Tratamento é hospitalar com necessidade de internação devido aos sinais peritoneais 3. Estágio III – Moderada com Abscesso: o Salpingite aguda com obstrução tubária ou abscesso tubo-ovariano ou abscesso pélvico; o Tratamento é hospitalar e com necessidade de internação; o Possíveis sequelas: infertilidade, dor crônica etc. 4. Estágio IV – Grave: o Presença de abscesso tubo-ovariano roto ou sinais de choque séptico; o Tratamento é hospitalar, intervenção cirúrgica com laparotomia exploratória e internação; o Possíveis sequelas: infertilidade, dor crônica etc. Critérios de Diagnóstico: • Maiores (relacionados à dor): o Dor abdominal infraumbilical; o Dor à palpação dos anexos; o Dor à mobilização do colo uterino • Menores: o Temperatura Axilar > 38,3ºC o Secreção vaginal ou cervical anormal; o Massa pélvica; o Leucocitose; o Proteína C reativa ou VHS elevadas; o > 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice; o Comprovação laboratorial de infecção pelo gonococo, clamídia ou micoplasma • Elaborados: o Evidência histopatológica de endometrite; o Diagnóstico laparoscópico de DIPA; o USG Transvaginal Pélvica sugestiva de abscesso tubo-ovariano ou em fundo de saco *Necessário 3 critérios maiores e 1 menor para diagnóstico de DIP. Priscila Behrens 2020.2 Possíveis Sequelas Pós DIPA: • Risco de gravidez ectópica (devido à perda de mobilidade das trompas); • Infertilidade (devido obstrução tubária); • Dor pélvica crônica; • Dispareunia profunda; • Conjuntivite neonatal; • Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (aderência do fígado à parede abdominal como cordas de violino) > dor aguda no hipocôndrio direito e à descompressão. Exames Complementares: • Hemograma (infecção: VHS/Leucocitose com desvio para esquerda); • Proteína C Reativa (infecção: maior que 0,3 mg/dL); • Beta HCG (para descartar gravidez ectópica como causadora da dor); • USG Transvaginal (investigação e avaliação de possíveis abscessos); • USG Abdominal (para descartar outras inflamações como apendicite); • Cultura da Região Endocervical (busca por clamídia e gonococo); • Urina (para descartar infecção do trato urinário); • Videolaparoscopia: utilizado para diagnóstico em caso de dúvida, se é uma DIP, uma apendicite etc. • Laparotomia: em emergências quando ocorre ruptura do abscesso. Tratamento: • Estágio I: Ambulatorial o Ceftriaxona + Doxiciclina + Metrodidazol o Cefoxitina + Probenecida + Doxiciclina + Metrodidazol o Ofloxaxina + Doxiciclina + Metrodidazol o Ampicilina + Probenicida + Doxicilina + Metrodidazol • Estágios II e III: Hospitalar o Gentamicina + Penicilina G Cristalina + Clindamicina o Gentamicina + Penicilina G Cristalina + Metrodidazol o Gentamicina + Penicilina G Cristalina + Tianfenicol **Fase II (Doxiciclina) e fase III (Ofloxacina) do tratamento são feitos de forma ambulatorial • Estágio IV: Hospitalar o Abordagem cirúrgica o Mesma complementação terapêutica do estágio anterior Priscila Behrens 2020.2
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